Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Cristãos anónimos

Para além dos fiéis que formalmente pertencem, pelo Baptismo ou pela profissão de fé, à Igreja católica, também há os que, o não sendo em sentido institucional, são-no contudo espiritualmente. É verdade que a distinção é perigosa, porque poderia levar a crer que a adesão formal não é relevante, na medida em que se poderia ser tanto ou mais católico sem fazer parte, formalmente, da entidade eclesial. Mas também é verdade que, desde sempre, a Igreja reconheceu que, para além das suas fronteiras canónicas, outros, como os catecúmenos, embora não sejam membros da instituição eclesial, de certo modo a ela já pertencem pelo seu desejo do Baptismo ou, melhor dizendo, pelo seu Baptismo de desejo. O mesmo se diga de todos os que, não conhecendo a mensagem de Cristo, ignoram sem culpa a existência da Igreja, à qual certamente adeririam se dela tivessem verdadeiro conhecimento.

O que se pode afirmar da Igreja no seu todo, pode-se também dizer de uma sua estrutura, como é o Opus Dei, cujo 90º aniversário ocorreu no passado dia 2 e foi devidamente recordado em Eucaristia de acção de graças, presidida pelo Patriarca de Lisboa e concelebrada, entre outros, pelo Núncio Apostólico.

Toda a gente sabe que a prelatura do Opus Dei não é secreta nem sequer sigilosa, pois são bem conhecidos os nomes do prelado e dos seus vigários, bem como os dos homens e mulheres que fazem parte dos respectivos conselhos. O boletim oficial da prelatura é público: qualquer pessoa o pode comprar ou consultar (www.romana.org). As pessoas do Opus Dei são conhecidas como tais pelos seus familiares, amigos e colegas. Também os restantes católicos são como tal identificados pelos seus próximos, sem que a paróquia de que fazem parte seja secreta, embora não publique a lista dos seus paroquianos, nem estes usem um distintivo.

Mas é verdade que, se todos os fiéis da prelatura o sabem e não o escondem, também há cristãos que, não o sendo canonicamente, são de facto opus Dei. Era o caso do Manuel – nome fictício – que, antes de aderir à instituição fundada por São Josemaria Escrivá, já era um leigo cristão normalíssimo, casado e pai de uma numerosa prole. Precisamente por ser um leigo como qualquer outro, que participava com frequência na Eucaristia, rezava todos os dias o terço, lia a Palavra de Deus e participava regularmente nas actividades paroquiais, muitos pensavam que era do Opus Dei. Sobretudo quando dizia ter seis filhos, surgia, inexorável, a fatídica pergunta:

- És do Opus Dei?

É verdade que alguns fiéis da prelatura têm bastantes filhos, mas também os há que, embora casados, os têm poucos, ou até nenhum, e não faltam cristãos que, pertencendo a outras instituições católicas, ou não, também têm uma numerosa prole. Como, cada vez que dizia ser pai de seis filhos, surgia a pergunta sobre a sua suposta ligação ao Opus Dei, o Manuel ficou com dúvidas, ao ponto de passar a responder:

- Que eu saiba, não. Mas já não tenho a certeza!

De facto, não lhe constava que fosse do Opus Dei mas, se tantos o tinham como tal, seria ele, sem o saber, dessa obra de Deus?!

Claro que o não era ainda porque, se a adscrição a uma diocese se faz automaticamente, por razão da residência do fiel, mesmo que o próprio não tenha disso consciência, um católico só se pode integrar na prelatura do Opus Dei por um acto explícito da mais livre e consciente vontade. Mas também é verdade que muitos leigos e sacerdotes seculares que, como o Manuel, vivem com naturalidade a sua vocação cristã, procurando santificar-se através dos seus deveres familiares, profissionais e cívicos, dando um testemunho amável da fé cristã, são, de facto, opus Dei! Alguns, como o Manuel, regularizaram a sua situação: já não são membros ‘anónimos’ da prelatura, mas seus fiéis de pleno direito.

Talvez seja esta a explicação para a malfadada suspeita de secretismo da instituição agora nonagenária: como a especialidade dos fiéis da prelatura é mesmo a de não serem especiais, há quem os tenha por secretos! Outro tanto se poderia dizer de tantos outros homens e mulheres cristãos que vivem, com a mesma naturalidade, a sua vocação cristã no meio do mundo. Não será esta a prova mais cabal de que são, afinal, bons discípulos daquele mesmo Mestre que, de tão natural, escandalizou os seus conterrâneos quando se Lhe atribuíram factos extraordinários?!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in Voz da Verdade

Nota JPR: Não sendo, também me sinto como sendo do Opus Dei, a proximidade espiritual leva-me a crer-me como sendo parte da família e até hoje nunca me senti recriminado pelo "abuso de confiança", faço no entanto, por uma questão de verdade, sempre menção à minha condição de não fiel formal da Prelatura. Obrigado à Obra pelo tanto que me tem dado, começando no seu fundador e terminando nos inúmeros sacerdotes que me têm ajudo, bem-haja a todos

Quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser

A certeza da fé, unida à esperança e à caridade, tem a capacidade de desfazer o véu de tristeza e medo com que por vezes se encara o passo final da existência terrena. Mais ainda, com fé - como a partida dos santos desta Terra mostra com particular clareza - é possível acolher a morte em paz, porque se vai ao encontro do Senhor. Não tenhas medo da morte. - Aceita-a, desde agora, generosamente..., quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser. - Não duvides, virá no tempo, no lugar e do modo que mais convier..., enviada pelo teu Pai-Deus. Bem-vinda seja a nossa irmã, a morte! [8]
Estas reflexões são tradicionais na doutrina e na atuação cristã. Não pressupõem nada de negativo, nem pretendem fomentar inquietações irracionais, mas sim um santo temor filial, cheio de confiança em Deus. Encerram um realismo sobrenatural e humano, com sinais claros de que a sabedoria cristã, a partir da fé, dá tranquilidade e confiança à alma.
O nosso Padre ensinou-nos a tirar consequências práticas da meditação sobre este momento e, em geral, sobre as últimas realidades. Não consideremos pois friamente estas coisas, pregava numa ocasião para um grupo de filhos seus, ainda novos. Eu não quero que nenhum de vós morra. Guarda-os, Senhor, não os leves ainda pois são jovens, e aqui em baixo tens poucos instrumentos! Espero que o Senhor me ouça... Mas a morte pode vir a qualquer momento [9]. E concluía: que consciência tão objetiva nos traz a consideração da morte! Que bom remédio para dominar as rebeliões da vontade e a soberba da inteligência! Ama-a, e diz ao Senhor, com confiança: como Tu quiseres, quando Tu quiseres, onde Tu quiseres [10].
Naturalmente que a realidade da morte se torna mais dura quando se trata das pessoas mais queridas: pais, filhos, esposos, irmãos... Mas com a graça de Deus, à luz da Ressurreição do Senhor, que não abandona nenhum daqueles que o Pai Lhe confiou, nós podemos privar a morte do seu «aguilhão», como dizia o apóstolo Paulo (1 Cor 15, 55), podemos impedir que ela envenene a nossa vida, que torne vãos os nossos afetos, que nos leve a cair no vazio mais obscuro [11]. Nada mais certo do que isto: o Senhor quer­‑nos ao Seu lado para desfrutarmos da Sua santa visão e presença. Fomentamos diariamente esta esperança? Rezamos com amor, como o nosso Padre, o vultum tuum, Dómine, requíram [12],procuro, Senhor, o Teu rosto?
Estes momentos, que são acompanhados pela dor, podem ser - se a fé tem raízes profundas na família cristã, e de facto assim acontece muitas vezes - ocasião para reforçar os laços que unem entre si os diversos membros. Nesta fé, podemos consolar-nos uns aos outros, conscientes de que o Senhor venceu a morte de uma vez para sempre. Os nossos entes queridos não desapareceram nas trevas do nada: a esperança assegura­‑nos que eles estão nas mãos bondosas e vigorosas de Deus. O amor é mais forte do que a morte. Por isso, o caminho consiste em fazer aumentar o amor, em torná-lo mais sólido, e o amor preservar-nos-á até ao dia em que todas as lágrimas serão enxugadas, quando já não haverá morte, nem luto, nem pranto, nem dor (Ap 21, 4) [13].
Esta visão cristã oferece o verdadeiro antídoto para o temor que nos costuma assaltar ao comprovarmos a caducidade da existência terrena. Ao mesmo tempo, como já referi, nada mais natural que a morte dos entes queridos nos doa, e que choremos a sua partida. Também Jesus chorou pela morte de Lázaro, o amigo tão querido, antes de o ressuscitar. Mas sem exagerarmos, porque para um cristão coerente, morrer é ir para a festa. Assim se exprimia S. Josemaria, que comentava uma vez: quando nos disserem: ecce spónsus venit, exíte óbviam ei (Mt 25, 6) - sai, porque vem o esposo, porque vem Ele buscar-te - pediremos a intercessão de Nossa Senhora. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora... e verás, na hora da morte! Que sorriso terás na hora da morte! Não haverá um gesto de medo, porque estarão os braços de Maria para te acolher [14].

[8].S. Josemaria, Caminho, n. 739.
[9]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 13-XII-1948.
[10]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 13-XII-1948.
[11]. Papa Francisco, Audiência geral, 17-VI-2015.
[12]. Cfr. Sl 26 [27], 8.
[13]. Papa Francisco, Audiência geral, 17-VI-2015.
[14]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 23-VI-1974.


(D. Javier Echevarría na carta do mês de novembro de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

São João de Capistrano, religioso, †1456

São João de Capistrano nasceu nos Abruzzos, no ano 1386. Além de gramática e letras, estudou também Direito Canónico e Direito Civil, na cidade de Perusa. Por algum tempo foi oficial de juiz. Ingressou, então, na Ordem dos Franciscanos. Ordenado sacerdote, São Capistrano peregrinou por toda a Europa a pé ou a cavalo, desde a Espanha até a Sérvia, da França até a Polónia. Nas suas viagens apostólicas, procurou fortalecer a moral cristã e refutar os erros dos heréticos. Deixou uma obra escrita em dezassete volumes e foi um homem que participou activamente da angústia de seu tempo. Tempo este em que a religião católica se encontrava em crise e a paz ameaçada pelas guerras (Guerra dos Cem Anos) e pela iminente invasão dos turcos. Além disso, a peste negra assolava toda a Europa, dizimando muitos. Morreu em Villach, na Áustria, no ano 1456, aos 71 anos de idade. Os luteranos desenterraram-no e atiraram-no ao Danúbio; felizmente foi encontrado pelos católicos que o levaram para Elloc, junto de Viena de Áustria onde se conserva religiosamente, honrado com a muita devoção dos fiéis. João foi beatificado pelo papa Leão X e foi solenemente canonizado pelo papa Alexandre VIII, no ano de 1690.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Evangelho do dia 23 de outubro de 2018

«Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. Fazei como os homens que esperam o seu senhor quando volta das núpcias, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados aqueles servos, a quem o senhor quando vier achar vigiando. Na verdade vos digo que se cingirá, os fará pôr à sua mesa e, passando por entre eles, os servirá. Se vier na segunda vigília, ou na terceira, e assim os encontrar, bem-aventurados são aqueles servos.

Lc 12, 35-38