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terça-feira, 29 de junho de 2010
Papa antes da recitação do Angelus - O exemplo dos Santos Pedro e Paulo guie o caminho da Igreja
Vídeo com alocução do Santo Padre em língua espanhola
O exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo ilumine as mentes e acenda nos corações dos crentes o santo desejo de fazer a vontade de Deus, para que a Igreja peregrina sobre a terra seja cada vez mais fiel ao seu Senhor.
Foi a invocação proferida por Bento XVI antes da recitação do Angelus, da janela dos seus aposentos, pouco depois da celebração da Missa na Basílica de S. Pedro para a solenidades dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
Os dois Santos Patronos de Roma, embora tenham recebido de Deus carismas diferentes e missões diferentes, ambos são fundamentos da Igreja una, santa, católica e apostólica. Por isso, durante a Santa Missa desta manhã , entreguei a 38 arcebispos metropolitas o palio, símbolo da comunhão com o bispo de Roma e da missão de apascentar com amor o único rebanho de Cristo.
Bento XVI não deixou de agradecer de coração a delegação do Patriarcado ecuménico, presente nas celebrações dos Santos Pedro e Paulo, a testemunhar – sublinhou – o laço espiritual entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla.
Depois da recitação do Angelus proferiu saudações em várias línguas endereçadas de maneira particular aos arcebispo que receberam das suas mãos o Palio.
(Fonte: site Radio Vaticana)
SÃO PEDRO e SÃO PAULO por António Mexia Alves
Dois homens tão diferentes e com caminhos tornados paralelos por causa de Cristo.
Um, pescador da Galileia, sem instrução, mal sabendo fazer as contas necessárias para o seu negócio, corajoso e indómito, capaz de se atirar ao mar para ir ter com o Mestre e logo duvidando, discutindo e, até, negando conhecer Aquele por quem dissera estar disposto a morrer.
O outro rapaz de boas famílias, bem-educado e de sólida formação intelectual, também corajoso e indómito e de se atrever nos caminhos de Damasco para cumprir o que julgava ser sua missão: prender os discípulos de Jesus a quem tinha por perigosos dissidentes da verdadeira doutrina.
O primeiro ressurge outro homem após o derrame de lágrimas de arrependimento sincero, sentido, verdadeiro.
O segundo ressurge outro homem após a queda das escamas que lhe impediam os olhos de ver a Verdade revelada por Jesus a Quem perseguia.
Jesus Cristo junta-os na edificação da Sua Igreja; ao primeiro confiando-lhe as chaves do Reino, ao segundo enviando-o na mais espantosa missão evangelizadora que o mundo conheceu até hoje.
Um chama-se Pedro, o outro Paulo, ambos são colunas sólidas, robustas, necessárias para sustentar o grande edifício da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
(AMA, sobre S. Pedro e S. Paulo, 2010.06.29)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
Um, pescador da Galileia, sem instrução, mal sabendo fazer as contas necessárias para o seu negócio, corajoso e indómito, capaz de se atirar ao mar para ir ter com o Mestre e logo duvidando, discutindo e, até, negando conhecer Aquele por quem dissera estar disposto a morrer.
O outro rapaz de boas famílias, bem-educado e de sólida formação intelectual, também corajoso e indómito e de se atrever nos caminhos de Damasco para cumprir o que julgava ser sua missão: prender os discípulos de Jesus a quem tinha por perigosos dissidentes da verdadeira doutrina.
O primeiro ressurge outro homem após o derrame de lágrimas de arrependimento sincero, sentido, verdadeiro.
O segundo ressurge outro homem após a queda das escamas que lhe impediam os olhos de ver a Verdade revelada por Jesus a Quem perseguia.
Jesus Cristo junta-os na edificação da Sua Igreja; ao primeiro confiando-lhe as chaves do Reino, ao segundo enviando-o na mais espantosa missão evangelizadora que o mundo conheceu até hoje.
Um chama-se Pedro, o outro Paulo, ambos são colunas sólidas, robustas, necessárias para sustentar o grande edifício da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
(AMA, sobre S. Pedro e S. Paulo, 2010.06.29)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
O maior perigo para a Igreja não são as perseguições mas a infidelidade: Bento XVI na homilia da Missa dos Santos Pedro e Paulo
Vídeo em espanhol
Na manhã desta terça-feira o Papa Bento XVI presidiu na Basílica de São Pedro a Missa na solenidade dos Santos Pedro e Paulo, patronos da cidade de Roma. Com ele concelebraram 38 arcebispos metropolitas, aos quais o Papa impôs o pálio, símbolo do poder episcopal exercido em comunhão com a Igreja de Roma. Trata-se de uma faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda, uma insígnia litúrgica de "honra e jurisdição".
