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terça-feira, 4 de agosto de 2009
No dia do Cura d'Ars, carta do Card. Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, aos padres de todo o mundo
Caros Presbíteros,
A actual cultura ocidental dominante, sempre mais difundida em todo o mundo, através da média global e da mobilidade humana, também nos países de outras culturas, apresenta novos desafios, bem exigentes, para a evangelização. Trata-se de uma cultura marcada profundamente por um relativismo que recusa qualquer afirmação de uma verdade absoluta e transcendente e, em consequência, arruína os fundamentos da moral e se fecha à religião. Perde-se assim a paixão pela verdade, relegada a uma “paixão inútil”. Jesus Cristo, no entanto, apresenta-se como a Verdade, o Logos universal, a Razão que ilumina e explica tudo o que existe. O relativismo, ademais, vem acompanhado de um subjectivismo individualista, que põe no centro de tudo o próprio ego. Por fim, chega-se ao niilismo, segundo o qual não há nada nem ninguém pelo qual vale a pena investir a própria inteira vida e, portanto, a vida humana carece de um verdadeiro sentido. Todavia, é preciso reconhecer que a actual cultura dominante, pós-moderna, traz consigo um grande e verdadeiro progresso científico e tecnológico, que fascina o ser humano, principalmente os jovens. O uso deste progresso, infelizmente, não tem sempre como escopo principal o bem do homem e de todos os homens. Falta-lhe um humanismo integral, capaz de dar-lhe seu verdadeiro sentido e finalidade. Poderíamos referir-nos ainda a outros aspectos dessa cultura: consumismo, libertinagem, cultura do espectáculo e do corpo. Não se pode, porém, não frisar que tudo isso produz um laicismo, que não quer a religião, faz de tudo para enfraquecê-la ou, ao menos, relegá-la à vida particular das pessoas.
Essa cultura produz uma descristianização, por demais visível, na maioria dos países cristãos, especialmente no Ocidente. O número das vocações sacerdotais caiu. Diminuiu também o número dos presbíteros, seja pela falta de vocações seja pelo influxo do ambiente cultural em que vivem. Tais circunstâncias poderiam conduzir-nos à tentação de um pessimismo desencorajante, que condena o mundo actual, e induzir-nos à retirada para a defensiva, nas trincheiras da resistência.
Jesus Cristo, pelo contrário, afirma: “Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo” (Jo 12,47). Não podemos nem desencorajar-nos nem ter medo da sociedade actual nem simplesmente condená-la. É preciso salvá-la! Cada cultura humana, também a actual, pode ser evangelizada. Em cada cultura há “sementes do Verbo”, como aberturas para o Evangelho. Certamente, também na nossa actual cultura. Sem dúvida, também os assim chamados “pós-cristãos” poderiam ser tocados e reabrir-se, caso fossem levados a um verdadeiro encontro pessoal e comunitário com a pessoa de Jesus Cristo vivo. Em tal encontro, cada pessoa humana de boa vontade pode, por Ele, ser alcançada. Ele ama a todos e bate à porta de todos, porque quer salvar a todos, sem excepção. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, para todos. É o único mediador entre Deus e os homens.
Caríssimos Presbíteros, nós, pastores, nos tempos de hoje, somos chamados com urgência à missão, seja “ad gentes”, seja nas regiões dos países cristãos, onde tantos baptizados afastaram-se da participação em nossas comunidades ou, até mesmo, perderam a fé. Não podemos ter medo nem permanecer quietos em casa. O Senhor disse a seus discípulos: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?” (Mt 8, 26). “Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candeeiro, para que ilumine a todos os que estão na casa” (5,15). “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).Não lançaremos a semente da Palavra de Deus apenas da janela de nossa casa paroquial, mas sairemos ao campo aberto da nossa sociedade, a começar pelos pobres, para chegar também a todas as camadas e instituições sociais. Iremos visitar as famílias, todas as pessoas, principalmente os baptizados que se afastaram. Nosso povo quer sentir a proximidade da sua Igreja. Fá-lo-emo, indo à nossa sociedade com alegria e entusiasmo, certos da presença do Senhor connosco na missão e certos de que Ele baterá à porta dos corações aos quais O anunciarmos.
