Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Gustav Mahler Sinfonia N°5 : Adagetto,Orquestra Filarmónica de Los Angeles dirigida por Zubin Metha

“O descanso não é não fazer nada”

Todos os pecados – disseste-me – parece que estão à espera do primeiro momento de ócio. O próprio ócio já deve ser um pecado! – Quem se entrega a trabalhar por Cristo não há-de ter um momento livre, porque o descanso não é não fazer nada; é distrair-se em actividades que exigem menos esforço. (Caminho, 357)

Hás-de ser um carvão ardente que pegue fogo por toda a parte. E, onde o ambiente for incapaz de arder, hás-de aumentar a sua temperatura espiritual.

Se não, estás a perder o tempo miseravelmente e a fazê-lo perder aos que te rodeiam. (Sulco, 194)

Tudo o que se acaba e não contenta Deus, é nada e menos que nada. Compreendem porque é que uma alma deixa de saborear a paz e a serenidade quando se afasta do seu fim, quando se esquece de que Deus a criou para a santidade? Esforcem-se por nunca perder este ponto de mira sobrenatural, nem sequer nos momentos de diversão ou de descanso, tão necessários como o trabalho na vida de cada um. (Amigos de Deus, 10)

São Josemaría Escrivá

O direito à alimentação

São muitas as denominações da pobreza, mas seguramente avulta, com todas as consequências nefastas, a que diz respeito à alimentação.

É por isso que, para tornar evidente a prioridade desta exigência básica, Don Reeves, em vez de perder tempo a construir conceitos, preferiu passar à enumeração das evidências. Organizou por isso esta série: a pobreza é a falta de leite de mãe por falta de alimentação ou crianças demasiadamente esfomeadas para estarem atentas na escola; pobreza é viver em multidão sob um pedaço de plástico em Calcutá, amontoado numa barraca durante uma tempestade em São Paulo, ou sem casa em Washington, D. C.; pobreza é ver o filho morrer por falta de uma vacina que custa cêntimos e por nunca ter sido visto por um médico; pobreza é um boletim de inscrição que o interessado não sabe ler, um pobre professor numa decrépita escola, ou a completa falta de escola; pobreza é sentir-se desamparado, sem dignidade ou esperança.

Esta importância básica do direito à alimentação, que não é difícil relacionar com o direito à vida, mesmo antes de lhe acrescentar a exigência da vida com dignidade, está reconhecida na chamada segunda geração de direitos humanos, e expressa nas disposições dos artigos 22.º a 26.ª da Declaração de Direitos quando afirma: "Todo o homem tem direito a um nível de vida adequado à saúde e ao bem-estar de si próprio e da sua família, incluindo alimentação, vestuário, casa e assistência médica e necessários serviços sociais, e o direito à segurança no caso de desemprego, doença, incapacidade, velhice e outra falta de recursos em circunstâncias que ultrapassem o seu controlo".

Na indagação feita por Michael T. Snarr e D. Neil Snarr (2002), é concluído que a deficiente nutrição é responsável pela morte de número incalculável de crianças na área da geografia da fome, frequentemente por causa das guerras, e praticamente, nessa data tão próxima, na área de pobreza, então ainda toda ao sul do globo, com um número superior na Ásia, sendo que um terço das crianças de menos de cinco anos de idade dos países chamados em desenvolvimento contribui para o total dos mortos. Estas indagações, enriquecidas com mais perspectivas e conclusões, obrigam a repensar no alargamento das fronteiras da pobreza, agora a norte do Mediterrâneo, e a considerar a urgência de intervenções que evitem a inclusão, na sequência da deslocação da fronteira, de efeitos semelhantes.

E uma das observações relevantes do conjunto de ensaios que nessa data foram recolhidos numa meditação introdutória aos Global Issues (Lynne Rienner Publishers, Inc.) é a que salienta o papel insubstituível da agricultura para enfrentar este desafio global. Em primeiro lugar, apelando aos governos para interpretarem com largueza de vistas os direitos das crianças, em todos os domínios mas com especial atenção à questão da alimentação, e não olhando ao facto de a convenção sobre os direitos das crianças ter ou não ter sido ratificada, mas olhando responsavelmente para os factos para além das palavras da convenção. Depois, para além das leis e dos recursos orçamentais destinados a esse dever do Estado social, apelando ao instinto humanitário e a um sentido de responsabilidade mundializado, porque "não existe um firme sentimento de obrigação assumida a nível mundial".