O Pálio, como explicou o Santo Padre durante a imposição “seja para vós símbolo de unidade e sinal de comunhão com a Sé Apostólica; seja vinculo de caridade e estimulo de fortaleza para que no dia da vinda e da revelação do grande Deus e do príncipe dos pastores Jesus Cristo, possais obter com o rebanho que vos foi confiado, a veste da imortalidade e da gloria. São três os arcebispo de língua portuguesa que receberam das mãos do Papa o pálio: o angolano D. Gabriel Mbilingi, arcebispo de Lubango, e os brasileiros D. António Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife e D. Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém do Pará.
O tema da liberdade da Igreja constituiu o fio condutor da homilia de Bento XVI que começou por salientar que a infidelidade dos seus membros é pior do que as perseguições que a Igreja sofre.
“Se pensamos nos dois milénios de historia da Igreja, podemos observar que como tinha preanunciado o Senhor Jesus, nunca faltaram aos cristãos as provações, que nalguns períodos e lugares assumiram o carácter de autenticas perseguições.
Estas porém, não obstante os sofrimentos que causam, não constituem o perigo mais grave para a Igreja. De facto o dano maior ela sofre-o daquilo que polui a fé e a vida cristã dos seus membros e das suas comunidades, prejudicando a integridade dos Corpo místico, enfraquecendo a sua capacidade de profecia e de testemunho, ofuscando a beleza do seu rosto.
Esta realidade – salientou depois o Papa – é confirmada já nas cartas de S. Paulo. A Primeira Carta aos Coríntios, por exemplo, responde precisamente a alguns problemas de divisões, de incoerências, de infidelidades ao Evangelho que ameaçam seriamente a Igreja.
E a este propósito citou também a Segunda Carta a Timóteo que fala dos perigos dos últimos tempos, identificando-os com atitudes negativas que pertencem ao mundo e que pode contagiar a comunidade cristã: egoísmo, vaidade, orgulho, apego ao dinheiro, etc. A conclusão do Apóstolo porém dá serenidade: os homens que fazem o mal não irão muito longe, porque a sua estultice será conhecida por todos.
Para Bento XVI existe portanto uma garantia de liberdade assegurada por Deus à Igreja, liberdade tanto dos laços materiais que procuram impedir ou coarctar a sua missão, como dos males espirituais e morais que podem corroer a sua autenticidade e credibilidade.
O Papa salientou depois que a comunhão com Pedro e os seus sucessores é garantia de liberdade para os Pastores da Igreja e para as próprias comunidades, a eles confiadas.
No plano histórico, a união com a Sé Apostólica assegura às Igrejas particulares e ás Conferências Episcopais a liberdade em relação aos poderes locais, nacionais ou supranacionais, que em certos casos podem obstaculizar a missão eclesial. Além disso, e mais essencialmente, o ministério petrino é garantia de liberdade no sentido da plena adesão á verdade, á autentica tradição, de maneira que o Povo de Deus seja preservado de erros acerca da fé e da moral.
Bento XVI concluiu a sua homilia invocando os Santos Apóstolos Pedro e Paulo para que ajudem a todos a amar cada vez mais a santa Igreja, corpo místico de Cristo Senhor, e mensageira de unidade e de paz para todos os homens.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Tema para reflexão - Tentação de julgar
Ainda que vísseis algo mau, não julgueis imediatamente o vosso próximo, antes desculpai-o no vosso interior. Desculpai a intenção, se não podeis desculpar a acção. Pensai que o terá feito por ignorância, ou por surpresa, ou por debilidade. Se a coisa é tão clara que não podeis dissimulá-la, ainda assim procurai acreditar deste modo, e dizei para vós mesmos: a tentação terá sido muito forte.
(S. BERNARDO, sermão sobre o Cantar dos Cantares) (citado por AMA)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
(S. BERNARDO, sermão sobre o Cantar dos Cantares) (citado por AMA)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
Família, única capaz de dinamizar economia em crise, afirmam casais espanhóis
Ao receber os dados de natalidade publicados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) de Espanha, a Federação Espanhola de Famílias Numerosas (FEFN) assinalou que a estatística evidencia a queda da natalidade que produzirá "em muito pouco uma população envelhecida", por isso chamou o governo a "levar a sério a política familiar" e apostar pela família, "única capaz de dinamizar a economia" em meio da crise.
Foi salientado por esta entidade, que representa 1 milhão de famílias, logo depois de observar os dados do INE que indicam, em relação a 2008, houve uma queda de 5% na natalidade "sendo a primeira vez em 10 anos que se produz uma queda no número de nascimentos em 2009".
A Presidenta da Federação, Eva Holgado, advertiu que em meio da crise económica actual "a família é a única capaz de dinamizar a economia, é a que mantém activa a máquina económica e social, a que consome, a que aporta os futuros trabalhadores e contribuintes, em definitiva, a que mantém viva a sociedade".
