«Face aos erros e faltas do próximo, em vez de dedicar-se a murmurar, ao falatório — como sucede com frequência —,não há maior prova de verdadeira caridade do que exercitar a correção fraterna com espírito de humildade e muita delicadeza.»
Obrigado, Perdão Ajuda-me
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Correcção fraterna é caridade
‘Coisas que, para um jornalista, são notícia’ por Brad Phillips (agradecimento ‘É o Carteiro’)
3. Acidentes: tudo o que corre mal – uma explosão industrial, um desastre de viação, um tiroteio numa escola – tem potencial de notícia.
«Deus trabalha; continua a trabalhar na e sobre a história dos homens. Em Cristo, entra como Pessoa no trabalho cansativo da história. “Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho”. O mesmo Deus é o Criador do mundo, e a criação ainda não está terminada. Deus trabalha. Assim o trabalho dos homens deveria aparecer como uma expressão particular da sua semelhança com Deus e, deste modo, o homem tem a faculdade e pode participar no agir de Deus na criação do mundo.»
(Bento XVI - Encontro com o mundo da cultura no Collège des Bernardins em Paris a 12.09.2008)
(Bento XVI - Encontro com o mundo da cultura no Collège des Bernardins em Paris a 12.09.2008)
Responde São Josemaría - Por que critérios mede o senhor o êxito ou não do Opus Dei?
Quando um empreendimento é sobrenatural, pouco importam o êxito ou o fracasso como vulgarmente se consideram. Já dizia S. Paulo aos cristãos de Corinto que, na vida espiritual, o que interessa não é o juízo dos outros, nem o nosso próprio juízo, mas o juízo de Deus.
É certo que a Obra está hoje estendida a todo o mundo: pertencem a ela homens e mulheres de cerca de setenta nacionalidades. Ao pensar neste facto, eu mesmo me surpreendo. Não lhe encontro explicação humana, mas sim a vontade de Deus, pois o Espírito sopra onde quer, e serve-se de quem quer para realizar a santificação dos homens. Tudo isso é para mim ocasião de acção de graças, de humildade e de súplica a Deus para saber sempre servi-lo.
Pergunta-me também qual o critério com que meço e ajuízo as coisas. A resposta é muito simples: santidade, frutos de santidade.
O apostolado mais importante do Opus Dei é aquele que cada um dos seus membros realiza através do testemunho da sua vida e com a sua palavra, no convívio diário com os amigos e companheiros de profissão. Quem poderá medir a eficácia sobrenatural deste apostolado silencioso e humilde? É incalculável a ajuda que representa o exemplo de um amigo leal e sincero, ou a influência de uma boa mãe no seio da família.
Mas talvez a sua pergunta se refira aos apostolados da Obra como tal, supondo que, neste caso, se poderão medir os resultados sob um ponto de vista humano, técnico: se uma escola de formação de operários consegue promover socialmente os homens que a frequentam; se uma Universidade dá aos seus estudantes uma formação profissional e cultural adequadas. Se admitirmos que é esse o sentido da sua pergunta, dir-lhe-ei que o resultado se pode explicar em parte por se tratar de tarefas realizadas por pessoas que exercem esse trabalho como uma actividade profissional específica, para a qual se preparam como todo aquele que deseja executar um trabalho sério. Quer isto dizer, entre outras coisas, que essas obras não se lançam segundo esquemas preconcebidos: caso por caso, estudam-se as necessidades particulares da sociedade em que se vão inserir, para se adaptarem às exigências reais.
Repito-lhe que ao Opus Dei não interessa primordialmente a eficácia humana. O êxito ou o fracasso real desses trabalhos depende de que, estando humanamente bem feitos, sirvam ou não sirvam para que aqueles que os realizam, e também os que deles beneficiam, amem a Deus, se sintam irmãos de todos os outros homens e manifestem estes sentimentos num serviço desinteressado à humanidade.
Temas actuais do cristianismo, 31
Amar a Cristo...
Senhor Jesus, ajuda-me a durante a Quaresma ter-Te todavia mais presente e a lembrar-me de Ti oferecendo um tempo de oração mental mais longo e quando não possível jaculatórias de louvando-Te e contrição pelos meus pecados.
