Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 17 de março de 2012

Projeto ‘Aleteia’ já tem página em português, visite que vai gostar

Já se encontra disponível na internet a versão em português do novo sitecatólico de perguntas e respostas sobre a fé denominado Aleteia (http://www.aleteia.org/pt).

Aleteia é uma iniciativa privada com sede em Roma,dirigida por leigos que desejam responder ao apelo do Papa Bento XVI a difundir o Evangelho nos novos meiosde comunicação.

“O novo site católico é uma ferramentaimportantíssima, que temos a alegria de apresentar também em línguaportuguesa”, afirmam os responsáveis pela edição do projeto voltada para o mundolusófono, em nota enviada à ACI Digital.

Aleteia é a primeira comunidade que se baseia emPerguntas e respostas sobre a fé católica, a vida e a sociedade. É uma iniciativadedicada a fornecer respostas precisas àqueles que querem aprofundar em seuconhecimento sobre os ensinamentos da IgrejaCatólica. Aí os leitores encontrarão respostas para suas perguntas sobre váriosassuntos atuais: Igreja, oPapa, vida de oração, fé,cultura, ciência e muito mais.

A página conta com uma área de Aplicativos (Apps),Recursos, além de uma ampla secção de vídeos com reportagens, notícias edocumentos que ajudarão o católico de língua portuguesa a estar bem formado ebem informado.

O projeto conta ainda com uma página no Facebookque pode ser visitada, manifestar o apreço clicando em ‘Curtir’/ ‘Gosto’ epartilhada em:
http://www.facebook.com/pages/Aleteia-Fan-Page-PT/322228054475871?sk=info

Para mais informação sobre a iniciativa, visite: http://www.aleteia.org/pt/about

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Amar a Cristo...

Querido Jesus, agradecemos-Te a tranquilidade e o bem estar que é viver em Ti. ConTigo as tarefas mais difíceis tornam-se doces, cheios de Ti fazemo-las com paz e sem angústia.

Senhor enche com o extraordinário dom e virtude da fé os nossos irmãos que vivendo sem ela vivem sem rumo e em permanente preocupação e desnorte.

Na Tua infinita misericórdia, ajuda-nos a consoante os talentos que nos
concedestes a ser eficazes no nosso apostolado na vida corrente.

Louvado sejais por tudo, hoje e sempre!

JPR

Sem Maria não há Igreja

"Não se pode falar de Igreja, se Maria não estiver presente". O comentário de são Cromácio de Aquileia aos Actos dos Apóstolos foi reproposto pelo Papa na catequese da audiência geral de quarta-feira 14 de Março, na praça de São Pedro.

Prezados irmãos e irmãs

Com a Catequese de hoje, gostaria de começar a falar sobre a oração nos Actos dos Apóstolos e nas Cartas de São Paulo. São Lucas transmitiu-nos, como sabemos, um dos quatro Evangelhos, dedicado à vida terrena de Jesus, mas deixou-nos também aquilo que foi definido o primeiro livro sobre a história da Igreja, isto é, os Actos dos Apóstolos. Nestes dois livros um dos elementos recorrentes é precisamente a oração, a de Jesus e a de Maria, dos discípulos, das mulheres e da comunidade cristã. O caminho inicial da Igreja é ritmado, antes de tudo, pela obra do Espírito Santo, que transforma os Apóstolos em testemunhas do Ressuscitado até à efusão do sangue, e pela rápida difusão da Palavra de Deus rumo ao Oriente e ao Ocidente. Todavia, antes que o anúncio do Evangelho se propague, Lucas cita o episódio da Ascensão do Ressuscitado (cf. Act 1, 6-9). Aos discípulos o Senhor confia o programa da sua existência votada à evangelização e diz: "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra" (Act 1, 8). Em Jerusalém os Apóstolos, se tornaram em Onze devido à traição de Judas Iscariotes, estão reunidos em casa para rezar, e é precisamente na oração que esperam o dom prometido por Cristo Ressuscitado, o Espírito Santo.

