Obrigado, Perdão Ajuda-me
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
'Fim da ditadura do relativismo é condição para a paz'
(Fonte: 'Página 1' grupo r/com na sua edição de 14.12.12)
Aceda ao texto completo da Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz AQUI
IMPORTANTE: causa da Vida na RTP1, 6ª feira, 14 de Dez. entre as 19h50 e as 20h00
Esta 6ª feira, dia 14 de
Dezembro, entre as 19h50 e as 20h00, passará na RTP1 um tempo de antena
pro-Vida, com uma grave denúncia e um apelo especialmente dirigido... a Si.
Havendo tão poucas oportunidades para passar a nossa mensagem na Comunicação Social, será bom que esta seja vista pelo maior número possível de pessoas.
Por isso pedimos a máxima divulgação para que este possa ser um momento efectivo de afirmação e promoção da CAUSA da VIDA em Portugal.
http://www.facebook.com/portugalprovida
Havendo tão poucas oportunidades para passar a nossa mensagem na Comunicação Social, será bom que esta seja vista pelo maior número possível de pessoas.
Por isso pedimos a máxima divulgação para que este possa ser um momento efectivo de afirmação e promoção da CAUSA da VIDA em Portugal.
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Imitação de Cristo, 3, 36, 3 - Contra os juízos dos homens
Quem és tu, que temes um homem mortal? (Is 51, 12). Hoje existe e amanhã já não aparece. Teme a Deus, e não temerás as ameaças dos homens. Que mal te pode fazer um homem com palavras e afrontas? Mais se prejudica a si mesmo do que a ti, e, seja quem for, não poderá escapar ao juízo de Deus. Põe os olhos em Deus, e não contendas com palavras de queixa. Se agora pareces sucumbir e padecer injúria não merecida, não fiques contrariado nem diminuas a tua coroa com a impaciência, mas antes levanta os olhos ao céu, para mim, que poderoso sou, para te livrar de toda confusão e injúria e dar a cada um conforme suas obras.
O valor divino do matrimónio
No meio do júbilo da festa, em Caná, só Maria nota a falta de vinho... Até aos mais pequenos pormenores de serviço chega a alma quando vive, como Ela, apaixonadamente atenta ao próximo, por Deus. (Sulco, 631)
O amor puro e limpo dos esposos é uma realidade santa, que eu, como sacerdote, abençoo com ambas as mãos. A tradição cristã viu frequentemente na presença de Jesus nas bodas de Caná uma confirmação do valor divino do matrimónio: O nosso Salvador foi às bodas – escreve S. Cirilo de Alexandria – para santificar o princípio da geração humana.
O matrimónio é um sacramento que faz de dois corpos uma só carne: como diz com expressão forte a teologia, são os próprios corpos dos contraentes que constituem a sua matéria. O Senhor santifica e abençoa o amor do marido à mulher e o da mulher ao marido; e ordenou não só a fusão das suas almas, mas também a dos seus corpos. Nenhum cristão, esteja ou não chamado à vida matrimonial, pode deixar de a estimar.
O Criador deu-nos a inteligência, centelha do entendimento divino, que nos permite – com vontade livre, outro dom de Deus – conhecer e amar; e deu ao nosso corpo a possibilidade de gerar, que é como uma participação do seu poder criador. Deus quis servir-se do amor conjugal para trazer novas criaturas ao mundo e aumentar o corpo da Igreja. O sexo não é uma realidade vergonhosa; é uma dádiva divina que se orienta limpamente para a vida, para o amor, para a fecundidade. (Cristo que passa, 24)
São Josemaría Escrivá
A Injustiça da Eutanásia
“Não darei veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possibilidade.” (Juramento de Hipócrates)
Muitas pessoas encaram a vida de uma forma tristemente vazia, chocantemente pobre e desagradavelmente rasteira. Olham para a vida de forma utilitária, com base apenas em critérios económicos: se alguém não é útil, não é produtivo, então não tem razão de ser. E quem mais culpar por isto do que a própria sociedade? Foi ela mesma que, desde que somos pequenos, nos ensinou a olhar para os inúteis de forma desaprovadora e a tratá-los como sapatos rotos, sem qualquer uso, ou como camisolas remendada vezes sem conta e que apenas resta deitar fora. Mas o problema da eutanásia não reside apenas em se temos direito e liberdade ou não para escolher o nosso destino ou pedir que o escolham por nós. Reside também em se há o direito ou não de por termo à vida de muitos, pois estes são vistos como fardos para a economia do país e são já, do ponto de vista económico e social, inúteis. …
A eutanásia é um tema de grande extensão e que envolve várias outras questões, pondo em causa vários princípios e valores morais. Mas podemos reduzir o principal a duas grandes questões: Temos o direito e liberdade para decidirmos o nosso próprio destino, o destino de uma vida que não surgiu pela nossa vontade?; e Será justo eliminar vidas apenas porque são socialmente e economicamente inúteis, para além de representarem um fardo para a sociedade? Ambas as perguntas podem ter inúmeras interpretações e respostas, umas mais aceites, outras menos.
