Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 2 de junho de 2020

Há pobres que realmente são ricos. E vice-versa

Não esqueças: tem mais aquele que precisa de menos. - Não cries necessidades. (Caminho, 630)

Desapega-te dos bens do mundo. - Ama e pratica a pobreza de espírito. Contenta-te com o que basta para passar a vida sóbria e temperadamente.

- Se não, nunca serás apóstolo. (Caminho, 631)

A verdadeira pobreza não consiste em não ter, mas em estar desprendido, em renunciar voluntariamente ao domínio sobre as coisas.

- Por isso há pobres que realmente são ricos. E vice-versa. (Caminho, 632)

Não tens espírito de pobreza, se, podendo escolher de modo que a escolha passe inadvertida, não escolhes para ti o pior. (Caminho, 635)

São Josemaría Escrivá

Caminhar para o encontro definitivo com Jesus

«Desde a Ascensão, a vinda de Cristo na glória está eminente», explica o Catecismo da Igreja Católica [4], dizendo-o no sentido em que pode acontecer a qualquer momento. Só Deus sabe quando terá lugar esse acontecimento, que marcará o fim da História e a definitiva renovação do mundo. Por isso, sem alarmismos nem temores, mas com sentido de responsabilidade, havemos de caminhar para o encontro definitivo com Jesus, que, por outro lado, acontece para cada um no momento da morte. De Deus vimos e para Deus vamos: esta realidade constitui, no fundo, a síntese da sabedoria cristã. Contudo, como o Papa lamentava recentemente, com frequência se esquecem estes dois pontos da História e, particular­mente, a fé no regresso de Cristo no juízo final não é às vezes tão clara e firme no coração dos cristãos [5].

Consideremos que o encontro definitivo do Senhor com cada um está precedido pela Sua atuação constante em cada momento da vida comum. Ainda me lembro da vivacidade com que S. Josemaria Lhe pedia, para este caminhar quotidiano: mane nobíscum! [6]: fica connosco. Dizemos-Lho nós, conscientes de que temos de deixar que Ele atue na nossa vida? Exortava-nos também a estar preparados para prestar contas a Deus da nossa existência a qualquer momento. Em Caminho, escreveu: “Há de vir julgar os vivos e os mortos”, rezamos no Credo. Oxalá não percas de vista esse julgamento e essa justiça e... esse Juiz [7]. Sou testemunha de que considerava pessoalmente, em cada dia, essa possibilidade, e se enchia de alegria. Assim nos devíamos alegrar todos os que nos sabemos filhos de Deus. Por isso acrescentava: Não brilha na tua alma o desejo de que teu Pai-Deus fique contente quando te tiver de julgar? [8]

[4]. Catecismo da Igreja Católica, n. 673.

[5]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 24-IV-2013.
[6]. Lc 24,29.
[7]. S. Josemaria, Caminho, n. 745.
[8]. S. Josemaria, Caminho, n. 746.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de junho de 2013)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

O respeito humano, traição da própria consciência

O Juiz do mundo, que um dia voltará para nos julgar a todos nós, está ali, aniquilado, insultado e inerme diante do juiz terreno. Pilatos não é um monstro de maldade. Sabe que esse condenado é inocente, e procura um modo de libertá-lo. Mas o seu coração está dividido. E, por fim, faz prevalecer a sua posição, a si mesmo, acima do direito. Também os homens que gritam e pedem a morte de Jesus não são monstros de maldade. Muitos deles, no dia de Pentecostes, sentir-se-ão emocionados até o fundo do coração (At 2, 37) quando Pedro lhes disser: a Jesus do Nazaré, homem acreditado por Deus junto de vós \_...\ vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa (At 2, 22-23). Naquele momento, porém, sofrem a influência da multidão. Gritam porque os outros gritam e tal como os outros gritam. E assim a justiça é espezinhada pela covardia, pela pusilanimidade, pelo medo do diktat da mentalidade predominante. A voz subtil da consciência fica sufocada pelos gritos da multidão. A indecisão, o respeito humano dão força ao mal.

(Cardeal Joseph Ratzinger em Via-sacra no Coliseu em 2005, Primeira estação: meditação)