Neste contexto de expectativa, entre a Ascensão e o Pentecostes, são Lucas menciona pela última vez Maria, a Mãe de Jesus, e os seus familiares (cf. v. 14). A Maria dedicou o início do seu Evangelho, do anúncio do Anjo ao nascimento e à infância do Filho de Deus que se fez homem. Com Maria começa a vida terrena de Jesus, e com Maria têm início também os primeiros passos da Igreja; em ambos os momentos, o clima é a escuta de Deus e o recolhimento. Portanto, hoje gostaria de meditar sobre esta presença orante da Virgem no grupo dos discípulos, que serão a primeira Igreja nascente. Maria acompanhou com discrição todo o caminho do seu Filho durante a vida pública, até aos pés da Cruz, e agora continua a acompanhar, com uma prece silenciosa, o caminho da Igreja. Na Anunciação, na casa de Nazaré, Maria recebe o Anjo de Deus, está atenta às suas palavras, acolhe-as e responde ao desígnio divino, manifestando a sua plena disponibilidade: "Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua vontade" (cf. Lc 1, 38). Precisamente pela atitude interior de escuta, Maria é capaz de ler a própria história, reconhecendo com humildade que é o Senhor quem age. Em visita à prima Isabel, Ela irrompe numa oração de louvor e de alegria, de celebração da graça divina, que encheu o seu coração e a sua vida, tornando-a Mãe do Senhor (cf. Lc 1, 46-55). Louvor, acção de graças e alegria: no cântico do Magnificat, Maria não olha só para aquilo que Deus realizou nela, mas também para quanto Ele fez e faz continuamente na história. Num célebre comentário ao Magnificat, Santo Ambrósio convida a ter o mesmo espírito na oração, e escreve: "Esteja em cada um a alma de Maria, para enaltecer o Senhor; esteja em cada um o espírito de Maria para exultar em Deus" (Expositio Evangelii secundum Lucam 2, 26: PL 15, 1561).

Ela também está presente no Cenáculo, em Jerusalém, na "sala de cima, no lugar onde se encontravam habitualmente" os discípulos de Jesus (cf. Act 1, 13), num clima de escuta e de oração, Ela está presente, antes que as portas se abram de par em par e eles comecem a anunciar Cristo Senhor a todos os povos, ensinando a observar tudo o que Ele tinha ordenado (cfr. Mt 28, 19-20). As etapas do caminho de Maria, da casa de Nazaré à de Jerusalém, através da Cruz onde o Filho lhe confia o apóstolo João, são marcadas pela capacidade de manter um clima perseverante de recolhimento, para meditar cada acontecimento no silêncio do seu Coração, diante de Deus (cf. Lc 2, 19-51) e na meditação perante Deus, compreender também a vontade de Deus e tornar-se capaz de a aceitar interiormente. A presença da Mãe de Deus com os Onze, depois da Ascensão, não é então uma simples anotação histórica de algo do passado, mas adquire um significado de grande valor, porque com eles Ela partilha aquilo que há de mais precioso: a memória viva de Jesus, na oração; compartilha esta missão de Jesus: conservar a memória de Jesus e assim conservar a sua presença.

A última menção de Maria nos dois escritos de são Lucas está inserida no dia de sábado: o dia do descanso de Deus depois da Criação, o dia do silêncio depois da Morte de Jesus e da expectativa da sua Ressurreição. E é neste episódio que se arraiga a tradição de Santa Maria no Sábado. Entre a Ascensão do Ressuscitado e o primeiro Pentecostes cristão, os Apóstolos e a Igreja reúnem-se com Maria para esperar com Ela o dom do Espírito Santo, sem o qual não podemos tornar-nos testemunhas. Ela que já o recebeu para gerar o Verbo encarnado, compartilha com toda a Igreja a expectativa do mesmo dom, para que no coração de cada crente "se forme Cristo" (cf. Gl 4, 19). Se não há Igreja sem Pentecostes, também não há Pentecostes sem a Mãe de Jesus, porque Ela viveu de modo único aquilo que a Igreja experimenta todos os dias sob a acção do Espírito Santo. São Cromácio de Aquileia comenta assim a anotação dos Actos dos Apóstolos: "Portanto, a Igreja congregou-se na sala de cima juntamente com Maria, Mãe de Jesus, e com os seus irmãos. Por conseguinte, não se pode falar de Igreja, se não estiver presente Maria, Mãe do Senhor... A Igreja de Cristo encontra-se onde se anuncia a Encarnação de Cristo através da Virgem, e onde os Apóstolos, que são irmãos do Senhor, pregam ali ouve-se o Evangelho" (Sermo 30, 1: SC 164, 135).