Ninguém tem o poder de controlar a vida, ninguém tem o direito de decidir quando esta termina e ninguém tem a liberdade de escolher o seu destino e o dos outros. Se não fomos nós que a criámos, seremos livres o suficiente para a terminar? A resposta é simplesmente não e não por diversas razões. A vida é um dom e deveria ser aceite como tal e aproveitada ao máximo. Todos os problemas que encaramos no nosso dia-a-dia são meros obstáculos no nosso caminho e apenas estão lá para nos fazerem ir e procurar mais longe e para nos motivarem a seguir em frente. Devemos enfrenta-los como desafios na longa caminhada da vida e da busca do seu sentido e não como sinais de stop que nos impedem de ir mais longe e que nos obrigam a ficar pelo caminho. A verdade é que não fomos nós que criámos a nossa vida, não fomos nós que escolhemos as circunstâncias em que nascemos, a cor do nosso cabelo e dos nossos olhos, a nossa altura e o nosso peso. Somos assim porque foi assim que Deus nos criou e porque foram estas as circunstâncias que escolheu para construirmos a nossa vida. Não temos o direito de interferir no destino, escolhendo se queremos continuar a viver ou não nas condições que nos são proporcionadas. Cada vida é um milagre, um dom, uma maravilha da natureza. Todos somos diferentes, temos deficiências, defeitos, imperfeições, vícios, desejos, sonhos, esperanças. E é tudo isto que nos torna únicos e especiais e apesar de tudo isto, todos somos iguais e temos o mesmo direito à vida. Somos todos diferentes, mas todos iguais. …
Rita Serras Pereira (em 2009 quando tinha 16 anos)
Muitas pessoas encaram a vida de uma forma tristemente vazia, chocantemente pobre e desagradavelmente rasteira. Olham para a vida de forma utilitária, com base apenas em critérios económicos: se alguém não é útil, não é produtivo, então não tem razão de ser. E quem mais culpar por isto do que a própria sociedade? Foi ela mesma que, desde que somos pequenos, nos ensinou a olhar para os inúteis de forma desaprovadora e a tratá-los como sapatos rotos, sem qualquer uso, ou como camisolas remendada vezes sem conta e que apenas resta deitar fora. Mas o problema da eutanásia não reside apenas em se temos direito e liberdade ou não para escolher o nosso destino ou pedir que o escolham por nós. Reside também em se há o direito ou não de por termo à vida de muitos, pois estes são vistos como fardos para a economia do país e são já, do ponto de vista económico e social, inúteis. …
A eutanásia é um tema de grande extensão e que envolve várias outras questões, pondo em causa vários princípios e valores morais. Mas podemos reduzir o principal a duas grandes questões: Temos o direito e liberdade para decidirmos o nosso próprio destino, o destino de uma vida que não surgiu pela nossa vontade?; e Será justo eliminar vidas apenas porque são socialmente e economicamente inúteis, para além de representarem um fardo para a sociedade? Ambas as perguntas podem ter inúmeras interpretações e respostas, umas mais aceites, outras menos.