JPR
Humildade e não ceder às opiniões do mundo, foi o pedido do Papa aos párocos de Roma
Na grande aula das audiências do Vaticano decorreu na manhã desta quinta feira o tradicional encontro do Papa com os párocos de Roma, no inicio da Quaresma. Bento XVI apresentou uma lectio divina centrada no capitulo IV da Carta de São Paulo aos Efésios.
O grande sofrimento na Europa, no Ocidente para a Igreja – disse o Papa – é a falta de vocações. Mas o Senhor chama sempre. É preciso ouvir esta chamada. Sublinhou depois que os padres devem ser humildes, mansos e magnânimos. Em particular, afirmou, quando sou humilde tenho também a liberdade de estar em contraste com o pensamento dominante. Esta humildade – acrescentou – dá-me a capacidade da verdade. E é por isso que na Igreja precisamos de saber aceitar também mansões pequenas mas grandes aos olhos de Deus.
Um grande problema para a Igreja atual, prosseguiu, é o analfabetismo religioso. Devemos reapropriar-nos do conteúdo da fé, foi a sua exortação. Não como pacote de dogmas. Devemos fazer tudo, disse aos párocos de Roma, para nos renovarmos e fazer de maneira que Cristo seja conhecido.
Bento XVI deteve-se também sobre aqueles que se definem fiéis adultos, porque emancipados do Magistério da Igreja. Na realidade, advertiu, o resultado não é uma fé adulta, mas uma dependência da opinião do mundo. A verdadeira emancipação – salientou – é libertar-se desta ditadura das opiniões e acreditar no Filho de Deus.
Só assim, concluiu, somos capazes de responder aos desafios do nosso tempo.
Durante o encontro o Papa entregou aos párocos responsáveis pelas várias prefeituras da diocese de Roma o texto intitulado Escolhido por Deus para os homens, publicado pelas Paulinas com uma apresentação do cardeal vigário Agostinho Vallini.
Trata-se, disse o purpurado, de uma regra de vida, fruto do Ano Sacerdotal. Um traçado espiritual, um guia ideal oferecido a todos os padres romanos para que cresçam na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio.
Rádio Vaticano
O grande sofrimento na Europa, no Ocidente para a Igreja – disse o Papa – é a falta de vocações. Mas o Senhor chama sempre. É preciso ouvir esta chamada. Sublinhou depois que os padres devem ser humildes, mansos e magnânimos. Em particular, afirmou, quando sou humilde tenho também a liberdade de estar em contraste com o pensamento dominante. Esta humildade – acrescentou – dá-me a capacidade da verdade. E é por isso que na Igreja precisamos de saber aceitar também mansões pequenas mas grandes aos olhos de Deus.
Um grande problema para a Igreja atual, prosseguiu, é o analfabetismo religioso. Devemos reapropriar-nos do conteúdo da fé, foi a sua exortação. Não como pacote de dogmas. Devemos fazer tudo, disse aos párocos de Roma, para nos renovarmos e fazer de maneira que Cristo seja conhecido.
Bento XVI deteve-se também sobre aqueles que se definem fiéis adultos, porque emancipados do Magistério da Igreja. Na realidade, advertiu, o resultado não é uma fé adulta, mas uma dependência da opinião do mundo. A verdadeira emancipação – salientou – é libertar-se desta ditadura das opiniões e acreditar no Filho de Deus.
Só assim, concluiu, somos capazes de responder aos desafios do nosso tempo.
Durante o encontro o Papa entregou aos párocos responsáveis pelas várias prefeituras da diocese de Roma o texto intitulado Escolhido por Deus para os homens, publicado pelas Paulinas com uma apresentação do cardeal vigário Agostinho Vallini.
Trata-se, disse o purpurado, de uma regra de vida, fruto do Ano Sacerdotal. Um traçado espiritual, um guia ideal oferecido a todos os padres romanos para que cresçam na alegria da vocação comum e na unidade do sacerdócio.