O Concílio Vaticano II quis ressaltar de modo particular este vínculo, que se manifesta visivelmente na oração conjunta de Maria e dos Apóstolos, no mesmo lugar, à espera do Espírito Santo. A Constituição dogmática Lumen gentium afirma: "Tendo sido do agrado de Deus não manifestar solenemente o mistério da salvação humana antes que viesse o Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos "perseveravam unanimemente na oração, com as mulheres, Maria Mãe de Jesus e os seus irmãos" (Act 1, 14), implorando Maria, com as suas orações, o dom daquele Espírito, que já descera sobre si na Anunciação" (n. 59). O lugar privilegiado de Maria é a Igreja, onde é "saudada como membro eminente e inteiramente singular... seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade" (ibid., n. 53).

Então, venerar a Mãe de Jesus na Igreja significa aprender dela a ser comunidade que reza: esta é uma das características essenciais da primeira descrição da comunidade cristã, delineada nos Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42). Muitas vezes, a oração é determinada por situações de dificuldade, por problemas pessoais que nos levam a dirigir-nos ao Senhor para receber luz, consolação e ajuda. Maria convida a abrir as dimensões da oração, a dirigir-nos a Deus não só na necessidade, nem só para nós mesmos, mas de modo unânime, perseverante e fiel, com "um só coração e uma só alma" (cf. Act 4, 32).

Caros amigos, a vida humana atravessa várias fases de passagem, com frequência difíceis e exigentes, que requerem escolhas inadiáveis, renúncias e sacrifícios. A Mãe de Jesus foi posta pelo Senhor em momentos decisivos da história da salvação, e soube responder sempre com plena disponibilidade, fruto de um vínculo profundo com Deus amadurecido na oração assídua e intensa. Entre a sexta-feira da Paixão e o domingo da Ressurreição, a Ela foi confiado o discípulo predilecto e, com ele, toda a comunidade dos discípulos (cf. Jo 19, 26). Entre a Ascensão e o Pentecostes, Ela encontra-se com e na Igreja em oração (cf. Act 1, 14). Mãe de Deus e Mãe da Igreja, Maria exerce esta sua maternidade até ao fim da história. Confiemos-lhe cada fase da nossa existência pessoal e eclesial, também a da nossa passagem final. Maria ensina-nos a necessidade da oração e indica-nos que só com um vínculo constante, íntimo e cheio de amor com o seu Filho podemos sair da "nossa casa", de nós mesmos, com coragem, para alcançar os confins do mundo e anunciar em toda a parte o Senhor Jesus, Salvador do mundo. Obrigado!

Após a audiência, o Papa saudou os fiéis presentes, proferindo em português as seguintes palavras.

Amados peregrinos de língua portuguesa, especialmente os grupos paroquiais de São José e Cosminho, sede bem-vindos! Que esta peregrinação ao túmulo dos Apóstolos fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver em Igreja, sob o terno olhar da Virgem Mãe! Com Ela, aprendei a ler os sinais de Deus na História, para serdes construtores de uma nova humanidade. Como encorajamento e penhor de graças, dou-vos a minha Bênção! 

