Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Carta a Jesus

Querido Jesus,

Ainda não nasceste e eu anseio a Tua vinda, ponho-Te na janela, no presépio, mas aonde já estás realmente é no meu coração. Dizem que nasceste pobre, pobre segundo a nossa estrita visão terrena, mas sendo Filho de Deus, da Virgem Santíssima e do grande Patriarca José e sendo o próprio Deus na Sua segunda pessoa, a Tua riqueza espalhou-se instantaneamente, dos pastores aos Reis Magos, mas sobretudo a toda a humanidade que Te acolheu.

Queridíssimo Jesus, a que maior riqueza poderei ambicionar senão deixar-Te reinar em mim, vinde pois ocupar o lugar que por direito Te pertence, Rei do Universo, mas perdoa-me se Te prefiro como Menino e Bom Pastor, como Luz da minha alma. Desculpa-me, mas são tantas as coisas que gostaria de Te dizer, que as tenho de guardar para as nossas amenas conversas, em que me abro conTigo e Tu me guias.

Bem-haja por tudo o que és e nos ofereces e ajuda-nos como fizeste com Paulo pela mão de Ananias, cura-nos das nossas cegueiras.

Até já nas nossas conversas a dois!

João Paulo Reis

Adeste Fideles



Adeste fideles læti triumphantes,
venite, venite in Bethlehem.
Natum videte Regem angelorum.
Venite adoremus (ter)
Dominum.


En grege relicto humiles ad cunas,
vocati pastores adproperant,
et nos ovanti gradu festinemus.
Venite adoremus (ter)
Dominum.


Æterni Parentis splendorem æternum,
velatum sub carne videbimus,
Deum infantem pannis involutum.
Venite adoremus (ter)
Dominum.


Pro nobis egenum et fœno cubantem
piis foveamus amplexibus;
sic nos amantem quis non redamaret?
Venite adoremus (ter)
Dominum.

“O amor manifesta-se com factos”

Vai até Belém, aproxima-te do Menino, baila com Ele, diz-lhe muitas coisas vibrantes, aperta-o contra o coração... Não estou a falar de infantilidades: falo de amor! E o amor manifesta-se com factos: na intimidade da tua alma, bem o podes abraçar! (Forja, 345)

É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.

Ao falar diante do presépio sempre procurei ver Cristo Nosso Senhor desta maneira, envolto em paninhos sobre a palha da manjedoura, e, enquanto ainda menino e não diz nada, vê-Lo já como doutor, como mestre. Preciso de considerá-Lo assim, porque tenho de aprender d'Ele. E para aprender d'Ele é necessário conhecer a sua vida: ler o Santo Evangelho, meditar no sentido divino do caminho terreno de Jesus.

Na verdade, temos de reproduzir na nossa, a vida de Cristo, conhecendo Cristo à força de ler a Sagrada Escritura e de a meditar, à força de fazer oração, como agora estamos fazendo diante do presépio.

É preciso entender as lições que nos dá Jesus já desde menino, desde recém-nascido, desde que os seus olhos se abriram para esta bendita terra dos homens. Jesus, crescendo e vivendo como um de nós, revela-nos que a existência humana, a vida corrente e ordinária, tem um sentido divino. (Cristo que passa, 13–14)

São Josemaría Escrivá

O Papa encontra a Cúria Romana: passa em revista os principais momentos de 2011 na vida da Igreja e alerta para a crise ética na Europa

“É bom que eu exista: é bom existir como pessoa humana, mesmo em tempos difíceis. A fé faz-nos felizes a partir de dentro”. Reflexões de Bento XVI, dirigindo-se aos cardeais e bispos da Cúria Romana, no costumado encontro de troca de boas-festas natalícias. Aludindo à crise económica e financeira com que se debate à Europa, que em última análise assenta na crise ética, o Papa referiu a crise da Igreja na Europa, considerando que o seu verdadeiro cerne é a crise da fé.


Da crise em curso, reflectiu Bento XVI, surgem interrogações fundamentais: Onde está a luz para verificar os imperativos concretos a adotar? E onde está a força que sublime a nossa vontade? Questões às quais deve dar resposta o anúncio do Evangelho, a nova evangelização. A questão fundamental – insistiu o Papa – é: Como anunciar hoje o Evangelho, Como pode a fé, enquanto força viva e vital, tornar-se realidade hoje?


