
Na catequese desta audiência geral, prosseguindo a abordagem que se propôs dedicar à doutrina de São Paulo, Bento XVI deteve-se desta vez sobre a relação que o Apóstolo estabelece entre o primeiro Adão e Cristo, na Carta aos Romanos e também na primeira Epístola aos Coríntios.
Quanto Paulo evoca a queda da humanidade em Adão, é sempre para sublinhar a sobreabundância da graça que esta recebeu em Cristo – fez notar o Papa. O pecado de Adão nunca pode ser apresentado isolado do horizonte da justificação que a humanidade encontra em Cristo.
“Só Cristo, como novo Adão, libertou a humanidade do pecado e da morte, mediante o dom da graça da justificação. O baptismo não só livra do pecado original, mas também põe o homem de novo em relação com Deus, fazendo-o seu filho. O baptizado é introduzido numa vida totalmente nova, sustentada pelo dom do Espírito Santo”.
A “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” de que fala Paulo na Carta aos Romanos, dom do Espírito Santo no baptismo e na confirmação, exprime-se no serviço do Senhor através dos nossos irmãos e torna-nos activamente responsáveis por todos os que ainda não vivem em Cristo, para que também estes possam descobrir a esperança que lhes está reservada, graças ao amor gratuito de Deus. Tudo isto está de algum modo contido numa visão global da doutrina do pecado original, formulada pela Igreja a partir dos ensinamentos de Paulo:
“A doutrina de São Paulo, a partir da qual a Igreja formulou o dogma do pecado original, sintetiza a reflexão judaica do seu tempo sobre o drama do pecado, tal como dele falam os três primeiros capítulos do Génesis. Ela reconhece ao mesmo tempo as consequências funestas do pecado de Adão em que toda a humanidade ficou envolvida e a responsabilidade pessoal dos homens perante os pecados que cometem”.
(Fonte: site Radio Vaticana)