(© L'Osservatore Romano - 17 de Março de 2012)

Joaquín Navarro-Valls ex portavoz do Vaticano recorda a viajem de João Paulo II a Cuba

Imitação de Cristo, 1, 16, 2

Se alguém, com uma ou duas advertências, não se emendar, não contendas com ele; mas encomenda tudo a Deus para que seja feita a sua vontade, e seja ele honrado em todos os seus servos, pois sabe tirar bem do mal. Procura sofrer com paciência os defeitos e quaisquer imperfeições dos outros, pois tens também muitas que os outros têm de aturar. Se não te podes modificar como desejas, como pretendes ajeitar os outros à medida de teus desejos? Muito desejamos que os outros sejam perfeitos, e nem por isso emendamos as nossas faltas.

Sabendo-me pescador de homens... não pesco?

O Senhor quer de ti um apostolado concreto, como o da pesca daqueles cento e cinquenta e três grandes peixes apanhados à direita da barca, e não outros. E perguntas-me: "Como é que, sabendo-me pescador de homens, vivendo em contacto com muitos companheiros e podendo discernir a quem deve ser dirigido o meu apostolado específico, afinal não pesco?... Falta-me amor? Falta-me vida interior?". Escuta a resposta dos lábios de Pedro, naquela outra pesca milagrosa: – "Mestre, cansámo-nos de trabalhar toda a noite, e não apanhámos nada; apesar disso, sob a Tua palavra, lançarei a rede". Em nome de Jesus, começa de novo. Revigorado. – Fora com essa moleza! (São Josemaría Escrivá - Sulco, 377) 

O apostolado, essa ânsia que vibra no íntimo do cristão, não é coisa separada da vida de todos os dias; confunde-se com o próprio trabalho, convertido em ocasião de encontro pessoal com Cristo. Nesse trabalho, ombro a ombro com os nossos colegas, com os nossos amigos, com os nossos parentes, lutando pelos mesmos interesses, podemos ajudá-los a chegar a Cristo, que nos espera na margem do lago... Antes de ser apóstolo, pescador. Também, pescador depois de ser apóstolo. Antes e depois, a mesma profissão. (…)

Passa ao lado dos seus Apóstolos, junto daquelas almas que se lhe entregaram... E eles não se dão conta disso!. (…)Lançai a rede para o lado direito da barca e encontrareis. Lançaram a rede e já não a podiam tirar por causa da grande quantidade de peixes. Agora compreendem. Recordam o que tinham ouvido tantas vezes dos lábios do Mestre: pescadores de homens, apóstolos!... E compreendem que tudo é possível, porque é Ele quem dirige a pesca. (…)

Os outros discípulos foram com a barca, porque não estavam distantes de terra, senão duzentos côvados, tirando a rede cheia de peixes. Em seguida põem a pesca aos pés do Senhor, porque é sua, para que aprendamos que as almas são de Deus, que ninguém nesta terra pode atribuir a si mesmo essa propriedade, que o apostolado da Igreja – a palavra e a realidade da salvação – não se baseia no prestígio de algumas pessoas, mas na graça divina. (São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 264–267) 

Canção Ortodoxa Russa (vozes lindíssimas de arrepiar)

«Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna»

Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI] 
Sermões para a Quaresma de 1981


«Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus: Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-Se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-Se, identificado como homem, rebaixou-Se a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus O elevou acima de tudo e Lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome» (Fl 2,5-9). [...] Este texto, de uma riqueza extraordinária, faz claramente alusão à primeira queda [...]. Jesus Cristo trilha os passos de Adão. Contrariamente a Adão, Ele é verdadeiramente «como Deus» (cf. Gn 3,5). Mas ser como Deus, ser igual a Deus, é «ser Filho» e, portanto, relação total: «o Filho, por Si mesmo, não pode fazer nada» (Jo 5,19). Por isso, Aquele que é verdadeiramente igual a Deus não Se agarra à Sua própria autonomia, ao carácter ilimitado do Seu poder e do Seu querer. Porque percorre o caminho inverso, torna-Se o dependente-mor, torna-Se o servo. Porque não segue o caminho do poder, mas o do amor, pode humilhar-Se até à mentira de Adão, até à morte e, então aí, erigir a verdade, dar a vida.