E foi a esta luz que o pontífice evocou alguns acontecimentos eclesiais deste ano 2011: as suas viagens à Croácia, à Espanha (para a JMJ de Madrid, à Alemanha e, finalmente, à África – ao Benim, sem esquecer as deslocações dentro da Itália – a Veneza, a São Marino, a Ancona (para o Congresso Eucarístico) e à Calábria. Bento XVI recordou também a recente instituição do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (com a preparação do Sínodo sobre o mesmo tema) e a decisão de celebrar o Ano da Fé, na comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II.


Lembrando que assumiu naturalmente especial importância na sua visita à Alemanha “a questão ecuménica, com todas as suas dificuldades e esperanças”, Bento XVI considerou que a questão central que se põe é esta: O que é uma reforma da Igreja? Como se realiza? Quais os seus caminhos e objetivos? O Papa reconheceu, neste contexto, a existência de uma série de sinais de crise na Igreja da Europa: crescente redução e envelhecimento dos praticantes, a estagnação das vocações ao sacerdócio, um clima de cepticismo e de descrença… Que fazer? Há coisas a fazer, porém (advertiu Bento XVI), não é o fazer, por si só, que resolve o problema. E aqui Bento XVI reafirmou o que já declarara em Friburgo, na Alemanha:


“O cerne da crise da Igreja na Europa… é a crise da fé. Se não encontrarmos uma resposta para esta crise, ou seja, se a fé não ganhar de novo vitalidade, tornando-se – graças ao encontro com Jesus Cristo - uma convicção profunda e uma força real, permanecerão ineficazes todas as outras reformas”.


Em contraste com o cepticismo e a descrença que se advertem na Europa, Bento XVI considerou um grande encorajamento “a jubilosa paixão pela fé” sentida em África, no Benim. Ali não se sentia qualquer sinal da lassidão da fé e do tédio de ser cristão tão difusos na Europa – considerou.


“Apesar de todos os problemas, de todos os sofrimentos e penas que existem, sem dúvida, na África, sempre se palpava a alegria de ser cristão, o ser sustentado pela felicidade interior de conhecer Cristo e pertencer à sua Igreja. E desta alegria nascem também as energias para servir Cristo nas situações opressivas de sofrimento humano, para se colocar à sua disposição em vez de acomodar-se no próprio bem-estar”.


“Esta fé disposta ao sacrifício” sentida na África, que constitui “um grande remédio contra a lassidão de ser cristão que experimentamos na Europa” – foi também a experiência vivida em Madrid, na Jornada Mundial da Juventude. E foi a partir daí, da JMJ de Madrid, que o Santo Padre elencou cinco etapas fundamentais no processo que configura um “modo novo e rejuvenescido de ser cristão”: antes de mais “uma nova experiência da catolicidade, da universalidade da Igreja”; “o facto de todos os seres humanos serem irmãos e irmãs não é apenas uma ideia mas torna-se uma experiência comum real, que gera alegria. E assim compreendemos também de maneira muito concreta que, apesar de todas as dificuldades e obscuridades, é bom pertencer à Igreja universal que o Senhor nos deu.”


Há depois a experiência de “um novo modo de ser homem, o ser cristão”, bem patente na pessoa de 20 mil jovens voluntários, que ofereceram uma parte importante do seu tempo para servir os outros, com alegria, não pensando só em si mesmos…


“Estes jovens fizeram o bem – sem olhar ao peso e aos sacrifícios que o mesmo exigia – simplesmente porque é bom fazer o bem, é bom servir os outros. É preciso apenas ousar o salto. Tudo isto é antecedido pelo encontro com Jesus Cristo, um encontro que acende em nós o amor a Deus e aos outros e nos liberta da busca do nosso próprio «eu».”


