Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 8 de abril de 2020

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

21º Dia. Quarta-feira da Semana Santa, 8 de Abril de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Mt 26, 14-25)

Que estais dispostos a dar-me por vos entregar Jesus?

“Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: ‘Que estais dispostos a dar-me por vos entregar Jesus?’ Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.”

Mais uma vez, a liturgia da Palavra nos fala de Judas Iscariotes, de quem já se tinha dito que era ladrão, para agora nos fazer saber do preço pelo qual se ofereceu para trair Jesus. Se qualquer traição, mesmo que gratuita, já é repugnante, uma traição por dinheiro é ainda mais desprezível.

Não julguemos, contudo, que seríamos incapazes de o fazer. Ao longo de dois mil anos de Cristianismo, quantos não apostataram por dinheiro, ou outros bens terrenos?! Tomás More foi até aliciado pelo seu rei com o cargo de Chanceler de Inglaterra, esperando Henrique VIII que, por esse preço, estaria disposto a abdicar da sua fé católica e a reconhecê-lo como chefe da Igreja em Inglaterra. More, como aliás todos os outros mártires cristãos, sabia que a fé vale mais do que o dinheiro, a saúde, a honra ou a vida e, por isso, preferiu perder a vida pela fé, do que perder a fé para salvar a vida, mas comprometendo a sua eterna salvação.

Para além destas terríveis traições, que nem sequer humanamente compensam – de que serviram ao Iscariotes aquelas trinta moedas de prata se, depois, se foi enforcar?! – há também as pequenas traições que, todos os dias fazemos a Jesus, na negligência como cumprimos os nossos deveres religiosos, familiares e profissionais, na nossa falta de caridade para com o próximo, na nossa excessiva indulgência connosco mesmos e demasiada exigência com os outros.

“O Mestre manda dizer: ‘O meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos’.” A Páscoa está próxima e é já pouco o tempo que temos, para preparar a nossa alma para esse encontro com Cristo ressuscitado, na nossa alma em graça. Procuremos aproveitar todos os momentos e circunstâncias para nos purificarmos pela oração, pela mortificação e, sobretudo, pelo exercício da caridade.

Intenções para os mistérios gloriosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - A Ressurreição de Nosso Senhor. Foram as santas mulheres as primeiras a quem se apresentou Jesus ressuscitado. Rezemos pelas pessoas que desempenham as funções socialmente mais modestas, para que, também no seu trabalho, se encontrem com Jesus.

2º - A Ascensão de Jesus aos Céus. Foram os guardas que, para desculpar a sua aparente incúria, espalharam o rumo de que o corpo morto do Senhor tinha sido roubado. Peçamos por todos os militares e membros das forças de segurança, para sejam fiéis à verdade.

3º - A vinda do Espírito Santo. A terceira Pessoa da Santíssima Trindade apareceu sobre os apóstolos na forma de línguas de fogo. Rezemos pelos bombeiros para que, incendiados pelo fogo da caridade, saibam desempenhar, com zelo, a sua função.

4º - A Assunção de Nossa Senhora. Maria, apesar de se intitular serva, subiu à mais alta majestade na terra e no Céu. Rezemos por todas as autoridades civis, para que se saibam ao serviço do bem comum.

5º - A coroação de Maria Santíssima. Já os primeiros cristãos rezavam pelos reis e demais autoridades públicas. Rezemos pelos governantes do nosso país, para que sejam fiéis à sua multisecular tradição cristã.

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Sentido da vida

Se contemplarmos à distância a vida do ser humano, que é? Será que o transcurso da vida de todos nós está traçado há muito tempo?

Em primeiro lugar, a vida é uma realidade biológica. No ser humano, é preciso acrescentar um novo nível: o do espírito que vive e vivifica. O espírito funde-se com a existência biológica, conferindo à vida outra dimensão. Além disso, a fé cristã está convencida da existência de outro nível ainda, concretamente o do encontro com
Cristo. Podemos, pressenti-lo já no processo do amor humano: sempre que sou amado, penetro espiritualmente, através do tu do outro, num novo nível. Algo semelhante acontece quando, através de Cristo, o próprio Deus se volta para mim, convertendo a minha vida numa convivência com a vida primigénia criadora.

Quer dizer que a vida tem múltiplas etapas...

E alcança-se a mais alta quando se converte em convivência com Deus. É precisamente aqui que radica a audácia da aventura humana. A pessoa pode e deve ser a síntese de todas essas etapas da criação. Pode e deve chegar até o Deus vivo e devolver-lhe o que recebeu dEle. [...]

É importante que a vida percorra essas distintas etapas. Nas superiores, alcança-se finalmente a eternidade através da morte, pois a morte é o destino necessário de toda a vida meramente orgânica.

(Cardeal Joseph Ratzinger – ‘La fe, de tejas abajo’, entrevista ao diário ABC, 31.03.2002)