Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Amar a Cristo...

Querido Jesus, hoje concentrámo-nos principalmente no Teu amadíssimo Filho Karol Woytila beatificado há dois anos, desculpamo-nos se secundarizámos o Amor Filial e sobrenatural neste início de mês que é dedicado a Nossa Senhora e que nutrimos por Ela e por Ti que sois Deus na unidade com o Pai e o Espírito Santo, mas como pecadores que somos, nem sempre conseguimos perspectivar e ordenar da maneira mais correcta os nossos afectos. Amamos-Te muitíssimo e rogamos-Te que envies um beijo especial à nossa mãe já falecida há quarenta e três anos.

Bem-haja por seres o nosso porto de abrigo protegido por essa maravilhosa "muralha" que é a Virgem Maria!

JPR

"Sociedade que não oferece trabalho ou explora os trabalhadores é injusta"

“A sociedade não é justa se não oferece a todos um trabalho ou explora os trabalhadores”. Foi o que afirmou o Papa Francisco na manhã deste dia 1 de maio, na missa celebrada na Capela da Casa Santa Marta, por ocasião da Festa de São José Operário. Estavam presentes alguns menores e jovens mães, hóspedes do Centro de Solidariedade “Il Ponte", criado em Civitavecchia em 1979, acompanhados pelo Presidente da associação, Padre Egidio Smacchia.

No Evangelho proposto pela Liturgia, Jesus é chamado ‘filho do carpinteiro’. José era um trabalhador e Jesus aprendeu a trabalhar com ele. Na primeira leitura lê-se que Deus trabalha para criar o mundo. Este “ícone de Deus trabalhador – afirma o Papa – nos diz que o trabalho é algo que vai além de simplesmente ganhar o pão”:

“O trabalho dá-nos dignidade. Quem trabalha é digno, tem uma dignidade especial, uma dignidade de pessoa: o homem e a mulher que trabalham são dignos. Ao invés disto, aqueles que não trabalham não têm esta dignidade. Mas muitos são aqueles que querem trabalhar e não podem. Isto é um peso na nossa consciência, porque quando a sociedade é organizada desta maneira, onde nem todos têm a possibilidade de trabalhar, de serem elevados pela dignidade do trabalho, esta sociedade não está bem, não é justa. Vai contra o próprio Deus, que quis que a nossa dignidade começasse daqui”.

“A dignidade – prosseguiu o Papa – não é o poder, o dinheiro, a cultura que nos dá. Não! .... A dignidade nos dá o trabalho!” e um trabalho digno, porque hoje muitos “sistemas sociais, políticos e económicos fizeram uma escolha que significa explorar a pessoa”:

“Não pagar aquilo que é justo, não dar trabalho, porque somente se olha aos balanços, aos balanços da empresa; somente se olha para o quanto eu posso aproveitar. Isto vai contra Deus. Quantas vezes – tantas vezes -, lemos isto no ‘L’Osservatore Romano’…. Uma manchete que me tocou muito, o dia da tragédia de Bangladesh, ‘Viver com 38 euros ao mês’: este era o pagamento destas pessoas que morreram....E isto se chama ‘trabalho escravo!’. E hoje no mundo existe esta escravidão que se faz com o que Deus deu ao homem de mais belo: a capacidade de criar, de trabalhar, de construir com isto a própria dignidade. Quantos irmãos e irmãs no mundo estão nesta situação por culpa destes comportamentos económicos  sociais, políticos e assim por diante...”

O Papa cita um rabino da Idade Média que contava à sua comunidade hebraica sobre os acontecimentos da Torre de Babel: naquele tempo, os tijolos eram muito importantes:

“Quando um tijolo, por algum erro caía, era um grande problema, um escândalo: ‘Mas veja o que fez!’. Mas se um daqueles que construía a torre caía: ‘Requiescat in pace!’ e deixavam-no ali na maior tranquilidade.....Era mais importante o tijolo que a pessoa. Isto contava aquele rabino medieval e isto acontece hoje. As pessoas são menos importantes que as coisas que dão vantagens àqueles que tem o poder políticos, social, económico  A que ponto chegamos? Ao ponto que não estamos conscientes desta dignidade da pessoa; esta dignidade do trabalho. Mas hoje a figura de São José, de Jesus, de Deus, que trabalham – este é o nosso modelo – nos ensinam o caminho para andar em direção à dignidade”.