A infeliz crise em curso alarga estes deveres e inquietações para além das crianças, e o recurso à agricultura é insistentemente recomendado para que o aumento do desemprego, a queda súbita da qualidade de vida das famílias, o enfraquecimento da protecção dos velhos e dos incapazes, a substituição do valor das coisas pelo preço das coisas, a transformação da perspectiva do direito ao apoio da comunidade na perspectiva de avaliação dos custos financeiros, aconselham a reavaliar, sobretudo nas novas regiões da pobreza, a organização e eficácia das "fontes de esperança e compaixão". Quando antes se concluía que a expansão da pobreza é um enorme obstáculo à organização de um mundo melhor, falava-se a partir de um norte afluente e consumista que viu subitamente reduzido o seu território, e talvez a sua esperança. Necessita de aumentar o sentido de responsabilidade.

Adriano Moreira in DN online AQUI

A Jornada Mundial da Juventude, um novo Damasco

São Paulo detalhe conversão de Michelangelo

Faltam poucos dias para que Madrid acolha centenas de milhares de jovens. O Prelado do Opus Dei recorda o que essa cidade significou para S. Josemaría: um lugar de conversão e de encontro com a vontade de Deus.

 Saulo de Tarso, cheio de zelo pela lei de Moisés, levava cartas emitidas pela mais alta autoridade do judaísmo, destinadas às sinagogas de Damasco, com o fim de levar quantos encontrasse, homens mulheres, seguidores do Caminho, presos para Jerusalém. O Senhor, no entanto, não lho permitiu. Quando já estava perto da cidade, uma luz intensíssima derrubou-o para o chão e ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? O jovem respondeu: Quem és tu, Senhor? E a voz disse-lhe: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.

Sucedeu tudo num instante, no caminho de Damasco. Desde então, este nome – Damasco – é sinónimo de conversão, de abertura à graça de Deus. A partir daquele momento, Saulo o perseguidor, com a ajuda de um cristão piedoso de Damasco, Ananías, converteu-se no apóstolo Paulo. Disse que sim ao Senhor, livremente e foi até à morte – com uma luta generosa, alegre – um discípulo fiel e evangelizador de Jesus Cristo.

De alguma maneira, pode-se dizer que cada JMJ é, para muitas e muitos jovens, ocasião de reviver o episódio de Damasco. O Senhor Jesus, pela boca do Seu Vigário na terra, Bento XVI, dirigirá a Sua palavra aos que o escutem e provocará – naqueles que o oiçam com boas disposições – uma nova conversão, uma mudança talvez profunda na sua existência.

Dessa palavra acolhida com fé, podem nascer milhares de decisões de procura de Jesus Cristo, sem mudar de estado – na vida matrimonial, no celibato apostólico – ou abraçando o sacerdócio ou a vida religiosa. 

O Senhor chama muitos, todos, à plenitude da vida cristã, por muitos caminhos diferentes. Mas é preciso – como no caso de São Paulo – um coração aberto a Deus e aos irmãos, que se adquire e se aprofunda com a ajuda da catequese e também com a colaboração de outras pessoas que, como Ananías, possam facilitar que a palavra do Vigário de Cristo arraigue na alma.

Cada santo, canonizado ou não, teve o seu Damasco, o seu momento de conversão radical para Deus. Talvez não tenha sido tão aparatoso como o de São Paulo, mas foi igualmente eficaz. Talvez tenha sido simplesmente passar da indiferença à entrega de si próprio. De uma vida que consistia em receber, para outra que é também dar e que vai acompanhada de uma felicidade profunda, muito diferente da que oferecem as satisfações materiais. 

Tive a sorte de viver muitos anos ao lado de um santo que, cheio de convicção, assegurava: "Madrid foi o meu Damasco, porque foi aqui que caíram as escamas dos olhos da minha alma e aqui recebi a minha missão". Refiro-me S. Josemaría Escrivá de Balaguer, fundador do Opus Dei.

