Obrigado, Perdão Ajuda-me
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
(Bento XVI in Mensagem para a Quaresma de 2012)
(Bento XVI in Mensagem para a Quaresma de 2012)
Amar a Cristo...
Confesso que numa atitude pouco cristã há momentos em que não consigo calar a minha indignação que me provoca um aperto no coração, por não poder, nem dever, dizer tudo o que vai na alma. Estou evidentemente a falar do relativismo e da forma como vejo alguns católicos, incluindo sacerdotes, pecarem por omissão.
Não, não se trata de bom senso e não sejamos ingénuos, a verdade é que não amam Jesus Cristo Ressuscitado, respeitam Jesus Cristo humanizado e isso chega-lhes para se darem bem com muita gente, ou seja, são tíbios e hipócritas.
JPR
Não, não se trata de bom senso e não sejamos ingénuos, a verdade é que não amam Jesus Cristo Ressuscitado, respeitam Jesus Cristo humanizado e isso chega-lhes para se darem bem com muita gente, ou seja, são tíbios e hipócritas.
JPR
«Deus trabalha; continua a trabalhar na e sobre a história dos homens. Em Cristo, entra como Pessoa no trabalho cansativo da história. “Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho”. O mesmo Deus é o Criador do mundo, e a criação ainda não está terminada. Deus trabalha. Assim o trabalho dos homens deveria aparecer como uma expressão particular da sua semelhança com Deus e, deste modo, o homem tem a faculdade e pode participar no agir de Deus na criação do mundo.»
(Bento XVI - Encontro com o mundo da cultura no Collège des Bernardins em Paris a 12.09.2008)
(Bento XVI - Encontro com o mundo da cultura no Collège des Bernardins em Paris a 12.09.2008)
Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações convida a descobrir «beleza» do sacerdócio e da vida consagrada
Bento XVI recomenda à Igreja inteira, em particular aos bispos e aos padres, mas também aos catequistas e a quem quer que se ocupe de educação dos jovens que preste uma atenção particular aos sinais do nascimento de vocações ao sacerdócio e à vida religiosa.
É importante – explica – que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus. Na sua mensagem intitulada as vocações, dom do amor de Deus Bento XVI manifesta o desejo de que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação.
Segundo Bento XVI, é tarefa da pastoral vocacional “oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso” de cada crente, ajudando a redescobrir “a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada”.
“Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”, assinala.
A mensagem papal destaca também a importância do “amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas” como “o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança”.
“A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo”, prossegue.
O Papa fala numa “verdade profunda” da existência humana, sublinhando que todas as pessoas são “fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno”.
“O amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos [castidade, pobreza e obediência] ”, refere ainda.
Nesta sua mensagem Bento XVI sintetiza os fundamentos teológicos da vocação ao sacerdócio e á vida religiosa: na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações.
Cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo»
Na parte final da mensagem, Bento XVI pede aos bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos os que estão “empenhados no campo da educação das novas gerações” que promovam “uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração”.
Rádio Vaticano
É importante – explica – que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus. Na sua mensagem intitulada as vocações, dom do amor de Deus Bento XVI manifesta o desejo de que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação.
Segundo Bento XVI, é tarefa da pastoral vocacional “oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso” de cada crente, ajudando a redescobrir “a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada”.
“Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”, assinala.
A mensagem papal destaca também a importância do “amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas” como “o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança”.
“A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo”, prossegue.
O Papa fala numa “verdade profunda” da existência humana, sublinhando que todas as pessoas são “fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno”.
“O amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos [castidade, pobreza e obediência] ”, refere ainda.
Nesta sua mensagem Bento XVI sintetiza os fundamentos teológicos da vocação ao sacerdócio e á vida religiosa: na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações.
Cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo»
Na parte final da mensagem, Bento XVI pede aos bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos os que estão “empenhados no campo da educação das novas gerações” que promovam “uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração”.
Rádio Vaticano
Imitação de Cristo, 1,6,1
Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa desordenadamente, torna-se logo inquieto. O soberbo e o avarento
nunca sossegam; entretanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz. O homem que não é perfeitamente mortificado facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e insignificantes. O homem espiritual, ainda um tanto carnal e propenso à sensualidade, só a muito custo poderá desprender-se de todos os desejos terrenos. Daí a sua freqüente tristeza, quando deles se abstém, e fácil irritação, quando alguém o contraria.
nunca sossegam; entretanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz. O homem que não é perfeitamente mortificado facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e insignificantes. O homem espiritual, ainda um tanto carnal e propenso à sensualidade, só a muito custo poderá desprender-se de todos os desejos terrenos. Daí a sua freqüente tristeza, quando deles se abstém, e fácil irritação, quando alguém o contraria.
