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segunda-feira, 4 de julho de 2011
Vamos para férias, mas não ponhamos Deus no cabide do esquecimento
Julho sabe a férias, tempo de descanso e de preparação do próximoano laboral.
As suas características especiais fazem-nos lembrar de que há momentos de pausa que devem ser muito bem aproveitados para pôr a nossa vida em ordem.
E isto não é possível sem nos fixarmos em quem devemos lembrar antes de qualquer outra realidade. Para o efeito, recordemos o 1º Mandamento da Lei de Deus: “Adorar e amar a Deus sobre todas as coisas”.
Somos criaturas de Deus. O que significa que a Deus tudo devemos. Não há nada que com Ele não se relacione ou que d’Ele seja autónomo. Por isso, este tempo de descanso e de pausa não terá qualquer significado coerente se não for aproveitado para alcançarmos um melhor relacionamento com Ele, rectificando o que está menos bem – ou mal – e dando graças por tudo aquilo que fizemos de acordo com o que Ele deseja. Fazer a vontade de Deus é sempre fazer o melhor que se pode fazer, porque é cumprir um desejo amoroso de Quem é perfeito em tudo, incluindo naquilo que pede aos outros para levar a cabo.
Tudo o que Deus quer que façamos é orientado pela sua caridade, ou seja, pelo seu amor perfeito pelas criaturas. Inclui a justiça: Deus não nos pede o que não podemos – “Ninguém é tentado acima das suas próprias forças”(1 Cor 10, 13), diz-nos S. Paulo – ou que não é bom para nós – os desígnios de Deus sempre e apenas visam o nosso maior bem. E inclui a misericórdia: Deus compreende as nossas debilidades e é capaz de perdoar, assim como sempre nos ajuda com a sua graça a realizar as tarefas de que nos incumbe. Às vezes podem tornar-se árduas e, aparentemente, inacessíveis às nossas forças e, sobretudo, aos nossos gostos. S. Paulo também sofreu tribulações desse tipo e queixou-se. Interiormente, porém, ouviu uma voz divina que lhe garantia: “Basta-te a minha graça!” (2 Cor 12, 9).
Vamos para férias, mas não ponhamos Deus no cabide do esquecimento, mais ou menos voluntário. Preparemos estes dias com calma e peçamos ajuda ao Senhor para que não só não O esqueçamos, como andemos mais acompanhados por Ele em todas as circunstâncias. Sobretudo, deixemos que Ele entre com facilidade no nosso coração. Levemos connosco algum bom livro de formação, que nos anime a percebê-Lo melhor e a não termos receio de que Ele se abeire de nós. Falemos com Deus como seus filhos que somos, isto é, com inteira confiança e como desejo de ganhar maior intimidade com a sua realidade.
À partida, não devemos ir para férias, escolhendo um local duvidosamente honesto ou onde não sejamos capazes de cumprir o preceito de ouvir Missa inteira aos domingos e nos dias de preceito. Como alguém dizia, pôr de lado Deus neste tempo é esquecer que Ele é omnipresente, ou seja, está em toda a parte e em toda a parte Se pôe à nossa disposição. A questão é que queiramos encontrá-Lo. E haverá lugar mais adequado do que o silêncio de uma igreja, onde Ele, dia e noite, com uma disponibilidade total, se deixa acercar por todos os que O procuram no Sacrário?
Como vemos, é só uma questão de boa vontade. Apliquemo-la. Não façamos das nossas férias um espaço sem sentido, onde o egoísmo se contrapõe e sobrepõe a tudo o que é digno na nossa condição de filhos de Deus, que mereceu que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade dignificasse a nossa natureza com a sua Encarnação. E não de uma forma etérea ou confusa. Cristo foi um de nós, exactamente igual – salvo no pecado. Exceptuando a sua concepção miraculosa, por obra do Espírito Santo, cresceu no seio materno de Nossa Senhora como qualquer bebé. Nasceu ao fim do tempo de gravidez habitual. E teve de ser tratado pelos seus pais de forma carinhosa e constante, nos primeiros anos da sua vida, sob pena de não poder sobreviver como toda a criança que dá os primeiros passos aqui na terra. Deus fez-Se homem verdadeiro para nos dizer que vale a pena ser homem! Mas só o vale se, como Jesus Cristo, nós pudermos dizer – decerto com uma veemência muito mais frouxa: “O meu alimento é fazer a vontade de meu Pai”!