Bento XVI referiu depois, como terceiro e quarto elementos de um caminho de nova evangelização, intensamente vividos em Madrid, na JMJ, “a adoração” (ato da fé como tal, que reconhece Deus como realidade presente) e “o sacramento da Penitência, que tem vindo, com naturalidade cada vez maior, a fazer parte da Jornada Mundial. Reconhecemos assim que precisamos sempre de perdão, e que “perdão significa responsabilidade”, também aqui contrastando a tendência ao egoísmo, ao fechar-se sobre si mesmo, ou – pior ainda – no mal. Finalmente, como quinto elemento experimentado e testemunhado pelos jovens em Madrid, em Agosto passado, Bento XVI referiu a alegria. Uma alegria profunda e muito especial, cuja origem há que indagar, perguntando-nos como é que se explica. O fator decisivo desta alegria – considerou o Papa – é uma certeza derivada da fé: “Eu sou desejado; tenho uma tarefa; sou aceite, sou amado”.O homem só se pode aceitar a si mesmo, se for aceite por outra pessoa qualquer. Precisa que haja outra pessoa que lhe diga, e não só por palavras: É bom que tu existas."


“Quem não é amado, também não se pode amar a si mesmo. Este saber-se acolhido provém, antes de tudo, doutra pessoa. Entretanto todo o acolhimento humano é frágil; no fim de contas, precisamos de um acolhimento incondicional; somente se Deus me acolher e eu estiver seguro disso mesmo é que sei definitivamente: É bom que eu exista; é bom ser uma pessoa humana.”


Quando falta ao homem a percepção de ser acolhido por Deus, de ser amado por Ele… torna-se cada vez mais insuperável a dúvida acerca da existência humana.


“Onde se torna predominante a dúvida sobre Deus, acaba inevitavelmente por seguir-se a dúvida acerca do meu ser homem. Hoje vemos quão difusa é esta dúvida! Vemo-lo na falta de alegria, na tristeza interior que se pode ler em muitos rostos humanos. Só a fé me dá esta certeza: É bom que eu exista; é bom existir como pessoa humana, mesmo em tempos difíceis.”


Rádio Vaticano

A criatividade de um jovem para nos relembrar que Jesus é o verdadeiro Natal (vídeo em inglês)

CONTO DE NATAL 2011 de Joaquim Mexia Alves

Jacob Jordaens
Era meia-noite e a discoteca já tinha bastante gente.


Pelo menos os seus amigos estavam todos lá, conversando e rindo animadamente.


Pediu uma cerveja e aproximou-se deles tentando entrar na conversa, para ver se conseguia animar-se um pouco.


Alguma coisa estranha estava a acontecer naquela noite, que o impedia de estar à vontade, de “sentir” a noite, de se abandonar ao riso e ao divertimento.


Uma das suas amigas puxou-o para dançar e ele lá foi, um pouco a contragosto, pois estranhamente, (ele que tanto gostava de dançar), não lhe apetecia naquele momento.


Ainda tentou, obrigou-se mesmo a abanar o corpo ao som da música, mas não, não era aquilo que ele queria, hoje decididamente não lhe apetecia dançar.


Aproximou-se do balcão, pediu mais uma cerveja e pensou que o que lhe faltava era beber mais uma ou duas cervejas, pois logo aquele desconforto, aquela sensação de incómodo, aquela preocupação que não sabia explicar, havia de passar e seria sem dúvida mais uma noite bem divertida.


Os seus amigos estranhavam-no e perguntavam-lhe insistentemente se havia algum problema com ele, pois parecia não estar ali com eles, mas noutro sítio qualquer.


Já ia na terceira ou quarta cerveja, o seu estado de humor não melhorava nem um pouco, e ele já pensava que não podia beber mais, porque senão, em vez de se divertir, ia apanhar uma bebedeira, que era coisa de que ele francamente não gostava.


Pôs as mãos sobre os ombros dos amigos, disse umas graças, deu umas gargalhadas, mas tudo lhe soou a falso.


Que coisa, caramba, o que é que se passava que o impedia de estar à vontade e de se divertir?


Foi dar uma volta até ao sítio exterior onde os fumadores matavam o vício, mas não havia maneira de se libertar daquela sensação de desconforto, daquele sentimento de que não era ali que devia estar.


Voltou para dentro e forçou-se mais uma vez a ir ter com os amigos, a prestar-lhes atenção, a exigir de si mesmo participar nas conversas.


Mas nada, nem pouco, nem muito, a sua situação, a sua atitude, o seu interesse e divertimento, mudavam para melhor.


Olhou para o relógio.


Parecia estar ali há uma eternidade, e afinal tinham passado apenas quarenta minutos.


Sabendo-se muito perto de onde morava, desistiu de se forçar ao divertimento, disse boa noite aos amigos, e regressou num instante a casa.