"O Governo deve levar a sério esta questão e fazer uma aposta forte e valente para apoiar a família, fomentar a natalidade e apoiar os que já têm filhos", ressaltou.
"Virtualmente, – advertiu – (em Espanha) não há ajudas familiares e as poucas que existem vão desaparecer em breve: o cheque-bebé, que desaparecerá dentro de uns meses e a ajuda de 500 euros anuais por filho menor de 5 anos que têm as famílias com rendas baixas".
"A chave – prosseguiu – está em estabelecer ajudas económicas directas e medidas de conciliação reais, como as que existem em França, país que está à cabeça da UE em índice de fertilidade (2 filhos por mulher) e que conseguiu recuperar a natalidade mantendo a taxa de ocupação feminina, o que significa que as mulheres não têm que escolher entre trabalho e família, mas podem unir ambas coisas porque contam com o apoio económico, social e laboral adequado".
(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)
Foi salientado por esta entidade, que representa 1 milhão de famílias, logo depois de observar os dados do INE que indicam, em relação a 2008, houve uma queda de 5% na natalidade "sendo a primeira vez em 10 anos que se produz uma queda no número de nascimentos em 2009".
A Presidenta da Federação, Eva Holgado, advertiu que em meio da crise económica actual "a família é a única capaz de dinamizar a economia, é a que mantém activa a máquina económica e social, a que consome, a que aporta os futuros trabalhadores e contribuintes, em definitiva, a que mantém viva a sociedade".
"O Governo deve levar a sério esta questão e fazer uma aposta forte e valente para apoiar a família, fomentar a natalidade e apoiar os que já têm filhos", ressaltou.
"Virtualmente, – advertiu – (em Espanha) não há ajudas familiares e as poucas que existem vão desaparecer em breve: o cheque-bebé, que desaparecerá dentro de uns meses e a ajuda de 500 euros anuais por filho menor de 5 anos que têm as famílias com rendas baixas".
"A chave – prosseguiu – está em estabelecer ajudas económicas directas e medidas de conciliação reais, como as que existem em França, país que está à cabeça da UE em índice de fertilidade (2 filhos por mulher) e que conseguiu recuperar a natalidade mantendo a taxa de ocupação feminina, o que significa que as mulheres não têm que escolher entre trabalho e família, mas podem unir ambas coisas porque contam com o apoio económico, social e laboral adequado".
(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)
Jutta Burggraf: “Quem quiser influir no mundo actual, tem de amá-lo”
Como transmitir a mensagem cristã numa sociedade pós-moderna, caracterizada por uma pluralidade de visões do mundo e uma crescente ignorância religiosa? Para Jutta Burggraf, professora de Teologia Dogmática na Universidade de Navarra, é preciso assumir as necessidades e as esperanças dos homens e mulheres contemporâneos.
Como tantos outros pensadores actuais, Burggraf considera que estamos numa época de mudança. A expressão "sociedade pós-moderna" indica o final de uma etapa -a modernidade - e o início de outra que ainda não conhecemos.
Nesta situação de mudança, de pouco serve movimentar-se com a mentalidade própria de tempos passados. "Actualmente, uma pessoa apreende os diversos acontecimentos do mundo de uma outra forma em relação às gerações anteriores, e também reage afectivamente de outra maneira", diz Burggraf.
Isto exige, na sua opinião, descobrir um novo modo de falar e de actuar que insista mais na autenticidade. Um cristão converte-se num testemunho credível quando vive a sua fé com alegria e, ao mesmo tempo, partilha com os outros as dificuldades que encontra no seu caminho.
Por outro lado, acrescenta Burggraf, a mudança cultural a que assistimos não pode levar os cristãos a lamentarem-se ou a encerrarem-se num gueto. "Quem quer influir no presente, tem de amar o mundo em que vive. Não deve olhar para o passado com nostalgia e resignação, mas sim adoptar uma atitude positiva perante o momento histórico concreto".
Identidade e diálogo
- Num congresso realizado há pouco em Roma defendia-se a ideia de que afirmar a identidade cristã própria enriquece o diálogo, na medida em que contribui para esclarecer as diversas posições. Mas também há lugar para outra leitura menos optimista: se reafirmar demasiado as minhas convicções, não existirá o risco de me fechar aos outros ou, pelo menos, de os ouvir com menos interesse?
- Sim, este risco existe. Mas então não seria uma autêntica identidade cristã. Quanto mais cristãos somos, mais nos abrimos aos outros. Esta é a dinâmica do cristianismo: sair de si próprio para se entregar ao outro. A identidade cristã leva-nos a dialogar com todos, estejam ou não de acordo com a nossa maneira de pensar ou o nosso estilo de vida. Nesse diálogo, o cristão pode enriquecer-se com a parte de verdade que vem do outro, e aprender a integrá-la harmoniosamente na sua visão do mundo.