(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Julho 2010, título da responsabilidade do autor do blogue)
As suas características especiais fazem-nos lembrar de que há momentos de pausa que devem ser muito bem aproveitados para pôr a nossa vida em ordem.
E isto não é possível sem nos fixarmos em quem devemos lembrar antes de qualquer outra realidade. Para o efeito, recordemos o 1º Mandamento da Lei de Deus: “Adorar e amar a Deus sobre todas as coisas”.
Somos criaturas de Deus. O que significa que a Deus tudo devemos. Não há nada que com Ele não se relacione ou que d’Ele seja autónomo. Por isso, este tempo de descanso e de pausa não terá qualquer significado coerente se não for aproveitado para alcançarmos um melhor relacionamento com Ele, rectificando o que está menos bem – ou mal – e dando graças por tudo aquilo que fizemos de acordo com o que Ele deseja. Fazer a vontade de Deus é sempre fazer o melhor que se pode fazer, porque é cumprir um desejo amoroso de Quem é perfeito em tudo, incluindo naquilo que pede aos outros para levar a cabo.
Tudo o que Deus quer que façamos é orientado pela sua caridade, ou seja, pelo seu amor perfeito pelas criaturas. Inclui a justiça: Deus não nos pede o que não podemos – “Ninguém é tentado acima das suas próprias forças”(1 Cor 10, 13), diz-nos S. Paulo – ou que não é bom para nós – os desígnios de Deus sempre e apenas visam o nosso maior bem. E inclui a misericórdia: Deus compreende as nossas debilidades e é capaz de perdoar, assim como sempre nos ajuda com a sua graça a realizar as tarefas de que nos incumbe. Às vezes podem tornar-se árduas e, aparentemente, inacessíveis às nossas forças e, sobretudo, aos nossos gostos. S. Paulo também sofreu tribulações desse tipo e queixou-se. Interiormente, porém, ouviu uma voz divina que lhe garantia: “Basta-te a minha graça!” (2 Cor 12, 9).
Vamos para férias, mas não ponhamos Deus no cabide do esquecimento, mais ou menos voluntário. Preparemos estes dias com calma e peçamos ajuda ao Senhor para que não só não O esqueçamos, como andemos mais acompanhados por Ele em todas as circunstâncias. Sobretudo, deixemos que Ele entre com facilidade no nosso coração. Levemos connosco algum bom livro de formação, que nos anime a percebê-Lo melhor e a não termos receio de que Ele se abeire de nós. Falemos com Deus como seus filhos que somos, isto é, com inteira confiança e como desejo de ganhar maior intimidade com a sua realidade.
À partida, não devemos ir para férias, escolhendo um local duvidosamente honesto ou onde não sejamos capazes de cumprir o preceito de ouvir Missa inteira aos domingos e nos dias de preceito. Como alguém dizia, pôr de lado Deus neste tempo é esquecer que Ele é omnipresente, ou seja, está em toda a parte e em toda a parte Se pôe à nossa disposição. A questão é que queiramos encontrá-Lo. E haverá lugar mais adequado do que o silêncio de uma igreja, onde Ele, dia e noite, com uma disponibilidade total, se deixa acercar por todos os que O procuram no Sacrário?
Como vemos, é só uma questão de boa vontade. Apliquemo-la. Não façamos das nossas férias um espaço sem sentido, onde o egoísmo se contrapõe e sobrepõe a tudo o que é digno na nossa condição de filhos de Deus, que mereceu que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade dignificasse a nossa natureza com a sua Encarnação. E não de uma forma etérea ou confusa. Cristo foi um de nós, exactamente igual – salvo no pecado. Exceptuando a sua concepção miraculosa, por obra do Espírito Santo, cresceu no seio materno de Nossa Senhora como qualquer bebé. Nasceu ao fim do tempo de gravidez habitual. E teve de ser tratado pelos seus pais de forma carinhosa e constante, nos primeiros anos da sua vida, sob pena de não poder sobreviver como toda a criança que dá os primeiros passos aqui na terra. Deus fez-Se homem verdadeiro para nos dizer que vale a pena ser homem! Mas só o vale se, como Jesus Cristo, nós pudermos dizer – decerto com uma veemência muito mais frouxa: “O meu alimento é fazer a vontade de meu Pai”!
