O Banco Alimentar Contra a Fome recebeu donativos de 24 países, de portugueses e de estrangeiros, através da campanha online que, num balanço preliminar, totalizou mais de 104 toneladas de alimentos.
"Ainda sem dar a campanha por concluída, já temos um valor superior, tanto a Dezembro de 2011, quando foram 75 toneladas, como a Maio deste ano, quando foram 90 toneladas", adiantou Isabel Jonet, em declarações à Lusa.
A presidente do Banco Alimentar referiu que "houve doações de pessoas de 24 países, tão diferentes como o Qatar ou a Finlândia, de portugueses e estrangeiros".
Esta campanha destina-se também a pedir ajuda aos emigrantes e já em iniciativas anteriores tinha havido doações de vários países, por isso, Isabel Jonet previa receber contributos vindos do estrangeiro.
"Há muitos emigrantes que podem assim contribuir para as pessoas mais carenciadas de Portugal", referiu Isabel Jonet.
Num primeiro balanço, é possível concluir que "foram doados 104.166 quilos dos seis produtos, azeite, óleo, leite, atum, salsichas e açúcar" que correspondem a 128.487 euros, resumiu a presidente do Banco Alimentar.
Nesta campanha foram doados 14.269 litros de azeite, 11.976 litros de óleo, 47.330 litros de leite, 3.254 quilos de atum, 13.213 quilos de salsichas e 14.124 quilos de açucar.
Quanto à campanha Ajuda Vale, só no final da semana vão ser apresentados os resultados.
Rádio Renascença
Obrigado, Perdão Ajuda-me
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Amar a Cristo ...
Senhor Jesus, uma jovem enfermeira tomou a vida nas suas próprias mãos e à volta deste triste acontecimento multiplicam-se noticias que interpretamos como hipócritas e de falsa compaixão.
Se estamos equivocados corrige-nos, amado Mestre, que o Teu Espírito actue sobre nós e nos faça ver de maneira diferente, caso estejamos certos, rogamos-Te Senhor, que faças surgir vozes que denunciem aquilo nos soa a falso e hipócrita recolocando as prioridades no seu devido lugar.
Que os jovens de hoje compreendam através deste trágico exemplo, que nada, absolutamente nada, pode justificar a violação da VIDA que só a Ti pertence.
«A Criação é obra comum da Santíssima Trindade»
… Bento XVI anima-nos, aos que acreditamos, a nunca nos conformarmos com o conhecimento de Deus que já possamos ter alcançado. Numa audiência recente, dizia: as alegrias mais verdadeiras são capazes de libertar em nós aquela inquietação sadia que leva a ser mais exigentes – querer um bem maior, mais profundo – e ao mesmo tempo sentir com clareza cada vez maior que nada de finito pode encher o nosso coração. Assim aprenderemos a tender, desarmados, para aquele bem que não podemos construir ou obter com as nossas forças; a não nos deixarmos desencorajar pela fadiga ou pelos obstáculos que provêm do nosso pecado [7].
Santo Ireneu de Leão, um dos primeiros Padres que se esforçou por aprofundar no mistério da ação criadora da Trindade, explicava que «só existe um Deus (…): é o Pai, é Deus, é o Criador, é o Autor, é o Ordenador. Fez todas as coisas por Si mesmo, quer dizer, pelo Seu Verbo e pela Sua Sabedoria, “pelo Filho e pelo Espírito”» [8]. E, recorrendo a um modo gráfico, metafórico, de se exprimir, pois não tem cabimento nenhuma desigualdade entre as Pessoas divinas, acrescentava que o Filho e o Paráclito são como que as “mãos” do Pai na Criação. Assim o declara o Catecismo da Igreja Católica, que conclui: «A Criação é obra comum da Santíssima Trindade» [9]. Nesta absoluta unidade de ação, a obra criadora atribui-se a cada Pessoa divina segundo o que é próprio de cada uma. E assim se diz que corresponde ao Pai como primeiro Princípio do ser, ao Filho como Modelo supremo e ao Espírito Santo como Amor que leva a comunicar bens às criaturas.
Santo Ireneu de Leão, um dos primeiros Padres que se esforçou por aprofundar no mistério da ação criadora da Trindade, explicava que «só existe um Deus (…): é o Pai, é Deus, é o Criador, é o Autor, é o Ordenador. Fez todas as coisas por Si mesmo, quer dizer, pelo Seu Verbo e pela Sua Sabedoria, “pelo Filho e pelo Espírito”» [8]. E, recorrendo a um modo gráfico, metafórico, de se exprimir, pois não tem cabimento nenhuma desigualdade entre as Pessoas divinas, acrescentava que o Filho e o Paráclito são como que as “mãos” do Pai na Criação. Assim o declara o Catecismo da Igreja Católica, que conclui: «A Criação é obra comum da Santíssima Trindade» [9]. Nesta absoluta unidade de ação, a obra criadora atribui-se a cada Pessoa divina segundo o que é próprio de cada uma. E assim se diz que corresponde ao Pai como primeiro Princípio do ser, ao Filho como Modelo supremo e ao Espírito Santo como Amor que leva a comunicar bens às criaturas.
Meditemos, minhas filhas e filhos, com atitude de profunda adoração, nestas grandes verdades. E insisto, como S. Josemaria aconselhava, que supliquemos a Deus que tenhamos necessidade de tratar cada uma das Pessoas divinas, distinguindo-as.
[7]. Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 7-XI-2012.
[8]. S. Ireneu de Leão, Contra as heresias 2, 30, 9 (PG 7, 822).
[9]. Catecismo da Igreja Católica, n. 292. Cfr. S. Ireneu de Leão, Contra as heresias 4, 20, 1 (PG 7, 1032).
[8]. S. Ireneu de Leão, Contra as heresias 2, 30, 9 (PG 7, 822).
[9]. Catecismo da Igreja Católica, n. 292. Cfr. S. Ireneu de Leão, Contra as heresias 4, 20, 1 (PG 7, 1032).
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de dezembro de 2012)
Imitação de Cristo, 3, 35, 2 - Como nesta vida não há segurança contra a tentação
Se buscas descanso nesta vida, como chegarás ao descanso eterno? Não procures muito descanso, mas muita paciência. Busca a paz verdadeira do céu, não sobre a terra, não nos homens, nem nas demais criaturas, mas só em Deus. Deves, por amor de Deus, aceitar tudo de boa vontade, isto é, trabalhos e sofrimentos, tentações, vexames, ansiedades, doenças, injúrias, murmurações, repreensões, humilhações, afrontas, correções e desprezos. Tudo isto faz progredir na virtude, prova o novo soldado de Cristo e prepara a coroa celestial. Eu darei prémio eterno por breve trabalho, e glória infinita por humilhação transitória.