O Trabalho: Caminho de santidade
Está a ajudar-te muito, dizes-me, este pensamento: desde os primeiros cristãos, quantos comerciantes terão sido santos? E queres demonstrar que também agora isso é possível... O Senhor não te abandonará nesse empenho. (Sulco, 490)
Para seguir os passos de Cristo, o apóstolo de hoje não vem reformar nada, e menos ainda desentender-se da realidade histórica que o rodeia... Basta-lhe actuar como os primeiros cristãos, vivificando o ambiente. (Sulco, 320)
O que sempre ensinei – desde há quarenta anos – é que todo o trabalho humano honesto, tanto intelectual como manual, deve ser realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e em serviço dos homens). Porque, feito assim, esse trabalho humano, por humilde e insignificante que pareça, contribui para a ordenação cristã das realidades temporais – a manifestação da sua dimensão divina – e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei.
Ao recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Génesis – que Deus criou o homem para que trabalhasse –, fixámo-nos no exemplo de Cristo, que passou a quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa aldeia como artesão. Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como condição de vida, e cultivou e santificou. Vemos no trabalho – na nobre e criadora fadiga dos homens – não só um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da sociedade e o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação. (Temas Actuais do Cristianismo, 10)
Revista Business Insider : Paulo VI tinha razão na Humanae Vitae (agradecimento ‘É o Carteiro’)
Catholic World News
February 09, 2012
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Os bispos americanos têm procurado insistir em que o debate político em torno da decisão de Obama de obrigar também as instituições católicas a oferecerem programas de "saúde sexual e reprodutiva" afecta sobretudo a liberdade religiosa e não tanto o problema da contracepção.
Porém, a grande determinação dos bispos na recusa de qualquer apoio à difusão de contraceptivos atraiu a atenção do público também para esse tema.
Porém, a grande determinação dos bispos na recusa de qualquer apoio à difusão de contraceptivos atraiu a atenção do público também para esse tema.
Um sinal significativo da mudança da opinião pública é a revista Business Insider ter reconhecido que o ensinamento católico está correcto. O artigo foca as predições que Paulo VI fez na Humanae Vitae, alertando que a aceitação da contracepção iria ferir a sociedade, e conclui que as suas predições foram, uma por uma, todas certeiras.
A peça da Business Insider constata que uma esmagadora maioria dos americanos rejeita os ensinamentos da Igreja, mas questiona se uma sociedade que escolhe Kim Kardashian e Britney Spears para seus ícones pode considerar-se um padrão adequado sobre a moralidade sexual e sobre comportamento responsável.
Artigo original:
Recordem Guantánamo
Há muitas razões para Guantánamo ser memorável. Na baía onde Cristóvão Colombo desembarcou, em 1494, está a mais antiga base americana em solo estrangeiro, por acordo de 1902 com a recém-independente República de Cuba, grata aos americanos pela ajuda na luta de autonomia face a Espanha. Após a revolução de Fidel Castro, em 1959, a unidade adquiriu importância estratégica, como única força militar em solo de um país com o qual os EUA não têm relações diplomáticas.
Os caprichos da história geraram várias situações de zonas embutidas em pleno território inimigo. Neste caso, a estranheza é dupla, pois Guantánamo constitui um pequeno pedaço americano na Cuba socialista, que, por sua vez, é há mais de 50 anos um pequeno reduto comunista no coração do capitalismo. No meio de fortes confrontos bélicos, diplomáticos e culturais é sempre difícil decidir o que fazer nessas bases avançadas. Tobruk e Dien Bien Phu foram palco de resistências heróicas; Berlim Ocidental e Hong Kong surgiram como cidades prósperas e vibrantes; Chipre e a faixa de Gaza são zonas de tensão. Aqui não foi assim. Em 2002, celebrando o centenário da base, George W. Bush fez uma escolha grotesca: criou na minúscula região americana em solo cubano... uma prisão.
A decisão controversa fez parte das ainda mais discutíveis opções de declarar "guerra" ao informe inimigo do terrorismo e proclamar como "guerra justa" as invasões do Afeganistão e do Iraque, não legitimadas pela ONU. Em breve, o presídio ganharia traços sinistros com notícias de prisões arbitrárias e tortura. Parece que a localização colocava a zona à margem dos direitos e valores que a civilização americana se orgulha de defender. Assim, a autoproclamada "terra dos livres" se cobriu de vergonha às portas do inimigo. Guantánamo passou a termo de infâmia.