Rádio Vaticano
Imitação de Cristo, 1, 10, 1
Evita, quanto puderes, o bulício dos homens, porque muito nos perturbam os negócios mundanos ainda quando tratados com reta intenção; pois bem depressa somos manchados e cativos da vaidade. Quisera eu ter calado muitas vezes e não ter conversado com os homens. Por que razão, porém, nos atraem falas e conversas, se raras vezes voltamos ao silêncio sem dano da consciência? Gostamos tanto de falar, porque pretendemos, com essas conversações, ser consolados uns pelos outros e desejamos aliviar o coração fatigado por preocupações diversas. E ordinariamente sentimos prazer em falar e pensar, ora nas coisas que muito amamos e desejamos, ora nas que nos contrariam.
É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro
"É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro. Não é uma frase, Padre; é uma realidade", dizes-me. Então... o mundo inteiro, todos os valores humanos que te atraem com uma força enorme (amizade, arte, ciência, filosofia, teologia, desporto, natureza, cultura, almas...), tudo isso, deposita-o na esperança – na esperança de Cristo. (Sulco, 293)
Onde quer que nos encontremos, esta é a exortação do Senhor: vigiai! Em face deste apelo de Deus, alimentemos nas nossas consciências os desejos esperançosos de santidade, com obras. Dá-me, meu filho, o teu coração, sugere-nos o senhor ao ouvido. Deixa-te de construir castelos com a fantasia, decide-te a abrir a tua alma a Deus, pois exclusivamente no Senhor acharás o fundamento real para a tua esperança e para fazer o bem aos outros. Quando não lutamos connosco mesmos, quando não rechaçamos terminantemente os inimigos que estão dentro da cidadela interior – o orgulho, a inveja, a concupiscência da carne e dos olhos, a auto-suficiência, a tresloucada avidez da libertinagem – quando não existe essa peleja interior, os mais nobres ideais definham como a flor do feno; ao romper o sol ardente, a erva seca, a flor cai e acaba a sua vistosa formosura. Depois, pela menor fenda brotarão o desalento e a tristeza, como plantas daninhas e invasoras.
Jesus não se conforma com um assentimento titubeante. Pretende, tem direito a que caminhemos com inteireza, sem concessões às dificuldades. Exige passos firmes concretos; pois, de ordinário, os propósitos gerais servem para pouco. Os propósitos pouco delineados parecem-me entusiasmos falazes que intentam calar as chamadas divinas percebidas pelo coração; fogos-fátuos, que não queimam nem dão calor e que desaparecem com a mesma fugacidade com que surgiram.
Por isso, convencer-me-ei de que as tuas intenções de alcançar a meta são sinceras, se te vir caminhar com determinação. Faz o bem, revendo as tuas atitudes habituais quanto à ocupação de cada instante; pratica a justiça, precisamente nos ambientes que frequentas, ainda que a fadiga te vença; fomenta a felicidade dos que te rodeiam, servindo os outros com alegria no lugar do teu trabalho, com esforço para o acabar com a maior perfeição possível, com a tua compreensão, com o teu sorriso, com a tua atitude cristã. E tudo por Deus, com o pensamento na sua glória, com o olhar no alto, anelando a Pátria definitiva, pois só esse fim vale a pena. (Amigos de Deus, 211)
O pai é indispensável para que o filho cresça como sujeito (agradecimento 'É o Carteiro!)
A sociedade actual esvaziou o valor da função do pai, não o tem em conta, menosprezou a sua autoridade, as mulheres prescindem deles de forma manifesta, o que leva os filhos perderem-lhes absolutamente o respeito.
Nestas circunstâncias, quando o pai deixa de ser relevante para a mãe, o filho percebe e é ele que toma o seu lugar confirmando a extinção da função paterna.
A desvalorização da paternidade começa a mostrar actualmente os seus efeitos secundários no correcto desenvolvimento dos filhos. A relação mãe-filho, digam o que disserem, é mesmo muito diferente da relação paterno-filial.
A função paterna é indispensável para que o filho assuma a sua individualidade, identidade e autonomia psíquica, necessárias para crescer como sujeito.
O pai, se se ausenta, física ou psiquicamente, deixa por cumprir o seu papel de “separador" que é aquilo que, precisamente, permite ao filho diferenciar-se da mãe.
Salmos
«Assim como a boca saboreia os alimentos, assim também o coração os Salmos»
(Sermão sobre o Cântico dos Cânticos, VII, 5 – São Bernardo)
Salmo 1 OS DOIS CAMINHOS (Pr 4,10-19; Jr 17,5-8)
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
nem toma parte na reunião dos libertinos;
antes põe o seu enlevo na lei do SENHOR
e nela medita dia e noite.