Seguir de perto os passos de Cristo
A nossa condição de filhos de Deus levar-nos-á – insisto – a ter espírito contemplativo no meio de todas as actividades humanas – luz, sal e levedura, pela oração, pela mortificação, pela cultura religiosa e profissional –, fazendo realidade este programa: quanto mais dentro do mundo estivermos, tanto mais temos de ser de Deus. (Forja, 740)
Não contemplamos o mundo com um olhar triste. Talvez involuntariamente, prestaram um fraco serviço à catequese os biógrafos de santos que queriam encontrar a todo o custo coisas extraordinárias nos servos de Deus, logo desde os primeiros vagidos. (…)
Agora, com o auxílio de Deus, aprendemos a descobrir ao longo dos dias (aparentemente sempre iguais) spatium verae penitentiae, tempo de verdadeira penitência; e nesses instantes fazemos propósitos de emendatio vitae, de melhorar a nossa vida. Este é o caminho para nos predispormos à graça e às inspirações do Espírito Santo na alma. E com essa graça – repito – vem o gaudium cum pace, a alegria, a paz e a perseverança no caminho. (Cristo que passa, 9)
São Josemaría Escrivá
Incongruências
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão." Vendo o que se diz sobre a crise nota-se enorme falta de lógica e coerência. Isto é normal em tempos assim. Aliás o estranho e precioso em Portugal é que, por enquanto, as discussões, apesar de vociferantes, são pacíficas e a economia vai ajustando. Mas a paz e os progressos não impedem os disparates.
Para compreender os erros comecemos numa das poucas afirmações consensuais: o ensino obrigatório deve ser gratuito. Uma pseudo-ameaça a este princípio suscitou há pouco os maiores sobressaltos. Mas logo a seguir ouvimos os protestos das escolas e dos professores contra a redução dos seus gastos. Afinal a educação gratuita fica muito cara. Quem a paga então?
Dizer que deve ser o Estado é tolice, pois todo o dinheiro que ele gasta sai do nosso bolso. Só que os mesmos que querem educação gratuita e manutenção dos gastos das escolas também protestam contra a subida dos impostos. Assim se completa a incongruência. Como as coisas gratuitas e caras não se limitam à educação, a coisa fica mesmo grave. Pensões e apoios, polícia e tribunais, saúde e energia, embaixadas e militares, estradas e esgotos, entre tantos outros, constituem pesadíssimos encargos. E falar de pagamentos dos utentes, das portagens às taxas moderadoras, implica sempre novos protestos ruidosos. Podem ser compreensíveis, mas não são coerentes, violando as leis da aritmética.
Muitos julgam escapar à falácia apelando a mitos. Um dos mais populares, que o Governo também divulga, é cortar as "gorduras" do Estado. Os opositores usam uma variante da mesma ideia, falando de carros e gabinetes ministeriais, erros e corrupções administrativos. É verdade que existem muitos desperdícios, vícios, exageros e entorses na máquina pública. Mas um problema deste tamanho não se soluciona só com dieta. É precisa cirurgia estrutural. Devemos manter o essencial, na educação, saúde, estado social, etc., mas a aritmética exige que tudo seja alinhado com os impostos que podemos suportar. Recusar a mudança é perigosa ilusão.
Outro mito comum é achar que os ricos pagam a crise. Claro que quem mais tem mais deve pagar. Só que, não só não temos ricos suficientes, mas se abusarmos desse expediente quem beneficia é a Espanha e Inglaterra, para onde irão os nossos ricos, aumentando a nossa miséria. Também as empresas não podem ser sobrecarregadas de tributação se quisermos criar emprego e crescimento. Mais uma vez a lógica impõe-se. A verdade é que só cá estamos nós, e querer serviços gratuitos, despesas altas e impostos baixos não é possível. A não ser que alguém nos empreste.
Esta última ilusão é aquela que hoje nos custa couro e cabelo. A crise resultou directamente da acumulação de quinze anos de dívida externa. Aqui surge uma outra incongruência, quando descarregamos os nervos, não sobre os culpados, mas precisamente naqueles que nos querem ajudar.
É bom lembrar que Passos Coelho e Vítor Gaspar não geraram a doença, mas tentam curá-la. O mesmo se diga da troika. Só conseguimos o nível de vida dos últimos anos porque os alemães e outros europeus nos emprestaram as suas economias. A dívida externa bruta do País, incluindo Estado e privados, atingiu 386 mil milhões de euros em Junho. É isto a crise. Os credores não querem que saldemos essa dívida, mas apenas que demos garantias de conseguir ir pagando os juros. Foi esse medo que nos fechou os mercados em 2010 e criou a crise.
Ficar zangado com quem nos ajudou é estranho. Mais estranha é a continuação. A recuperação portuguesa interessa-nos a nós tanto quanto aos credores, que perderiam tudo se falíssemos. Por isso, em resposta às nossas dificuldades, eles decidiram emprestar--nos mais 78 mil milhões de euros, impondo em troca que sigamos uma cura exigente dos desequilíbrios. Estas condições são muito melhores que a generalidade dos países gastadores tiveram ao longo dos séculos. Face a isto fará sentido insultar a troika? São concebíveis alternativas melhores? Podemos ralhar, mas não temos razão.
A capitalidade de Jesus Cristo
Luta interminável, mas temos o exemplo inspirador do sempre incansável Bento XVI a dirigir-nos para Jesus de Nazaré.
Sem nunca nos escondermos na “beatice”, há que segui-Lo com alegria mas sempre em sintonia com o mundo e a sociedade em que vivemos, senão arriscamo-nos a viver não para Ele e para o próximo, mas exclusivamente para nós próprios, ora tal atitude além de egoísta é uma forma de cobardia.
JPR
«Se alguém nos pede uma frase simbólica que expresse o nosso propósito, dar-lhe-emos sempre apenas só esta: ‘Instaurar todas as coisas em Cristo’ (…), fazer que todos os homens voltem a submeter-se a Deus»
(E supremi apostolatus – São Pio X)
Sem nunca nos escondermos na “beatice”, há que segui-Lo com alegria mas sempre em sintonia com o mundo e a sociedade em que vivemos, senão arriscamo-nos a viver não para Ele e para o próximo, mas exclusivamente para nós próprios, ora tal atitude além de egoísta é uma forma de cobardia.
JPR
«Se alguém nos pede uma frase simbólica que expresse o nosso propósito, dar-lhe-emos sempre apenas só esta: ‘Instaurar todas as coisas em Cristo’ (…), fazer que todos os homens voltem a submeter-se a Deus»
(E supremi apostolatus – São Pio X)
Oração
«É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio sozinho, fazer oração frequente e fervorosa. É possível mesmo sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, ou até mesmo a cozinhar»
(São João Crisóstomo)
(São João Crisóstomo)
"CREIO NO ESPÍRITO SANTO" (4)
Mas talvez seja bom, nestes momentos finais do nosso encontro, tentar dar algum testemunho, o meu testemunho pessoal, daquilo que o Espírito Santo opera em nós, quando a ele nos abrimos e deixamos, (umas vezes mais outras menos), que Ele nos ensine e conduza.
Muitos saberão que na minha vida vivi afastado de Deus e da Igreja cerca de 20 e tal anos, entre os 18/19 e os 44/45.
E este viver afastado de Deus e da Igreja, não foi só um afastamento da fé, mas também um afundar numa vida desregrada.
Um caminho certo para o abismo.
Houve um tempo em que por causa de umas discussões sobre a Igreja, (alguém que a contestava), eu tomei a defesa da mesma, pois curiosamente, ou talvez não, durante todo esse tempo, tentei sempre nunca dizer mal de Deus nem da Igreja, embora por vezes fizesse as minhas criticas.
