Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Papa Francisco na Audiência geral (texto lido em português)

Locutor: Nos dias passados, Deus concedeu-me a graça de visitar a Coreia, um país onde convivem antigas culturas asiáticas e a perene novidade do Evangelho. Lá a comunidade cristã não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos, da segunda metade do século XVIII, que ficaram encantados com alguns textos cristãos, estudaram-nos a fundo e escolheram-nos como regra de vida. Um deles foi enviado a Pequim para receber o Baptismo e, voltando, baptizou os companheiros. Daquele primeiro núcleo desenvolveu-se uma grande comunidade que, durante cerca de cem anos, sofreu violentas perseguições com milhares de mártires. Tive a graça de beatificar 124 deles, que se juntam aos mártires coreanos já canonizados por São João Paulo II. E a memória do testemunho do passado torna-se novo testemunho no presente e esperança de futuro, como pude constatar nos milhares de participantes na VI Jornada Asiática da Juventude, prontos a responder ao convite que lhes fez Jesus: «Juventude da Ásia, levanta-te! A glória dos Mártires resplandece sobre ti». O Mártir dá testemunho de algo, ou melhor, de Alguém, pelo qual vale a pena dar a vida: esta realidade é o Amor com letra grande, é Deus que encarnou em Jesus. E, ao encarnar, Ele não destrói o que há de bom em nós, mas leva-o à perfeição. Com esta certeza, rezamos por todos os filhos e filhas da Península Coreana, que sofrem as consequências de guerras e divisões, para que possam realizar um caminho de plena reconciliação.

Santo Padre:
Saluto cordialmente i pellegrini di lingua portoghese, in particolare il gruppo di Vilar de Andorinho. Il mio viaggio in Corea è stato illuminato dalla festa di Maria Assunta in Cielo: dall’Alto, dove regna con Cristo, la Madre della Chiesa conforta quanti sono nella prova e tiene aperto l’orizzonte della speranza. Nell’affidare voi e le vostre famiglie alla sua protezione, invoco su tutti la Benedizione di Dio.

Locutor: Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, em particular o grupo de Vilar de Andorinho. A minha viagem à Coreia foi iluminada pela festa de Maria Assunta ao Céu: lá do Alto, onde reina com Cristo, a Mãe da Igreja conforta todos aqueles que estão na provação e mantém aberto o horizonte da esperança. Enquanto vos entrego, a vós e às vossas famílias à sua protecção, invoco sobre todos a Bênção de Deus.

ORAÇÃO DA “DÚVIDA”

Quantas dúvidas, quantas incertezas, Senhor!
Não duvido de Ti, Senhor, como é também uma certeza inabalável no meu coração a Tua presença em mim, nos outros e no meio de nós!

As minhas dúvidas e as minhas incertezas, residem na minha relação conTigo.

É que sabes, Senhor, gostava de viver por Ti um amor puro, isento de qualquer interesse, um amor adoração, porque a Ti, Senhor, posso adorar.

Gostava de rezar, mas sem o sentimento de que o faço para Te agradar.
Gostava de rezar, mas sem Te pedir nada, por acreditar que sabes o que preciso.
Gostava de Te seguir, “apenas” porque és Tu a vida, e não esperar outra recompensa que não seja a minha constante gratidão por me deixares seguir-Te, Senhor.
Gostava que cada passo que dou, fosses Tu a dá-lo em mim, de modo a que o caminho que percorro, seja o caminho que me dás para caminhar.
Gostava de Te ver em todos os que comigo se cruzam, de modo a que amasse cada um sem passado, (bom ou mau tanto me faz), mas apenas com o amor com que Tu nos amas, sempre.
Gostava de olhar para Ti e ver-Te como Tomé, num grito que saia dentro de mim exclamando em alta voz: meu Senhor e meu Deus!
Gostava de Te comungar e deixar que tomasses conta de mim, do meu todo, de cada nervo, de cada órgão, de cada gesto, de cada sentimento, que não fosse apenas um momento, mas uma continuidade, que tornasse bem real a frase de Paulo na vida que Tu me dás: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.»*

E tão longe estou, Senhor, tão longe!

Quanto mais me aproximo de Ti, mais parece que me afasto.
Quanto mais falo contigo, mais surdo pareces à minha voz.
Quanto mais luto contra o pecado, mais pecador eu me sinto.
Quanto mais subo a escada para o Céu, mas degraus nela colocas.
Quanto mais me ajoelho e humilho, mais orgulhoso e soberbo me pareço.
Quanto mais sinto que Te amo, mais fraco e volúvel me parece o meu amor.

Pois, não é pelos meus méritos, pois não, Senhor?
Mas apenas e só por Tua graça!

Então, Senhor, continua a provar-me, coloca pedras no meu caminho, mais uns degraus na escada, dá-me mais esta sensação de que estou longe, para que eu não adormeça, e não me julgue aquilo que eu não sou.

E se num momento qualquer, eu me começar a afundar no mar da vida, estende-me a mão, Senhor, e diz-me olhos nos olhos: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?»**

*Gal 2, 20
**Mt 15,31

Monte Real, 19 de Agosto de 2013

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2013/08/oracao-da-duvida.html

Porventura vamos ser nós a envergonhar-nos de chamar a Deus « o nosso Deus »?