Naturalmente o assunto foi central nas eleições presidenciais de 2008. Trocaram-se acusações, fizeram-se promessas, discutiu-se, analisou-se, insultou-se. Guantánamo virou símbolo. Aliás, vários símbolos, conforme a pessoa que falava. O significado era tão controverso quanto a realidade. Aquilo de que não havia dúvidas era que Guantánamo tinha de ser recordada.
Logo a 22 de Janeiro de 2009, o recém-eleito Presidente Barack Obama assinou, com pompa e circunstância, a ordem executiva para encerrar a prisão, cumprindo a solene promessa de campanha. Era apenas um pequeno passo, mas cheio de significado no momento glorioso em que o jovem Presidente iniciava nova era. Estava resolvido o problema, e não era sem tempo. Acabava a vergonha e os EUA podiam olhar de novo com honra aliados e inimigos.
Três anos depois, a prisão continua aberta. Guantánamo já não embaraça os EUA, pois não há tortura nem violação de direitos. Mas a verdade é que a promessa está por cumprir. Corre nova campanha eleitoral, que será cerrada como todas, e esta questão promete ser tema central dos debates, de novo contra o Presidente em funções que a mantém aberta e ocupada. A coisa, afinal, era mais difícil do que parecia.
Assim se acrescenta uma nova razão para lembrar Guantánamo. Já não se trata de motivos históricos, estratégicos, simbólicos ou vergonhosos. A nova razão para recordar a baía é mediática, recomendando cuidado nas promessas eleitorais. Pelo menos nas emblemáticas e fáceis de verificar. Podia dizer-se que, se tivesse prometido simplesmente normalizar as práticas prisionais sem encerrar a cadeia, Obama faria uma opção eleitoral suicida, passando ao lado do potente simbolismo da questão. O drama é que os símbolos são sempre um pau de dois bicos, como o Presidente agora percebe, vítima da mesma imagem impiedosa.
A França, como a América, está em eleições. François Hollande, o quase certo futuro presidente, pode ser franca melhoria a seguir ao medíocre Chirac e errático Sarkozy. Só que as suas promessas de rasgar o novo Tratado Europeu, atacar a banca e proibir produtos financeiros, mesmo se dão votos, serão impossíveis de realizar. Era bom que recordasse Guantánamo. A Europa precisa disso.
João César das Neves in DN online
Interroguemo-nos e meditemos
«Como tratamos as pessoas que Deus colocou perto de nós? Que pormenores concretos, quotidianos, de serviço alegre, temos com cada um? Procuramos que em casa, no ambiente do trabalho, no círculo de amizades que frequentamos, se manifeste o bom aroma de Cristo [2 Cor 2, 15] da amizade sincera, de um afeto humano imerso no amor a Deus?»
O homem não é Deus
«Os homens procuram incessantemente, com o seu poder técnico, construir uma ponte para o céu, ou seja, tornar-se Deus pelas suas próprias forças. (…) Mas estas tentativas, que guiam o agir histórico do homem em todos os períodos, baseiam-se na não-verdade, na “repressão de verdade”. O homem não é Deus, é um ser finito e limitado e não pode, de modo nenhum nem por nenhum poder, fazer de si o que não é. Por isso todas estas tentativas, por muito gigantescas que sejam no início, têm de terminar com a queda na destruição. O seu terreno não se sustenta».
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975
Fotografia datada desse mesmo dia |
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
‘O Papa e o Holocausto’ por Nuno Rogeiro (para que não se repita e não se esqueça)
"Falar neste lugar de horror, neste sítio onde se cometeram crimes indizíveis contra Deus e contra o Homem, é quase impossível. E é especialmente difícil e perturbante para um cristão, ainda mais Papa vindo da Alemanha".
Pouco mais de um ano depois do fumo branco que, em Roma, o anunciara nas sandálias de Pedro, o sucessor de João Paulo II falava assim, de mãos e rosto cerrados, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.
Bento XVI foi sempre claro sobre o assunto do genocídio. Referiu, no seu profundo discurso de Auschwitz, a intenção nazi de, ao exterminar os judeus, eliminar a origem do monoteísmo, e recriar o mundo, numa paródia demoníaca da religião. Encimou o preito de dor com uma reflexão pessoal: "isto não nos produz ódio; mostra-nos antes o terrível efeito do ódio".