Deus e a Igreja eram coisas, salvo seja, que não me interessavam.
Mas essas discussões acabaram por despertar em mim um desejo, uma vontade, de me aproximar de Deus, da Igreja.
Assim, quando não estava ninguém na igreja, eu ia sentar-me em frente do sacrário e conversava, perguntando se era verdade, se ali estava alguém, as minhas dificuldades, etc., etc.
Ora o Espírito Santo não dorme e sabe aproveitar muito bem estas oportunidades, (desculpem a simplicidade da linguagem), porque «aqueles que procuram encontram».
E a primeira constatação que eu faço de que as palavras de Jesus são verdadeiras, «o Espírito Santo há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse», Jo 14, 26 é que muito rapidamente me comecei a lembrar de tudo quanto tinha aprendido de meus pais, da catequese, dos colégios católicos por onde tinha passado e de alguns retiros que tinha feito.
Foi para mim uma grande admiração, (naquele tempo, porque agora percebo o que aconteceu), como era possível lembrar-me com tanto pormenor da Doutrina, das orações e até da Liturgia.
Encontrei no Renovamento Carismático Católico, (um dos Movimentos da Igreja surgidos após o Concilio Vaticano II), uma espiritualidade muito aberta ao Espírito Santo, muito viva, e eu precisava mesmo de alguma coisa que me fizesse mexer, que me confrontasse, até porque sou um pouco impaciente.
Uma das coisas que ainda hoje me espanta, foi a enorme modificação das prioridades da minha vida.
Eu vivia para a sociedade, para ter o melhor, para vestir o melhor, para comer o melhor, para desfrutar o mais possível daquilo a que o mundo chama os prazeres da vida.
E devagar, (o Espírito Santo é muito paciente), todas essas prioridades foram mudando, e essas coisas deixaram de ser importantes, para passar a ser muito mais importante eu conhecer-me a mim próprio e descobrir como poderia ser de Deus para os outros.
Não estou totalmente “curado”, diga-se, pois o caminho é de uma vida, mas vou-o caminhando sempre na confiança de que Ele nunca me abandona.
Outra coisa muito importante que constatei, é que Deus, o Espírito Santo, não nos quer transformar em pessoa diferente do que somos, mas ao descobrirmos que precisamos mudar as nossas prioridades, percebermos que somos exactamente aquilo que eramos, com uma nova visão da vida, porque está iluminada por Deus.
E tanto assim é que nunca me afastei daqueles que eram meus amigos, alguns deles é que se afastaram de mim, não porque eu os “chateasse” com a religião, mas porque se calhar não se sentiam bem ao meu lado, com a mudança de prioridades e comportamentos que ia acontecendo na minha vida.
Mas outra das graças que o Espírito Santo derrama em nós, é a capacidade de percebermos como actuar nos gestos e nas palavras, nos diversos momentos a que somos chamados.
Por vezes com o silêncio, por vezes com palavras, por vezes com gestos e atitudes.
Quantos de nós já se admiraram porque alguém chegou ao pé de nós e nos agradeceu um gesto, uma palavra, dizendo que lhe fez muito bem, e nós nem sequer nos apercebemos disso, ou não demos qualquer importância a esse facto?
Tenho para mim, (e dou-o como provado), que muitas vezes o nosso testemunho silencioso, mas verdadeiro e coerente fala muito mais alto do que as nossas palavras, e quem nos leva a dar esse testemunho é sem dúvida o Espírito Santo, que sem nos forçar, serenamente nos conduz.
E a descoberta do perdão, de perdoar e pedir perdão?
É tão maravilhosa que é difícil de descrever, e quem coloca em nós essa capacidade é, mais uma vez, o Espírito Santo.
Conto-vos uma história verdadeira que se passou comigo.
Logo no início do meu reencontro com Deus, tive uma enorme discussão com um homem com quem fui muito mal criado e rude.
Passado algum tempo, fui para a igreja à hora em que estava deserta, como sempre, para ter as minhas conversas com Deus.
Mas não conseguia falar, não conseguia estar, não conseguia sequer concentrar-me, porque em todo o momento apenas me vinha o pensamento que tinha de pedir perdão ao homem.
Ora isso para mim era muito difícil, tanto mais que em termos sociais, para mim naquele tempo, ele era menos do que eu, (por favor entendam o que eu quero dizer, pois não penso hoje em dia assim).
O homem tinha uma loja perto da igreja e eu decidi ir lá pedir-lhe desculpa.
Cheio de uma força que eu não conhecia em mim, dirigi-me para a loja, mas quando lá cheguei, passei adiante e não entrei.
Voltei para trás e quando passei novamente à porta, tornei a não entrar.
Julgo que fiz isto três ou quatro vezes, até que, vencendo os meus preconceitos entrei
e pedi humildemente desculpa da minha má criação e rudeza.
O homem ficou sem palavras e eu senti dentro de mim uma alegria tão grande que não a consigo descrever.
Sei que voltei para a igreja para agradecer o momento extraordinário que Deus me tinha proporcionado.
Permitam-me ainda que vos fale do perdão a nós próprios, que o Espírito Santo nos mostra e conduz.
Quando comecei a tomar mais contacto com a realidade da vivência da fé, começou a ser muito difícil lidar com o meu passado.
Queria apaga-lo, queria ter a certeza de que Deus me perdoava e achava isso tão difícil, dado tudo o que tinha feito e vivido.
E essa dificuldade não me dava paz e era um tropeço na minha caminhada.
Pedi muitas vezes que me fosse concedida a graça de entender o perdão de Deus e me perdoar a mim próprio.
Um dia numa adoração ao Santíssimo, numa oração, (e a oração é presença do Espírito Santo, não o esqueçamos), sobreveio uma paz imensa e eu percebi uma coisa tão simples como esta: se Deus me perdoava na Confissão quem era eu para não me perdoar a mim próprio.
Depois ao longo do tempo o meu passado, passou da vergonha de o ter vivido, para a aceitação do mesmo como um ensinamento para a minha vida e como testemunho, sobretudo aos jovens, de que uma vida daquelas é uma vida sem sentido e sem futuro.
Havia tanto mais para dizer, mas deixo para o fim a extraordinária e sensível presença do Espírito Santo na Palavra de Deus e em nós, quando a Ele nos abrimos para A ler e meditar.
Uma das experiências, (permitam-me que lhes chame experiências) mais tocantes da presença, da assistência do Espírito Santo nas nossas vidas, acontece quando lemos e meditamos a Palavra de Deus.
Com efeito, temos muitas vezes o hábito, quando abrimos a Bíblia em determinadas passagens que já conhecemos muito bem, de passarmos à frente, pensando que nada nos poderão dizer de novo.
Mas se lermos essas passagens de nós mais conhecidas, repetidamente, meditando, haverá pormenores que nos irão saltar à vista, ou melhor dizendo, ao coração, e se pedirmos ao Espírito Santo que nos dê o necessário discernimento, aparecerá a Palavra viva, que se fará vida e nos questionará em tantos procedimentos do nosso dia-a-dia.
