Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 17 de agosto de 2013

Amar a Cristo...

Jesus Cristo Luz da nossa vida, ensinaste-nos a amar o próximo e a ser caridosos, ajuda-nos a ter sempre presente os Teus ensinamentos e a não deixarmos que o nosso orgulho, mesmo quando ofendidos, se sobreponha a Ti.

Tudo o que vem de Ti é excepcionalmente bom e puro e nós homens tantas vezes deturpamos a Tua verdade, para assim, numa manifestação de soberba, melhor impormos a nossa pequenez ignorante e estúpida. Perdoa-nos esta linguagem, amado Jesus, mas Tu que tudo sabes, sabes bem aquilo de que somos capazes para fazer prevalecer a nossa vontade e opinião.

Meu Senhor e Meu Deus tende piedade de nós que somos pecadores recorrentes!

JPR

D. Javier Echevarría pediu há dias no Chile que assumamos o compromisso de rezar pelo Papa Francisco (vídeo em espanhol)

«Eu vim lançar fogo sobre a terra»

Santo Isaac, o Sírio (século VII), monge em Nínive, perto de Mossul 
Discursos sobre ascese, 1ª série, nº 2



Violenta-te (cf Mt 11,12), esforça-te por imitar a humildade de Cristo, para que se torne cada vez mais forte o fogo que Ele acendeu em ti, esse fogo pelo qual são consumidos todos os impulsos deste mundo que destroem o homem novo e maculam as moradas do Senhor santo e poderoso. Porque eu afirmo com São Paulo que «nós somos o templo do Deus vivo» (2Co 6,16). Por isso, purifiquemos esse templo «como Ele é puro» (1Jo 3,3), para que Ele tenha desejo de aí morar; santifiquemo-lo porque Ele é santo (1Pe 1,16); ornamentemo-lo com todas as obras boas e dignas.

Enchamos o templo do repouso da Sua vontade, como de um perfume, através da oração pura, da oração do coração que é impossível de alcançar se nos entregarmos continuamente aos impulsos deste mundo. Assim, a nuvem da Sua glória cobrirá a nossa alma e a luz da Sua grandeza brilhará no nosso coração (cf 1R 8,10). Todos aqueles que permanecem na casa de Deus serão repletos de alegria e rejubilarão. Mas os insolentes e os ignóbeis desaparecerão sob a chama do Espírito Santo.

O Evangelho de Domingo dia 18 de agosto de 2013

Eu vim trazer fogo à terra; e como desejaria que já estivesse ateado! Eu tenho de receber um baptismo; e quão grande é a minha ansiedade até que ele se conclua! Julgais que vim trazer paz à terra? Não, vos digo Eu, mas separação; porque, de hoje em diante, haverá numa casa cinco pessoas, divididas três contra duas e duas contra três. Estarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Lc 12, 49-53

A INJUSTIÇA DA NÃO DISCRIMINAÇÃO – Gonçalo Portocarrero de Almada

É injusto discriminar o que é igual, mas não o que é diferente

É como a gripe, esta recorrente mania: todos os anos, mais dia menos dia, lá aparece o vírus da não discriminação, a propagar a epidemia do igualitarismo e a exigir, em consequência, a reestruturação de algum órgão ostensivamente discriminatório, ou a aprovação de leis que combatam a exclusão dos grupos sociais mais desfavorecidos.

Exagero? De modo algum! Em plena silly season, dois artigos do Público, de 10 de Agosto passado (2011), pugnam pela não discriminação.

No primeiro, o autor insurge-se contra a composição alfacinha do Conselho de Estado. Segundo o dito ensaísta, este órgão só tem duas mulheres; não tem ninguém mais à esquerda do que os conselheiros de esquerda que já lá estão; não tem membros que não sejam de Lisboa, excepto os que o não são, como o autarca de Gaia e os líderes insulares; não tem nenhum representante da Igreja Católica, nem das artes, nem das letras, nem da sociologia (?!), nem da história, etc. Tudo, claro, por culpa do Presidente da República que, apesar de algarvio confesso, «lisboetizou», segundo a escrita do mesmo autor, o supostamente nacional Conselho de Estado.

Não me compete, como é óbvio, comentar a sua opinião política que, ao exigir a representatividade institucional dos vários grémios profissionais e sociais, parece eivada de um certo saudosismo corporativista. Não posso, contudo, deixar de registar a sua curiosa tese de que a justiça decorre da igual, ou proporcional, representação, nesse órgão consultivo do chefe de Estado, das mais expressivas condições ideológicas, regionais, religiosas, etc.

A bem dizer, com a mesma razão, ou falta dela, também se deveria exigir que o sexo feminino, o norte transmontano, o barlavento algarvio, os evangélicos, os fadistas e os mais exímios pensadores pátrios estivessem representados na nossa selecção de futebol, cuja composição também parece muito politicamente incorrecta, sobretudo se se pensar que essa equipa deveria ser, de algum modo, representativa da nação.

O outro texto versa sobre a Moldávia que, não obstante o assédio da libertina Comunidade Europeia, ainda resiste à política da total permissividade em relação à orientação sexual. Segundo «um estudo de percepções da população» – vá-se lá saber o que isto seja! – «os moldavos, afinal, discriminam. Discriminam, sobretudo, deficientes físicos ou mentais, pobres, portadores de VIH, homossexuais, ciganos, mulheres». Pelos vistos, segundo a abalizada opinião da autora do artigo, em que não falta o coitadinho do costume, este é o principal crime dos moldavos: «discriminam»! E, claro, uma nação que discrimina, não pode fazer parte da nossa moderna e decadente Europa.