Abriu a porta e foi recebido pelos seus pais e irmãos mais novos, que alegremente o abraçavam e acarinhavam.


Olhou para o seu pai, que lhe disse num tom terno:
Fizemos-te falta esta noite, não foi?


Percebeu então a razão do seu mal-estar!


Era noite de Natal e apesar da insistência do seu pai para ele ficar em família, tinha decidido que seria a primeira vez que passaria essa noite fora de casa, a divertir-se com os amigos.


Olhou para dentro de si, e percebeu um sorriso de criança no seu coração.


Intimamente orou dizendo:
Obrigado, meu Deus, porque me fizeste encontrar o sentido desta noite de Natal!


Joaquim Mexia Alves em http://www.queeaverdade.blogspot.com/2011/12/conto-de-natal-2011.html

O silêncio de José

«O silêncio de José não é sinal de um vazio interior, mas pelo contrário, da plenitude da fé que tem no seu coração e guia toda a sua acção. Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, guarda a Palavra de Deus, conhecida através da Sagrada Escritura, confrontando-a a cada momento com a vida de Jesus; um silêncio feito de oração constante em que bendiz o Senhor, adora a sua vontade e manifesta uma confiança sem reservas na providência. Não será exagero pensar que terá com o seu "pai" José que Jesus aprendeu - em termos humanos - aquela sólida interioridade que constitui pressuposto da justiça autêntica... Deixemo-nos contagiar pelo silêncio de José! Precisamos tanto dele, neste mundo muitas vezes excessivamente ruidoso, onde não é possível o recolhimento para escutar a voz de Deus!»

(Bento XVI - Angelus 18.12.2005)

Adoro Te Devote

Que o Natal não seja apenas exterioridade

Que o Menino Jesus, que vem até nós não nos encontre impreparados , empenhados apenas em tornar mais linda e atraente a realidade exterior. Que o cuidado que dedicamos para tornar mais esplendorosas as nossas ruas e as nossas casas nos leve ainda mais a preparar o nosso espírito a encontrar Aquele que nos vem visitar. Purifiquemos a nossa consciência e a nossa vida daquilo que é contrário a esta vinda: pensamentos, palavras, atitudes e acções estimulando-nos a fazer o bem e a contribuir para a realização neste nosso mundo da paz e da justiça para cada homem e a caminhar assim em direcção ao Senhor.

(Bento XVI – Audiência geral de 22.XII.2010)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1971

Chegou a Villa Tevere uma imagem da Virgem, lindíssima e antiga. Era uma escultura de madeira, de tamanho quase natural, mas… muito mal conservada. Fica triste ao vê-la nesse estado e começa a rezar diante da imagem: “Minha Mãe… nossa Mãe! De onde te terão posto na rua? És uma beleza!” Deu indicação de que se procedesse o mais rapidamente possível ao restauro e quis que, entretanto, fosse colocada num local adequado e tivesse sempre flores frescas aos seus pés.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

«Pôs os olhos na humildade da Sua serva» (Lc 1, 48)

A concepção de Nosso Senhor foi prefigurada pelo arbusto a arder que se queimava sem perder o viço (Ex 3, 2), tal como Maria concebeu o seu divino Filho sem perder a virgindade. O Senhor, que morava nesse arbusto a arder, habitou igualmente no seio de Maria. Do mesmo modo que desceu ao arbusto para libertar os hebreus e tirá-los do Egipto, Ele também desceu a Maria para resgatar os homens e arrancá-los ao inferno.

A escolha de Maria, feita por Deus entre todas as mulheres para Se revestir da nossa carne, foi também prefigurada pelo velo de Gedeão (Jz 6, 36 ss.). Com efeito, do mesmo modo que só aquele velo acolheu o orvalho celeste enquanto toda a terra à sua volta estava seca, assim apenas Maria ficou cheia desse orvalho divino do qual no mundo inteiro se mostrou digna mais nenhuma criatura. A Virgem Maria é este velo com o qual Jesus fez para Si uma túnica. O velo de Gedeão recebeu o orvalho do céu sem ficar adulterado; Maria concebeu o Homem-Deus sem alterar a sua virgindade.