Ora, esta atitude de abertura aos outros exige assumir com clareza a identidade cristã própria. Porque caso contrário, pode-se ficar exposto às modas e acabar por procurar não o verdadeiro, mas o apetecível: aquilo de que gosto e me serve. Por outro lado, sem essa sólida identidade cristã faríamos um fraco favor aos outros: ficaríamos sem respostas para as suas interrogações, e não poderíamos dar-lhes algo da luz do cristianismo.
Tem interesse a linguagem não verbal
- Que características deveria ter o diálogo entre duas pessoas com diferentes visões sobre o mundo, para não cair na indiferença olímpica?
- Parece-me fundamental ouvir o outro com uma atitude aberta e, ao mesmo tempo, com muita actividade interior. Ouvir os outros não é assim tão simples: exige colocar-se no lugar do outro e tentar ver o mundo com os seus olhos. Se ambos tiverem essa atitude, nunca haverá um vencedor e um vencido, mas duas pessoas (con)vencidas pela verdade.
Logicamente, isto só é possível num clima de amizade e de benevolência. Cada um tem de captar o que há de bom no outro, como aconselha um refrão popular: "Se queres que os outros sejam bons, trata-os como se já fossem". Onde reina o amor, não é preciso fechar-se por medo de ser ferido. Daí ser tão importante mostrar simpatia e carinho ao falar com os outros.
Existe uma linguagem não verbal, que substitui ou acompanha as nossas palavras. É o clima que criamos à nossa volta, normalmente através de coisas muito simples como, por exemplo, um sorriso cordial ou um olhar de apreço.
Mas o carinho tem de ser real. Não basta sorrir e ter uma aparência agradável. Se queremos tocar no coração dos outros, temos de mudar primeiro o nosso próprio coração. Uma pessoa percebe quando não é bem-vinda, por muito que lhe sorriam.
O ambiente actual
- Os sociólogos Alain Touraine e Zygmunt Bauman, recentemente galardoados com o prémio Príncipe das Astúrias, há algum tempo que falam sobre o fim da modernidade. O que é que mudou no modo de pensar e de sentir do homem de hoje?
- A modernidade dava por adquirido que a vida é um progresso contínuo. Hoje, após o eclipse das grandes narrativas políticas e sociais do século XX, somos mais cépticos. Caminhamos sem rumo fixo. A esta falta de orientação acrescenta-se muitas vezes a solidão. Por isso não é estranho que se queira alcançar a felicidade no prazer imediato, ou talvez no aplauso. Se alguém não é amado, pelo menos quer ser louvado.
Simultaneamente, podemos descobrir uma verdadeira "sede de interioridade", tanto na literatura como na arte, na música ou no cinema. Há cada vez mais pessoas a procurarem uma experiência de silêncio e de contemplação.
Outro aspecto característico da modernidade era a confiança excessiva na razão. Hoje, pelo contrário, sabemos que o racionalismo fechado nos leva a perspectivas erradas. O problema é que agora passámos para o extremo contrário: a aposta excessiva na afectividade, no sentimentalismo. O desafio actual é chegar a uma visão mais harmoniosa do homem, que integre a razão, a vontade e os sentimentos.
Ir ao essencial
- Como falar de Deus às pessoas neste contexto menos racionalista e mais emotivo que acabou de descrever?
- Penso que a transmissão da fé na sociedade actual é possível se os cristãos viverem como testemunhas em vez de como mestres, ou como mestres-testemunhas. Isto exige utilizar uma linguagem pessoal, mais persuasiva. Trata-se de interiorizar essa grande verdade que Bento XVI nos tem vindo a repetir constantemente: "Deus é amor".
Talvez noutras épocas, esta ideia tenha podido soar-nos como demasiado romântica. Mas hoje temos de a redescobrir e entender o que significa, porque toda a mensagem cristã tem que ver com o amor. O Papa ensina-nos a concentrar-nos no essencial: descobrir a beleza e a profundidade da fé.
Não nos podemos deixar apanhar nas controvérsias que continuamente a opinião pública levanta. Claro que as questões morais são importantes, mas se não se conseguir entender bem o fundamento - Deus é amor - muito menos se compreenderá a resposta da Igreja para certos problemas morais.
Antes de nos deixarmos enredar em questões controversas, devemos mostrar às pessoas o atractivo das verdades cristãs (a revelação de Deus, a salvação, a liberdade da fé...) e, somente depois, poderemos propor-lhes uma mudança de comportamento.
Uma fé mais acolhedora
- Em sociedades pluralistas como a nossa, já não se aceita que alguém possa estar na posse da verdade. Significa isto que a firmeza de convicções conduz necessariamente à arrogância extrema?
- A firmeza de convicções não se encontra em conflito com a humildade nem com a abertura da mente, necessárias para um autêntico diálogo com os outros. Embora possamos afirmar que a Igreja Católica tem a plenitude da verdade, eu - como crente - pessoalmente não a tenho. Ou, melhor, tenho-a de forma implícita quando faço um acto de fé e participo da plenitude da Igreja.