É como a árvore plantada
à beira da água corrente:
dá fruto na estação própria
e a sua folhagem não murcha;
em tudo o que faz é bem sucedido.Mas os ímpios não são assim!
São como a palha que o vento leva.
Por isso, os ímpios não resistirão no julgamento,
nem os pecadores, na assembleia dos justos.
O SENHOR conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.
(Sermão sobre o Cântico dos Cânticos, VII, 5 – São Bernardo)
Salmo 1 OS DOIS CAMINHOS (Pr 4,10-19; Jr 17,5-8)
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
nem toma parte na reunião dos libertinos;
antes põe o seu enlevo na lei do SENHOR
e nela medita dia e noite.
É como a árvore plantada
à beira da água corrente:
dá fruto na estação própria
e a sua folhagem não murcha;
em tudo o que faz é bem sucedido.Mas os ímpios não são assim!
São como a palha que o vento leva.
Por isso, os ímpios não resistirão no julgamento,
nem os pecadores, na assembleia dos justos.
O SENHOR conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.
Oração
«Orar não é só contar a Deus tudo o que nos preocupa. Orar é também calar e saber escutar o que Deus nos quer dizer.»
(Beato João Paulo II)
(Beato João Paulo II)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975
No aeroporto da Guatemala.
Momentos antes de tomar o avião, dá a bênção a centenas de pessoas que tinham ido despedir-se dele. Muitos não o tinham podido ver, porque estivera doente durante esses dias. “Custou-me muito não ter podido estar convosco. Paciência! Primeiro estava triste; mas agora estou alegre: Ofereci tudo ao Senhor pelo trabalho na América Central”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Momentos antes de tomar o avião, dá a bênção a centenas de pessoas que tinham ido despedir-se dele. Muitos não o tinham podido ver, porque estivera doente durante esses dias. “Custou-me muito não ter podido estar convosco. Paciência! Primeiro estava triste; mas agora estou alegre: Ofereci tudo ao Senhor pelo trabalho na América Central”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Nós perante os outros
«Tratemos pois, irmãos, não só de viver bem, mas de portar-nos bem diante dos outros. Procuremos que não tenha que repreender-nos nada a nossa consciência, e, além disso, tendo em conta a nossa fragilidade, pondo todo o cuidado que possamos, evitemos que possa pensar mal irmão menos formado»
(Sermo 47, 14 – Santo Agostinho)
(Sermo 47, 14 – Santo Agostinho)
O caminho que conduz Cristo à Sua Glória
Santo Anastácio de Antioquia, monge e depois patriarca de Antioquia, 549-570 e 593-599
Homilia 4 sobre a Paixão; PG 89, 1347
«Eis que subimos a Jerusalém. O Filho do Homem será entregue nas mãos dos pagãos, dos sumos-sacerdotes e dos escribas para ser flagelado, humilhado e crucificado» (cf Mt 20,18). Ao dizer isto aos Seus discípulos, Cristo anunciava o que estava de acordo com a predições dos profetas, pois eles tinham previsto a Sua morte, e que esta teria lugar em Jerusalém. [...] Compreendemos porque é que o Verbo de Deus que, de outra forma não sofreria, teve de suportar a Paixão; porque o homem não podia ter sido salvo de outra forma. Só Ele o sabia, assim como aqueles a quem Ele o revelara. De facto, Ele sabia tudo o que vem do Pai, porque o «Espírito penetra até às profundezas dos mistérios divinos» (1Cor 2, 10).
«Era necessário que Cristo sofresse» (Lc 24, 26): era completamente impossível que a Paixão não tivesse acontecido, como Ele próprio afirmou quando chamou «lentos a acreditar» e «sem inteligência» àqueles que não sabiam que Cristo tinha de sofrer assim para entrar na Sua Glória (Lc 24, 25). De facto, Ele veio para salvar o Seu povo, renunciando à «glória que tinha junto do Pai antes do início do mundo» (Jo 17, 5). Esta salvação era a perfeição que devia concretizar-se pela Paixão, e que será atribuída ao autor da nossa vida, segundo o ensinamento de São Paulo: «Ele foi o autor da nossa vida ao atingir a perfeição através dos Seus sofrimentos» (Heb 2, 10).