Além disso a fé, ao revelar-nos o amor de Deus Criador, faz-nos olhar com maior respeito para a natureza, fazendo-nos reconhecer nela uma gramática escrita por Ele e uma habitação que nos foi confiada para ser cultivada e guardada; ajuda-nos a encontrar modelos de progresso, que não se baseiem apenas na utilidade e no lucro mas considerem a criação como dom, de que todos somos devedores; ensina-nos a individuar formas justas de governo, reconhecendo que a autoridade vem de Deus para estar ao serviço do bem comum. A fé afirma também a possibilidade do perdão, que muitas vezes requer tempo, canseira, paciência e empenho; um perdão possível quando se descobre que o bem é sempre mais originário e mais forte que o mal, que a palavra com que Deus afirma a nossa vida é mais profunda do que todas as nossas negações. Aliás, mesmo dum ponto de vista simplesmente antropológico, a unidade é superior ao conflito; devemos preocupar-nos também com o conflito, mas vivendo-o de tal modo que nos leve a resolvê-lo, a superá-lo, como elo duma cadeia, num avanço para a unidade.
Quando a fé esmorece, há o risco de esmorecerem também os fundamentos do viver, como advertia o poeta Thomas Sterls Eliot: « Precisais porventura que se vos diga que até aqueles modestos sucessos / que vos permitem ser orgulhosos de uma sociedade educada / dificilmente sobreviveriam à fé, a que devem o seu significado? »[48] Se tiramos a fé em Deus das nossas cidades, enfraquecer-se-á a confiança entre nós, apenas o medo nos manterá unidos, e a estabilidade ficará ameaçada. Afirma a Carta aos Hebreus: « Deus não Se envergonha de ser chamado o "seu Deus", porque preparou para eles uma cidade » (Heb 11, 16). A expressão « não se envergonha » tem conotado um reconhecimento público: pretende-se afirmar que Deus, com o seu agir concreto, confessa publicamente a sua presença entre nós, o seu desejo de tornar firmes as relações entre os homens. Porventura vamos ser nós a envergonhar-nos de chamar a Deus « o nosso Deus »? Seremos por acaso nós a recusar-nos a confessá-Lo como tal na nossa vida pública, a propor a grandeza da vida comum que Ele torna possível? A fé ilumina a vida social: possui uma luz criadora para cada momento novo da história, porque coloca todos os acontecimentos em relação com a origem e o destino de tudo no Pai que nos ama.

[48] « Choruses from The Rock », in: The Collected Poems and Plays 1909-1950 (Nova Iorque 1980), 106.

Lumen Fidei, 55

Memorare o piissima Virgo, Antifona gregoriana cistercense, S. Bernardo de Claraval

A vida eterna é a recompensa

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Sermão 87, 5-6


Os justos que viveram no início do mundo, como Abel e Noé, foram chamados, por assim dizer, ao romper da manhã, e gozarão da felicidade da ressurreição ao mesmo tempo que nós; outros justos depois deles, Abraão, Isaac, Jacob e todos os que então eram vivos, foram chamados por volta das nove horas, e gozarão igualmente da felicidade da ressurreição na mesma altura; o mesmo acontecerá aos que vieram depois, Moisés, Aarão e todos os que foram chamados ao meio-dia; por fim, os sábios, os profetas, chamados pelas três da tarde, gozarão também ao mesmo tempo da mesma felicidade.

No fim do mundo, os cristãos, que foram como que chamados pelas cinco da tarde, gozarão como eles da bem-aventurança da ressurreição, que chegará para todos ao mesmo tempo. Considerai, portanto, o muito que terão esperado por ela os primeiros justos, e como a terão obtido depois de passado tanto tempo, ao passo que nós quase nada teremos esperado; e, embora ela deva chegar para todos igualmente, uma vez que assim é podemos considerar-nos os primeiros.

Assim, perante a recompensa, todos seremos iguais: os primeiros, como se fossem os últimos, e estes como se fossem os primeiros; […] porque afinal o prémio é a vida eterna.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 20 de agosto de 2014

«O Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que, ao romper da manhã, saiu a contratar operários para a sua vinha. Tendo ajustado com os operários um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. Tendo saído cerca da terceira hora, viu outros, que estavam na praça ociosos, e disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo”. Eles foram. Saiu outra vez cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. Cerca da undécima, saiu, e encontrou outros que estavam sem fazer nada, e disse-lhes: “Porque estais aqui todo o dia sem trabalhar?”. Eles responderam: “Porque ninguém nos contratou”. Ele disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha”. «No fim da tarde, o senhor da vinha disse ao seu feitor: “Chama os operários e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros”. Tendo chegado os que tinham ido à hora undécima, recebeu cada qual um denário. Chegando também os primeiros, julgaram que haviam de receber mais; porém, tam eles receberam um denário cada um. Mas, ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: “Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste connosco, que suportamos o peso do dia e o calor”. Porém, ele, respondendo a um deles, disse: “Amigo, eu não te faço injustiça. Não ajustaste comigo um denário? Toma o que é teu, e vai-te. Eu quero dar também a este último tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer dos meus bens o que quero? Porventura o teu olho é mau porque eu sou bom?”. Assim os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos».

Mt 20, 1-16