Embora nascido e criado em terra aragonesa, foi em Madrid onde o Senhor lhe mostrou a tarefa que lhe tinha atribuído desde a eternidade: ensinar a todos os cristãos que a existência corrente – tecida com horas de trabalho bem feito, com dedicação à família e aos amigos, com interesse pelo bem comum da sociedade – podia e devia ser um verdadeiro caminho de santificação.

Durante muitos anos, pressentindo que o Senhor queria algo da sua vida, mas sem saber o quê, o jovem Josemaría dirigiu-se a Deus com umas palavras tiradas do Evangelho: Domine, ut videam; as mesmas que um cego dirigiu a Jesus que passava pelo caminho de Jericó: Senhor, que eu veja! Essa luz tornou-se realidade na sua alma no dia 2 de Outubro de 1928, precisamente nesta cidade de Madrid.  

Aqui desenvolveu um serviço generoso entre todo o tipo de pessoas, entre os doentes dos hospitais e entre as pessoas mais necessitadas dos bairros limítrofes. Bem depressa se rodeou também de um grupo de jovens a quem contagiou o seu entusiasmo sobrenatural e humano, ensinando-lhes a santificar o estudo, o trabalho e todas as realidades da vida quotidiana.

Muitas pessoas tiveram o seu Damasco em Madrid, terra de santos, de mártires e de cristãos normais que procuram imitar Jesus Cristo na vida corrente. Por uns dias, esta cidade converter-se-á na capital mundial da juventude.

Sobretudo, vai ser a cidade de Pedro. Bento XVI guia-nos e conduz-nos até ao Modelo de todos os santos, até Cristo. Damos-lhe as mais calorosas boas vindas, rezamos pelos frutos da sua Viagem pastoral e pedimos, sobretudo, que muitas raparigas*** e muitos rapazes se sintam pessoalmente interpelados pelas suas palavras e experimentem nesses dias o seu Damasco: um encontro pessoal mais intenso com Jesus Cristo, que mude e melhore a sua existência.

Dizia o Papa, ao iniciar o seu pontificado: "Quem deixa entrar Cristo não perde nada, nada – absolutamente nada – daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta".

Temos que estar plenamente convencidos: Cristo não retira nada do que há de formoso e grande em nós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, para a felicidade dos homens e para a salvação do mundo.  

Recorro à intercessão de S. Josemaría, tão estreitamente ligado a esta cidade e ao Beato João Paulo II inspirador das Jornadas Mundiais da Juventude. Que eles nos consigam do Senhor, pela intercessão da Virgem da Almudena, uma chuva de graças nestes dias.  

Que a JMJ de Madrid seja  Damasco para muitos jovens dispostos a deixar a vida por Cristo e pelos outros, sendo testemunhas credíveis e vibrantes desse Evangelho – sempre velho e sempre novo – de que o mundo atual, o nosso mundo, necessita com urgência.

†Javier Echevarría, Prelado

*** para os leitores brasileiros favor ler ‘muitas jovens’. Obrigado! JPR

(Fonte: site do Opus Dei – Portugal AQUI)

Apresentados os espectaculares cenários da JMJ Madrid 2011 (vídeos em espanhol e inglês)

O diário secreto de um dos Cardeais presentes no último Conclave (muito interessante de analisar como o Espírito Santo esteve presente concedendo o dom da humildade a muitos Cardeais para alterarem a sua escolha)

«Domingo, 17 de abril. Ao meio-dia, tomei posse de um quarto na Casa Santa Marta. Deixei minhas malas e tentei abrir as cortinas, já que o quarto estava às escuras, e não consegui. Um confrade, que tinha o mesmo problema, recorreu às irmãs governantas. Pensava que se tratava de um problema técnico. As religiosas lhe explicaram que as cortinas tinham sido seladas. Clausura do conclave… Uma experiência nova para quase todos: de 115 cardeais, apenas dois haviam participado da eleição de um Papa…».
Com estas palavras começa o “diário secreto” do conclave, que, em 19 de abril de 2005, levou à eleição de Bento XVI. Anotações pessoais que um cardeal anónimo escreveu em sua agenda quando retornava a seu quarto depois das votações na Capela Sistina. Um documento excepcional, publicado na revista “Limes”. Um texto que permite construir passo a passo o andamento dos escrutínios e levantar o véu do sigilo com que voluntariamente os Papas sempre cobriram o conclave. Das anotações do Cardeal, em posse da revista, conhecemos, antes de tudo, que a candidatura de Ratzinger era desde o início muito forte: o septuagenário purpurado bávaro era o único que pôde contar com o apoio de um grupo bem organizado, decidido a apoiá-lo.
São desmentidas as reconstruções segundo as quais o Cardeal Carlo Maria Martini, da mesma idade do novo Papa, antigo Arcebispo de Milão, havia desempenhado um papel determinante na eleição de Bento XVI. No entanto, confirma-se a notícia publicada no periódico milanês “Il Giornale” no dia seguinte ao conclave: o único e verdadeiro adversário de Ratzinger que pôde contar com um número consistente de votos, chegando até 40, foi o Arcebispo de Buenos Aires, o jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio.