(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Julho 2010, título da responsabilidade do autor do blogue)
“Dilata o teu coração”
Não tenhas espírito provinciano. – Dilata o teu coração, até que seja universal, "católico". Não voes como ave de capoeira, quando podes subir como as águias. (Caminho, 7)
Em certa ocasião, vi uma águia encerrada numa jaula de ferro. Estava suja e meia depenada. Tinha entre as garras um pedaço de carne podre. Pensei então no que seria de mim se abandonasse a vocação recebida de Deus. Tive pena daquele animal solitário, enjaulado, que tinha nascido para subir muito alto e olhar de frente o Sol. Podemos ascender até às humildes alturas do amor de Deus, do serviço a todos os homens. Para isso, porém, é preciso que não haja na alma recantos escondidos, onde não possa entrar o sol de Jesus Cristo. Temos de deitar fora todas as preocupações que nos afastem d'Ele; e assim terás Cristo na tua inteligência, Cristo nos teus lábios, Cristo no teu coração, Cristo nas tuas obras. Toda a vida – o coração e as obras, a inteligência e as palavras – cheia de Deus. (...)
Invoca comigo Nossa Senhora, e imagina como passaria Ela aqueles meses à espera do Filho que havia de nascer. E Nossa Senhora, Santa Maria, fará com que sejas alter Christus, ipse Christus, outro Cristo, o próprio Cristo. (Cristo que passa, 11)
Comunicado da Santa Sé sobre a ordenação ilegítima de um bispo chinês: cria divisão e tensões no interior da Igreja e causa amargura ao Papa
(4/7/2011) A Santa Sé emitiu hoje um comunicado com críticas à ordenação considerada “ilegítima” na China de um novo bispo, por parte da Associação Patriótica Católica (APC) local, subordinada a Pequim e não reconhecida pelo Papa.
Uma ordenação ilegítima que cria divisão e tensões no interior da Igreja e que causa amargura ao Papa. Está encerrada em três pontos substanciais a reacção da Santa Sé á noticia desta ordenação episcopal na China, conferida sem mandato apostólico no passado dia 29 de Junho ao Padre Paulo Lei Shiyin na diocese de Leshan, Sichuan, cerca de 2000 quilómetros a sudeste de Pequim.
Uma ordenação ilegítima que cria divisão e tensões no interior da Igreja e que causa amargura ao Papa. Está encerrada em três pontos substanciais a reacção da Santa Sé á noticia desta ordenação episcopal na China, conferida sem mandato apostólico no passado dia 29 de Junho ao Padre Paulo Lei Shiyin na diocese de Leshan, Sichuan, cerca de 2000 quilómetros a sudeste de Pequim.
“A ordenação de Leshan foi um ato unilateral, que semeia divisão e, infelizmente, produz lacerações e tensões na comunidade católica da china”, pode ler-se.
Segundo a Santa Sé, o Papa “deseja fazer chegar aos amados fiéis da China uma palavra de encorajamento e de esperança, convidando-os a rezar para estarem unidos”.
A Associação Patriótica Católica foi criada em 1957 para evitar "interferências estrangeiras", em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.
O comunicado do Vaticano sublinha que o bispo ordenado por esta associação “carece da autoridade de governar a comunidade católica diocesana” de Leshan e, por isso, “a Santa Sé não o reconhece [padre Lei Shiyin] como bispo”.
Nesta declaração assinala-se que o próprio padre Shiyin foi “informado há muito tempo que não poderia ser aceite pela Santa Sé como candidato episcopal”, incorrendo agora na pena canónica de excomunhão.
“Uma ordenação episcopal sem mandato pontifício opõe-se diretamente ao papel espiritual” do Papa, prossegue o documento, “danificando a unidade da Igreja”.
Numa crítica à APC e à política do regime chinês, o Vaticano refere que “se a Igreja na China quiser ser católica, é preciso respeitar a doutrina e a disciplina da Igreja”.
Numa crítica à APC e à política do regime chinês, o Vaticano refere que “se a Igreja na China quiser ser católica, é preciso respeitar a doutrina e a disciplina da Igreja”.