Ninguém tem o poder de controlar a vida, ninguém tem o direito de decidir quando esta termina e ninguém tem a liberdade de escolher o seu destino e o dos outros. Se não fomos nós que a criámos, seremos livres o suficiente para a terminar? A resposta é simplesmente não e não por diversas razões. A vida é um dom e deveria ser aceite como tal e aproveitada ao máximo. Todos os problemas que encaramos no nosso dia-a-dia são meros obstáculos no nosso caminho e apenas estão lá para nos fazerem ir e procurar mais longe e para nos motivarem a seguir em frente. Devemos enfrenta-los como desafios na longa caminhada da vida e da busca do seu sentido e não como sinais de stop que nos impedem de ir mais longe e que nos obrigam a ficar pelo caminho. A verdade é que não fomos nós que criámos a nossa vida, não fomos nós que escolhemos as circunstâncias em que nascemos, a cor do nosso cabelo e dos nossos olhos, a nossa altura e o nosso peso. Somos assim porque foi assim que Deus nos criou e porque foram estas as circunstâncias que escolheu para construirmos a nossa vida. Não temos o direito de interferir no destino, escolhendo se queremos continuar a viver ou não nas condições que nos são proporcionadas. Cada vida é um milagre, um dom, uma maravilha da natureza. Todos somos diferentes, temos deficiências, defeitos, imperfeições, vícios, desejos, sonhos, esperanças. E é tudo isto que nos torna únicos e especiais e apesar de tudo isto, todos somos iguais e temos o mesmo direito à vida. Somos todos diferentes, mas todos iguais. …
Rita Serras Pereira (em 2009 quando tinha 16 anos)
Crescer da fé
«Todavia podemos igualmente dizer que na vida da fé cresce também uma certa evidência desta fé. A sua realidade toca-nos, e a experiência duma vida vivida na fé assegura-nos que de facto Cristo é o salvador do mundo.»
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
Quem foi Pôncio Pilatos? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra
Para uma melhor leitura no blogue favor usar a opção de full screen (1º botão a contar da esquerda da barra inferior do Scibd.) caso deseje ler online. Obrigado!
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1933
“Fracassaste! Nós não fracassamos nunca. – Puseste por completo a tua confiança em Deus. Não omitiste, depois, nenhum meio humano.
Convence-te desta verdade: o teu êxito – agora e nisto – era fracassar. – Dá graças ao Senhor e… torna a começar!” anota hoje. Passaram quase 15 dias sem escrever considerações no seu caderno de Apontamentos.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Convence-te desta verdade: o teu êxito – agora e nisto – era fracassar. – Dá graças ao Senhor e… torna a começar!” anota hoje. Passaram quase 15 dias sem escrever considerações no seu caderno de Apontamentos.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
'A Varanda de Deus' de Joaquim Mexia Alves
Debruçado na varanda sobre o mundo, olhava, estupefacto com o que lhe era dado ver.
Tinha estado a rezar intensamente, pedindo a Deus que lhe desse compreensão para tantas coisas que aconteciam no mundo, e que ele não conseguia perceber.
Eram cataclismos, violências, guerras, ódios, crimes, enfim um nunca parar de coisas horrendas, pelas quais ele como tantos outros, perguntava amargurado:
- Meu Deus porquê? Porque permites tais coisas? Porque as deixas acontecer?
Deus respondeu-lhe então, numa voz muito audível ao seu coração, perguntando-lhe:
- Acreditas que eu fui o teu criador e o criador do mundo? E se acreditas nisso, acreditas que te criei em liberdade para que tu escolhas o teu caminho e a vida que queres viver?
Humildemente, baixou a cabeça e respondeu:
- Sim Senhor, acredito!
Foi então que se sentiu transportado para aquela varanda, podia chamar-lhe a “varanda de Deus”, porque tinha vista ao mesmo tempo sobre todo o mundo.
Deus disse-lhe suavemente, com a voz repassada de tristeza:
- Fica aqui por uns momentos, tantos quantos queiras, e vai reparando no que se passa no mundo, para que obtenhas respostas ao que me perguntaste.
Deixou-se então ali ficar, e começou a olhar, vendo o que se passava no mundo.
Era tudo tão nítido, tão perto, tão real, que tudo o que via o deixava verdadeiramente estupefacto, envergonhado, esmagado de tristeza.
Para todos os lados da terra para onde olhasse via homens a testarem armas, a prepararem-se para a guerra, a provocarem ódios e inimizades, e seguidamente a matarem-se “metodicamente” em batalhas que a nada levavam.
Via a homens a odiarem-se, a prepararem vinganças, a ofenderem-se, ferirem-se, a matarem-se, pelos motivos mais fúteis.
