Celebra a santa Missa na Catedral de Santiago de Compostela, na cripta onde se veneram os restos mortais do Apóstolo. São Josemaria meditou com frequência na vida de São Tiago Apóstolo. Em Cristo que passa, escreve: “Também a nós nos chama e nos pergunta como a Tiago e João: Potestis bibere calicem quem ego bibiturus sum? (Mt XX, 22); estais dispostos a beber o cálice (este cálice da completa entrega ao cumprimento da vontade do Pai) que eu vou beber? Possumus! (Mt XX, 22). Sim, estamos dispostos! - é a resposta de João e Tiago... Vós e eu, estamos dispostos seriamente a cumprir, em tudo, a vontade do nosso Pai, Deus? Demos ao Senhor o nosso coração inteiro ou continuamos apegados a nós mesmos, aos nossos interesses, à nossa comodidade, ao nosso amor-próprio? Há em nós alguma coisa que não corresponda à nossa condição de cristãos e que nos impeça de nos purificarmos”.
Obrigado, Perdão Ajuda-me
quarta-feira, 19 de julho de 2017
As três grandes correntes ideológicas actuais
Entretanto, a ideia de libertação - se pudermos chamar liberdade ao denominador fundamental da espiritualidade moderna e do nosso século - também se fundiu fortemente com a ideologia feminista. A mulher é considerada o ser oprimido por excelência: por essa razão, a libertação da mulher seria o núcleo de toda a actividade libertadora. Aqui ultrapassou-se, por assim dizer, a teologia da libertação política mediante outra antropológica. Não se pensa apenas na libertação dos vínculos próprios do papel da mulher, mas na libertação da condição biológica do ser humano. Distingue-se então o fenómeno biológico da sexualidade das suas expressões históricas, às quais se chama "género", mas a revolução que se quer provocar contra toda a forma histórica da sexualidade conduz a uma revolução que também é contra as condições biológicas: já não pode haver dados naturais; o homem deve poder moldar-se arbitrariamente, deve ser livre de todos os condicionalismos do seu ser; ele próprio se tornaria o que quer, e só desse modo seria realmente "livre" e estaria libertado. Por trás disso encontramos uma revolta do homem contra os limites que o seu ser biológico envolve. Trata-se, em última análise, de uma revolta contra a própria condição de criatura. O homem deveria ser o criador de si mesmo - uma nova edição, moderna, da velha tentativa de ser Deus, de ser como Deus.
O terceiro fenómeno que se observa em todo o mundo - sobretudo num mundo cada vez mais uniformizado - é a busca de uma identidade cultural própria, expressa no termo "inculturação". Na América Latina, a redescoberta das culturas perdidas é agora, depois de a onda marxista ter diminuído, uma nova corrente forte. A theoíogia india quer voltar a despertar a cultura e a religião pré-colombianas e libertar-se, por assim dizer, da penetração excessiva de elementos europeus que lhe foi imposta. As ligações directas com o feminismo são interessantes. Saliente-se o culto da "Mãe-terra" e, em geral, do elemento feminino em Deus, o que acentua as tendências do feminismo americano-europeu, que já não quer apenas fazer afirmações antropológicas, mas reformar o conceito de Deus. Ter-se-ia projetado em Deus a estrutura patriarcal e, assim, fixado a opressão da mulher a partir do conceito de Deus. O elemento cósmico (Mãe-terra, etc.) dessa renovação das antigas religiões conflui depois com as tendências da New Age, que visa uma fusão de todas as religiões e uma nova unidade do homem e do cosmos.
(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘O sal da terra’ – págs. 107-109)
O Evangelho do dia 19 de julho de 2017
Então Jesus, falando novamente, disse: «Eu Te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos pequeninos. Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. «Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Mt 11, 25-27
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