Rádio Vaticano
Vaticano: José Tolentino Mendonça apresentou poema a Bento XVI
Papa inaugurou exposição que celebra o seu 60.º aniversário de ordenação sacerdotal
O padre e poeta madeirense José Tolentino Mendonça apresentou hoje pessoalmente a Bento XVI um poema inédito, ‘O Mistério está todo na infância’, que integra a exposição em honra do Papa, pelo 60.º aniversário da sua ordenação sacerdotal.
Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, e o Papa alemão conversaram durante alguns segundos, à imagem do que aconteceu com os artistas que integram esta mostra comemorativa, intitulada ‘O esplendor da verdade, a beleza da caridade’.
“Portugal saúda-o, Santidade”, disse o sacerdote, que foi apresentado pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), como um dos “maiores poetas portugueses”.
O Papa teceu um breve comentário sobre o poema [‘Tutto il mistero risiede nell’infanzia’, na tradução italiana de Manuele Masini], sublinhando a “excelência” do mesmo.
“O mistério está todo na infância: /é preciso que o homem siga/ o que há de mais luminoso /à maneira da criança futura”, pode ler-se, no início do poema, em português, com tradução italiana anexada no local onde está exposto.
Bento XVI pronunciou o discurso inaugural da mostra, promovida pelo CPC, sublinhando as “expressões dos vários ambientes artísticos” ali representados: “Pintura, escultura, arquitetura, joalharia, fotografia, cinema, música, literatura e poesia".
Entre os convidados para a mostra encontram-se Santiago Calatrava, Ennio Morricone, Oscar Niemeyer, Arvo Pärt, Renzo Piano e Marc Rupnik.
"Para mim é uma grande alegria encontrá-los e receber essa homenagem criativa e multiforme por ocasião de meus 60 anos de sacerdócio", disse o Papa.
Segundo Bento XVI, o encontro entre a Igreja e os artistas pode gerar “um colóquio para oferecer às culturas contemporâneas um exemplo de diálogo fecundo e eficaz, orientado a tornar este mundo mais humano e mais belo”.
Neste contexto, foi recordado o encontro do Papa com o mundo da arte e da cultura a 21 de novembro de 2009, na Capela Sistina, Vaticano, considerado como "uma nova etapa do percurso de amizade de diálogo", a que se segue, agora, esta exposição com 60 artistas mundiais.
“É da união, queria dizer da sinfonia, da perfeita harmonia de verdade e caridade que emana a autêntica beleza, capaz de suscitar admiração, deslumbramento e alegria autêntica no coração dos homens”, indicou Bento XVI.
A mostra comemorativa, intitulada ‘O esplendor da verdade, a beleza da caridade’, na Cidade do Vaticano (átrio da sala Paulo VI), vai estar aberta ao público entre 5 de julho e 4 de setembro, de segunda a sábado, entre as 10h00 e as 19h00.
Bento XVI foi ordenado sacerdote na catedral de Frisinga, Alemanha, pelo cardeal Michael von Faulhaber, a 29 de junho de 1951.
OC
(Fonte: Agência Ecclesia)
Cardeal-patriarca pede virgindade e obediência
D. José Policarpo ordenou cinco padres e nove diáconos
Na homilia, enviada à Agência ECCLESIA, D. José Policarpo frisou que “a virgindade sacerdotal não pode ser vista como negação, nem da sexualidade e da afetividade e de toda a capacidade humana de amar, mas como uma outra maneira de amar”.
Dirigindo-se aos fiéis reunidos esta tarde no mosteiro dos Jerónimos, o bispo de Lisboa deteve-se também na questão da obediência, realçando que as aspirações individuais se devem submeter às normas da Igreja, que são expressão da vontade divina.
“Não nos ordenamos para fazer o que gostamos; é preciso aprender a gostar de tudo o que a Igreja nos pede”, vincou o cardeal-patriarca, para quem a obediência é “a completa sintonia da vontade própria com o desígnio de Deus”.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, os diáconos, padres e bispos devem “abdicar” da sua vontade “para amar a vontade de Deus, expressa pela Igreja”, rejeitando os “planos” e “a maneira pessoal de ver as coisas”.
O ritual das ordenações de diáconos e padres inclui um momento em que cada ordinando se ajoelha diante do prelado que o vai ordenar e promete obediência a ele e aos seus sucessores, ou, no caso de um membro de comunidade religiosa, ao seu superior.