Via homens a exercerem violências inauditas sobre mulheres, sobre crianças, os mais fortes a dominarem os mais fracos.
Via gente cheia de tudo, gente a quem nada faltava e tudo sobrava, e mesmo ao lado gente faminta, nua, gente sem esperança.
Reparou em tantos homens e tantas mulheres, envolvidas em orgias de prazer mundano, depois reflectidas em profundas depressões.
Percebeu envergonhado na imensidade de grávidas que matavam os seus filhos no seu próprio ventre.
Via por todo o lado os homens de costas voltadas, os miseráveis pelo chão e ninguém se incomodar com eles.
Viu ainda tanta gente que andava pelo mundo á espera de uma palavra, de um sorriso, de um conforto, mas que afinal eram “transparentes”, aos olhos daqueles que por eles passavam.
Percebeu também, no meio de todo este horror, algumas ilhas de bondade, de uns poucos, no meio de tantos, que se preocupavam com tudo e queriam o bem de todos.
Não quis ver mais, porque a visão de tudo era insuportável aos seus olhos, ao seu coração, até porque sentia que também fazia parte de tudo aquilo.
Deus olhou para ele, com aqueles olhos imensos de amor eterno e perguntou-lhe:
- Não são todos criaturas minhas? Em alguma coisa os distingui entre os que fazem o bem e os que fazem o mal? Não são todos livres de fazerem a sua própria vontade?
Numa voz sumida e envergonhada apenas respondeu:
- Sim, Senhor.
Serenamente, Deus disse-lhe:
- Então que queres que Eu faça? Que lhes retire a liberdade? Que os obrigue a fazer a minha vontade? Para que lhes serve então a inteligência e a consciência que lhes dei?
Sem saber o que dizer, apenas abanava a cabeça, sem levantar os olhos para Deus.
Deus continuou:
- Se uns usam a liberdade que lhes dei para fazerem o bem, porque é que os outros não o fazem também?
Que têm feito os homens do mundo que lhes dei?
Não vês a destruição da natureza, da beleza da criação?
É vontade minha, por acaso?
Mas ele nada conseguia dizer, porque nada havia que protestar, ou contestar.
Deus disse-lhe então:
- Foi-te dado ver o que os homens fazem da liberdade que lhes dei. Foi-te dado perceber que uns a utilizam para o bem e outros para o mal.
Abre o meu Livro e perceberás que desde sempre peço ao homem para fazer a minha vontade, pois só assim encontrará a felicidade.
Até dei ao homem o Meu próprio Filho, para que lhe revelasse a minha vontade, mas torturaram-no e mataram-no!
Ressuscitou ao terceiro dia e deu provas da Sua Ressurreição e mesmo assim não acreditaram, não acreditam.
Ao longo dos tempos, e hoje ainda, sempre houve homens e mulheres testemunhas do bem e do amor, que viveram segundo a minha vontade, e também esses desprezaram e ainda desprezam, alguns até mataram e ainda matam.
Não sei castigar, apenas sei amar!
Que queres tu que Eu faça?
Humildemente, de cabeça baixa, disse:
- Que tenhas compaixão, Senhor!
Que continues a amar-nos com o Teu eterno amor!
Que nos perdoes quando Te perguntamos porque acontece isto ou aquilo, sabendo nós que a culpa é apenas nossa, é apenas da forma como usamos a liberdade que Tu mesmo nos deste.
E suscita, Senhor, mais homens e mulheres que levem a Tua Palavra, que falem da Tua vontade e que dêem testemunho da alegria e da felicidade que é a vida em Ti, conTigo e para Ti.
Deus abraçou-o então, e disse:
- Vai em paz meu filho. Uma coisa podes tu ter a certeza: faça o homem o que fizer, o meu amor por ele permanece inalterado, e os meus braços estarão sempre abertos para o receber.
A liberdade sempre a terá, porque essa é a prova mais pura do meu amor por ele.
Abriu os olhos, olhou em redor, e calmamente com uma grande paz no seu coração, deu graças a Deus.
Monte Real, 12 de Dezembro de 2010
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/12/varanda-de-deus.html
Tinha estado a rezar intensamente, pedindo a Deus que lhe desse compreensão para tantas coisas que aconteciam no mundo, e que ele não conseguia perceber.