Rádio Vaticano

Vídeo da ocasião em italiano

"Guardava todas estas coisas no seu coração"

Hoje dia 1 de Maio a Igreja celebra a memória de S. José Trabalhador. Uma Praça de São Pedro repleta de dezenas de milhares de fieis acolheu calorosamente o Papa Francisco para a audiência geral desta quarta-feira:

"Queridos irmãos e irmãs,

hoje dia Primeiro de Maio celebramos a festa de São José Operário, e iniciamos o mês tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora. Neste nosso encontro gostaria de vos falar sobre estas duas figuras assim tão importantes na vida de Jesus, da Igreja e da nossa vida com dois breves pensamentos: o primeiro sobre o trabalho e o segundo sobre a contemplação de Jesus."

A figura de São José remete-nos à dignidade e importância do trabalho, pois foi com o seu pai adotivo que Jesus aprendeu a trabalhar.

"Jesus nasce e vive numa família, na Santa Família, aprendendo de São José a profissão de carpinteiro, na oficina de Nazaré, partilhando com ele o empenho, o trabalho, a satisfação e também as dificuldades de todos os dias. Isto chama-nos a atenção para a dignidade e a importância do trabalho."

De facto, o trabalho enche o homem de dignidade e, em certo sentido, o assemelha a Deus que, como se lê na Bíblia, “trabalha sempre” (cf. Jo 5,17). Isso leva-nos a pensar em tantas pessoas que se encontram desempregadas, muitas vezes por causa de uma concepção económica que busca somente o lucro egoísta.

"...penso em todos aqueles, que não são só jovens, que estão desempregados, muitas vezes devido a uma concepção economicista da sociedade, que procura o proveito egoísta, não respeitando os parâmetros da justiça social:"

E de seguida dirigiu-se aos muitos jovens presentes na praça:

"Gostaria de dirigir-me em particular a vós jovens: empenhai-vos no vosso dever quotidiano, no estudo, no trabalho, nas relações de amizade, na ajuda aos outros; o vosso futuro depende também da como saibais viver estes preciosos anos de vida. Não tenhais medo do empenhamento, do sacrifício e não olhais com medo para o futuro; mantenham viva a esperança: há sempre uma luz no horizonte."

Também São José teve de enfrentar momentos difíceis, saindo vencedor pela confiança em Deus que nunca nos abandona. Ao lado de São José, Nossa Senhora acompanhava com carinho e ternura o crescimento do Filho de Deus feito homem. Desta forma, o Papa Francisco entrou no seu segundo pensamento desta catequese ao referir que São José e Nossa Senhora tinham um centro comum de atenções que era Jesus. No Evangelho de Lucas podemos ler duas vezes na atitude de Maria e também de José onde se lê: "Guardava todas estas coisas no seu coração". Para escutar o Senhor é preciso aprender a contemplá-lo, a perceber a sua presença constante na nossa vida. É preciso parar para dialogar com Ele; é preciso rezar:

"Recordemo-nos mais do Senhor no nosso dia-a-dia. Durante este mês de maio gostaria de chamar a atenção para a atenção para a importância e a beleza da oração do Santo Rosário. Recitando a Ave Maria somos conduzidos a contemplar os mistérios de Jesus, a refletir sobre os momentos centrais da sua vida, para que, como para Maria e José, Ele seja o centro dos nossos pensamentos, das nossas atenções e das nossas acções."

O Santo Padre convidou todos a aproveitarem o mês de maio para reforçarem a consciência da importância da oração do terço, que permite aprender de Nossa Senhora a contemplar os mistérios da vida de Jesus, percebendo sempre mais a Sua presença junto de nós.

Finalmente, o Santo Padre saudou os peregrinos presentes nas diferentes línguas. Eis a saudação aos peregrinos de língua portuguesa:

"Dirijo uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente aos grupos de brasileiros presentes nesta Audiência. Neste mês mariano, com a ajuda de Nossa Senhora e São José, buscai contemplar mais intensamente a face do Senhor Jesus para que Ele seja o centro dos vossos pensamentos, das vossas ações, da vossa vida."