Mas caminhemos pouco a pouco, reconstruindo passo a passo a crónica de tudo o que aconteceu no segredo da Sistina, 24 horas antes do meio-dia de segunda-feira, 18 de abril de 2005. Às 18 horas, depois de entrarem na capela, os 115 purpurados prestaram juramento e ouviram uma meditação do Cardeal octogenário Spidlik; começa a primeira votação. Distribuem os boletins. São de forma retangular, para poderem ser dobradas ao meio; na metade de cima está escrito: Eligo in Summo Pontificem («Elejo como Sumo Pontífice»; na metade de baixo, um espaço para escrever o nome do eleito.
Cada cardeal aproximava-se da urna metálica, pronunciava uma frase solene e depositava o boletim. Tudo termina em poucos minutos, depois das 19h. O êxito negativo do escrutínio era esperado, mas os resultados foram surpreendentes. Ratzinger obtém já 47 votos, Bergoglio – é a verdadeira surpresa do conclave – obtém 10, Martini 9. Para Camillo Ruini, Vigário do Papa e presidente da CEI, vão 6 votos; ao Secretário de Estado, Angelo Sondano, 4; ao Cardeal de Honduras, Óscar Rodríguez Maradiaga, 3 votos; a Diogini Tettamanzi, sucessor de Martini em Milão, 2 votos. Há mais de trinta sufrágios dispersos entre todos os cardeais do conclave. Votos avulsos que não significam nada e que o purpurado autor do “diário secreto” não pôde guardar de memória. A fumaça é inequivocamente negra.
Nesta primeira votação o peso do grupo “progressista” do conclave, que havia decidido votar em Martini, um candidato “de bandeira”, é fortemente redimensionado com o único objetivo de poder verificar com quantos votos podia contar. Os cardeais deixaram a Sistina para comer. Os partidários de Ratzinger saíram muito bem, mas a surpresa de Bergoglio impressiona a muitos eleitores. O Arcebispo de Buenos Aires é uma pessoa reservada, que evita as câmaras de televisão e não concede entrevistas. Deixou o palácio episcopal para viver em um mundo simples e humilde em um pequeno apartamento, sua figura recorda a do Papa Luciani [João Paulo I]. Depois do jantar, há pequenas reuniões para decidir e, sobretudo, convencer os indecisos. «Pequenos grupos, duas ou três pessoas, não são grandes reuniões. Como em todos os hotéis, às mil outras proibições se junta a de fumar. O Cardeal português José Policarpo da Cruz, com fama de fumante empedernido, não resiste e sai a céu aberto para acender um bom cigarro».
Na manhã seguinte, terça-feira, 19 de abril, às 9 horas, os 115 purpurados voltam à capela pintada por Michelangelo e sob o severo olhar dos personagens do Juízo Final tomam novamente as papeletas para votar. O resultado do segundo escrutínio vê diminuir sensivelmente os votos dispersos em cada candidato. Ratzinger sai com 65 (faltam 12 votos para alcançar a soma de dois terços, necessária para a eleição nas primeiras duas semanas de conclave); Bergoglio vê aumentar consideravelmente seus votos e alcança o número de 35; Ruini já não tem seus votos, que vão para Ratzinger; o mesmo ocorre com Martini, cujos partidários votaram em Bergoglio. Apenas Sodano mantém seus 4 votos e Tettamanzi os seus 2.
Às 11 horas daquela mesma manhã, tem lugar uma nova votação, como previsto pelo regulamento do conclave. O resultado é significativo. Os dois votos de Tettamanzi e os quatro Sodano desaparecem; os votos esparsos são pouquíssimos, um deles é dado ao curial colombiano Dario Castrillón Hoyos. Ratzinger subiu para 72 e já se aproxima da soleira e do Sólio. Mas também o argentino Bergoglio cresce e chega a 40 votos. Um “pacote” de votos de todo insuficiente para aspirar à eleição, mas suficiente para bloquear a eleição de qualquer outro candidato: se os partidários do cardeal de Buenos Aires decidissem resistir a qualquer votação, a candidatura de Ratzinger estaria terminada. Certo vaticanista, acostumado a especular abstratamente, sustentou que, na realidade, a eleição de Ratzinger a essa altura já era segura, pois bastava que os seus eleitores continuassem a votar nele outras trinta vezes e em seguida haveria a diminuição do quórum — de dois terços para maioria absoluta de 50 mais um dos votos — tal como exigido pelas novas regras do conclave aprovadas pelo Papa João Paulo II.