Eram cataclismos, violências, guerras, ódios, crimes, enfim um nunca parar de coisas horrendas, pelas quais ele como tantos outros, perguntava amargurado:
- Meu Deus porquê? Porque permites tais coisas? Porque as deixas acontecer?
Deus respondeu-lhe então, numa voz muito audível ao seu coração, perguntando-lhe:
- Acreditas que eu fui o teu criador e o criador do mundo? E se acreditas nisso, acreditas que te criei em liberdade para que tu escolhas o teu caminho e a vida que queres viver?
Humildemente, baixou a cabeça e respondeu:
- Sim Senhor, acredito!
Foi então que se sentiu transportado para aquela varanda, podia chamar-lhe a “varanda de Deus”, porque tinha vista ao mesmo tempo sobre todo o mundo.
Deus disse-lhe suavemente, com a voz repassada de tristeza:
- Fica aqui por uns momentos, tantos quantos queiras, e vai reparando no que se passa no mundo, para que obtenhas respostas ao que me perguntaste.
Deixou-se então ali ficar, e começou a olhar, vendo o que se passava no mundo.
Era tudo tão nítido, tão perto, tão real, que tudo o que via o deixava verdadeiramente estupefacto, envergonhado, esmagado de tristeza.
Para todos os lados da terra para onde olhasse via homens a testarem armas, a prepararem-se para a guerra, a provocarem ódios e inimizades, e seguidamente a matarem-se “metodicamente” em batalhas que a nada levavam.
Via a homens a odiarem-se, a prepararem vinganças, a ofenderem-se, ferirem-se, a matarem-se, pelos motivos mais fúteis.
Via homens a exercerem violências inauditas sobre mulheres, sobre crianças, os mais fortes a dominarem os mais fracos.
Via gente cheia de tudo, gente a quem nada faltava e tudo sobrava, e mesmo ao lado gente faminta, nua, gente sem esperança.
Reparou em tantos homens e tantas mulheres, envolvidas em orgias de prazer mundano, depois reflectidas em profundas depressões.
Percebeu envergonhado na imensidade de grávidas que matavam os seus filhos no seu próprio ventre.
Via por todo o lado os homens de costas voltadas, os miseráveis pelo chão e ninguém se incomodar com eles.
Viu ainda tanta gente que andava pelo mundo á espera de uma palavra, de um sorriso, de um conforto, mas que afinal eram “transparentes”, aos olhos daqueles que por eles passavam.
Percebeu também, no meio de todo este horror, algumas ilhas de bondade, de uns poucos, no meio de tantos, que se preocupavam com tudo e queriam o bem de todos.
Não quis ver mais, porque a visão de tudo era insuportável aos seus olhos, ao seu coração, até porque sentia que também fazia parte de tudo aquilo.
Deus olhou para ele, com aqueles olhos imensos de amor eterno e perguntou-lhe:
- Não são todos criaturas minhas? Em alguma coisa os distingui entre os que fazem o bem e os que fazem o mal? Não são todos livres de fazerem a sua própria vontade?
Numa voz sumida e envergonhada apenas respondeu:
- Sim, Senhor.
Serenamente, Deus disse-lhe:
- Então que queres que Eu faça? Que lhes retire a liberdade? Que os obrigue a fazer a minha vontade? Para que lhes serve então a inteligência e a consciência que lhes dei?
Sem saber o que dizer, apenas abanava a cabeça, sem levantar os olhos para Deus.
Deus continuou:
- Se uns usam a liberdade que lhes dei para fazerem o bem, porque é que os outros não o fazem também?
Que têm feito os homens do mundo que lhes dei?
Não vês a destruição da natureza, da beleza da criação?
É vontade minha, por acaso?
Mas ele nada conseguia dizer, porque nada havia que protestar, ou contestar.
Deus disse-lhe então:
- Foi-te dado ver o que os homens fazem da liberdade que lhes dei. Foi-te dado perceber que uns a utilizam para o bem e outros para o mal.
Abre o meu Livro e perceberás que desde sempre peço ao homem para fazer a minha vontade, pois só assim encontrará a felicidade.
Até dei ao homem o Meu próprio Filho, para que lhe revelasse a minha vontade, mas torturaram-no e mataram-no!
Ressuscitou ao terceiro dia e deu provas da Sua Ressurreição e mesmo assim não acreditaram, não acreditam.