Vamos assim descobrindo a riqueza da Palavra de Deus e percebendo que ela é viva e eficaz, porque foi inspirada pelo Espírito Santo e assim é Ele próprio que nos pode mostrar a sua riqueza e vida.
Um dia em que falava sobre este tema, há uns anos em Lisboa, o Espírito Santo quis “mostrar-me” um modo de exemplificar o que queria dizer, o que queria explicar.
Se estivermos uma exposição de pintura moderna, perante um daqueles quadros que “apenas” tem várias cores misturadas, e se intitule, por exemplo, “Senhora num banco de jardim”, é muito provável que não consigamos minimamente ver retratado o que o titulo “apregoa”.
Se chamarmos o pintor e ouvirmos as suas explicações é então muito possível que já consigamos distinguir o que ele quis “retratar”.
Pelos contornos das cores, pelos pormenores que ele nos vai mostrando, conseguiremos ver através dos seus olhos aquilo que ele quis retratar.
Assim se passa com a Palavra de Deus.
Muitas vezes não entendemos, não percebemos o que Ela nos quer dizer, e então é preciso chamar o Autor, o Espírito Santo, para que Ele nos ilumine e nos faça entender o que a Palavra, o que Deus nos quer dizer.
E, se cremos no Espírito Santo e a Ele nos abrimos, podemos confiar que Ele nos vai mostrar o que Deus nos quer dizer com aquela passagem, que nem sempre é o que desejamos ouvir, mas talvez um ensinamento, uma chamada de atenção para algo que temos de mudar nas nossas vidas.
Mas há uma grande diferença entre as duas situações.
Enquanto aquilo que está no quadro é imutável, ou seja representa aquilo que o pintor quis “retratar”, e apenas aquilo, e depois de percebermos isso, tudo está compreendido, a Palavra de Deus, iluminada pelo Espírito Santo é sempre nova, responde sempre de maneira diversa, conforme as necessidades das nossas vidas a que Deus quer responder, para nos guiar.
E aquilo que está no quadro é igual para todos os que o vejam, representa sempre o mesmo, mas a Palavra de Deus, na mesma passagem bíblica, pode ser diferente para cada um conforme a sua necessidade em cada momento.
Ou seja o quadro é “estático”, a Palavra de Deus é viva, porque o Espírito Santo a ilumina na sabedoria e no amor.
Para terminar gostaria de pedir aos sacerdotes presentes que numa breve oração, estendendo as suas mãos sobre nós, invocassem o Espírito Santo, para que Ele avive em nós a graça do Baptismo e da Confirmação.
Marinha Grande, Novembro de 2012
Joaquim Mexia Alves AQUI
Muitos saberão que na minha vida vivi afastado de Deus e da Igreja cerca de 20 e tal anos, entre os 18/19 e os 44/45.
E este viver afastado de Deus e da Igreja, não foi só um afastamento da fé, mas também um afundar numa vida desregrada.
Um caminho certo para o abismo.
Houve um tempo em que por causa de umas discussões sobre a Igreja, (alguém que a contestava), eu tomei a defesa da mesma, pois curiosamente, ou talvez não, durante todo esse tempo, tentei sempre nunca dizer mal de Deus nem da Igreja, embora por vezes fizesse as minhas criticas.
Deus e a Igreja eram coisas, salvo seja, que não me interessavam.
Mas essas discussões acabaram por despertar em mim um desejo, uma vontade, de me aproximar de Deus, da Igreja.
Assim, quando não estava ninguém na igreja, eu ia sentar-me em frente do sacrário e conversava, perguntando se era verdade, se ali estava alguém, as minhas dificuldades, etc., etc.
Ora o Espírito Santo não dorme e sabe aproveitar muito bem estas oportunidades, (desculpem a simplicidade da linguagem), porque «aqueles que procuram encontram».
E a primeira constatação que eu faço de que as palavras de Jesus são verdadeiras, «o Espírito Santo há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse», Jo 14, 26 é que muito rapidamente me comecei a lembrar de tudo quanto tinha aprendido de meus pais, da catequese, dos colégios católicos por onde tinha passado e de alguns retiros que tinha feito.
Foi para mim uma grande admiração, (naquele tempo, porque agora percebo o que aconteceu), como era possível lembrar-me com tanto pormenor da Doutrina, das orações e até da Liturgia.
Encontrei no Renovamento Carismático Católico, (um dos Movimentos da Igreja surgidos após o Concilio Vaticano II), uma espiritualidade muito aberta ao Espírito Santo, muito viva, e eu precisava mesmo de alguma coisa que me fizesse mexer, que me confrontasse, até porque sou um pouco impaciente.
Uma das coisas que ainda hoje me espanta, foi a enorme modificação das prioridades da minha vida.
Eu vivia para a sociedade, para ter o melhor, para vestir o melhor, para comer o melhor, para desfrutar o mais possível daquilo a que o mundo chama os prazeres da vida.
E devagar, (o Espírito Santo é muito paciente), todas essas prioridades foram mudando, e essas coisas deixaram de ser importantes, para passar a ser muito mais importante eu conhecer-me a mim próprio e descobrir como poderia ser de Deus para os outros.
Não estou totalmente “curado”, diga-se, pois o caminho é de uma vida, mas vou-o caminhando sempre na confiança de que Ele nunca me abandona.
Outra coisa muito importante que constatei, é que Deus, o Espírito Santo, não nos quer transformar em pessoa diferente do que somos, mas ao descobrirmos que precisamos mudar as nossas prioridades, percebermos que somos exactamente aquilo que eramos, com uma nova visão da vida, porque está iluminada por Deus.
E tanto assim é que nunca me afastei daqueles que eram meus amigos, alguns deles é que se afastaram de mim, não porque eu os “chateasse” com a religião, mas porque se calhar não se sentiam bem ao meu lado, com a mudança de prioridades e comportamentos que ia acontecendo na minha vida.
Mas outra das graças que o Espírito Santo derrama em nós, é a capacidade de percebermos como actuar nos gestos e nas palavras, nos diversos momentos a que somos chamados.
Por vezes com o silêncio, por vezes com palavras, por vezes com gestos e atitudes.
Quantos de nós já se admiraram porque alguém chegou ao pé de nós e nos agradeceu um gesto, uma palavra, dizendo que lhe fez muito bem, e nós nem sequer nos apercebemos disso, ou não demos qualquer importância a esse facto?
Tenho para mim, (e dou-o como provado), que muitas vezes o nosso testemunho silencioso, mas verdadeiro e coerente fala muito mais alto do que as nossas palavras, e quem nos leva a dar esse testemunho é sem dúvida o Espírito Santo, que sem nos forçar, serenamente nos conduz.
E a descoberta do perdão, de perdoar e pedir perdão?
É tão maravilhosa que é difícil de descrever, e quem coloca em nós essa capacidade é, mais uma vez, o Espírito Santo.
Conto-vos uma história verdadeira que se passou comigo.
Logo no início do meu reencontro com Deus, tive uma enorme discussão com um homem com quem fui muito mal criado e rude.
Passado algum tempo, fui para a igreja à hora em que estava deserta, como sempre, para ter as minhas conversas com Deus.
