Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 6 de julho de 2020

A oração deve enraizar-se na alma

A verdadeira oração, a que absorve todo o indivíduo, não a favorece tanto a solidão do deserto como o recolhimento interior. (Sulco, 460)

O caminho que conduz à santidade é o caminho da oração; e a oração deve enraizar-se a pouco e pouco na alma, como a pequena semente que se tornará mais tarde árvore frondosa.

Começamos com orações vocais, que muitos de nós repetimos desde crianças: são frases ardentes e simples, dirigidas a Deus e à Sua Mãe, que é nossa Mãe. De manhã e à tarde, não um dia, mas habitualmente, ainda renovo aquele oferecimento que os meus pais me ensinaram: Ó Senhora minha, ó minha mãe, eu me ofereço todo a Vós. E, em prova da minha devoção para convosco, Vos consagro neste dia os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração... Não será isto, de algum modo, um princípio de contemplação, uma demonstração evidente de confiante abandono? Que dizem aqueles que se querem, quando se encontram? Como se comportam? Sacrificam tudo o que são e tudo o que possuem pela pessoa que amam.

Primeiro uma jaculatória, e depois outra e outra... Até que parece insuficiente esse fervor, porque as palavras se tornam pobres...: e abrem-se as portas à intimidade divina, com os olhos postos em Deus sem descanso e sem cansaço. Vivemos então como cativos, como prisioneiros. Enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro dos nossos erros e limitações, as tarefas próprias da nossa condição e do nosso ofício, a alma anseia escapar-se. Vai até Deus como o ferro atraído pela força do íman. Começa-se a amar Jesus de forma mais eficaz, com um doce sobressalto. (Amigos de Deus, 295–296)

São Josemaría Escrivá

A alegria é um bem cristão

Reparemos que, entre as razões para a conversão do mundo pagão, nos primeiros tempos do Cristianismo, fala-se do exemplo daqueles nossos predecessores, os primeiros fiéis batizados, que não perdiam a alegria sobrenatural perante as contrariedades e perseguições que sofreram por amor a Jesus Cristo. No livro dos Atos regista-se expressamente como os Apóstolos, depois de terem sido açoitados por pregarem o Evangelho, saíram alegres da presença do Sinédrio, por terem sido considerados dignos de sofrer por causa do Nome de Jesus[4].
Também agora, a alegria sobrenatural e humana dos seguidores de Cristo, mesmo no meio das maiores contradições, há de ser como um íman capaz de atrair os que se encontram imersos na tristeza ou no desespero, porque não sabem quanto Deus os ama. «O cristão vive na alegria e no assombro graças à Ressurreição de Jesus Cristo. Como vemos na Primeira Carta de S. Pedro (1, 3-9), mesmo que sejamos afligidos pelas provações, nunca nos será tirada a alegria do que Deus fez em nós (...). O bilhete de identidade do cristão é a alegria: a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido escolhido por Jesus, salvo por Jesus, regenerado por Jesus; a alegria pela esperança de que Jesus nos espera, a alegria que – mesmo nas cruzes e sofrimentos desta vida – se manifesta de outra maneira, que é paz com a segurança de que Jesus nos acompanha, está connosco. O cristão faz crescer essa alegria com a confiança em Deus» [5].
Neste contexto de fé e de esperança teologais, compreende-se a firmeza com que o nosso Padre podia afirmar que a alegria é um bem cristão, que possuímos enquanto lutarmos, porque é consequência da paz [6], além de ter as raízes em forma de Cruz [7].
Um cristão que se sabe filho de Deus não se deveria deixar confundir pela tristeza. Poderá sofrer no corpo e na alma, mas mesmo então, a consciência da sua filiação divina, despertada nele pela ação do Espírito Santo, vai-lhe dar nova energia para ir para a frente, semper in laetitia! Como S. Josemaria aconselhava, enquanto lutarmos com tenacidade, progredimos no caminho e santificamo-nos. Não há nenhum santo que não tenha tido que lutar duramente. Os nossos defeitos não nos devem levar à tristeza nem ao desânimo. Porque a tristeza pode nascer da soberba ou do cansaço: mas nos dois casos, quem recorre ao Bom Pastor e fala claramente, encontra o remédio adequado. Há sempre solução, mesmo que se tenha cometido um erro muito grave! [8]
[4]. At 5, 41.
[5]. Papa Francisco, Homilia em Santa Marta, 23-V-2016.
[6]. S. Josemaria, Forja, n. 105.
[7]. S. Josemaria, Forja, n. 28.
[8]. S. Josemaria, Carta 28-III-1955, n. 25.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei excerto da carta do mês de julho de 2016)
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