Rádio Vaticano

Vídeo da ocasião em italiano

Imitação de Cristo, 4 , 17, 2 - Do ardente amor e veemente desejo de receber a Cristo - Voz do discípulo

E ainda que seja indigno de todos esses sentimentos de devoção, ofereço-vos, todavia, o afeto do meu coração, como se eu só tivera todos aqueles gratíssimos e inflamados desejos. Mas tudo quanto pode conceber e desejar um coração piedoso, eu vo-lo dou e ofereço com profunda reverência e íntimo fervor. Nada quero reservar para mim, mas a mim, e tudo que é meu quero sacrificar-vos espontaneamente, de boa vontade, Senhor, Deus meu, Criador e Redentor meu! desejo receber-vos hoje com tal afeto e reverência, com tal louvor e honra, com tal agradecimento, dignidade e pureza, com tal fé, esperança e amor, como vos desejou e recebeu vossa Mãe Santíssima, a gloriosa Virgem Maria, quando, ao anjo que lhe anunciou o mistério da encarnação, humilde e devotamente respondeu: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra! (Lc 1,38).

São José Operário

Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de São José, que trabalhou a vida toda para ver Cristo dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, lutando para obter o respeito pelos seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o Papa Pio XII a instituir a festa de "São José Operário", em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalhador.

Afinal de contas, esta é uma forma de a Igreja comemorar aquele fatídico dia primeiro de Maio, em Chicago, em que operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e com o desrespeito que os patrões demonstravam em relação a qualquer direito humano. Eram trezentos e quarenta os que estavam em greve e a polícia, sempre a serviço dos patrões, massacrou-os sem piedade. Mais de cinquenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados no confronto desigual. Foi em homenagem a eles que se consagrou este dia.

São José é o modelo ideal do operário. Sustentou a sua família durante toda a vida com o trabalho artesanal, cumpriu sempre os seus deveres para com a comunidade, ensinou ao filho a profissão de carpinteiro e, desta maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e que o seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.

Proclamando São José como protector dos trabalhadores, a Igreja demonstra estar ao lado deles, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos homens, aquele que aceitou ser o pai adoptivo do Deus feito homem, mesmo pressentindo o que poderia acontecer à sua família. Em vida, São José lutou pelos direitos da vida humana e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e o seu direito a uma vida digna.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Helene Fischer - Ave Maria (Franz Schubert )

Maio

Começa o mês de Maio e, com ele, o teu mês, minha Mãe do Céu. Vou, durante este mês, fazer um esforço de vontade sério para estar mais próximo de ti, rezar-te com mais devoção, lembrar-me mais amiúde da tua figura como Mãe extremosa.

Quero pôr ao teu serviço os meus dias, fazer o que tenho a fazer com os olhos postos em ti, já que, tu, tens os teus postos no Teu Divino Filho, meu modelo e fim.
Que eu seja - pelo menos um pouco – como Ele foi, durante a Sua vida na terra, cuidando de ti com redobrado amor e entranhada devoção, que faça tudo para te agradar e mimar, deixando nas tuas mãos a tarefa de me guiares por um caminho seguro que conduza a Ele.

Iter para tutum: tu sabes o caminho, tu conheces a rota, o rumo, a direcção que me convém seguir para alcançar a promessa do Senhor: A Vida Eterna!

Nos teus braços descanso o meu corpo algo cansado de um vaivém constante de emoções, delírios, preocupações, medos e desejos. Revejo-me nos teus olhos doces e asseguro-me que me tens bem preso pela mão e que não deixarás que me afaste. Minha querida Mãe do Céu, acolho-me à tua protecção maternal, à segurança da tua figura incomparável de Mãe.

Sinto esta urgência de te dizer que te amo, que te venero, que quero amar-te com todas as forças do meu coração; que me sinto agradecido por todas as graças – as que sei e as que desconheço – que por teu intermédio têm recheado a minha vida; que não encontro palavras para descrever o carinho e ternura que por ti, Mãe, sinto; que confio plena e totalmente em ti como refúgio, auxílio, e refrigério; que me quero entregar – como João Paulo II – de uma forma completa, inteira, a ti, minha Mãe, meu Amor, minha garantia de salvação.

Salve Rainha do meu coração, luz dos meus olhos, doce amor da minha vida inteira.

Salve Senhora da minha predilecção, a primeira de todas as mulheres.

Salve Mãe extremosa que nunca me abandonas.

Salve Guardiã do meu coração que desejo guardar intacto e inteiro para o Teu Filho Jesus.

Salve meu refúgio e protecção nos momentos difíceis em que as dificuldades se avolumam e os problemas parecem não ter solução.

Salve Nobre Padroeira do meu País que adoece e definha às mãos dos que promovem leis iníquas.