Mas não conseguia falar, não conseguia estar, não conseguia sequer concentrar-me, porque em todo o momento apenas me vinha o pensamento que tinha de pedir perdão ao homem.
Ora isso para mim era muito difícil, tanto mais que em termos sociais, para mim naquele tempo, ele era menos do que eu, (por favor entendam o que eu quero dizer, pois não penso hoje em dia assim).
O homem tinha uma loja perto da igreja e eu decidi ir lá pedir-lhe desculpa.
Cheio de uma força que eu não conhecia em mim, dirigi-me para a loja, mas quando lá cheguei, passei adiante e não entrei.
Voltei para trás e quando passei novamente à porta, tornei a não entrar.
Julgo que fiz isto três ou quatro vezes, até que, vencendo os meus preconceitos entrei
e pedi humildemente desculpa da minha má criação e rudeza.
O homem ficou sem palavras e eu senti dentro de mim uma alegria tão grande que não a consigo descrever.
Sei que voltei para a igreja para agradecer o momento extraordinário que Deus me tinha proporcionado.
Permitam-me ainda que vos fale do perdão a nós próprios, que o Espírito Santo nos mostra e conduz.
Quando comecei a tomar mais contacto com a realidade da vivência da fé, começou a ser muito difícil lidar com o meu passado.
Queria apaga-lo, queria ter a certeza de que Deus me perdoava e achava isso tão difícil, dado tudo o que tinha feito e vivido.
E essa dificuldade não me dava paz e era um tropeço na minha caminhada.
Pedi muitas vezes que me fosse concedida a graça de entender o perdão de Deus e me perdoar a mim próprio.
Um dia numa adoração ao Santíssimo, numa oração, (e a oração é presença do Espírito Santo, não o esqueçamos), sobreveio uma paz imensa e eu percebi uma coisa tão simples como esta: se Deus me perdoava na Confissão quem era eu para não me perdoar a mim próprio.
Depois ao longo do tempo o meu passado, passou da vergonha de o ter vivido, para a aceitação do mesmo como um ensinamento para a minha vida e como testemunho, sobretudo aos jovens, de que uma vida daquelas é uma vida sem sentido e sem futuro.
Havia tanto mais para dizer, mas deixo para o fim a extraordinária e sensível presença do Espírito Santo na Palavra de Deus e em nós, quando a Ele nos abrimos para A ler e meditar.
Uma das experiências, (permitam-me que lhes chame experiências) mais tocantes da presença, da assistência do Espírito Santo nas nossas vidas, acontece quando lemos e meditamos a Palavra de Deus.
Com efeito, temos muitas vezes o hábito, quando abrimos a Bíblia em determinadas passagens que já conhecemos muito bem, de passarmos à frente, pensando que nada nos poderão dizer de novo.
Mas se lermos essas passagens de nós mais conhecidas, repetidamente, meditando, haverá pormenores que nos irão saltar à vista, ou melhor dizendo, ao coração, e se pedirmos ao Espírito Santo que nos dê o necessário discernimento, aparecerá a Palavra viva, que se fará vida e nos questionará em tantos procedimentos do nosso dia-a-dia.
Vamos assim descobrindo a riqueza da Palavra de Deus e percebendo que ela é viva e eficaz, porque foi inspirada pelo Espírito Santo e assim é Ele próprio que nos pode mostrar a sua riqueza e vida.
Um dia em que falava sobre este tema, há uns anos em Lisboa, o Espírito Santo quis “mostrar-me” um modo de exemplificar o que queria dizer, o que queria explicar.
Se estivermos uma exposição de pintura moderna, perante um daqueles quadros que “apenas” tem várias cores misturadas, e se intitule, por exemplo, “Senhora num banco de jardim”, é muito provável que não consigamos minimamente ver retratado o que o titulo “apregoa”.
Se chamarmos o pintor e ouvirmos as suas explicações é então muito possível que já consigamos distinguir o que ele quis “retratar”.
Pelos contornos das cores, pelos pormenores que ele nos vai mostrando, conseguiremos ver através dos seus olhos aquilo que ele quis retratar.
Assim se passa com a Palavra de Deus.
Muitas vezes não entendemos, não percebemos o que Ela nos quer dizer, e então é preciso chamar o Autor, o Espírito Santo, para que Ele nos ilumine e nos faça entender o que a Palavra, o que Deus nos quer dizer.
E, se cremos no Espírito Santo e a Ele nos abrimos, podemos confiar que Ele nos vai mostrar o que Deus nos quer dizer com aquela passagem, que nem sempre é o que desejamos ouvir, mas talvez um ensinamento, uma chamada de atenção para algo que temos de mudar nas nossas vidas.
Mas há uma grande diferença entre as duas situações.
Enquanto aquilo que está no quadro é imutável, ou seja representa aquilo que o pintor quis “retratar”, e apenas aquilo, e depois de percebermos isso, tudo está compreendido, a Palavra de Deus, iluminada pelo Espírito Santo é sempre nova, responde sempre de maneira diversa, conforme as necessidades das nossas vidas a que Deus quer responder, para nos guiar.
E aquilo que está no quadro é igual para todos os que o vejam, representa sempre o mesmo, mas a Palavra de Deus, na mesma passagem bíblica, pode ser diferente para cada um conforme a sua necessidade em cada momento.
Ou seja o quadro é “estático”, a Palavra de Deus é viva, porque o Espírito Santo a ilumina na sabedoria e no amor.
Para terminar gostaria de pedir aos sacerdotes presentes que numa breve oração, estendendo as suas mãos sobre nós, invocassem o Espírito Santo, para que Ele avive em nós a graça do Baptismo e da Confirmação.
Marinha Grande, Novembro de 2012
Joaquim Mexia Alves AQUI
Que diz o Evangelho de Filipe? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra
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A defesa dos valores da fé e da civilização
Façamos como S. Paulo sugeriu na sua 1ª Carta a Timóteo “guarda o bem que te foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como as contradições de pretensa ciência. Alguns, por segui-las, se transviaram da fé” (1 Tim 6, 20-21).
Diria mesmo, estamos ética e moralmente obrigados a além dos guardar, a defender e divulgar com paixão e convicção os valores da nossa fé e da nossa civilização fruto da mesma, aliás como defende e muitíssimo bem D. José Policarpo na sua Carta Pastoral de Maio de 2008.
JPR
«É certo que os valores que a Igreja defende não são apenas os valores religiosos, mas também os valores universais humanos, a que a vivência cristã acrescentará profundidade e radicalidade. Quando a Igreja se bate pela defesa desses valores, como, por exemplo, a dignidade inviolável da pessoa humana, a defesa da vida, desde o seu início até à morte natural, a defesa da estabilidade da família, a Igreja não o faz por serem valores estritamente religiosos, mas por serem valores universais humanos profundamente radicados nas tradições culturais da humanidade. Há um combate inevitável na defesa desses valores e esse combate a Igreja trava-o porque é um combate pelo futuro do homem»
(Excerto Carta Pastoral, n. 18 de 18/V/2008 à Diocese de Lisboa – D. José Policarpo)
Diria mesmo, estamos ética e moralmente obrigados a além dos guardar, a defender e divulgar com paixão e convicção os valores da nossa fé e da nossa civilização fruto da mesma, aliás como defende e muitíssimo bem D. José Policarpo na sua Carta Pastoral de Maio de 2008.