Mas trata-se, de fato, de apenas uma possibilidade teórica: Ratzinger (mas provavelmente todos os outros) não teria permitido a ninguém que teimasse sobre o seu nome por duas semanas, com o mundo à espera de um novo Papa. Seria o primeiro a se retirar da corrida. É por isso que, dado o resultado da votação, as apostas parecem se reabrir. Alguns pensam que o conclave estava ainda para ser decidido e que o novo Papa Ratzinger poderia não ser Ratzinger e nem Bergoglio, mas um novo candidato de mediação a se encontrar e votar no dia seguinte. Os cardeais eleitores estão conscientes de que este é o momento crucial. O destino da eleição será decidido em colóquios informais nas próximas horas, antes da próxima votação, a quarta, agendada para a tarde.
“Já na Sistina, antes da transferência para a [Casa] Santa Marta para o almoço – lemos no diário do purpurado anónimo – são feitos os primeiros comentários e os primeiros contatos. Grande preocupação entre os purpurados que defendem a eleição do Cardeal Ratzinger; estreitam-se os contatos, o mais ativo é o Cardeal Lopez Trujillo [falecido em 2008]…”. O colombiano Trujillo é, por muitos, visto se aproximar em particular dos cardeais latino-americanos; tenta convencê-los de que não há verdadeiras alternativas a Ratzinger. “Amanhã, grandes novidades”, sussurrou com um sorriso enigmático o Cardeal Martini a um colega seu durante a pausa para o almoço.
Martini está entre os que esperam uma mudança de candidatos na manhã do dia seguinte, caso as duas próximas votações da tarde terminassem sem resultados. Mas para que a candidatura de Ratzinger seja bloqueada, é necessário que seus inimigos continuem a cerrar fileiras com Bergoglio. O arcebispo de Buenos Aires é visto com o rosto sofredor. Alguns dos colegas até mesmo imaginam que, se eleito, ele poderia recusar. Às 16h, quando os 115 eleitores voltaram à Sistina, o resultado do conclave já está estabelecido. Muitos dos partidários de Bergoglio, de fato, decidiram aderir à candidatura Ratzinger, para não prolongar por um longo tempo a eleição e não dividir o sacro colégio. Bento XVI é eleito com 84 votos, Bergoglio cai para 26. Alguns votos ainda são esparsos: impressiona aquele destinado ao americano Bernard Law, ex-arcebispo de Boston, compelido a renunciar por causa de acusações de ter acobertado o escândalo de padres envolvidos em casos de pedofilia.
Estas são as últimas anotações no “diário secreto” do purpurado anónimo: “Mesmo o Cardeal Ratzinger, com o desenrolar da contagem das papeletas, anota atentamente os votos em sua folha. Então, quando às 17:30h foi ultrapassado o quórum de 77 votos, há, na Capela Sistina, um momento de silêncio, seguido por um longo e cordial aplauso”.
Embora a eleição não tenha sido unânime, o conclave que elegeu Bento XVI foi um dos mais rápidos da história da Igreja. O Cardeal bávaro era uma pessoa de inquestionável prestígio e de grande autoridade, e foi um dos colaboradores mais importantes do Papa Wojtyla. E como decano do sacro colégio, havia gerido tanto o funeral de João Paulo II, como as congregações gerais que prepararam o conclave. Os eleitores, em suma, caminharam para o lado seguro.
Por Andrea Tornielli - Tradução: Fratres in Unum.com