Cardeal Cláudio Hummes
Arcebispo Emérito de São Paulo
Prefeito da Congregação para o Clero
Nova igreja dedicada a S. Josemaría no México de arquitectura arrojada, mas lindíssima na modesta opinião de JPR
O Prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría, fez recentemente uma viagem ao México onde teve oportunidade de participar na dedicação da nova Igreja de Josemaría (Cidade do México).
Ver sequência de fotografias AQUI
Civilização da economia
Caritas in veritate [III – 38 (a)] – Bento XVI
São Paulo não se despede de Roma
Concluiu-se o Ano Paulino, mas as celebrações e as comemorações da vida e da obra de São Paulo continuam. É o caso da exposição que celebra o encerramento do bimilenário de seu nascimento nos Museus do Vaticano, de 26 de Junho a 27 de Setembro, intitulada: "São Paulo no Vaticano: a figura e a palavra do Apóstolo dos gentios nas colecções pontifícias".
Esta exposição conta quatro secções, e cada uma mostra um aspecto do carácter de Paulo e convida a redescobrir a figura do santo através das obras de arte mantidas no Vaticano ou em instituições culturais da Santa Sé.
Estão expostas aproximadamente 150 obras, entre as quais se encontram sarcófagos de mármore, pinturas, gravuras, medalhas, anéis, discos de bronze, moedas, documentos referentes à época ou à vida e às próprias raízes do Apóstolo dos gentios em Roma.
A exposição nasceu de uma ideia do professor Antonio Paolucci, director dos Museus do Vaticano e de D. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura. E foi inaugurada contemporaneamente com o fim da restauração da Capela Paulina de Michelangelo, dos Palácios Apostólicos.
(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1940
Encontra-se em León pregando um retiro a sacerdotes. Daí, escreve uma carta aos fiéis do Opus Dei que estão em Madrid: “Tenho, neste retiro, cento e vinte sacerdotes. Muito trabalho, como são admiráveis, mal se nota o cansaço”.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=2080 )
Episódios da vida do Santo Cura d'Ars
O Papa Bento XVI decretou que desde o dia 19 de Junho de 2009 até ao dia 19 de Junho de 2010 se vivesse na Igreja um Ano Sacerdotal, meditando no dom do sacerdócio e pedindo pela santidade dos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais, por ocasião dos cento e cinquenta anos da morte do Santo Cura d’Ars (São João Maria Baptista Vianney, 1786-1859). Reproduziremos ao longo deste tempo alguns episódios da vida deste sacerdote santo que é modelo para sacerdotes e leigos. Assim poderemos ter-lhe maior devoção e pedir a sua intercessão para que em toda a Igreja se viva bem este ano.
João Maria nasceu em Dardilly, perto de Lyon, a 8 de Maio de 1786, à meia-noite, e foi baptizado nesse mesmo dia. Poucos anos depois explodiria a Revolução Francesa que colocou a Igreja na clandestinidade, alvo de uma violenta perseguição. Os seus pais eram camponeses piedosos, sendo João Maria o quarto de seis filhos.
A sua infância foi marcada por uma profunda piedade. A sua mãe sempre lhe pegava na mão para se benzer antes de lhe dar a papa. Quando tinha quinze meses, segundo conta a sua irmã Margarida, a mãe esqueceu-se e o pequenino não abria os lábios. Só quando ela o acompanhou a benzer-se é que consentiu que lhe entrasse a comida na boca (cf. Processo do Ordinário, 1011).
O próprio Cura d’Ars referiu, mais tarde, que amava Nossa Senhora, muito antes da idade da razão: «A Santíssima Virgem é o meu maior afecto; amava-A mesmo antes de A conhecer» (cf. Ib. 677).
Quando tinha 13 anos e o seu irmão Francisco 15, trabalhavam os dois no campo. Um dia tentou seguir o seu irmão em tudo o que ele fizesse e fazer igual, mas acabou o dia totalmente arruinado, exausto, sem poder mais. Então lembrou-se de invocar a Santíssima Virgem. Colocou uma pequena imagem sua perto dos campos onde trabalhava e procurou tê-la muito presente durante todo o tempo. Não só conseguiu igualar o trabalho do irmão como nem sequer se sentia fatigado no fim.