A obediência, apontou D. José Policarpo, resulta de um “coração renovado” que se deixa “recriar continuamente” pela meditação da Bíblia, atitude que é essencial para a transmissão do cristianismo.
“Os presbíteros e os diáconos são ministros da Palavra”, e sem a sua escuta “da forma mais completa” não “haverá ‘nova evangelização’”, referiu o bispo de Lisboa, que em 2011 assinala 50 anos de ordenação sacerdotal.
No dia em que a Igreja Católica evoca o “Imaculado Coração da Virgem Santa Maria”, o cardeal-patriarca desejou aos novos padres e diáconos que sejam “felizes”, depois de recordar a expressão popular “um santo triste é um triste santo”.
D. José Policarpo ordenou cinco padres para a diocese de Lisboa, um diácono com vista ao sacerdócio, pertencente à Ordem dos Pregadores (Dominicanos), e oito diáconos permanentes.
RM
(Fonte: Agência Ecclesia)
A dinâmica das ondas
O Ocidente enfrenta fortes debates à volta da vida e da família, promovendo o aborto, divórcio e homossexualidade. Entretanto o mundo árabe sente momentos de intensa perturbação política. Muitos andam entusiasmados ou assustados com isto. Para o entender é preciso conhecer a dinâmica das ondas.
A sociedade humana vê-se sujeita de tempos a tempos a vagas doutrinais. Uma ideia surge com tanta força que parece imparável, capaz de varrer tudo à sua frente. Dir-se-ia que nada resistirá e o mundo será dominado. Depois, como é da natureza de todas as vagas, as coisas amansam. Por vezes tudo se esfuma sem efeitos; outras conseguem resultados, mas em todos os casos o aspecto ameaçador e irresistível desaparece. A onda rebentou.
O fenómeno é antigo e versátil. Existiram ondas religiosas, políticas, artísticas, morais, sociais. O marxismo foi um dos casos mais perfeitos. É difícil compreender a força que há 50 anos essa doutrina tinha. Gostando ou não, não era possível pensar o futuro do mundo sem o imaginar comunista; e o triunfo estava próximo. Observar hoje os partidos que ainda seguem essa orientação é como contemplar os charcos na praia.
As vagas têm alguns aspectos marcantes. O primeiro é que todas são sempre destruidoras. Por melhores que nasçam, criam muito estrago no entusiasmo revolucionário. O surgimento do cristianismo, como do método científico ou da democracia, gerou danos laterais. Isso está na própria natureza das ondas, mesmo com boas intenções. E todas as têm. Todas nascem e se alimentam de um elemento bom. Mesmo as mais terrivelmente destruidoras, como fascismo e nazismo, surgiram de um apelo à justiça. Só aceitando esta ambígua relação entre bem e mal se entende a realidade.
Outro aspecto é que o tempo joga sempre contra elas e todas acabam por se esgotar. As poucas com efeito duradouro, como Igreja Católica ou Islão, só o conseguem à custa de sucessivos renascimentos e regressos às origens. As várias escolas estéticas, seitas protestantes ou lideranças políticas são encadeados de ondas de efeitos variáveis. O ser humano só conserva aquilo que continuamente recomeça.
Mais decisivo é saber como agir perante uma onda. Enfrentar um tsunami é uma experiência horrivelmente assustadora. Por causa disto, no progresso dos últimos 250 anos, repetidamente se sentiu o pânico das antigas invasões bárbaras, julgando-se assistir ao fim da civilização.
A primeira regra é nunca seguir a atitude instintiva. Esbracejar diante de uma onda para a tentar parar é tolo. Contra uma torrente não se argumenta, conspira, organiza. Ela seguirá o seu caminho arrastando tudo, até se esgotar. Nos raros casos de vagas interrompidas à força, como os cátaros em 1229 e Tiananmen em 1989, é discutível se tinham dimensão de verdadeiras ondas. Faz parte dessa dinâmica ser imparável. Também esperar, que acaba sempre por resultar como vimos, só é resposta nas fases finais do processo, que pode ser longo.
Assim, face a uma onda, só existem duas alternativas. A primeira é tentar agarrar a vaga e surfar o movimento. Isso, além de implicar aceitação, mesmo hipócrita, é extremamente difícil e perigoso, porque "a revolução, como Saturno, devora os seus filhos", como disse Georg Büchner (A morte de Danton, 1835) descrevendo a queda de um dos melhores surfistas de uma das maiores ondas da história.