Assim, Cristo torna-Se o novo Adão por Quem a vida toma um novo rumo [...] A Cruz, lugar da Sua obediência, torna-se a verdadeira árvore da vida. Cristo torna-Se a imagem oposta à serpente, tal como diz João no seu evangelho. Dessa árvore não vem a palavra da tentação, mas a palavra do amor salvador, a palavra da obediência, pela qual o próprio Deus Se faz obediente e nos oferece assim a Sua obediência como campo da liberdade. A cruz é a árvore da vida que de novo se torna acessível. Na Paixão, Cristo afastou, por assim dizer, a espada flamejante (Gn 3, 24), atravessou o fogo e levantou a cruz como verdadeiro eixo do mundo, sobre o qual o mundo se reergue. Por isso a eucaristia, enquanto presença da cruz, é a árvore da vida que está sempre no meio de nós e nos convida a receber os frutos da vida verdadeira.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 18 de Março de 2012

E como Moisés levantou no deserto a serpente, assim também importa que seja levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que crê n'Ele tenha a vida eterna. «Porque Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu Seu Filho Unigénito, para que todo aquele que crê n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem n'Ele acredita, não é condenado, mas quem não acredita, já está condenado, porque não acredita no nome do Filho Unigénito de Deus. A condenação é por isto: A luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de que não sejam reprovadas as suas obras; mas aquele que procede segundo a verdade, chega-se para a luz, a fim de que seja manifesto que as suas obras são feitas segundo Deus».


Jo 3, 14-21

'Vida, morte e dignidade' de Pedro Vaz Patto

A história dramática de uma mulher portuguesa a quem tinha sido diagnosticado um cancro que não lhe permitiria viver mais de um ano e que recorreu, para se suicidar, aos serviços da organização suíça Dignitas relançou entre nós o debate sobre a legalização da eutanásia.

Parece surgir agora também entre nós a promoção da actividade desta associação, a quem têm recorrido pessoas de vários países, precisamente quando o próprio governo suíço pretende limitar os abusos a que se tem prestado este verdadeiro "turismo da morte".

Contra esta prática de auxílio ao suicídio, vários argumentos podem ser esgrimidos, uns de princípio, atinentes aos alicerces do nosso património civilizacional e da nossa ordem jurídica, e outros que apelam a juízos prudenciais e a critérios de precaução.

O princípio aqui em jogo é o da inviolabilidade e indisponibilidade da vida humana. Esta é sempre um dom inestimável, um bem que é o pressuposto de todos os outros bens humanos, incluindo o da liberdade. Não pode invocar-se a autonomia contra a vida, pois só é livre quem vive. Este princípio já servia de base a Kant para, antes de quaisquer outras razões, negar legitimidade ao suicídio. E também tem alicerçado a noção de indisponibilidade dos direitos humanos fundamentais, que as primeiras históricas declarações sempre afirmaram como "inalienáveis", isto é, dotados de um valor objectivo e independente da vontade do seu titular. Por outro lado, o valor e a dignidade da vida humana são intrínsecos, não se graduam, nem se perdem, com a maior ou menor saúde ou idade.

Ao atingir este princípio, abre-se a porta à legalização de qualquer auxílio ao suicídio, mesmo para além das situações de doença terminal (como o demonstra o exemplo da Dignitas), e do próprio homicídio a pedido.

Para além desta questão de princípio, qualquer legalização nunca escaparia a dificuldades práticas de aplicação que sempre a desaconselhariam por uma questão de prudência. Como definir em termos absolutos um prognóstico de um, mais ou menos anos de vida? Ao saber do caso desta mulher portuguesa, veio-me à mente o de uma familiar muito próxima, também vítima de cancro, que viveu alguns anos mais do que os escassos meses inicialmente previstos. Anos preciosíssimos, para a própria e para todos os que a rodearam, que dela receberam nesse período uma eloquente lição sobre o sentido da vida, do sofrimento e da morte, talvez mais eloquente do que a lição dos seus anos de vida saudável, tão activa e frutuosa. Uma lição que fez lembrar a dos últimos anos da vida de João Paulo II, quando a morte também já se apresentava como inexorável.