Parece, pelo menos, injusto, alegar agora, a propósito de declarações soltas de prelados imprudentes, que o Vaticano mudou. E que mudou, sobretudo, de posição face à destruição sistemática de inocentes e civis, em nome da raça, ou de uma ideia política. Como aconteceu nos consulados totalitários, "comunistas" ou "nacionalistas", a Leste e Oeste, na Europa ou na Ásia, na África ou algures, durante o século XX.
A polémica, que recorda a peça de teatro de Rolf Hochtruth, "O representante", de 1963, coloca outra vez em primeiro plano a atitude do Vaticano face ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial.
Foi nessa altura que se criou a imagem de um Pio XII silencioso, senão cúmplice, com o extermínio de milhões. Mas personalidades esclarecidas, como o jesuíta Robert Graham, entre muitos outros, há vários anos que restauraram o equilíbrio na revisitação histórica.
Não se pode esquecer, na verdade, o enorme esforço de resgate, salvamento, intercessão ou protecção de judeus, um pouco por toda a Europa, por obra da igreja católica. Não se pode esquecer a rede do Padre Weber e do cardeal Pacelli, a actividade da Organização S. Rafael, a intervenção junto da Eslováquia, em 1941, contra a aprovação do "Código Judeu". Nem a actividade do bispo Preysing, em Berlim, de monsenhor Rotta, na Hungria, de Monsenhor Cassulo, na Roménia.
Não se pode esquecer a pastoral corajosa do arcebispo Saliege, de Toulouse, em 1942, denunciando "os factos terríveis" nos campos de Noe e Recebedom, afirmando que "os judeus são nossos irmãos".
Não se pode esquecer o arriscado apoio do Vaticano à organização judaica DELASEM, de Génova. Não se pode esquecer a Encíclica Summi Pontificatus, de 1939, poderosa denúncia das doutrinas de "pureza rácica".
Não se pode esquecer que, onde pôde mudar as coisas, ou influenciá-las, o Vaticano sempre falou. E que, onde se calou (como o fez o Comité da Cruz Vermelha, ou o Conselho Mundial das Igrejas), executou muitas vezes custosas e arriscadas operações, clandestinas, de auxílio e transporte.
Não se pode esquecer, por fim, que uma coisa é a denúncia antes da guerra (quantos o fizeram?), e outra é falar sobre a ocupação, onde o que importa é resgatar vidas, e não pregar sermões exemplares, que, como na Holanda, só aumentaram a repressão.
Não se pode esquecer, ainda, que pelo menos 3000 padres católicos foram executados pelo Reich, só na área do agora Benelux.
E não se pode esquecer que, numa altura de trevas, em que a intolerância surge até das dificuldades da "luta contra o terrorismo", tem sido a Santa Sé uma das vozes qualificadas, em nome da decência e da Humanidade.
Contra todos os holocaustos, alertando antes.
Para que não se repitam.
Nuno Rogeiro
Pouco mais de um ano depois do fumo branco que, em Roma, o anunciara nas sandálias de Pedro, o sucessor de João Paulo II falava assim, de mãos e rosto cerrados, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.
Bento XVI foi sempre claro sobre o assunto do genocídio. Referiu, no seu profundo discurso de Auschwitz, a intenção nazi de, ao exterminar os judeus, eliminar a origem do monoteísmo, e recriar o mundo, numa paródia demoníaca da religião. Encimou o preito de dor com uma reflexão pessoal: "isto não nos produz ódio; mostra-nos antes o terrível efeito do ódio".
Parece, pelo menos, injusto, alegar agora, a propósito de declarações soltas de prelados imprudentes, que o Vaticano mudou. E que mudou, sobretudo, de posição face à destruição sistemática de inocentes e civis, em nome da raça, ou de uma ideia política. Como aconteceu nos consulados totalitários, "comunistas" ou "nacionalistas", a Leste e Oeste, na Europa ou na Ásia, na África ou algures, durante o século XX.
A polémica, que recorda a peça de teatro de Rolf Hochtruth, "O representante", de 1963, coloca outra vez em primeiro plano a atitude do Vaticano face ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial.
Foi nessa altura que se criou a imagem de um Pio XII silencioso, senão cúmplice, com o extermínio de milhões. Mas personalidades esclarecidas, como o jesuíta Robert Graham, entre muitos outros, há vários anos que restauraram o equilíbrio na revisitação histórica.