Apesar de muitos favores que Deus lhe concedeu desde pequeno, João Maria foi muito normal e nunca se considerou uma pessoa santa. Durante a sua vida circulavam biografias suas que ressaltavam o fantástico contra os seus reiterados protestos. Nunca se deixou retratar por humildade, e algum artista conseguiu «roubar-lhe» as feições, dissimulando-se entre a multidão que o escutava.
João Maria Vianney não teve uma vida fácil. Quando já se sentia chamado ao sacerdócio outro chamamento se sobrepôs: o exército, que necessitava de homens para as campanhas napoleónicas. Por uma série de peripécias, que seria demasiado longo narrar, acabou por ser dado por desertor. E viu-se forçado a procurar refúgio numa aldeia chamada Nöes.
Da sua permanência em Nöes (entre 1809 e 1811) ficou gravada na memória de todos os aldeões a sua grande mansidão, piedade, caridade e uma profunda estima. Aí se conta que, numa ocasião, no Verão de 1810, uns gendarmes que andavam à sua procura o tinham visto no campo e foram no seu encalço. João Maria refugiou-se num estábulo e escondeu-se sob um monte de feno. O calor e as ervas já em fermentação fizeram-no sofrer horrores e os gendarmes entraram e revolveram tudo. Com o sabre picaram no monte de feno. João Maria nada disse e formulou então o propósito de nunca mais se queixar na sua vida. Dizia ele que tinha cumprido esse propósito desde então.
Relacionado com a sua permanência em Nöes está outro episódio acontecido em 1850, quando já era pároco de Ars há muitos anos. Uma mulher que tinha chegado a Ars, junto com tantos peregrinos, parecia possessa: saltava, bailava e falava de um modo extravagante. E ia contando em voz alta os pecados de todos os que passavam por ela. Viu o Cura e disse-lhe que tinha roubado um cacho de uvas.
João Maria, de facto, tinha passado muita fome em Nöes quando fugia do exército e, num momento em que ainda não tinha encontrado uma casa que o recebesse, roubou um cacho de uvas.
O santo pároco respondeu à acusadora que tinha deixado lá, no sítio de onde retirara o cacho de uvas, uma moeda em pagamento. Mas a mulher disse-lhe que o dono não a tinha encontrado.
(retirado de TROCHU, F., El Cura de Ars, Palabra, Madrid, 1986)
(Fonte: Boletim Paroquial Nossa Senhora Porta do Céu em Lisboa, título da responsabilidade de JPR)
S. João Maria Vianney, presbítero
Dois anos mais tarde, faz sua primeira comunhão num celeiro, durante uma Missa clandestina celebrada por um sacerdote rebelde. Aos 17 anos, decide responder à chamada de Deus: “Gostaria de ganhar almas para o Bom Deus”, dirá a sua mãe, Marie Béluze. Seu pai, porém, opõe-se a este projecto durante dois anos, devido à falta braços na lavoura familiar.
Aos 20 anos, começa a preparar-se para o sacerdócio com o abade Balley, pároco de Écully. As dificuldades fazem-no amadurecer: passa rapidamente do abatimento à esperança, vai em peregrinação ao sepulcro de São François Régis, em Louvesc. Vê-se obrigado a desertar, quando chamado a entrar para o exército para lutar na guerra em Espanha. Mas o abade Balley ajudá-lo-á nesses anos caracterizados por uma série de provações. É ordenado sacerdote, em 1815, passa uma primeira temporada como vigário de Écully.
Em 1818, é enviado a Ars. Ali, desperta a fé de seus paroquianos com suas pregações, mas, sobretudo, com a sua oração e seu estilo de vida. Sente-se pobre diante da missão que tem a realizar, mas deixa-se envolver pela misericórdia de Deus. Restaura e decora a igreja, funda um orfanato, a que dá o nome de “A Providência”, e cuida dos mais pobres.
Muito rapidamente, a sua reputação de confessor atrai muitos peregrinos, que vêm buscar junto dele o perdão de Deus e a paz nos seus corações. Assaltado por provações e lutas interiores, mantém seu coração bem arraigado no amor a Deus e aos irmãos; sua única preocupação é a salvação das almas. As suas aulas de catecismo e suas homilias falam sobretudo da bondade e da misericórdia de Deus.