E como afastar, por outro lado, a possibilidade de novos métodos de tratamento, que façam caducar qualquer prognóstico (o que, ao que julgo saber, tem sido cada vez mais frequente precisamente no âmbito do cancro)? Acabo de ouvir na rádio o relato de uma situação dessas, de quem, esperançosamente, aguarda a qualquer momento a descoberta de novos tratamentos para a sua doença.

Diz-se que se trata apenas de respeitar a vontade livre e consciente das pessoas em causa. Mas como garantir em termos absolutos a autenticidade dessa liberdade? Quando são frequentes, nestas situações, as oscilações entre fases de esperança ou apego à vida e fases de depressão ou desespero. E sendo que se trata da mais irreversível das decisões, de que já nunca poderá voltar-se atrás.

Um Estado que legaliza a eutanásia ou o auxílio ao suicídio não se limita a respeitar, com neutralidade, a vontade de quem os pede. Está a transmitir uma mensagem, a afirmar que a vida dessa pessoa, pela sua doença ou por qualquer outro motivo, deixou de ter valor e dignidade. Não é isso que certamente esperarão do Estado e da sociedade todas os milhares de pessoas que estão hoje na mesma situação da nossa desesperada compatriota que foi à Suíça suicidar-se. A mensagem que deve ser dada a essas pessoas é de que a sua vida continua a ter valor e sentido até ao fim, para elas e para todos nós. Não é do auxílio ao suicídio, mas da compaixão solidária, que passa pelos cuidados paliativos, que precisam essas pessoas para viver e morrer com dignidade.
Pedro Vaz Patto
Juiz
In jornal Público - 15-03-2010 

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1937

Durante a guerra civil espanhola vê-se obrigado a esconder-se por causa da perseguição religiosa. Logo que chega à Legação de Honduras, em Madrid, escreve uma carta a alguns membros do Opus Dei que vivem em Valência. Fá-lo de modo encoberto para evitar a censura: “Vi o pobre Josemaría e afirmou que já não está no manicómio (é agora sua mania) e que se meteu nas honduras. Está muito feliz. O Doutor deixa-mo ver todos os dias”. (Isto é, celebrava a Missa todos os dias).


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Gratidão


«Este é o vosso dever: dar graças a Deus nas vossas orações, tanto pelos benefícios que estais conscientes de ter recebido, como pelos que tendes recebido de Deus sem o saber».

(Homilia sobre Col, ad loc. – São João Crisóstomo) 

«(…): o episódio do fariseu e do publicano que rezam no templo de modo muito diferente (Lc 18, 9-14)»

«O fariseu pode gloriar-se de virtudes consideráveis; fala a Deus apenas de si mesmo e, louvando-se, crê que louva a Deus. O publicano está ciente dos seus pecados, dá-se conta de não poder gloriar-se diante de Deus e consciente da sua culpa, pede a graça. (…) No fundo, um não olha para Deus, mas apenas para si mesmo; no fim de contas, ele não precisa de Deus, porque por si mesmo faz tudo justo. (…) O outro, pelo contrário, vê-se a partir de Deus; tem o olhar voltado para Deus e, fazendo-o, abriu-se-lhe o olhar sobre si mesmo. Assim ele sabe que tem necessidade de Deus e de viver da sua bondade que não pode obter pela força, que sozinho não a pode alcançar».

(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)

«Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador»

Santo André de Creta (660-740), monge e bispo 
Grande Cânon da Liturgia Bizantina da Quaresma, 2.as Odes

Meu Deus, na Tua compaixão 
derrama sobre mim o olhar do Teu amor 
E recebe a minha ardente confissão.