Não se pode esquecer, na verdade, o enorme esforço de resgate, salvamento, intercessão ou protecção de judeus, um pouco por toda a Europa, por obra da igreja católica. Não se pode esquecer a rede do Padre Weber e do cardeal Pacelli, a actividade da Organização S. Rafael, a intervenção junto da Eslováquia, em 1941, contra a aprovação do "Código Judeu". Nem a actividade do bispo Preysing, em Berlim, de monsenhor Rotta, na Hungria, de Monsenhor Cassulo, na Roménia.
Não se pode esquecer a pastoral corajosa do arcebispo Saliege, de Toulouse, em 1942, denunciando "os factos terríveis" nos campos de Noe e Recebedom, afirmando que "os judeus são nossos irmãos".
Não se pode esquecer o arriscado apoio do Vaticano à organização judaica DELASEM, de Génova. Não se pode esquecer a Encíclica Summi Pontificatus, de 1939, poderosa denúncia das doutrinas de "pureza rácica".
Não se pode esquecer que, onde pôde mudar as coisas, ou influenciá-las, o Vaticano sempre falou. E que, onde se calou (como o fez o Comité da Cruz Vermelha, ou o Conselho Mundial das Igrejas), executou muitas vezes custosas e arriscadas operações, clandestinas, de auxílio e transporte.
Não se pode esquecer, por fim, que uma coisa é a denúncia antes da guerra (quantos o fizeram?), e outra é falar sobre a ocupação, onde o que importa é resgatar vidas, e não pregar sermões exemplares, que, como na Holanda, só aumentaram a repressão.
Não se pode esquecer, ainda, que pelo menos 3000 padres católicos foram executados pelo Reich, só na área do agora Benelux.
E não se pode esquecer que, numa altura de trevas, em que a intolerância surge até das dificuldades da "luta contra o terrorismo", tem sido a Santa Sé uma das vozes qualificadas, em nome da decência e da Humanidade.
Contra todos os holocaustos, alertando antes.
Para que não se repitam.
Nuno Rogeiro
(Fonte: site JN do Porto em Fevereiro de 2009)
«Por que pede esta geração um sinal?» Crer mesmo na obscuridade
Santo (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
OP ; GF 174 ; Ep 4,418
O Espírito Santo diz-nos: não permitais que o vosso espírito sucumba à tentação e à tristeza, porque a alegria do coração é a vida da alma. A tristeza de nada serve e é causa da nossa morte espiritual.
Acontece por vezes as trevas da morte esmagarem o céu da vossa alma; mas essas trevas são luz! Graças a elas, podeis crer mesmo na obscuridade; o espírito sente-se perdido, receia não voltar a ver, não voltar a compreender. Mas é nesse momento que o Senhor fala e Se torna presente à alma; e esta compreende e ama no temor de Deus. Assim, pois, não espereis pelo Tabor (Mt 17, 1) para «ver» a Deus, quando O contemplais já no Sinaï (Ex 24, 18).
Progredi na alegria de um coração sincero e aberto. E, se não conseguirdes manter esta alegria, pelo menos não percais a coragem e continuai a ter confiança em Deus.
OP ; GF 174 ; Ep 4,418
O Espírito Santo diz-nos: não permitais que o vosso espírito sucumba à tentação e à tristeza, porque a alegria do coração é a vida da alma. A tristeza de nada serve e é causa da nossa morte espiritual.
Acontece por vezes as trevas da morte esmagarem o céu da vossa alma; mas essas trevas são luz! Graças a elas, podeis crer mesmo na obscuridade; o espírito sente-se perdido, receia não voltar a ver, não voltar a compreender. Mas é nesse momento que o Senhor fala e Se torna presente à alma; e esta compreende e ama no temor de Deus. Assim, pois, não espereis pelo Tabor (Mt 17, 1) para «ver» a Deus, quando O contemplais já no Sinaï (Ex 24, 18).
Progredi na alegria de um coração sincero e aberto. E, se não conseguirdes manter esta alegria, pelo menos não percais a coragem e continuai a ter confiança em Deus.
«Pediram-Lhe um sinal do céu para O pôr à prova.»
Beata Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
A Simple Path
Deus está em toda a parte, em tudo, e sem Ele não podemos existir. Nunca duvidei da Sua existência, nem por um instante, mas sei que há quem duvide. Se não acreditais em Deus, podeis ajudar os outros com actos inspirados pelo amor, e o fruto dessas obras serão as graças suplementares que descerão sobre a vossa alma. Começareis então a desabrochar lentamente e aspirareis à alegria de amar a Deus. [...]