Ao longo dos tempos, e hoje ainda, sempre houve homens e mulheres testemunhas do bem e do amor, que viveram segundo a minha vontade, e também esses desprezaram e ainda desprezam, alguns até mataram e ainda matam.
Não sei castigar, apenas sei amar!
Que queres tu que Eu faça?
Humildemente, de cabeça baixa, disse:
- Que tenhas compaixão, Senhor!
Que continues a amar-nos com o Teu eterno amor!
Que nos perdoes quando Te perguntamos porque acontece isto ou aquilo, sabendo nós que a culpa é apenas nossa, é apenas da forma como usamos a liberdade que Tu mesmo nos deste.
E suscita, Senhor, mais homens e mulheres que levem a Tua Palavra, que falem da Tua vontade e que dêem testemunho da alegria e da felicidade que é a vida em Ti, conTigo e para Ti.
Deus abraçou-o então, e disse:
- Vai em paz meu filho. Uma coisa podes tu ter a certeza: faça o homem o que fizer, o meu amor por ele permanece inalterado, e os meus braços estarão sempre abertos para o receber.
A liberdade sempre a terá, porque essa é a prova mais pura do meu amor por ele.
Abriu os olhos, olhou em redor, e calmamente com uma grande paz no seu coração, deu graças a Deus.
Monte Real, 12 de Dezembro de 2010
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/12/varanda-de-deus.html
São João da Cruz – Catequese de Bento XVI
João da Cruz nasceu em 1542 no povoado de Fontiveros, perto de Ávila, na Velha Castela, de Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. A família era extremamente pobre porque o pai, de nobre origem de Toledo, tinha sido expulso de casa e deserdado por ter casado com Catalina, uma humilde tecelã de seda. Órfão de pai em tenra idade, com nove anos, transferiu-se com a mãe e o irmão Francisco para Medina del Campo, perto de Valladolid, centro comercial e cultural. Ali frequentou o Colegio de los Doctrinos, desempenhando também alguns trabalhos humildes para as irmãs da igreja-convento da Madalena. Em seguida, considerando as suas qualidades humanas e os seus resultados nos estudos, foi admitido primeiro como enfermeiro no Hospital da Conceição, depois no Colégio dos Jesuítas, recém-fundado em Medina del Campo: ali João entrou com dezoito anos e estudou ciências humanas, retórica e línguas clássicas durante três anos. No final da formação, ele viu claramente qual era a sua vocação: a vida religiosa e, entre as muitas ordens presentes em Medina, sentiu-se chamado ao Carmelo.
S. João da Cruz, presbítero, reformador, Doutor da Igreja, †1591
São João da Cruz (João de Yepes) nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões. Após ter dado provas da sua imperícia nas várias ocupações para as quais a família, muito pobre, o tentou encaminhar, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas. Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes. Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas. A Santa fundadora tinha em mente alargar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu delicado discernimento fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o parceiro ideal para levar por diante o seu corajoso projecto.
Aos vinte e cinco anos de idade João de Yepes mudou de nome, passando a chamar-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Séneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.
Mas a chamada "religiosidade do deserto" custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 1577 ficou preso durante oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da Noite Escura da Alma, da Subida do Monte Carmelo, do Cântico Espiritual e da Chama de Amor Viva.
São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de Dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI conferiu-lhe o título de doutor da Igreja, dois séculos depois.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Aos vinte e cinco anos de idade João de Yepes mudou de nome, passando a chamar-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Séneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.
Mas a chamada "religiosidade do deserto" custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 1577 ficou preso durante oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da Noite Escura da Alma, da Subida do Monte Carmelo, do Cântico Espiritual e da Chama de Amor Viva.
São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de Dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI conferiu-lhe o título de doutor da Igreja, dois séculos depois.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
A sabedoria de Deus
Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra
Meditações e Devoções, partes III, VII Deus Connosco 1
São João Baptista vivia apartado do mundo, era nazir (cf Lc 1,15; Nb 6,1), consagrado a Deus. Deixou o mundo e com ele se confrontou [...], chamando-o ao arrependimento. Todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele ao deserto (Mc 3,5) e ele confrontava-os face a face. Mas ao ensinar falava de Alguém que havia de vir a eles e falar-lhes de um modo muito diferente. Alguém que não Se separaria deles, que não Se apresentaria como um ser superior, mas como um irmão, feito da mesma carne e dos mesmos ossos, sendo um entre muitos irmãos, um entre a multidão. E, na verdade, Ele já estava no meio deles: «No meio de vós está Quem vós não conheceis» (Jo 1,26). [...]