Pequei mais do que todos os homens, 
pequei só contra Ti, Senhor; 
faz-me participar da Tua misericórdia, 
meu Salvador, porque me criaste. [...] 
Meu Redentor, manchei a Tua imagem e semelhança (Gn 1, 26), [...] 
desfiz em farrapos o vestuário de perfeição 
que o próprio Criador fabricou para mim e estou nu; 
em seu lugar quis usar uma farpela rasgada, 
obra da serpente que me seduziu (Gn 3, 1-5). [...] 
Fiquei fascinado com a beleza 
da árvore que traiu a minha inteligência: 
agora estou nu e coberto de vergonha. [...] 

O pecado me revestiu de túnicas de pele (Gn 3, 21), 
agora que fui despojado 
das vestes tecidas pelo próprio Deus. [...] 
E, como a prostituta, grito: 
pequei contra Ti, só contra Ti. 
Ó Salvador, acolhe as minhas lágrimas, 
como aceitaste o perfume da pecadora (Lc 7, 36 ss.) 

E, como o publicano, grito: 
tem piedade de mim, ó Salvador. 
Perdoa-me, porque de toda a descendência de Adão 
ninguém pecou como eu. [...] 
Prostrado como David (2 Sm 12), 
estou coberto de lama; 
Mas assim como ele se lavou nas próprias lágrimas, 
lava-me Tu também, Senhor! 

Ouve os gemidos da minha alma 
e os suspiros do meu coração; 
acolhe as minhas lágrimas 
e salva-me, meu Redentor. 

Porque Tu amas os homens 
e queres que todos se salvem. 
Faz-me voltar à Tua bondade 
e nela me recebe, 
porque estou arrependido. 

Dixit Dominus Domino meo

«Dois homens subiram ao templo para orar»

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo 
Sermão 48, para o 11º domingo depois da Trindade

Estes dois homens subiram ao Templo. O Templo é o amoroso fundo interior da nossa alma, no qual a Santíssima Trindade vive tão cheia de amor, trabalha tão nobremente, no qual depositou tão generosamente todo o Seu tesouro, onde Se compraz e Se alegra no gozo da Sua nobre imagem e semelhança (cf. Gn 1,26). Ninguém pode exprimir de maneira perfeita a nobreza e a alta dignidade desse Templo; é nele que temos de entrar para orar. E, para que a oração seja bem feita, tem de haver dois homens a subir [...], o homem exterior e o homem interior. A oração que faz o homem exterior de pouco ou nada serve sem o homem interior. Para avançar, realmente, no caminho da oração verdadeira e bem feita, nada é de maior ajuda e maior utilidade que o precioso corpo eucarístico de Nosso Senhor Jesus Cristo. [...] Meus queridos filhos, deveis sentir-vos extraordinariamente reconhecidos por essa grande graça vos ser agora dada mais frequentemente que antes, e deveis preferi-la a qualquer outro auxílio. [...]

Portanto, um dos dois homens era um fariseu e o Evangelho diz-nos o que lhe aconteceu. O outro era um publicano que se mantinha afastado e, sem ousar levantar os olhos para o céu, dizia: «Ó Deus tem piedade de mim, que sou pecador»; para este, a oração terminou de modo feliz. Na verdade, gostaria de agir como ele e ter sempre em consideração a minha pequenez. Seria, absolutamente, a via mais nobre e útil que poderíamos seguir. Esse caminho traz Deus ao homem, sem cessar e sem intermediários, pois, onde Deus chega com a Sua misericórdia, chega com todo o Seu ser, chega Ele mesmo.

Ora, acontece que os sentimentos desse publicano entram na alma de algumas pessoas que então, conscientes dos seus pecados, querem fugir de Deus e do Santíssimo Sacramento, dizendo que não ousam aproximar-se dele. Não, meus queridos filhos, deveis, pelo contrário, ir com muito mais vontade à comunhão, para serdes perdoados das vossas faltas e dizerdes: «Vem, Senhor, vem depressa, antes que a minha alma morra em pecado; é necessário que venhas rapidamente, antes que ela morra de todo» (cf Jo 4,49).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 17 de Março de 2012

Disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: «Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e o outro não; porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».


Lc 18, 9-14