Eu sigo o caminho de Cristo: Jesus é meu Deus, Jesus é o meu Esposo, Jesus é o meu único Amor, Jesus é o meu Tudo em tudo, Jesus é tudo para mim. É esta a razão pela qual não tenho medo. Faço o meu trabalho com Jesus, faço-o por Ele e dedicando-Lho; é por isso que os resultados são Seus, não são meus. Se tendes necessidade de um guia, basta-vos voltar os olhos para Jesus. Deveis confiar Nele e contar inteiramente com Ele. Desse modo, dissipam-se as dúvidas e invade-vos a segurança. Mas Jesus disse: «Se não vos tornardes como crianças, não podeis vir a Mim» (Mt 18, 3).
A Simple Path
Deus está em toda a parte, em tudo, e sem Ele não podemos existir. Nunca duvidei da Sua existência, nem por um instante, mas sei que há quem duvide. Se não acreditais em Deus, podeis ajudar os outros com actos inspirados pelo amor, e o fruto dessas obras serão as graças suplementares que descerão sobre a vossa alma. Começareis então a desabrochar lentamente e aspirareis à alegria de amar a Deus. [...]
Eu sigo o caminho de Cristo: Jesus é meu Deus, Jesus é o meu Esposo, Jesus é o meu único Amor, Jesus é o meu Tudo em tudo, Jesus é tudo para mim. É esta a razão pela qual não tenho medo. Faço o meu trabalho com Jesus, faço-o por Ele e dedicando-Lho; é por isso que os resultados são Seus, não são meus. Se tendes necessidade de um guia, basta-vos voltar os olhos para Jesus. Deveis confiar Nele e contar inteiramente com Ele. Desse modo, dissipam-se as dúvidas e invade-vos a segurança. Mas Jesus disse: «Se não vos tornardes como crianças, não podeis vir a Mim» (Mt 18, 3).
Os que crêem vêem os sinais
Catecismo da Igreja Católica, §§ 156-159
As características da fé. A fé e a inteligência: O motivo de crer não é o facto de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Nós cremos «por causa da autoridade do próprio Deus revelador, que não pode enganar-se nem enganar-nos». «Contudo, para que a homenagem da nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem acompanhados de provas exteriores da Sua Revelação» (Vaticano I). Assim, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade «são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos», «motivos de credibilidade», mostrando que o assentimento da fé não é, «de modo algum, um movimento cego do espírito» (Vaticano I).
A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Sem dúvida que as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas «a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural» (S. Tomás de Aquino) «Dez mil dificuldades não fazem uma só dúvida» (Bem-aventurado J.H. Newman). «A fé procura compreender» (Santo Anselmo): é inerente à fé o desejo do crente de conhecer melhor Aquele em quem acreditou, e de compreender melhor o que Ele revelou. [...]
Fé e ciência: «Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade» (Vaticano I) «É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça, com perseverança e humildade, por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que não tenha consciência disso» (Vaticano II).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
As características da fé. A fé e a inteligência: O motivo de crer não é o facto de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Nós cremos «por causa da autoridade do próprio Deus revelador, que não pode enganar-se nem enganar-nos». «Contudo, para que a homenagem da nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem acompanhados de provas exteriores da Sua Revelação» (Vaticano I). Assim, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade «são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos», «motivos de credibilidade», mostrando que o assentimento da fé não é, «de modo algum, um movimento cego do espírito» (Vaticano I).
A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Sem dúvida que as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas «a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural» (S. Tomás de Aquino) «Dez mil dificuldades não fazem uma só dúvida» (Bem-aventurado J.H. Newman). «A fé procura compreender» (Santo Anselmo): é inerente à fé o desejo do crente de conhecer melhor Aquele em quem acreditou, e de compreender melhor o que Ele revelou. [...]
Fé e ciência: «Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade» (Vaticano I) «É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça, com perseverança e humildade, por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que não tenha consciência disso» (Vaticano II).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 13 de Fevereiro de 2012
Apareceram os fariseus, e começaram a discutir com Ele, pedindo-Lhe, para O tentarem, um sinal do céu. Porém, Jesus, suspirando profundamente, disse: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não será dado sinal algum». Depois, deixando-os, entrou novamente na barca e passou à outra margem.
Mc 8, 11-13
Mc 8, 11-13
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