Por fim, Jesus começa a mostrar-Se e a «manifestar a Sua glória» (Jo 2,11) através de milagres. Mas onde? Numa boda. E como? Multiplicando o vinho. [...] Comparai tudo isso com o que Ele diz de Si próprio: «Veio João, que não comia nem bebia. Vem o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: 'É um bêbado'». Podiam odiar João, mas respeitavam-no; a Jesus, porém, desprezavam-n'O. [...]
Isto porque Tu, oh meu Senhor, amas tanto esta natureza humana que criaste. Não nos amas simplesmente enquanto Tuas criaturas, obra das Tuas mãos, mas enquanto seres humanos. Tu amas tudo, pois tudo criaste, mas amas os homens acima de tudo. Como é isto possível Senhor? Que há no homem que não há nas outras criaturas? «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares?» (Sl 8,5) [...] Não tomaste a natureza dos anjos quando Te manifestaste para a nossa salvação e não tomaste uma natureza humana, nem um papel, nem um cargo acima duma vida humana vulgar — não foste nazir, nem sacerdote, nem levita, nem monge, nem eremita. Vieste, precisa e plenamente, nesta natureza humana que tanto amas, [...] nesta carne que caiu com Adão, com todas as nossas enfermidades, os nossos sentimentos e as nossas afinidades, exceptuando o pecado.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Meditações e Devoções, partes III, VII Deus Connosco 1
São João Baptista vivia apartado do mundo, era nazir (cf Lc 1,15; Nb 6,1), consagrado a Deus. Deixou o mundo e com ele se confrontou [...], chamando-o ao arrependimento. Todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele ao deserto (Mc 3,5) e ele confrontava-os face a face. Mas ao ensinar falava de Alguém que havia de vir a eles e falar-lhes de um modo muito diferente. Alguém que não Se separaria deles, que não Se apresentaria como um ser superior, mas como um irmão, feito da mesma carne e dos mesmos ossos, sendo um entre muitos irmãos, um entre a multidão. E, na verdade, Ele já estava no meio deles: «No meio de vós está Quem vós não conheceis» (Jo 1,26). [...]
Por fim, Jesus começa a mostrar-Se e a «manifestar a Sua glória» (Jo 2,11) através de milagres. Mas onde? Numa boda. E como? Multiplicando o vinho. [...] Comparai tudo isso com o que Ele diz de Si próprio: «Veio João, que não comia nem bebia. Vem o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: 'É um bêbado'». Podiam odiar João, mas respeitavam-no; a Jesus, porém, desprezavam-n'O. [...]
Isto porque Tu, oh meu Senhor, amas tanto esta natureza humana que criaste. Não nos amas simplesmente enquanto Tuas criaturas, obra das Tuas mãos, mas enquanto seres humanos. Tu amas tudo, pois tudo criaste, mas amas os homens acima de tudo. Como é isto possível Senhor? Que há no homem que não há nas outras criaturas? «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares?» (Sl 8,5) [...] Não tomaste a natureza dos anjos quando Te manifestaste para a nossa salvação e não tomaste uma natureza humana, nem um papel, nem um cargo acima duma vida humana vulgar — não foste nazir, nem sacerdote, nem levita, nem monge, nem eremita. Vieste, precisa e plenamente, nesta natureza humana que tanto amas, [...] nesta carne que caiu com Adão, com todas as nossas enfermidades, os nossos sentimentos e as nossas afinidades, exceptuando o pecado.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 14 de Dezembro de 2012
«A quem hei-de Eu comparar esta geração? É semelhante às crianças que estão sentados na praça, e que gritam aos seus companheiros, dizendo: Tocámos flauta e não bailastes; entoámos lamentações e não chorastes; veio João, que não comia nem bebia, e dizem: “Ele tem demónio”. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: “Eis um glutão e um bebedor de vinho, um amigo dos publicanos e pecadores”. Mas a sabedoria divina foi justificada por suas obras».
Mt 11, 16-19
Mt 11, 16-19
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