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quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Violência gratuita
Fenómeno que afecta as sociedade contemporâneas e que infelizmente tem uma tendência crescente.
Não vou teorizar sobre as razões do mesmo, mas entre outros factores sócio-económicos a total desagregação do núcleo fundamental da sociedade que é a família, é certamente um dos principais factores que se encontram na génese do problema.
Acabo de ler, que na passada terça-feira em Itália, mais concretamente no Mosteiro de São Columbano Belmonte próximo de Turim, um grupo de Franciscanos, 49, 76, 81 e 86 anos respectivamente, foi violentamente atacado havendo um que se encontra em estado de coma após uma intervenção cirúrgica à cabeça de urgência, tendo os assaltantes como móbil o roubo.
Todas as vítimas de violência são credoras da nossa compaixão e oração, mas admitamos que sabermos da violência exercida sobre estes Franciscanos nos desperta ainda mais para o grave problema da violência gratuita, sobretudo sabendo do seu voto de pobreza e de vida austera.
Que o Senhor na sua infinita bondade proteja todas as vítimas de violência e peçamos-Lhe que ilumine os praticantes destes actos, de forma a que os não repitam e deles se arrependam.
Termino, citando S. Tomás Moro “Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom”, na nossa simplicidade muitas vezes não descortinamos os desígnios do Senhor, mas que a nossa fé nos conduza à aceitação e a amá-Lo cada vez mais.
(JPR)
Não vou teorizar sobre as razões do mesmo, mas entre outros factores sócio-económicos a total desagregação do núcleo fundamental da sociedade que é a família, é certamente um dos principais factores que se encontram na génese do problema.
Acabo de ler, que na passada terça-feira em Itália, mais concretamente no Mosteiro de São Columbano Belmonte próximo de Turim, um grupo de Franciscanos, 49, 76, 81 e 86 anos respectivamente, foi violentamente atacado havendo um que se encontra em estado de coma após uma intervenção cirúrgica à cabeça de urgência, tendo os assaltantes como móbil o roubo.
Todas as vítimas de violência são credoras da nossa compaixão e oração, mas admitamos que sabermos da violência exercida sobre estes Franciscanos nos desperta ainda mais para o grave problema da violência gratuita, sobretudo sabendo do seu voto de pobreza e de vida austera.
Que o Senhor na sua infinita bondade proteja todas as vítimas de violência e peçamos-Lhe que ilumine os praticantes destes actos, de forma a que os não repitam e deles se arrependam.
Termino, citando S. Tomás Moro “Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom”, na nossa simplicidade muitas vezes não descortinamos os desígnios do Senhor, mas que a nossa fé nos conduza à aceitação e a amá-Lo cada vez mais.
(JPR)
Santo Agostinho – Doutor da Igreja
“Sei apenas que, sem ti, me sinto mal, não apenas fora de mim mesmo, mas também dentro de mim mesmo, e que toda a abundância, que não é o meu Deus, é para mim indigência” - Confissões (VIII, 9)
O mais profundo filósofo da era patrística e um dos maiores génios teológicos de todos os tempos foi Santo Agostinho (354-430), cuja influência plasmou a Idade Média.
Nasceu em Tagaste (Numídia), filho de um funcionário municipal, Patrício, e de Mónica, fervorosa cristã, que a Igreja venera como Santa.
Como estudante, vivia desregradamente. Contraiu uma ligação – que iria durar até 384, e da qual teve um filho, Adeodato. Em 374, lendo o Hortensius, de Cícero, sentiu-se atraído por uma vida menos sensual e mais dedicada à busca da verdade. Passou a frequentar as lições dos maniqueus, que lhe pareciam propor a autêntica forma de cristianismo, em oposição à doutrina da Igreja, “uma história de velhas”.
De 375 a 383 estabeleceu-se em Cartago, como professor de oratória, e daí por diante obteve exercer a mesma função do outro lado do mar, em Milão. Já o inquietavam nessa altura fortes dúvidas sobre a verdade do maniqueísmo.
Em Milão, travou conhecimento com o neoplatonismo. Ao mesmo tempo ouvia regularmente os sermões de Santo Ambrósio, onde percebia um catolicismo mais sublime do que o imaginado, e lia São Paulo. Um dia, julgando ouvir a voz de uma criança: “Tolle, lege”, abriu ao acaso as Epístolas de São Paulo, que tinha ao lado e passou a sentir que “todas as trevas da dúvida se dissipavam”. Fez-se baptizar no Sábado Santo de 387, com seu filho e com seu amigo Alípio. Pouco depois morria a mãe, que muito havia orado pela sua conversão. Voltando à África, viveu vários anos em retiro de oração e estudos. Em 390, perdeu o filho. Tanta era a fama que granjeara, de ciência e virtudes, que o povo o escolheu para o Sacerdócio. Em 395 foi sagrado Bispo no pequeno porto de Hipona. Ali então desenvolveu a intensa actividade teológica e pastoral, dando máxima expressão a seus dotes extraordinários no plano da especulação, da exegese e da penetração psicológica da alma humana. Lutou contra as heresias da época, o maniqueísmo, o donatismo, o arianismo e o pelagianismo. Morreu em Hipona a 28 de Agosto de 430.