Mas, como na minha vida quotidiana não cheguei a essa plenitude, os outros podem sempre ensinar-me alguma coisa. Posso aprender com todos - crentes ou não -, sem perder a minha própria identidade. Além disso, conhecer os pontos de vista dos outros pode servir-me para rever algumas ideias próprias que talvez se tenham tornado demasiado rígidas.
Há pessoas que têm uma forte identidade cristã e, no entanto, não convencem ninguém. Quando alguma pessoa se mostra demasiado segura, em geral costuma despertar rejeição. Já não se aceita que alguém fale "a partir de cima" ao comum dos mortais, como se fosse o único portador da verdade.
O que mais atrai nos nossos dias não é a segurança, mas a sinceridade: explicar aos outros as razões que nos levam a acreditar e, ao mesmo tempo, falar-lhes também das nossas dúvidas e incertezas. Trata-se de se colocar ao lado do outro e procurar a verdade juntamente com ele. Certamente, posso dar-lhes muito se tiver fé; mas os outros também podem ensinar-me muito.
Como pode alguém compreender e consolar os outros se nunca foi arrasado pela tristeza? Há pessoas que, depois de sofrerem muito, se tornaram compreensivas, cordiais e sensíveis à dor alheia. Numa palavra, aprenderam a amar. Desta forma, a fé torna-se mais acolhedora.
Juan Meseguer
Aceprensa
Como tantos outros pensadores actuais, Burggraf considera que estamos numa época de mudança. A expressão "sociedade pós-moderna" indica o final de uma etapa -a modernidade - e o início de outra que ainda não conhecemos.
Nesta situação de mudança, de pouco serve movimentar-se com a mentalidade própria de tempos passados. "Actualmente, uma pessoa apreende os diversos acontecimentos do mundo de uma outra forma em relação às gerações anteriores, e também reage afectivamente de outra maneira", diz Burggraf.
Isto exige, na sua opinião, descobrir um novo modo de falar e de actuar que insista mais na autenticidade. Um cristão converte-se num testemunho credível quando vive a sua fé com alegria e, ao mesmo tempo, partilha com os outros as dificuldades que encontra no seu caminho.
Por outro lado, acrescenta Burggraf, a mudança cultural a que assistimos não pode levar os cristãos a lamentarem-se ou a encerrarem-se num gueto. "Quem quer influir no presente, tem de amar o mundo em que vive. Não deve olhar para o passado com nostalgia e resignação, mas sim adoptar uma atitude positiva perante o momento histórico concreto".
Identidade e diálogo
- Num congresso realizado há pouco em Roma defendia-se a ideia de que afirmar a identidade cristã própria enriquece o diálogo, na medida em que contribui para esclarecer as diversas posições. Mas também há lugar para outra leitura menos optimista: se reafirmar demasiado as minhas convicções, não existirá o risco de me fechar aos outros ou, pelo menos, de os ouvir com menos interesse?
- Sim, este risco existe. Mas então não seria uma autêntica identidade cristã. Quanto mais cristãos somos, mais nos abrimos aos outros. Esta é a dinâmica do cristianismo: sair de si próprio para se entregar ao outro. A identidade cristã leva-nos a dialogar com todos, estejam ou não de acordo com a nossa maneira de pensar ou o nosso estilo de vida. Nesse diálogo, o cristão pode enriquecer-se com a parte de verdade que vem do outro, e aprender a integrá-la harmoniosamente na sua visão do mundo.
Ora, esta atitude de abertura aos outros exige assumir com clareza a identidade cristã própria. Porque caso contrário, pode-se ficar exposto às modas e acabar por procurar não o verdadeiro, mas o apetecível: aquilo de que gosto e me serve. Por outro lado, sem essa sólida identidade cristã faríamos um fraco favor aos outros: ficaríamos sem respostas para as suas interrogações, e não poderíamos dar-lhes algo da luz do cristianismo.
Tem interesse a linguagem não verbal
- Que características deveria ter o diálogo entre duas pessoas com diferentes visões sobre o mundo, para não cair na indiferença olímpica?
- Parece-me fundamental ouvir o outro com uma atitude aberta e, ao mesmo tempo, com muita actividade interior. Ouvir os outros não é assim tão simples: exige colocar-se no lugar do outro e tentar ver o mundo com os seus olhos. Se ambos tiverem essa atitude, nunca haverá um vencedor e um vencido, mas duas pessoas (con)vencidas pela verdade.
Logicamente, isto só é possível num clima de amizade e de benevolência. Cada um tem de captar o que há de bom no outro, como aconselha um refrão popular: "Se queres que os outros sejam bons, trata-os como se já fossem". Onde reina o amor, não é preciso fechar-se por medo de ser ferido. Daí ser tão importante mostrar simpatia e carinho ao falar com os outros.