Vemos como a glória de Filho Único, da qual tinha sido afastado durante algum tempo em nosso favor, Lhe foi devolvida pela cruz na carne que Ele tinha adoptado. São João afirma-o de facto no seu Evangelho, quando explica que foi sobre esta água que o Salvador disse que «brotaria como um rio do coração do crente. Ora, ao dizer isto, Ele falava do Espírito Santo que haviam de receber aqueles que acreditassem n’Ele. De facto, o Espírito Santo não tinha ainda sido dado, porque Jesus não tinha entrado ainda na Sua glória» (Jo 7, 38-39). Aquilo a que Ele chama a Sua glória é a Sua morte na cruz. Esta é a razão pela qual o Senhor, quando rezava antes de padecer na cruz, pedia ao Pai para Lhe dar esta «glória que Ele tinha junto d’Ele antes do início do mundo».
Homilia 4 sobre a Paixão; PG 89, 1347
«Eis que subimos a Jerusalém. O Filho do Homem será entregue nas mãos dos pagãos, dos sumos-sacerdotes e dos escribas para ser flagelado, humilhado e crucificado» (cf Mt 20,18). Ao dizer isto aos Seus discípulos, Cristo anunciava o que estava de acordo com a predições dos profetas, pois eles tinham previsto a Sua morte, e que esta teria lugar em Jerusalém. [...] Compreendemos porque é que o Verbo de Deus que, de outra forma não sofreria, teve de suportar a Paixão; porque o homem não podia ter sido salvo de outra forma. Só Ele o sabia, assim como aqueles a quem Ele o revelara. De facto, Ele sabia tudo o que vem do Pai, porque o «Espírito penetra até às profundezas dos mistérios divinos» (1Cor 2, 10).
«Era necessário que Cristo sofresse» (Lc 24, 26): era completamente impossível que a Paixão não tivesse acontecido, como Ele próprio afirmou quando chamou «lentos a acreditar» e «sem inteligência» àqueles que não sabiam que Cristo tinha de sofrer assim para entrar na Sua Glória (Lc 24, 25). De facto, Ele veio para salvar o Seu povo, renunciando à «glória que tinha junto do Pai antes do início do mundo» (Jo 17, 5). Esta salvação era a perfeição que devia concretizar-se pela Paixão, e que será atribuída ao autor da nossa vida, segundo o ensinamento de São Paulo: «Ele foi o autor da nossa vida ao atingir a perfeição através dos Seus sofrimentos» (Heb 2, 10).
Vemos como a glória de Filho Único, da qual tinha sido afastado durante algum tempo em nosso favor, Lhe foi devolvida pela cruz na carne que Ele tinha adoptado. São João afirma-o de facto no seu Evangelho, quando explica que foi sobre esta água que o Salvador disse que «brotaria como um rio do coração do crente. Ora, ao dizer isto, Ele falava do Espírito Santo que haviam de receber aqueles que acreditassem n’Ele. De facto, o Espírito Santo não tinha ainda sido dado, porque Jesus não tinha entrado ainda na Sua glória» (Jo 7, 38-39). Aquilo a que Ele chama a Sua glória é a Sua morte na cruz. Esta é a razão pela qual o Senhor, quando rezava antes de padecer na cruz, pedia ao Pai para Lhe dar esta «glória que Ele tinha junto d’Ele antes do início do mundo».
Tome a sua cruz, dia após dia
Bem-aventurado João XXIII (1881-1963), papa
Diário da alma, 1930, retiro em Rusciuk
O amor da cruz do meu Senhor atrai-me cada vez mais nestes dias. Ó Jesus bendito, que isto não seja um fogo inútil, que se apague com a primeira chuva, mas um incêndio que arda sempre sem nunca se consumir. Nestes dias encontrei outra bela oração, que corresponde perfeitamente à minha situação actual [...]: Ó Jesus, meu amor crucificado, adoro-Te em todas as Tuas penas. [...] Abraço de todo o coração, por Teu amor, todas as cruzes de corpo e de espírito que me sobrevierem. E faço profissão de pôr toda a minha glória, o meu tesouro e a minha alegria na Tua cruz, ou seja, nas humilhações e nos sofrimentos, dizendo com São Paulo: 'Quanto a mim, não me glorie, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo' (Gal 6, 14). Não quero para mim outro paraíso neste mundo que não seja a cruz do meu Senhor Jesus Cristo. [...] Tudo me convence de que o Senhor me quer todo para Si, pelo caminho real da cruz. Por este caminho, e não por outro, desejo avançar. [...]