Para quem julga enfrentar uma brutal ameaça ao que considera mais sagrado, só resta uma atitude sensata: mergulhar quando a vaga se aproxima. Submergir significa refugiar-se nos princípios fundamentais, verdades básicas, raízes da civilização. Só atrás da rocha se resiste à enxurrada.
Perante as paradas gay e manifestações árabes muitos se alegram ou assustam. É bom que todos se lembrem que, goste-se ou não, são ondas passageiras. Terão alguns efeitos, muito menos do que tantos sonham ou temem. Não são as ondas que determinam a paisagem, mas as rochas e as correntes. A única forma de enfrentar com proveito estes jactos de impulso é reafirmando os valores básicos da civilização.
João César das Neves
Fonte: DN online
S. Josemaría nesta data em 1946
Celebra a Santa Missa na cripta dos Papas das Catacumbas de São Calisto, em Roma. Desde jovem tinha uma particular devoção pelos primeiros cristãos: “Eles viviam a fundo a sua vocação cristã; buscavam seriamente a perfeição a que estavam chamados pelo facto, simples e sublime do Baptismo”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Rainha Santa Isabel
Filha do rei D. Pedro II de Aragão e da rainha D. Constança. Pensa-se que tenha nascido em princípios de 1270. Em Barcelona? Não sabemos ao certo.
Casou-se em 1282 com D. Dinis, rei de Portugal. Neta de Jaime I o Conquistador, bisneta de Frederico II da Alemanha, deles herdou a energia tenaz e a força de alma. Mas caracterizava-se principalmente pela bondade imensa e pelo espírito equilibrado e justo de Santa Isabel da Hungria, sua parente próxima. Era mulher cheia de doçura e de bondade. Gostava da vida interior e do trabalho silencioso, jejuava dias sem conta ao longo do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo Livro de Horas, cosia e fazia bordados na companhia das damas e distribuía esmolas aos necessitados.
Aos 20 anos foi mãe de D. Afonso IV, o Bravo, que foi a sua cruz. Caso único na 1ª dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e nisto se vê influência de sua mãe.
Era discreta esta jovem rainha que obrigava o filho a obedecer ao pai (ele era o rei), que fingia ignorar as andanças do rei e que criava os seus filhos ilegítimos. Na política peninsular de então, o seu poder moderador fez-se sentir profundamente. Serviu de juiz nas rixas entre D. Dinis, seu irmão e seu turbulento filho.
Após a morte de D. Dinis, vestiu o hábito de Santa Clara. Construiu mosteiros e hospitais. Morreu em Estremoz a 4 de Julho de 1336. Foi canonizada a 25 de Maio de 1625 pelo papa Urbano VIII. Portugal venera-a com a antonomásia de Rainha Santa.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Casou-se em 1282 com D. Dinis, rei de Portugal. Neta de Jaime I o Conquistador, bisneta de Frederico II da Alemanha, deles herdou a energia tenaz e a força de alma. Mas caracterizava-se principalmente pela bondade imensa e pelo espírito equilibrado e justo de Santa Isabel da Hungria, sua parente próxima. Era mulher cheia de doçura e de bondade. Gostava da vida interior e do trabalho silencioso, jejuava dias sem conta ao longo do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo Livro de Horas, cosia e fazia bordados na companhia das damas e distribuía esmolas aos necessitados.
Aos 20 anos foi mãe de D. Afonso IV, o Bravo, que foi a sua cruz. Caso único na 1ª dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e nisto se vê influência de sua mãe.
Era discreta esta jovem rainha que obrigava o filho a obedecer ao pai (ele era o rei), que fingia ignorar as andanças do rei e que criava os seus filhos ilegítimos. Na política peninsular de então, o seu poder moderador fez-se sentir profundamente. Serviu de juiz nas rixas entre D. Dinis, seu irmão e seu turbulento filho.