Existe uma linguagem não verbal, que substitui ou acompanha as nossas palavras. É o clima que criamos à nossa volta, normalmente através de coisas muito simples como, por exemplo, um sorriso cordial ou um olhar de apreço.
Mas o carinho tem de ser real. Não basta sorrir e ter uma aparência agradável. Se queremos tocar no coração dos outros, temos de mudar primeiro o nosso próprio coração. Uma pessoa percebe quando não é bem-vinda, por muito que lhe sorriam.
O ambiente actual
- Os sociólogos Alain Touraine e Zygmunt Bauman, recentemente galardoados com o prémio Príncipe das Astúrias, há algum tempo que falam sobre o fim da modernidade. O que é que mudou no modo de pensar e de sentir do homem de hoje?
- A modernidade dava por adquirido que a vida é um progresso contínuo. Hoje, após o eclipse das grandes narrativas políticas e sociais do século XX, somos mais cépticos. Caminhamos sem rumo fixo. A esta falta de orientação acrescenta-se muitas vezes a solidão. Por isso não é estranho que se queira alcançar a felicidade no prazer imediato, ou talvez no aplauso. Se alguém não é amado, pelo menos quer ser louvado.
Simultaneamente, podemos descobrir uma verdadeira "sede de interioridade", tanto na literatura como na arte, na música ou no cinema. Há cada vez mais pessoas a procurarem uma experiência de silêncio e de contemplação.
Outro aspecto característico da modernidade era a confiança excessiva na razão. Hoje, pelo contrário, sabemos que o racionalismo fechado nos leva a perspectivas erradas. O problema é que agora passámos para o extremo contrário: a aposta excessiva na afectividade, no sentimentalismo. O desafio actual é chegar a uma visão mais harmoniosa do homem, que integre a razão, a vontade e os sentimentos.
Ir ao essencial
- Como falar de Deus às pessoas neste contexto menos racionalista e mais emotivo que acabou de descrever?
- Penso que a transmissão da fé na sociedade actual é possível se os cristãos viverem como testemunhas em vez de como mestres, ou como mestres-testemunhas. Isto exige utilizar uma linguagem pessoal, mais persuasiva. Trata-se de interiorizar essa grande verdade que Bento XVI nos tem vindo a repetir constantemente: "Deus é amor".
Talvez noutras épocas, esta ideia tenha podido soar-nos como demasiado romântica. Mas hoje temos de a redescobrir e entender o que significa, porque toda a mensagem cristã tem que ver com o amor. O Papa ensina-nos a concentrar-nos no essencial: descobrir a beleza e a profundidade da fé.
Não nos podemos deixar apanhar nas controvérsias que continuamente a opinião pública levanta. Claro que as questões morais são importantes, mas se não se conseguir entender bem o fundamento - Deus é amor - muito menos se compreenderá a resposta da Igreja para certos problemas morais.
Antes de nos deixarmos enredar em questões controversas, devemos mostrar às pessoas o atractivo das verdades cristãs (a revelação de Deus, a salvação, a liberdade da fé...) e, somente depois, poderemos propor-lhes uma mudança de comportamento.
Uma fé mais acolhedora
- Em sociedades pluralistas como a nossa, já não se aceita que alguém possa estar na posse da verdade. Significa isto que a firmeza de convicções conduz necessariamente à arrogância extrema?
- A firmeza de convicções não se encontra em conflito com a humildade nem com a abertura da mente, necessárias para um autêntico diálogo com os outros. Embora possamos afirmar que a Igreja Católica tem a plenitude da verdade, eu - como crente - pessoalmente não a tenho. Ou, melhor, tenho-a de forma implícita quando faço um acto de fé e participo da plenitude da Igreja.
Mas, como na minha vida quotidiana não cheguei a essa plenitude, os outros podem sempre ensinar-me alguma coisa. Posso aprender com todos - crentes ou não -, sem perder a minha própria identidade. Além disso, conhecer os pontos de vista dos outros pode servir-me para rever algumas ideias próprias que talvez se tenham tornado demasiado rígidas.
Há pessoas que têm uma forte identidade cristã e, no entanto, não convencem ninguém. Quando alguma pessoa se mostra demasiado segura, em geral costuma despertar rejeição. Já não se aceita que alguém fale "a partir de cima" ao comum dos mortais, como se fosse o único portador da verdade.
O que mais atrai nos nossos dias não é a segurança, mas a sinceridade: explicar aos outros as razões que nos levam a acreditar e, ao mesmo tempo, falar-lhes também das nossas dúvidas e incertezas. Trata-se de se colocar ao lado do outro e procurar a verdade juntamente com ele. Certamente, posso dar-lhes muito se tiver fé; mas os outros também podem ensinar-me muito.