Mas, afinal, discriminar é mau? Por exemplo, quando se impede uma senhora corcunda de ser top-model, está-se a cometer uma injustiça? E quando se proíbe que um invisual seja árbitro de futebol, pode-se afirmar que se está a ser iníquo? A não-aceitação de um paralítico, como membro da equipa nacional de atletismo, é um acto punível, por arbitrário e contrário às convenções internacionais dos direitos humanos e de defesa dos deficientes? A norma que impede os cidadãos originariamente estrangeiros, mas naturalizados portugueses, de concorrerem à presidência da República, é ilegal por ser xenófoba? Uma escola que não aceita, para seu professor, um analfabeto, está a cometer um crime contra a igualdade de direitos que a Constituição consagra? A atribuição do Prémio Nobel da Química, a um determinado cidadão, tipifica um delito de injúrias aos restantes químicos? E se um encenador recusar a uma qualquer Julieta o papel de Romeu, ou a um qualquer Romeu o papel de Julieta, está também a incorrer num comportamento ilícito, neste caso por razão do respectivo sexo?

Discriminar é, apenas, distinguir. Será injusto quando distingue o que é igual, mas não quando diferencia o que é diverso. Os corcundas, os cegos, os paralíticos, os cidadãos nacionais de origem estrangeira, os analfabetos, os cientistas, os homens todos e todas as mulheres são iguais quanto à sua comum e inviolável dignidade humana. Mas não quanto às suas capacidades físicas e intelectuais, nem às correspondentes aptidões sociais, políticas e profissionais.

Aliás, a justiça não é, por definição, igualitária, mas discriminatória. Não trata a todos por igual, mas procura atribuir a cada qual o que lhe compete, não apenas em função da sua dignidade humana, mas também das suas características pessoais objectivas que, obviamente, não podem ser ignoradas, sobretudo quando se trata de lhes reconhecer uma específica função social. Não deixa de ser curioso que os grupos que antes mais apelavam à igualdade na diferença, sejam também agora os que mais reivindicam a indiferença na desigualdade, na medida em que não toleram a discriminação do que é, logicamente, diferente.

Todos iguais? Com certeza, no que respeita à comum natureza e dignidade do ser humano, bem como a todos os direitos e liberdades fundamentais. Mas todos diferentes também. A ditadura do igualitarismo, ou da não discriminação, não serve a causa da justiça: só seremos efectivamente todos iguais quando se reconhecer, também a nível social e jurídico, que somos todos diferentes.

Gonçalo Portocarrero de Almada

Mozart - Missa Brevis in C, K. 317 [completa] (Missa da Coroação)

«Jesus tomou um menino, colocou-o junto de Si e disse-lhes: «Quem acolher este menino em meu nome, é a Mim que acolhe»», (Lc 9, 48)

Cardeal Joseph Ratzinger
Retiro pregado no Vaticano, 1983


Temos de recordar que o atributo essencial de Jesus, aquele que exprime a Sua dignidade, é o atributo de «Filho» [...] A orientação da Sua vida, a motivação originária e o objectivo que O modelaram exprimem-se numa só palavra: «Abba, Pai bem-amado». Jesus sabia que nunca estaria só e, até ao último grito na cruz, obedeceu Àquele a quem chamava Pai, virando-Se totalmente para Ele. Só isso permite explicar que Se tenha recusado até ao fim a ser chamado rei, ou senhor, ou a permitir que lhe atribuíssem qualquer outro título de poder, antes recorrendo a um termo que também poderíamos traduzir por «criancinha».

Pode-se, por conseguinte, dizer o seguinte: se, na pregação de Jesus, a infância tem um lugar tão extraordinário, é porque corresponde ao mais profundo do Seu mistério mais pessoal, à Sua filiação. Afinal a Sua maior dignidade, que remete para a Sua divindade, não consiste no poder de que poderia dispor; funda-se no Seu ser orientado para o outro: para Deus, para o Pai. O exegeta alemão Joachim Jeremias diz precisamente que ser criança no sentido de Jesus significa aprender a dizer «Pai».

«Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter Comigo»

Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero 

Do governo de Deus, p. 269

Deus é a fonte e a origem de tudo; e porque é n'Ele, como está escrito, que «vivemos, nos movemos e existimos» (At 17,28), é d'Ele certamente que nos vem o afecto pelo qual amamos os nossos filhos. Todo o universo e todo o género humano são filhos do seu Criador; e assim, pelo afecto com que amamos os nossos filhos, Ele quis que compreendêssemos quanto Ele ama os Seus filhos. Porque está escrito que «o que é invisível nele – o Seu eterno poder e divindade – tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas Suas obras» (Rm 1,20): Ele quis fazer-nos compreender o Seu amor para connosco pelo amor que nos deu pelas nossas obras. E, como está escrito que d'Ele «recebe o nome toda a paternidade nos céus e na terra» (Ef 3,15), assim quis que reconheçamos n'Ele o afecto de um pai para connosco.

Que digo eu, de um pai? O Seu amor é bem maior que o de um pai. Provam-no estas palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que n'Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo diz também: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32).

O Evangelho do dia 17 de agosto de 2013

Então, foram-Lhe apresentadas várias crianças para que Lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos repreendiam-nas. Jesus, porém, disse-lhes: «Deixai as crianças, e não as impeçais de vir a Mim, porque delas é o Reino dos Céus». E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.

Mt 19, 13-15