Principais obras: Confissões, autobiografia escrita entre 397 e 400, uma das obras-primas da literatura universal; A Cidade de Deus, apologia da antiguidade cristã e ensaio de filosofia da História; De Trinitate; Enchiridion, compêndio de doutrina cristã; várias obras polémicas contra as heresias mencionadas, entre as quais Contra Faustum, De spiritu et littera, De natura er gratia, De gratia et libero arbitrio, De correptione et gratia, De praedestinatione sanctorum; obras exegéticas, como Enarrationes in Psalmos, De genesi ad litteram, Tratado sobre o Evangelho de São João; obras pastorais, como De catechizandis rudibus; cerca de 400 sermões e muitas cartas.
O mais profundo filósofo da era patrística e um dos maiores génios teológicos de todos os tempos foi Santo Agostinho (354-430), cuja influência plasmou a Idade Média.
Nasceu em Tagaste (Numídia), filho de um funcionário municipal, Patrício, e de Mónica, fervorosa cristã, que a Igreja venera como Santa.
Como estudante, vivia desregradamente. Contraiu uma ligação – que iria durar até 384, e da qual teve um filho, Adeodato. Em 374, lendo o Hortensius, de Cícero, sentiu-se atraído por uma vida menos sensual e mais dedicada à busca da verdade. Passou a frequentar as lições dos maniqueus, que lhe pareciam propor a autêntica forma de cristianismo, em oposição à doutrina da Igreja, “uma história de velhas”.
De 375 a 383 estabeleceu-se em Cartago, como professor de oratória, e daí por diante obteve exercer a mesma função do outro lado do mar, em Milão. Já o inquietavam nessa altura fortes dúvidas sobre a verdade do maniqueísmo.
Em Milão, travou conhecimento com o neoplatonismo. Ao mesmo tempo ouvia regularmente os sermões de Santo Ambrósio, onde percebia um catolicismo mais sublime do que o imaginado, e lia São Paulo. Um dia, julgando ouvir a voz de uma criança: “Tolle, lege”, abriu ao acaso as Epístolas de São Paulo, que tinha ao lado e passou a sentir que “todas as trevas da dúvida se dissipavam”. Fez-se baptizar no Sábado Santo de 387, com seu filho e com seu amigo Alípio. Pouco depois morria a mãe, que muito havia orado pela sua conversão. Voltando à África, viveu vários anos em retiro de oração e estudos. Em 390, perdeu o filho. Tanta era a fama que granjeara, de ciência e virtudes, que o povo o escolheu para o Sacerdócio. Em 395 foi sagrado Bispo no pequeno porto de Hipona. Ali então desenvolveu a intensa actividade teológica e pastoral, dando máxima expressão a seus dotes extraordinários no plano da especulação, da exegese e da penetração psicológica da alma humana. Lutou contra as heresias da época, o maniqueísmo, o donatismo, o arianismo e o pelagianismo. Morreu em Hipona a 28 de Agosto de 430.
Principais obras: Confissões, autobiografia escrita entre 397 e 400, uma das obras-primas da literatura universal; A Cidade de Deus, apologia da antiguidade cristã e ensaio de filosofia da História; De Trinitate; Enchiridion, compêndio de doutrina cristã; várias obras polémicas contra as heresias mencionadas, entre as quais Contra Faustum, De spiritu et littera, De natura er gratia, De gratia et libero arbitrio, De correptione et gratia, De praedestinatione sanctorum; obras exegéticas, como Enarrationes in Psalmos, De genesi ad litteram, Tratado sobre o Evangelho de São João; obras pastorais, como De catechizandis rudibus; cerca de 400 sermões e muitas cartas.
(Várias fontes com edição JPR)
Sermos exemplo
«Tratemos pois, irmãos, não só de viver bem, mas de portar-nos bem diante dos outros. Procuremos que não tenha que repreender-nos nada a nossa consciência, e, além disso, tendo em conta a nossa fragilidade, pondo todo o cuidado que possamos, evitemos que possa pensar mal irmão menos formado»
(Sermo 47, 14 – Santo Agostinho)
(Sermo 47, 14 – Santo Agostinho)
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