Como pode alguém compreender e consolar os outros se nunca foi arrasado pela tristeza? Há pessoas que, depois de sofrerem muito, se tornaram compreensivas, cordiais e sensíveis à dor alheia. Numa palavra, aprenderam a amar. Desta forma, a fé torna-se mais acolhedora.
Juan Meseguer
Aceprensa
"Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16)
O que era difícil aceitar, para as pessoas às quais Jesus falava? O que continua a sê-lo também para muitas pessoas de hoje? Difícil de aceitar é o facto de que Ele pretende ser não somente um dos profetas, mas o Filho de Deus, e reivindica para si a mesma autoridade de Deus. Ouvindo-o pregar, vendo-o curar os doentes, evangelizar os pequeninos e os pobres e reconciliar os pecadores, gradualmente os discípulos conseguiram compreender que Ele era o Messias, no sentido mais elevado deste termo, ou seja, não apenas um homem enviado por Deus, mas o próprio Deus que se fez homem. Claramente, tudo isto era maior do que eles, ultrapassava a sua capacidade de compreender. Podiam expressar a sua fé com os títulos da tradição judaica: "Cristo", "Filho de Deus", "Senhor". Mas para aderir verdadeiramente à realidade, aqueles títulos deviam de alguma forma ser redescobertos na sua verdade mais profunda: o próprio Jesus, com a sua vida, revelou o seu significado integral, sempre surpreendente, até mesmo paradoxal em relação às concepções correntes. E a fé dos discípulos teve que se adaptar progressivamente. Ela apresenta-se-nos como uma peregrinação que tem o seu momento fontal na experiência do Jesus histórico, encontra o seu fundamento no mistério pascal, mas depois deve progredir ainda mais, graças à acção do Espírito Santo. Esta foi também a fé da Igreja ao longo da história; além disso, esta tem sido inclusive a nossa fé, de nós cristãos de hoje. Solidamente alicerçada na "rocha" de Pedro, é uma peregrinação rumo à plenitude daquela verdade que o Pescador da Galileia professou com uma convicção apaixonada: "Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16).
Caros irmãos e irmãs, na profissão de fé de Pedro, podemos sentir-nos e ser todos um só, não obstante as divisões que, ao longo dos séculos, dilaceraram a unidade da Igreja, com consequências que perduram até aos dias de hoje. Em nome dos Santos Pedro e Paulo, renovemos hoje, juntamente com os nossos Irmãos provenientes de Constantinopla aos quais volto a agradecer a presença nesta nossa celebração o compromisso a cumprir até ao fim o desejo de Cristo, que nos quer plenamente unidos. Com os Arcebispos concelebrantes, acolhamos o dom e a responsabilidade da comunhão entre a Sé de Pedro e as Igrejas Metropolitanas confiadas aos seus cuidados pastorais. Que nos oriente e nos acompanhe sempre com a sua intercessão a Santa Mãe de Deus: a sua fé indefectível, que sustentou a fé de Pedro e dos outros Apóstolos, continue a apoiar também a fé das gerações cristãs, a nossa própria fé: Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!
Amém.
Bento XVI - Excerto homilia pronunciada na Basílica de São Pedro a 29 de Junho de 2007
Caros irmãos e irmãs, na profissão de fé de Pedro, podemos sentir-nos e ser todos um só, não obstante as divisões que, ao longo dos séculos, dilaceraram a unidade da Igreja, com consequências que perduram até aos dias de hoje. Em nome dos Santos Pedro e Paulo, renovemos hoje, juntamente com os nossos Irmãos provenientes de Constantinopla aos quais volto a agradecer a presença nesta nossa celebração o compromisso a cumprir até ao fim o desejo de Cristo, que nos quer plenamente unidos. Com os Arcebispos concelebrantes, acolhamos o dom e a responsabilidade da comunhão entre a Sé de Pedro e as Igrejas Metropolitanas confiadas aos seus cuidados pastorais. Que nos oriente e nos acompanhe sempre com a sua intercessão a Santa Mãe de Deus: a sua fé indefectível, que sustentou a fé de Pedro e dos outros Apóstolos, continue a apoiar também a fé das gerações cristãs, a nossa própria fé: Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!
Amém.
Bento XVI - Excerto homilia pronunciada na Basílica de São Pedro a 29 de Junho de 2007
S. Josemaría Escrivá sobre os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo
São Pedro e São Paulo, apóstolos. “Venero com todas as minhas forças a Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde tantos saíram para propagar por todo o mundo a palavra salvadora de Cristo. Ser romano não implica nenhum particularismo, mas ecumenismo autêntico; supõe o desejo de dilatar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que a todos procura e a todos acolhe, porque a todos amou primeiro”.