JPR
«É certo que os valores que a Igreja defende não são apenas os valores religiosos, mas também os valores universais humanos, a que a vivência cristã acrescentará profundidade e radicalidade. Quando a Igreja se bate pela defesa desses valores, como, por exemplo, a dignidade inviolável da pessoa humana, a defesa da vida, desde o seu início até à morte natural, a defesa da estabilidade da família, a Igreja não o faz por serem valores estritamente religiosos, mas por serem valores universais humanos profundamente radicados nas tradições culturais da humanidade. Há um combate inevitável na defesa desses valores e esse combate a Igreja trava-o porque é um combate pelo futuro do homem»
(Excerto Carta Pastoral, n. 18 de 18/V/2008 à Diocese de Lisboa – D. José Policarpo)
O INFERNO - Mons. Hugo de Azevedo
Quem não acredita no inferno não acredita no homem. Não acredita no homem como ser consciente e livre, pessoal, responsável. Capaz de escolher o seu destino. Não acredita em nada, afinal: assiste à existência, perplexo ou distraído. Não lhe vê sentido nenhum. Vive e movimenta-se como um galo sem cabeça, até cair dessangrado. Quem não acredita no inferno não acredita na dignidade humana, tal e tanta, que Deus a respeita escrupulosamente, até ao ponto de deixar perder-se um filho, depois de ter dado a vida do seu Unigénito por ele. Nenhuma pessoa nem sociedade manifesta maior respeito pela nossa liberdade, um respeito que chega a ser assustador, pela tremenda responsabilidade que nos confere, e à qual não podemos renunciar. E, se só de pensar na eterna separação de Deus nos afligimos, que será presenciar o inferno, como Nossa Senhora o mostrou aos três pastorinhos?
E por que o fez, senão para nos dar a todos, através deles, o sentido das realidades que estão em jogo na vida? «Viver é um negócio muito perigoso», diz sabiamente um personagem de Guimarães Rosa. Não faltaram hereges que, presumindo-se mais bondosos do que Deus, o contestaram a existência do inferno, ou a sua eternidade. De facto, «é horrendo cair nas mãos do Deus vivo» (Hebr 10, 31), exclamava o Apóstolo, assim como é maravilhoso «viver com Ele no amor» (Sab 3, 9). Embora devamos animar-nos com a esperança do Céu, é muito conveniente não esquecermos a horrível alternativa da perdição. Caso contrário, não entendemos a Encarnação, nem a Cruz, nem a instituição da Igreja, nem o valor dos Sacramentos, nem a necessidade da vigilância e da oração constantes, nem a luta ascética, nem a urgência do apostolado...
«As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: 'Entrai pela porta estreita...'» (Catecismo da Igreja Católica, 1036).
Quando perguntavam aos militares destinados ao Iraque se não sentiam medo, a resposta sensata era a que davam: «Não ter medo seria irracional!» E, se é irracional não temer a morte violenta, quanto mais sensato será temer a morte eterna! «Não temais os que podem matar o corpo... Temei antes aquele que pode lançar a alma e o corpo na Geena!» (Mt 10, 28)
Mas não diz o Apóstolo que quem teme não é perfeito na caridade? (I Jo 4, 18) Temer o inferno não é temer Deus; é justamente o contrário: temer a separação d’Ele. Quanto a Ele não cabe o temor, mas só o amor. Nem sequer havemos de recear a nossa fragilidade, pois Ele bem sabe «de que barro somos feitos» (S 102, 14). O inferno não se destina aos pecadores, que todos somos; destina-se aos soberbos. Assim como o Céu não se destina aos «perfeitos», que nenhum de nós é; destina-se aos humildes, aos que amam a Deus e se arrependem... até do bem que fazem, por ser tão pouco!
A soberba é o caminho do inferno. Aquele que não se habituou a pedir desculpa, tanto a Deus como ao próximo; aquele que «tem sempre razão», que só erra «por culpa dos outros», que não encontra nada de que se arrepender, e foi sempre «perfeito» no seu comportamento, modelo e padrão da restante gente... esse está a caminho de se perder eternamente.
Por isso havemos de animar todos os cristãos ao Sacramento da Penitência. Quem frequenta a Confissão, está preparado para entrar na glória divina, ainda que a morte o colha de surpresa, porque nesse instante decisivo seguirá facilmente o exemplo do bom ladrão, e Deus o receberá com alegria. Rezemos, porém, pelos que perderam o costume de se confessarem: nem imaginam em que perigo estão! «Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores», pedia com tristeza, em Agosto de 1917, Nossa Senhora aos três meninos de Fátima, «que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique por elas!»
Muitos problemas pastorais preocupam a Igreja, mas este é o decisivo. E o espírito de penitência, a solução.
Hugo de Azevedo
(Fonte: Edições LICEL AQUI)
E por que o fez, senão para nos dar a todos, através deles, o sentido das realidades que estão em jogo na vida? «Viver é um negócio muito perigoso», diz sabiamente um personagem de Guimarães Rosa. Não faltaram hereges que, presumindo-se mais bondosos do que Deus, o contestaram a existência do inferno, ou a sua eternidade. De facto, «é horrendo cair nas mãos do Deus vivo» (Hebr 10, 31), exclamava o Apóstolo, assim como é maravilhoso «viver com Ele no amor» (Sab 3, 9). Embora devamos animar-nos com a esperança do Céu, é muito conveniente não esquecermos a horrível alternativa da perdição. Caso contrário, não entendemos a Encarnação, nem a Cruz, nem a instituição da Igreja, nem o valor dos Sacramentos, nem a necessidade da vigilância e da oração constantes, nem a luta ascética, nem a urgência do apostolado...
«As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: 'Entrai pela porta estreita...'» (Catecismo da Igreja Católica, 1036).
Quando perguntavam aos militares destinados ao Iraque se não sentiam medo, a resposta sensata era a que davam: «Não ter medo seria irracional!» E, se é irracional não temer a morte violenta, quanto mais sensato será temer a morte eterna! «Não temais os que podem matar o corpo... Temei antes aquele que pode lançar a alma e o corpo na Geena!» (Mt 10, 28)
Mas não diz o Apóstolo que quem teme não é perfeito na caridade? (I Jo 4, 18) Temer o inferno não é temer Deus; é justamente o contrário: temer a separação d’Ele. Quanto a Ele não cabe o temor, mas só o amor. Nem sequer havemos de recear a nossa fragilidade, pois Ele bem sabe «de que barro somos feitos» (S 102, 14). O inferno não se destina aos pecadores, que todos somos; destina-se aos soberbos. Assim como o Céu não se destina aos «perfeitos», que nenhum de nós é; destina-se aos humildes, aos que amam a Deus e se arrependem... até do bem que fazem, por ser tão pouco!
A soberba é o caminho do inferno. Aquele que não se habituou a pedir desculpa, tanto a Deus como ao próximo; aquele que «tem sempre razão», que só erra «por culpa dos outros», que não encontra nada de que se arrepender, e foi sempre «perfeito» no seu comportamento, modelo e padrão da restante gente... esse está a caminho de se perder eternamente.