Sacerdote que se consome de amor diante do Santíssimo Sacramento, doado inteiramente a Deus, a seus paroquianos e aos peregrinos, morre em 4 de Agosto de 1859, depois de uma entrega até o extremo do Amor. Sua pobreza não era simulada. Sabia que estava fadado a morrer como “prisioneiro do confessionário”.
Três vezes tentara fugir de sua paróquia, acreditando-se indigno da missão de pároco e pensando ser mais um obstáculo à bondade de Deus que um condutor do seu Amor. A última tentativa de fuga ocorreu menos de seis anos antes de morrer. Foi interceptado pelos seus paroquianos, que tinham feito soar o alarme no meio da noite. Voltou, então, à sua igreja e pôs-se a confessar até a uma da manhã. No dia seguinte, diria:
“Comportei-me como uma criança”. No seu funeral, havia mais de mil pessoas, entre as quais o bispo e todos os sacerdotes da diocese, que vinham abraçar aquele que já era seu modelo.
Beatificado em 8 de Janeiro de 1905, foi declarado no mesmo ano “padroeiro dos sacerdotes da França”. Canonizado por Pio XI em 1925, mesmo ano da canonização de Santa Teresa do Menino Jesus, será proclamado em 1929 “padroeiro de todos os párocos do universo”.
Hoje, Ars recebe 450 mil peregrinos todos os anos, e o Santuário organiza diversas actividades. Em 1986 recebe a visita de João Paulo II, tendo sido inaugurado um seminário para formar futuros sacerdotes na escola do “Sr. Vianney”. Afinal, por onde passam os santos, Deus passa com eles!
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Discursos ascéticos, Iª série, nº 62 (a partir da trad. DDB 1981, p. 332 rev.)
«Por que duvidaste?»
Àquele cujo coração está fundado na esperança da fé não falta coisa alguma. Embora nada tenha, tudo possui pela fé, como está escrito: «Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, recebê-lo-eis» e «O Senhor está perto. Não vos inquieteis por coisa alguma» (Mt 21, 22; Fil 4, 5-6).
O intelecto está sempre à procura de meios que lhe permitam reter aquilo que adquiriu; mas a fé diz que, «se não for o Senhor a edificar a casa, em vão trabalham os construtores» (Sl 126, 1). Aquele que reza na fé nunca vive apenas do conhecimento intelectual. Esse saber faz o elogio do temor. O sábio disse: «Feliz aquele que teme no seu coração». Mas o que diz a fé? Que, quando teve medo, Pedro começou a afundar-se. E ainda: «Vós não recebestes um espírito de escravidão, para cair de novo no temor; recebestes, pelo contrário, um espírito de adopção» (Rom 8, 15), que nos dá a liberdade da fé e da esperança em Deus.
A dúvida segue-se sempre ao medo [...]; o medo e a dúvida manifestam-se sempre na busca das causas e no exame dos factos, porque o intelecto nunca alcança a paz. A alma está muitas vezes sujeita aos imprevistos, às dificuldades, às numerosas armadilhas que a fazem perigar, mas nem o intelecto nem as diferentes formas de sabedoria podem ajudá-la. Pelo contrário, a fé nunca se deixa vencer por nenhuma destas dificuldades. [...] Vês a fraqueza do conhecimento e o poder da fé? [...] A fé diz: «Tudo é possível a quem crê» (Mc 9, 23), «pois a Deus tudo é possível» (10, 27). Ó riqueza inefável! Ó mar que nas suas vagas transporta semelhante riqueza, tesouros maravilhosos que dele transbordam pelo poder da fé!
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 4 de Agosto de 2009
Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões.
Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão.
E, chegada a noite, estava ali só.
O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram:
«É um fantasma!» E gritaram com medo.
No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo:
«Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!»
Pedro respondeu-lhe:
«Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» disse-lhe Jesus.
E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou:
«Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe:
«Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
E, quando entraram no barco, o vento amainou.
Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo:
«Tu és, realmente, o Filho de Deus!»
Após a travessia, pisaram terra em Genesaré.
Ao reconhecerem-no, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a região. Trouxeram-lhe todos os doentes,
suplicando-lhe que, ao menos, os deixasse tocar na orla do seu manto. E todos aqueles que a tocaram, ficaram curados.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)