Uma nota característica deste retiro espiritual tem sido uma grande paz e alegria interior, que me encoraja a oferecer-me ao Senhor, em ordem a qualquer sacrifício que Ele queira pedir-me. Desejo que esta tranquilidade e esta alegria penetrem cada vez mais, por dentro e por fora, toda a minha pessoa e toda a minha vida. [...] Terei muito cuidado na guarda deste gozo interior e exterior. [...] Para mim, deve ser um convite perene a imagem de São Francisco de Sales que, entre outras, gosto de repetir: eu sou como um passarinho que canta num bosque de espinhos. Assim, pois, poucas confidências sobre o que possa fazer-me sofrer. Muita discrição e indulgência no meu juízo acerca das pessoas e das situações; inclinação para orar especialmente por quem for para mim motivo de sofrimento; e, em tudo, grande bondade e paciência sem limites, lembrando-me de que qualquer outro sentimento [...] não está de acordo com o espírito do Evangelho nem da perfeição evangélica. Prefiro ser considerado um pobre homem, desde que, a qualquer preço, faça triunfar a caridade. Deixar-me-ei esmagar, mas quero ser paciente e bom até ao heroísmo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Diário da alma, 1930, retiro em Rusciuk
O amor da cruz do meu Senhor atrai-me cada vez mais nestes dias. Ó Jesus bendito, que isto não seja um fogo inútil, que se apague com a primeira chuva, mas um incêndio que arda sempre sem nunca se consumir. Nestes dias encontrei outra bela oração, que corresponde perfeitamente à minha situação actual [...]: Ó Jesus, meu amor crucificado, adoro-Te em todas as Tuas penas. [...] Abraço de todo o coração, por Teu amor, todas as cruzes de corpo e de espírito que me sobrevierem. E faço profissão de pôr toda a minha glória, o meu tesouro e a minha alegria na Tua cruz, ou seja, nas humilhações e nos sofrimentos, dizendo com São Paulo: 'Quanto a mim, não me glorie, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo' (Gal 6, 14). Não quero para mim outro paraíso neste mundo que não seja a cruz do meu Senhor Jesus Cristo. [...] Tudo me convence de que o Senhor me quer todo para Si, pelo caminho real da cruz. Por este caminho, e não por outro, desejo avançar. [...]
Uma nota característica deste retiro espiritual tem sido uma grande paz e alegria interior, que me encoraja a oferecer-me ao Senhor, em ordem a qualquer sacrifício que Ele queira pedir-me. Desejo que esta tranquilidade e esta alegria penetrem cada vez mais, por dentro e por fora, toda a minha pessoa e toda a minha vida. [...] Terei muito cuidado na guarda deste gozo interior e exterior. [...] Para mim, deve ser um convite perene a imagem de São Francisco de Sales que, entre outras, gosto de repetir: eu sou como um passarinho que canta num bosque de espinhos. Assim, pois, poucas confidências sobre o que possa fazer-me sofrer. Muita discrição e indulgência no meu juízo acerca das pessoas e das situações; inclinação para orar especialmente por quem for para mim motivo de sofrimento; e, em tudo, grande bondade e paciência sem limites, lembrando-me de que qualquer outro sentimento [...] não está de acordo com o espírito do Evangelho nem da perfeição evangélica. Prefiro ser considerado um pobre homem, desde que, a qualquer preço, faça triunfar a caridade. Deixar-me-ei esmagar, mas quero ser paciente e bom até ao heroísmo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 23 de Fevereiro de 2012
acrescentando: «É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, que seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que seja morto e ressuscite ao terceiro dia. 23 Depois, dirigindo-Se a todos disse: «Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias, e siga-Me.24 Porque quem quiser salvar a sua vida, a perderá; e quem perder a sua vida por causa de Mim, salvá-la-á.25 Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se se perde a si mesmo ou se faz dano a si?
Lc 9, 22-25
Lc 9, 22-25
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