Por isso havemos de animar todos os cristãos ao Sacramento da Penitência. Quem frequenta a Confissão, está preparado para entrar na glória divina, ainda que a morte o colha de surpresa, porque nesse instante decisivo seguirá facilmente o exemplo do bom ladrão, e Deus o receberá com alegria. Rezemos, porém, pelos que perderam o costume de se confessarem: nem imaginam em que perigo estão! «Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores», pedia com tristeza, em Agosto de 1917, Nossa Senhora aos três meninos de Fátima, «que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique por elas!»
Muitos problemas pastorais preocupam a Igreja, mas este é o decisivo. E o espírito de penitência, a solução.
Hugo de Azevedo
(Fonte: Edições LICEL AQUI)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931
Anota: “A nossa vontade, com a graça, é omnipotente diante de Deus. – Assim, à vista de tantas ofensas ao Senhor, se dissermos a Jesus, com vontade eficaz, indo no «eléctrico» por exemplo: “Meu Deus, queria fazer tantos actos de amor e desagravo quantas as voltas de cada roda deste carro”, naquele mesmo instante, diante de Jesus, tê-Lo-emos realmente amado e desagravado conforme o nosso desejo.
Esta «ingenuidade» não está fora da infância espiritual; é o eterno diálogo entre a criança inocente e o pai, doido por seu filho:
Quanto me queres? Diz lá! – E o miudito diz, marcando as sílabas: mui-tos mi-lhões!
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Esta «ingenuidade» não está fora da infância espiritual; é o eterno diálogo entre a criança inocente e o pai, doido por seu filho:
Quanto me queres? Diz lá! – E o miudito diz, marcando as sílabas: mui-tos mi-lhões!
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Nossa Senhora do Loreto
O título Nossa Senhora de Loreto tem como referencial a casa de Nazaré, onde viveu a Santíssima Virgem. Por um misterioso prodígio esta casa atravessou oceanos até fixar-se na Itália, em um bosque de loureiros, próximo à vila de Recanati. Uma explicação plausível seria a seguinte: a fim de poupar a Santa Casa de Nazaré de invasões, onde templos e monumentos eram violados e destruídos, o Senhor ordenou a seus anjos que a transportassem pelos ares à cidade de Tersatz, na Dalmácia, em 10 de Maio de 1291 e daí para um bosque de loureiros, em Loreto, na Itália, em 10 de Dezembro de 1294.
Ainda hoje o santuário de Loreto, onde a "santa casa" é conservada e venerada, é local de concorridas peregrinações.
É padroeira dos aviadores.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Ainda hoje o santuário de Loreto, onde a "santa casa" é conservada e venerada, é local de concorridas peregrinações.
É padroeira dos aviadores.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
«PEGA NO TEU CATRE E ANDA» por Joaquim Mexia Alves
Evangelho segundo S. Marcos 2, 1-12.
Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaúm e se soube que estava em casa,
Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»
No Domingo passado foi-nos dado ler e meditar nesta passagem tão conhecida do Evangelho de São Marcos, que nos é referida também em São Mateus (Mt 9, 1-8), em São Lucas (Lc 5, 17-26) e, de uma forma diferente, em São João (Jo 5, 1-18).
Procurando algo mais do que tudo aquilo que eu já tinha reflectido e meditado nesta passagem, (porque a Palavra de Deus é viva e sempre nova), detive-me no pormenor do “catre”, e no facto de Jesus dizer àquele homem para levar o “catre” consigo.
Em Marcos três vezes é feita menção à ordem de Jesus «pega no teu catre e anda», em Mateus apenas uma vez, em Lucas duas vezes e em João nada menos do que cinco vezes.
Fiquei a meditar no que queria dizer para mim, para a minha vida, este pormenor tantas vezes repetido nestes Evangelhos?
O “catre” significou então para mim, não só os pecados daquele homem, mas também aquilo que o prendia e não o deixava andar, falando espiritualmente, claro.
O “catre” era assim também o passado daquele homem, um passado de pecado e paralisia que não o deixava ser verdadeiramente livre.
Porquê então a necessidade de, depois de curado, levar consigo o “catre” e “andar”?
Deus não quer apagar o nosso passado, nem nós devemos querer apagar o nosso passado, ou tentar fazer que ele deixe de existir.
O nosso passado, com o que teve de bom, mas também com o que teve de mau, faz parte de nós e não o podemos apagar, porque a nossa vida seria então incompleta.
O nosso passado deve então ser vivido como um ensinamento permanente daquilo que fizemos bem e tudo aquilo que devemos evitar porque fizemos mal.
Pela graça de Deus, «os teus pecados estão perdoados», o nosso passado está perdoado, mas não deixa de fazer parte da nossa vida, apenas que, pelo perdão de Deus, já não nos magoa, já nem sequer nos deve envergonhar, mas apenas ser uma memória que nos ensina o que evitar para não voltar a pecar.
Sei, por experiência própria, o que é viver isto mesmo que agora aqui reflicto.
Com efeito, nos muitos anos em que andei afastado de Deus, da Fé, da Igreja, também “ganhei” um “catre”, um pesado “catre”, que não me deixava ser livre, que não me deixava caminhar na vida ao encontro de Deus, o Único que nos dá a vida completa, a «vida em abundância», e que nos faz inteiramente livres.
Durante algum tempo foi muito difícil carregar o “catre”, porque ele pesava muito, e por isso eu queria deixá-lo, queria apagá-lo da minha vida.
E pedi muito a Deus que me ajudasse a esquecê-lo, que me ajudasse a libertar dele, para que me sentisse livre para caminhar.
Até que um dia, em adoração e suplicando mais uma vez a graça de me ver livre do meu “catre”, percebi intimamente, por graça de Deus, que eu só poderia ser livre quando aceitasse o meu “catre” com tudo aquilo que ele tinha de mau, mas aceitando-o com a certeza de que ele já não me poderia pesar, pois Deus no Seu perdão, o tinha aliviado desse peso do pecado.
Mas mais do que isso, teria de o carregar, já não como um peso, mas como um ensinamento de tudo o que deveria evitar na minha vida, para não mais paralisar a minha caminhada.
E mais ainda, que esse “catre” deveria servir também para eu dar testemunho a outros, de como o perdão de Deus é infinito, como o encontro pessoal com Ele muda as nossas vidas, e como não há nada que Deus não perdoe, perante o nosso sincero arrependimento.
Percebi então como era importante aquele homem, nós homens, transportarmos os nossos “catres”: nós somos um todo com o nosso passado, com o nosso presente, com o nosso futuro.
Mesmo quando no passado, por qualquer razão nos afastámos de Deus, Ele não deixou de nos amar, de estar connosco, e até de carregar o nosso “catre” connosco.
Perdoados os pecados, ficamos curados da paralisia espiritual e podemos então caminhar livres, com tudo aquilo que fomos e somos, pois o “catre” já não nos pesa, pela graça do perdão de Deus.