(Fonte http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1855 )
Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
[…] A Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo convida-nos, de modo particular, a rezar intensamente e a agir com convicção pela causa da unidade de todos os discípulos de Cristo. O Oriente e o Ocidente cristãos encontram-se muito próximos entre si, e já podem contar com uma comunhão quase completa, como recorda o Concílio Vaticano II, farol que guia os passos do caminho ecuménico. Portanto, os nossos encontros, as visitas periódicas e os diálogos em curso não são simples gestos de cortesia, ou tentativas de alcançar compromissos, mas o sinal de uma comum vontade de fazer o possível para chegarmos quanto antes àquela plena comunhão, implorada por Cristo na sua oração ao Pai, depois da última Ceia: "Ut unum sint".
[…]
Dirijamo-nos agora à Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Pela sua intercessão materna, o Senhor permita que a Igreja, que está em Roma e no mundo inteiro, permaneça sempre fiel ao Evangelho, para cujo serviço os Santos Pedro e Paulo consagraram a sua própria vida.
Bento XVI – durante o Angelus do dia 29 de Junho de 2007
[…]
Dirijamo-nos agora à Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Pela sua intercessão materna, o Senhor permita que a Igreja, que está em Roma e no mundo inteiro, permaneça sempre fiel ao Evangelho, para cujo serviço os Santos Pedro e Paulo consagraram a sua própria vida.
Bento XVI – durante o Angelus do dia 29 de Junho de 2007
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Aelred de Rielvaux (1110-1167), monge cistercense
Sermão 16, para a festa dos Santos Pedro e Paulo; PL 195, 298-302 (a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, pp. 451-452)
«Sobre esta pedra, edificarei a Minha Igreja»
Todos os apóstolos são «pilares da terra» (Sl 74,4), mas são-no em primeiro lugar os dois cuja festa celebramos. Eles são os dois pilares que conduzem a Igreja, através dos seus ensinamentos, da sua oração e do exemplo da sua perseverança. Estes pilares foram alicerçados pelo próprio Senhor. Inicialmente, eram fracos e não eram capazes de guiar, nem a si próprios, nem aos outros. E aqui aparece o grande desígnio do Senhor: se tivessem sido sempre fortes, poder-se-ia pensar que a sua força vinha deles. O Senhor, antes de os fortalecer, também quis mostrar aquilo de que eram capazes, para que todos soubessem que a sua força vem de Deus.
O Senhor é que fundou estes pilares da terra, ou seja, da Santa Igreja. É por isso que devemos louvar com todo o coração os nossos santos pais, que suportaram tantos tormentos pelo Senhor e que perseveraram com tanta força. Perseverar na alegria, na prosperidade e na paciência não vale grande coisa. Grande é aquele que é apedrejado, chicoteado, agredido por amor a Cristo, e em tudo isso persevera com Cristo (2Cor 11, 25). É grande ser amaldiçoado e abençoar com Paulo [...], ser como a escória do mundo e disso tirar glória (1Cor 4, 12-13). [...] E que dizer de Pedro? Mesmo que nada tivesse suportado por Cristo, bastava ter sido crucificado por Ele para o festejarmos até hoje. A cruz foi a sua estrada.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sermão 16, para a festa dos Santos Pedro e Paulo; PL 195, 298-302 (a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, pp. 451-452)
«Sobre esta pedra, edificarei a Minha Igreja»
Todos os apóstolos são «pilares da terra» (Sl 74,4), mas são-no em primeiro lugar os dois cuja festa celebramos. Eles são os dois pilares que conduzem a Igreja, através dos seus ensinamentos, da sua oração e do exemplo da sua perseverança. Estes pilares foram alicerçados pelo próprio Senhor. Inicialmente, eram fracos e não eram capazes de guiar, nem a si próprios, nem aos outros. E aqui aparece o grande desígnio do Senhor: se tivessem sido sempre fortes, poder-se-ia pensar que a sua força vinha deles. O Senhor, antes de os fortalecer, também quis mostrar aquilo de que eram capazes, para que todos soubessem que a sua força vem de Deus.
O Senhor é que fundou estes pilares da terra, ou seja, da Santa Igreja. É por isso que devemos louvar com todo o coração os nossos santos pais, que suportaram tantos tormentos pelo Senhor e que perseveraram com tanta força. Perseverar na alegria, na prosperidade e na paciência não vale grande coisa. Grande é aquele que é apedrejado, chicoteado, agredido por amor a Cristo, e em tudo isso persevera com Cristo (2Cor 11, 25). É grande ser amaldiçoado e abençoar com Paulo [...], ser como a escória do mundo e disso tirar glória (1Cor 4, 12-13). [...] E que dizer de Pedro? Mesmo que nada tivesse suportado por Cristo, bastava ter sido crucificado por Ele para o festejarmos até hoje. A cruz foi a sua estrada.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 29 de Junho de 2010
São Mateus 16,13-19
13 Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?».14 Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».15 Jesus disse-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?».16 Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo».17 Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventurado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus.18 E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».
13 Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?».14 Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».15 Jesus disse-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?».16 Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo».17 Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventurado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus.18 E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».
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