Após a morte de D. Dinis, vestiu o hábito de Santa Clara. Construiu mosteiros e hospitais. Morreu em Estremoz a 4 de Julho de 1336. Foi canonizada a 25 de Maio de 1625 pelo papa Urbano VIII. Portugal venera-a com a antonomásia de Rainha Santa.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
«A menina não está morta: dorme»
Este chefe [da sinagoga] pode ser entendido como representando a Lei de Moisés que, orando em intenção da multidão que a referida Lei tinha alimentado para Cristo, pregando a expectativa da Sua vinda, pede ao Senhor que dê vida a uma morta. [...] O Senhor prometeu-lhe ajuda e, para o tranquilizar, seguiu-o.
Mas primeiro, a multidão dos pagãos pecadores foi salva com os apóstolos. O dom da vida voltava a tomar o primeiro lugar em relação à eleição predestinada pela Lei, mas antes disso, na imagem da mulher, a salvação chegou aos publicanos e aos pecadores. Eis porque razão esta mulher confia que, aproximando-se do ponto de passagem do Senhor, será curada do seu fluxo de sangue pelo contacto com a roupa do Senhor. [...] Ela tem pressa, na sua fé, de tocar a orla do manto, isto é, de esperar, na companhia dos apóstolos, pelo dom do Espírito Santo, que sai do corpo de Cristo à maneira de uma franja. Em pouco tempo ficou curada. Assim, a saúde, destinada a uma, foi dada também a outro, a quem o Senhor louvou a fé e a perseverança, porque o que tinha sido preparado para Israel foi acolhido pelos povos das nações. [...] O poder curativo do Senhor, contido no Seu corpo, chegava também à fímbria das Suas vestes. Com efeito, Deus não era divisível nem possível de conter, para Se poder encerrar num corpo; Ele próprio distribui os Seus dons no Espírito, mas não é divisível nos Seus dons. O Seu poder é alcançável pela fé em todo o lado porque ela está em todo o lado e de nenhum está ausente. O corpo que tomou não limitou o Seu poder, mas o Seu poder tomou a fragilidade de um corpo para O redimir. [...]
O Senhor entra em seguida na casa do chefe, ou seja, na sinagoga [...], e muitos troçaram d'Ele. Com efeito, não acreditaram que Deus estivesse num homem; eles riram-se ao ouvirem pregar a ressurreição de entre os mortos. Tomando a mão da menina, o Senhor voltou a dar vida àquela cuja morte não era, para Ele, senão um sono.
Mas primeiro, a multidão dos pagãos pecadores foi salva com os apóstolos. O dom da vida voltava a tomar o primeiro lugar em relação à eleição predestinada pela Lei, mas antes disso, na imagem da mulher, a salvação chegou aos publicanos e aos pecadores. Eis porque razão esta mulher confia que, aproximando-se do ponto de passagem do Senhor, será curada do seu fluxo de sangue pelo contacto com a roupa do Senhor. [...] Ela tem pressa, na sua fé, de tocar a orla do manto, isto é, de esperar, na companhia dos apóstolos, pelo dom do Espírito Santo, que sai do corpo de Cristo à maneira de uma franja. Em pouco tempo ficou curada. Assim, a saúde, destinada a uma, foi dada também a outro, a quem o Senhor louvou a fé e a perseverança, porque o que tinha sido preparado para Israel foi acolhido pelos povos das nações. [...] O poder curativo do Senhor, contido no Seu corpo, chegava também à fímbria das Suas vestes. Com efeito, Deus não era divisível nem possível de conter, para Se poder encerrar num corpo; Ele próprio distribui os Seus dons no Espírito, mas não é divisível nos Seus dons. O Seu poder é alcançável pela fé em todo o lado porque ela está em todo o lado e de nenhum está ausente. O corpo que tomou não limitou o Seu poder, mas o Seu poder tomou a fragilidade de um corpo para O redimir. [...]
O Senhor entra em seguida na casa do chefe, ou seja, na sinagoga [...], e muitos troçaram d'Ele. Com efeito, não acreditaram que Deus estivesse num homem; eles riram-se ao ouvirem pregar a ressurreição de entre os mortos. Tomando a mão da menina, o Senhor voltou a dar vida àquela cuja morte não era, para Ele, senão um sono.
Santo Hilário (c. 315-367) bispo de Poitiers e doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de Mateus
Comentário ao Evangelho de Mateus
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Do Evangelho de hoje
Voltando-Se Jesus e, olhando-a, disse: «Tem confiança, filha, a tua fé te salvou». (Mt 9, 22)
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