Jesus, Filho de Deus vivo, que pela vontade do Pai celeste e a cooperação do Espírito Santo saíste do seio de Deus Pai assim como o rio manou do Paraíso de delícias (Gn 2, 10), e visitaste as profundidades dos nossos vales ao olhar para a humildade da Tua serva, descendo assim ao seio duma virgem no qual, por inefável concepção, foste revestido de carne mortal, suplico-Te, misericordioso Jesus, pelos méritos desta Virgem, Tua Mãe, que espalhes a Tua graça sobre mim, indigníssimo servo, a fim de que Te deseje com ardor, e pelo Teu amor Te conceba no meu coração para que, com o auxílio dessa graça, possa produzir o fruto salutar das boas obras. Amen.



Ludolfo de Saxe (c. 1300-1374), dominicano, mais tarde cartuxo em Estrasburgo 
A Vida de Jesus Cristo

O Verbo que se fez menino

«O nascimento de Jesus não poder ter outra finalidade senão ensinar-nos a ver e a amar os acontecimentos, o mundo e tudo aquilo que nos circunda, com os mesmos olhos de Deus. O Verbo que se fez menino ajuda-nos a compreender a maneira de agir de Deus, para que sejamos capazes de nos deixar cada vez mais transformar pela sua bondade e pela sua infinita misericórdia.»

(Bento XVI – Audiência geral de 22.XII.2010)

O Come O Come Emmanuel

«A promessa feita a nossos pais»

Maria disse então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador. [...] Tomou a Seu cuidado Israel, Seu filho (Lc 1,54, grego), recordando a Sua misericórdia, conforme tinha dito a nossos pais, em favor de Abraão e sua descendência, para sempre». Vede como a Virgem ultrapassa a perfeição do patriarca e confirma a aliança de Deus estabeleceu com Abraão, quando diz: «Eis o pacto estabelecido entre Mim e vós» (Gn 17,11). [...] É o canto desta profecia que a Santa Mãe de Deus dirige a Deus quando Lhe diz: «A minha alma glorifica o Senhor [...], pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim, santo é o Seu nome. Ao tornar-me Mãe de Deus, Ele preservou a minha virgindade. No meu seio recapitula-se, para aí ser santificada, a plenitude de todas as gerações. Pois Ele abençoou todas as idades, homens, mulheres, jovens, crianças, idosos». [...]


«Ele retirou os poderosos dos seus tronos e elevou os humildes». [...] Os humildes, os povos pagãos, que estavam esfomeados de justiça (Mt 5,6), foram exaltados. Ao tornarem visível a sua humildade e fome de Deus, e ao solicitarem a palavra de Deus como a cananeia pediu as migalhas (Mt 15,27), eles ficaram saciados com as riquezas que os mistérios divinos contêm. Pois Jesus Cristo nosso Deus distribuiu todo o lote de favores divinos aos pagãos. «Tomou a Seu cuidado Israel, Seu filho», não um Israel qualquer, mas o Seu filho, cujo elevado nascimento honra. Eis porque a Mãe de Deus chama a este povo Seu filho e Seu herdeiro. Ao ver este povo esgotado pela letra, extenuado pela Lei, Ele chama-o à Sua graça. Ao dar este nome a Israel, Ele ergue-o, «recordando a Sua misericórdia, conforme tinha dito a nossos pais, em favor de Abraão e sua descendência, para sempre». Estas palavras são um resumo de todo o mistério da nossa salvação. Querendo salvar a humanidade e selar a aliança estabelecida com os nossos pais, Jesus Cristo «inclinou os céus e desceu» (Sl 17,10). E assim Se manifesta a nós, colocando-Se ao nosso alcance para que O possamos ver, tocar e ouvir falar.


Homilia grega do século IV
Incorrectamente atribuída a São Gregório de Neocesareia ou São Gregório Taumaturgo, no. 2; PG 10, 1156


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 22 de Dezembro de 2011

Então Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade da Sua serva. Portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão ditosa, porque o Todo-poderoso fez em mim grandes coisas. O Seu nome é Santo, e a Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, dispersou os homens de coração soberbo. Depôs do trono os poderosos, elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e aos ricos despediu de mãos vazias. Tomou cuidado de Israel, Seu servo, lembrado da Sua misericórdia; conforme tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou com Isabel cerca de três meses; depois voltou para sua casa.


Lc 1, 46-56