Salve Nossa Senhora do Rosário de Fátima para onde concorrem tantos milhares de portugueses em busca de auxílio, protecção e alívio.


(AMA, meditação, 2010.05.01)

«É no silêncio do coração que Deus fala»

Bem-Aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionários da Caridade

No Greater Love



Terás dificuldade em rezar se não souberes como. Temos de nos ajudar a rezar: em primeiro lugar, recorrendo ao silêncio, porque não podemos pôr-nos na presença de Deus se não praticarmos o silêncio, tanto interior como exterior. Não é fácil fazer silêncio dentro de nós, mas é um esforço indispensável. Só no silêncio encontraremos novas forças e a verdadeira unidade. A força de Deus tornar-se-á a nossa, para realizarmos todas as coisas como devemos; o mesmo acontecerá com a unidade dos nossos pensamentos aos Seus pensamentos, a unidade das nossas orações às Suas orações, a unidade das nossas acções às Suas acções, da nossa vida à Sua vida. A unidade é o fruto da oração, da humildade, do amor.

É no silêncio do coração que Deus fala; se te colocares perante Deus em silêncio e em oração, Deus falar-te-á. Então saberás que não és nada. Só quando conheceres o teu nada, a tua vacuidade, é que Deus poderá preencher-te Consigo. As almas dos grandes orantes são almas de grande silêncio.

O silêncio faz-nos ver cada coisa de modo diferente. Necessitamos do silêncio para tocar as almas dos outros. O essencial não é o que dizemos, mas o que Deus diz - aquilo que nos diz, e o que diz através de nós. No silêncio, Ele ouvir-nos-á; no silêncio, falará à nossa alma, e ouviremos a Sua voz.

Comunicar as próprias convicções - III

Ensaio de Ángel Rodríguez Luño – publicação subdividida em V partes


Ética e política

Nas questões éticas, a consciência abre-se à verdade, que tem um evidente poder normativo sobre as próprias decisões; está em jogo a relação da consciência pessoal com a concepção que se tem do bem humano, às vezes relacionado com princípios religiosos; por sua vez, o âmbito jurídico e político refere-se às relações entre pessoas ou entre pessoas e instituições, que – enquanto reguladas pelas leis – estão submetidas ao poder coactivo que o Estado e os seus representantes podem usar legitimamente.

Estes dois âmbitos – ético e político – estão muito relacionados, e muitas vezes têm um desenvolvimento paralelo. O homicídio intencional, por exemplo, tem ao mesmo tempo uma grave culpa moral e um crime que o Estado tem o dever de perseguir e punir. Mas ainda neste caso, os dois âmbitos apresentam diferenças significativas. Basta pensar, por exemplo, no perdão. Uma coisa é o perdão da culpa moral e outra, bem diferente, o perdão do crime: é desejável que os parentes da vítima de um homicídio perdoem cristãmente ao culpado, mas não seria admissível que o Estado seguisse sistematicamente uma política de impunidade do homicídio intencional. Afirmar o contrário seria um abuso ideológico ou uma grave ofensa contra o bem comum.

Neste tipo de diferença torna-se necessário distinguir o plano ético do plano político no que se refere aos princípios morais do Evangelho. Para evitar más interpretações, há que oferecer um fundamento ético às mensagens de tipo moral, explicitando que tal verdade não pretende impor-se mediante o uso do poder político de coação; isto é compatível com a existência, noutro tipo de verdades éticas, de uma dimensão ético-política ou ético-jurídica. Nestes casos, deverá ser oferecida, além disso, uma justificação política ou jurídica, ou seja, deverá ser demonstrado não somente que o comportamento em questão é moralmente equivocado, mas também que existem razões específicas pelas quais o Estado a tem que proibir e punir. Razões que não são idênticas às razões éticas, porque não é missão do Estado perseguir a culpa moral, mas promover e tutelar o bem comum, prevenindo e punindo aquelas condutas que o lesionam (que prejudicam a segurança pública, a liberdade e os direitos dos outros, as instituições de interesse social como a família, etc.).

(Fonte: site Opus Dei - Portugal)

Verdade e bem

O papa João Paulo II insistiu diversas vezes na validade desta advertência de Pio XII: "O grande pecado do mundo contemporâneo é ter perdido a noção de pecado". Com efeito, parece que o sentido da liberdade, tão aguçado no homem contemporâneo, o compele a conhecer e a experimentar tudo indiscriminadamente. À luz disso, que se poderia comentar sobre este pensamento de Simone Weil: "Só fazemos a experiência do bem quando o praticamos. Quando fazemos o mal, não o conhecemos, porque o mal detesta a luz"?