Campos de férias para crianças deficientes dão descanso a pais

Organização espera poder ter mais turnos já a partir de 2012, para satisfazer uma procura crescente

Começou em Fátima, pelo sexto ano consecutivo, uma semana de férias para crianças com deficiência. Além de providenciar a estes jovens uma oportunidade de mudar de ar e experimentar coisas novas, o programa visa também dar uma semana de descanso aos pais. Os campos são geridos por voluntários, sob a coordenação do Movimento da Mensagem de Fátima. 

“O objectivo é ajudar aquelas mães que têm os seus filhos em casa e que não podem ter um bocadinho de descanso. Temos um trabalho organizado, por turnos, para que as mães possam ter uma semana de repouso e depois vêm aqui buscar os filhos”, explica o padre Manuel Antunes, do Movimento Mensagem de Fátima.

Alguns pais optam mesmo por acompanhar os filhos durante o dia, o que por vezes facilita a sua integração nas actividades. “Vêem os filhos todos os dias, acompanham-nos e os filhos ficam mais tranquilos. Também temos momentos de formação para os pais”, explica o sacerdote.

A iniciativa está a ser cada vez mais procurada e muitos pedidos têm sido recusados por falta de vagas, sendo que a organização quer alargar o período de funcionamento já a partir do próximo ano, não obstante o alto custo em que o santuário incorre com esta actividade.

Paula Costa Dias

(Fonte: site Rádio Renascença)

Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)







§1283. Quanto às crianças que morrem sem Baptismo, a Liturgia da Igreja convida-nos a ter confiança na misericórdia divina e a rezar pela sua salvação.

S. Josemaría nesta data em 1933

Neste dia escreve: “Brilhar como uma estrela?… Ânsia de altura e de ser luz acesa no Céu? Melhor: queimar como uma tocha, escondido, pegando o teu fogo a tudo aquilo em que tocas. – Este é o teu apostolado; para isso estás na Terra”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

"SPIRITUS DOMINI INTROITUS" MONGES DE SILOS

Passo-a-rezar.net (clique no título para ouvir uma meditação, o Evangelho do dia e respectiva meditação e reflectir. Obrigado!)

«São cegos a conduzir outros cegos»

Quando, nos últimos dias, o Verbo de Deus nasceu de Maria revestido de carne e Se mostrou neste mundo, aquilo que se via d'Ele era outra coisa que não aquela que a inteligência podia discernir. Ver a Sua carne era evidente para todos, mas o conhecimento da Sua divindade era dado apenas a alguns. Do mesmo modo, quando o Verbo de Deus Se dirige aos homens através da lei antiga e dos profetas, apresenta-Se coberto com as vestes adequadas. Na Sua encarnação, vestiu-Se de carne; nas Sagradas Escrituras, está vestido com o véu das letras. O véu das letras é comparável à Sua humanidade, e o sentido espiritual da Lei à Sua divindade. No livro do Levítico encontramos os ritos do sacrifício, as diversas vítimas, o serviço litúrgico dos sacerdotes [...]; bem-aventurados os olhos que vêem o Espírito divino oculto no interior do véu. [...]

«Quando alguém se vira para o Senhor, diz o apóstolo Paulo, o véu é tirado, pois onde está o Espírito do Senhor há liberdade» (2Cor 3,17). É, portanto, ao próprio Senhor, ao próprio Espírito Santo, que devemos rezar para que Ele Se digne remover toda a obscuridade e que possamos contemplar em Jesus o admirável sentido da Lei, como aquele que disse: «Abri os meus olhos para que possa contemplar as maravilhas da Vossa Lei» (Sl 118,18).

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Homilia 1 sobre o Levítico; PG 12,405 (cf SC 286)

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Do Evangelho de hoje

Deixai-os; são cegos, e guias de cegos; e, se um cego guia outro cego, ambos caem na cova». (Mt 15, 14)
Leitura Completa - Mt 15, 1-2, 10-14