Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 10 de junho de 2014

Transformar a vida em caminho para Deus

Neste mês, celebramos a festa de S. Josemaria, que não só nos mostrou este caminho para chegar ao Céu através das ocupações habituais, como nos indicou a maneira concreta de o percorrer. Já estamos habituados a contemplar a sua atividade sobrenatural em todo o mundo por ocasião das Missas que se celebram à volta do dia 26 de junho, com tantas atitudes de conversão de muitas mulheres e de muitos homens. Preparemo-nos pessoalmente para acolher essa chuva de graças, e para ajudar os que se sentem estimulados, por sacerdote tão santo, a transformar a sua vida em caminho para Deus.

Às vezes, alguns, mulheres e homens, poderão parecer impermeáveis a esse estímulo. Não nos cansemos de rezar por elas e por eles, de os tratar com amizade e constância. Podemos aplicar a nós o que o Papa Francisco escreve na sua Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho, e que diariamente nos faz entender na sua maneira de estar com todos: somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber aos outros. Às vezes o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva. Não deixemos que nos roubem a esperança! [11]. É pois necessário anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, deem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho[12].

[11]. Papa Francisco, Exort.Apost. Evangelii Gaudium, 24-XI-2013, n. 86.
[12]. Papa Francisco, Exort.Apost. Evangelii Gaudium, 24-XI-2013, n. 114.


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de junho de 2014)

© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Nossa Senhora, a Encarnação e as mulheres

Alguém poderia objetar que esta [a igreja de Santa Maria Maior, em Roma] não é uma igreja dedicada à Natividade, e, portanto, uma igreja dedicada a Cristo, mas sim um templo mariano, a primeira igreja dedicada a Maria em Roma e em todo o Ocidente. Essa objeção indicaria, porém, que quem a formula não entendeu precisamente aquilo que é essencial, tanto na piedade mariana da Igreja como no mistério do Natal.

O Natal tem na estrutura interna da fé cristã, um significado muito particular. Não o celebramos da mesma maneira como se recordam os dias em que nasceram os grandes homens, porque a nossa relação com Cristo é também muito diferente da admiração que experimentamos diante dos grandes homens. O que interessa neles é a sua obra: os pensamentos que pensaram e deixaram escritos, a arte que criaram e as instituições que nos legaram. Essa obra pertence-lhes, não procede das suas mães, pelas quais só nos interessamos na medida em que podem fornecer-nos algum elemento que contribua para explicar a obra mencionada.

Mas Cristo não conta para nós apenas pela sua obra, pelo que fez, mas sobretudo pelo que era e pelo que é, na totalidade da sua pessoa. Conta para nós de uma maneira distinta da de qualquer outro homem, porque Ele não é simplesmente um homem. Conta porque nEle a terra e o céu se tocam, e assim Deus se faz nEle tangível para nós como homem. Os Padres da Igreja denominaram Maria a terra santa da qual Ele foi formado enquanto homem; e o que é mais maravilhoso é que, em Cristo, Deus permanece para sempre unido a esta terra. Agostinho expressou certa vez este mesmo pensamento da seguinte forma: Cristo não quis um pai humano para manter visível a sua filiação com respeito a Deus, mas quis uma Mãe humana. "Quis receber em si o género masculino, e dignou-se honrar o feminino na sua Mãe... Se Cristo homem tivesse aparecido sem enaltecer o género das mulheres, estas teriam que desesperar de si... Mas Ele honrou os dois, enalteceu os dois, assumiu os dois. Nasceu de mulher. Não desespereis, homens:
Cristo dignou-se ser homem. Não desespereis, mulheres: Cristo dignou-se nascer da mulher. Ambos os géneros colaboram para a salvação, quer se trate do masculino, quer do feminino: na fé, não há homem nem mulher".

Digamo-lo de novo de outra maneira: no drama da salvação, não é que Maria tenha tido que desempenhar um papel para depois calar-se, como alguém cuja fala terminou. A Encarnação a partir da mulher não é um papel que se tenha encerrado depois de um breve tempo, mas a estada permanente de Deus na terra, com o ser humano, connosco, que somos terra. Daí que a festa do Natal seja ao mesmo tempo uma festa de Maria e uma festa de Cristo, e é por isso que uma autêntica igreja dedicada ao Natal deve ser um templo mariano.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Meditación para el tiempo de Navidad’, em Humanitas, n. 12)

«Anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo»

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol 
Escritos espirituais, 27/12/1936


Está muito frio na terra. Os céus estão bordados de estrelas, que mal se conseguem adivinhar sobre o azul-escuro da abóbada celeste inundada de trevas. Na terra, uma das estrelas mais pequenas do imenso sistema planetário, estão em vias de acontecer esta noite prodígios que espantam os anjos […]: um Deus que, por amor ao homem, desce humildemente à carne mortal e nasce duma mulher numa das estrelas mais pequenas e mais frias, na terra. […]

Também os homens têm gelo no coração. Ninguém acorre a assistir ao milagre do nascimento de Deus. O mundo inteiro reduz-se a uma mulher chamada Maria, a um homem de olhos azuis que se chama José, e a um bebé recém-nascido que, envolvido em panos, abre os olhos pela primeira vez sob o hálito quente de um burro e uma vaca, repousando sobre a palha que a pobreza de José e a solicitude e o amor de Maria Lhe arranjaram. O mundo dorme, inconsciente, o pesado sono da carne. Está muito frio nessa noite na terra de Judá. As estrelas bordadas no céu são olhos de anjos que cantam «Glória a Deus nas alturas!», um cântico entoado para Deus e escutado por alguns pastores que guardam os seus rebanhos e que acorrem a adorar, com a sua alma de meninos, a Jesus que acaba de nascer. É a primeira lição do amor de Deus. […]

Embora a minha alma não seja casta como a de José nem tenha o amor de Maria, ofereci ao Senhor a minha absoluta pobreza de tudo, a minha alma vazia. Se não Lhe cantei hinos como os anjos, tentei cantar-Lhe alguns refrães dos pastores, a canção do pobre, daquele que nada tem; a canção daquele que só pode oferecer a Deus misérias e fraquezas. Mas que importa, porque as misérias e as fraquezas oferecidas a Jesus com um coração verdadeiramente amoroso são aceites por Ele como se de virtudes se tratassem. Grande, imensa é a misericórdia de Deus ! A minha carne mortal não ouve os louvores do céu, mas a minha alma adivinha que hoje, tal como outrora, os anjos olham espantados para a terra e entoam «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!»

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 10 de junho de 2014

Naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. Apareceu-lhes um anjo do Senhor e a glória do Senhor os envolveu com a sua luz e tiveram grande temor. Porém, o anjo disse-lhes: «Não temais, porque vos anuncio uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo, o Senhor. Eis o que vos servirá de sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura». E subitamente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens, objecto da boa vontade de Deus».

Lc 2, 8-14