Penso que essa palavra de Simone Weil é fundamental. O bem e a verdade são inseparáveis entre si. É um facto que só fazemos o bem quando estamos em harmonia com a lógica interna da realidade e do nosso próprio ser. Agimos bem quando o sentido da nossa ação é congruente com o sentido do nosso ser, isto é, quando encontramos a verdade e a realizamos. Em consequência, fazer o bem conduz necessariamente ao conhecimento da verdade. Quem não faz o bem, cega-se também para a verdade.

Inversamente, o mal é gerado pelo enfrentamento do meu eu com a exigência do ser, da realidade; isto é, pelo abandono da verdade. É por isso que fazer o mal não conduz ao conhecimento, mas à ofuscação. Já não posso - nem quero - ver o que é mau; o sentido do bem e do mal fica embotado. Por isso o Senhor diz que o Espírito Santo admoestará o mundo quanto ao pecado (Jo 16, 8): na sua qualidade de Espírito de Deus, deixa claro o que é o pecado; somente Ele, que é todo luz, pode reconhecer o que o pecado significa e conduzir assim os homens à verdade. Falando disto mesmo, São Paulo diz: O homem espiritual - aquele que vive no Espírito Santo - tudo compreende (1 Cor 2, 15). A comunhão com o bem, com o Espírito Santo, é a mais profunda de todas as experiências possíveis e, em consequência, proporciona-nos a pauta para uma compreensão que chega ao núcleo da realidade.

(Cardeal Joseph Ratzinger em Entrevista a Jaime Antúnez Aldunate, na revista ‘Humanitas’, Santiago de Chile, 2005)

Brevíssima reflexão sobre o Evangelho de hoje...

Tudo façamos para permanecer no Senhor correspondendo assim ao Seu pedido feito no Evangelho de hoje (Jo 15, 1-8). Ainda que pequenino, procuremos ser um raminho da Sua videira para lhe doarmos todos os frutos que nele nascerem.

Senhor ajuda-nos a ser fieis e a amar hoje e sempre o Pai, a Ti e o Espírito Santo que sois um só na Santíssima Trindade.

«Quem permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto»

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e doutor da Igreja 
Comentário sobre o Evangelho de João, 10,2

O Senhor diz [...] que Ele próprio é a videira, a fim de nos ensinar a unirmo-nos ao Seu amor e mostrar a quantidade de graças que recebemos por estarmos unidos a Ele. Compara a ramos aqueles que estão unidos a Ele, presos e fixos n'Ele de alguma forma, afirmando que são já «participantes da natureza divina» (2 Pe 1,4) pelo facto de terem recebido o Espírito Santo. Porque o que nos une a Cristo Salvador é o Espírito Santo. [...]  

Com efeito, recebemos o novo nascimento d'Ele e n'Ele, no Espírito, a fim de dar frutos de vida; não da vida anterior e ultrapassada, mas da vida renovada pela fé e pelo amor a Ele. Permaneçamos neste estado, enxertados em certa medida em Cristo, unidos custe o que custar ao mandamento sagrado que nos foi dado. Esforcemo-nos por conservar os benefícios desta nobreza, ou seja, por não deixar de modo algum «ofender o Espírito Santo» (Ef 4,30) que fez de nós Sua morada, e através de Quem sabemos que Deus permanece em nós. [...]

Assim como a cepa da vinha fornece e distribui aos ramos a sua qualidade natural e que lhe é própria, assim o Verbo, Filho Único de Deus Pai, introduz nos santos um [...] parentesco com a Sua natureza dando-lhes o Espírito, sobretudo aos que estão unidos a Ele pela fé e pela santidade perfeita. Ele alimenta-os e faz crescer o seu fervor; e desenvolve neles a capacidade para as virtudes e para a bondade total.

O Evangelho do dia 1 de maio de 2013

«Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que não dá fruto em Mim, Ele o cortará; e todo o que der fruto, podá-lo-á, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode por si mesmo dar fruto se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora como o ramo, e secará; depois recolhê-lo-ão, lançá-lo-ão no fogo e arderá. Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á concedido. Nisto é glorificado Meu Pai: Em que vós deis muito fruto e sejais Meus discípulos. 

Jo 15, 1-8