Marinha Grande, 22 de Fevereiro de 2012
Joaquim Mexia Alves AQUI
Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaúm e se soube que estava em casa,
Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»
No Domingo passado foi-nos dado ler e meditar nesta passagem tão conhecida do Evangelho de São Marcos, que nos é referida também em São Mateus (Mt 9, 1-8), em São Lucas (Lc 5, 17-26) e, de uma forma diferente, em São João (Jo 5, 1-18).
Procurando algo mais do que tudo aquilo que eu já tinha reflectido e meditado nesta passagem, (porque a Palavra de Deus é viva e sempre nova), detive-me no pormenor do “catre”, e no facto de Jesus dizer àquele homem para levar o “catre” consigo.
Em Marcos três vezes é feita menção à ordem de Jesus «pega no teu catre e anda», em Mateus apenas uma vez, em Lucas duas vezes e em João nada menos do que cinco vezes.
Fiquei a meditar no que queria dizer para mim, para a minha vida, este pormenor tantas vezes repetido nestes Evangelhos?
O “catre” significou então para mim, não só os pecados daquele homem, mas também aquilo que o prendia e não o deixava andar, falando espiritualmente, claro.
O “catre” era assim também o passado daquele homem, um passado de pecado e paralisia que não o deixava ser verdadeiramente livre.
Porquê então a necessidade de, depois de curado, levar consigo o “catre” e “andar”?
Deus não quer apagar o nosso passado, nem nós devemos querer apagar o nosso passado, ou tentar fazer que ele deixe de existir.
O nosso passado, com o que teve de bom, mas também com o que teve de mau, faz parte de nós e não o podemos apagar, porque a nossa vida seria então incompleta.
O nosso passado deve então ser vivido como um ensinamento permanente daquilo que fizemos bem e tudo aquilo que devemos evitar porque fizemos mal.
Pela graça de Deus, «os teus pecados estão perdoados», o nosso passado está perdoado, mas não deixa de fazer parte da nossa vida, apenas que, pelo perdão de Deus, já não nos magoa, já nem sequer nos deve envergonhar, mas apenas ser uma memória que nos ensina o que evitar para não voltar a pecar.
Sei, por experiência própria, o que é viver isto mesmo que agora aqui reflicto.
Com efeito, nos muitos anos em que andei afastado de Deus, da Fé, da Igreja, também “ganhei” um “catre”, um pesado “catre”, que não me deixava ser livre, que não me deixava caminhar na vida ao encontro de Deus, o Único que nos dá a vida completa, a «vida em abundância», e que nos faz inteiramente livres.
Durante algum tempo foi muito difícil carregar o “catre”, porque ele pesava muito, e por isso eu queria deixá-lo, queria apagá-lo da minha vida.
E pedi muito a Deus que me ajudasse a esquecê-lo, que me ajudasse a libertar dele, para que me sentisse livre para caminhar.
Até que um dia, em adoração e suplicando mais uma vez a graça de me ver livre do meu “catre”, percebi intimamente, por graça de Deus, que eu só poderia ser livre quando aceitasse o meu “catre” com tudo aquilo que ele tinha de mau, mas aceitando-o com a certeza de que ele já não me poderia pesar, pois Deus no Seu perdão, o tinha aliviado desse peso do pecado.
Mas mais do que isso, teria de o carregar, já não como um peso, mas como um ensinamento de tudo o que deveria evitar na minha vida, para não mais paralisar a minha caminhada.
E mais ainda, que esse “catre” deveria servir também para eu dar testemunho a outros, de como o perdão de Deus é infinito, como o encontro pessoal com Ele muda as nossas vidas, e como não há nada que Deus não perdoe, perante o nosso sincero arrependimento.
Percebi então como era importante aquele homem, nós homens, transportarmos os nossos “catres”: nós somos um todo com o nosso passado, com o nosso presente, com o nosso futuro.
Mesmo quando no passado, por qualquer razão nos afastámos de Deus, Ele não deixou de nos amar, de estar connosco, e até de carregar o nosso “catre” connosco.
Perdoados os pecados, ficamos curados da paralisia espiritual e podemos então caminhar livres, com tudo aquilo que fomos e somos, pois o “catre” já não nos pesa, pela graça do perdão de Deus.
Marinha Grande, 22 de Fevereiro de 2012
Joaquim Mexia Alves AQUI
«Hoje vimos maravilhas»
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias III, 20,2-21,1
Contra as heresias III, 20,2-21,1
O Verbo, a Palavra de Deus, veio habitar no homem, tornou-Se «Filho do homem» para habituar o homem a receber Deus e habituar Deus a habitar no homem, como aprouve ao Pai. Portanto, o sinal da nossa salvação, o Emanuel nascido da Virgem, foi dado pelo próprio Senhor (Is 7,14). Na verdade, é o próprio Senhor que salva os homens, já que eles não se podem salvar a si próprios. [...] O profeta Isaías disse: «Fortalecei as mãos débeis, robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos que têm o coração indeciso: 'Tomai ânimo, não temais!' Eis o vosso Deus, que vem para vos vingar. Deus vem em pessoa retribuir-vos e salvar-vos» (35,3-4). Pois somente com a ajuda de Deus, e não por nós próprios, podemos ser salvos.
Eis outro texto onde Isaías profetizou que Aquele que nos iria salvar não era meramente um homem, ou um ser incorpóreo, como os anjos: «Não foi um mensageiro nem um enviado que os redimiu, mas foi Ele em pessoa. Com o Seu amor e ternura livrou-os do perigo, sustentou-os e amparou-os constantemente nos tempos antigos» (63,9). Mas este Salvador, o Verbo, também seria verdadeiramente um homem visível: «Contempla Sião, os teus olhos verão Jerusalém» (cf 33,20). [...] Outro profeta disse: «Uma vez mais, terá compaixão de nós, apagará as nossas iniquidades e lançará os nossos pecados ao fundo do mar» (Mq 7,19). [...] O Filho de Deus, que também é Deus, virá da terra de Judá, em Belém (Mq 5,1), para espalhar o Seu louvor por toda a terra. [...] Por isso, Deus fez-Se homem e o próprio Senhor salvou-nos, dando-nos o sinal da Virgem.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 10 de dezembro de 2012
Um dia, enquanto ensinava, estavam ali sentados fariseus e doutores da lei vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e o poder do Senhor levava-O a fazer curas. E eis que uns homens, levando sobre um leito um homem que estava paralítico, procuravam introduzi-lo dentro da casa e pô-lo diante d'Ele. Porém, não encontrando por onde o introduzir por causa da multidão, subiram ao telhado e, levantando as telhas, desceram-no com o leito no meio de todos, diante de Jesus. Vendo a fé deles, Jesus disse: «Homem, são-te perdoados os teus pecados». Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer: «Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?». Jesus, conhecendo os seus pensamentos, respondeu-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações? Que coisa é mais fácil dizer: “São-te perdoados os pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha”? Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar pecados, Eu te ordeno - disse Ele ao paralítico - levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». Levantando-se logo em presença deles, tomou o leito em que jazia e foi para a sua casa, glorificando a Deus. Ficaram todos estupefactos e glorificavam a Deus. Possuídos de temor, diziam: «Hoje vimos coisas maravilhosas».
Lc 5, 17-26
Lc 5, 17-26
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