Aquileia, Veneza e Mestre recebem neste fim de semana a visita de Bento XVI. Na tarde deste sábado, o Santo Padre esteve já em Aquileia, encontrando-se agora em Veneza. No domingo, celebrará a missa no Parque São Juliano, em Mestre, regressando, em seguida, a Veneza, de onde no fim da tarde parte para Roma.
Um fim de semana de intensa actividade para o Papa. Visitou o Friuli passados 35 anos do terramoto que destruiu grande parte da região. Em Aquileia, diocese de Gorizia (Nota JPR: fronteira com a Eslovénia), a antiga sede do Patriarcado, recordou diversos povos reunidos pelas suas raízes cristãs. Ali inaugurou a fase preparatória do II Convénio Eclesial do Triveneto (Nota JPR: região que engloba três regiões Na área de Veneza) sobre evangelização e missionários.
Os bispos do Triveneto esperam de Bento XVI uma luz para o caminho da Igreja na região, uma mensagem que supere as fronteiras italianas e promova um diálogo entre povos, para que encontrem juntos a luz da fé e soluções para os problemas sociais, económicos e culturais.
Na sua saudação à população de Aquileia o Papa explicou o motivo da sua presença nesta região do nordeste da Itália: confirmar na fé profunda dos antepassados: nesta hora da historia – disse – redescobri, professai com calor espiritual esta verdade fundamental. De facto somente de Cristo a humanidade pode receber esperança e futuro; somente dele pode receber o significado e a força do perdão, da justiça e da paz. Procurai manter sempre vivas, com coragem, a fé e as obras das vossas origens. O convite final de Bento XVI foi de ser sempre de novo discípulos do Evangelho, para o traduzir em fervor espiritual, clareza de fé, sincera caridade, uma pronta sensibilidade para com os pobres
Logo a seguir, na Basílica de Aquileia, o Papa introduziu a ultima fase de preparação do segundo encontro eclesial do nordeste da Itália na presença dos bispos do triveneto, dos membros dos conselhos pastorais diocesanos e outros convidados.
A missão prioritária que o Senhor vos confia hoje - disse Bento XVI - é aquela de testemunhar o amor de Deus pelo homem. Sois chamados a fazê-lo antes de mais com as obras do amor e as opções de vida a favor das pessoas concretas, a partir das mais débeis, frágeis, sem defesa, não auto suficientes, como são os pobres, os idosos, os doentes e os deficientes.
Tende o cuidado – acrescentou o Papa – de colocar no centro da vossa atenção a família, berço do amor e da vida. Célula fundamental da sociedade e da comunidade eclesial, um empenho pastoral que se tornou mais urgente devido á crise cada vez mais difusa da vida conjugal e da diminuição da natalidade. Na vossa acção pastoral reservai um cuidado especial pelos jovens; eles olham hoje para o futuro com grande incerteza, vivem muitas vezes em condições de fragilidade e falta de segurança, mas trazem no coração uma grande fome e sede de Deus que pede uma constante atenção e resposta.
A concluir o seu discurso Bento XVI salientou a necessidade de os cristãos proporem a beleza do acontecimento de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, a cada homem e mulher, numa relação franca e sincera com os nãos praticantes, com os não crentes e com os crentes de outras religiões. Chamados a viver com aquela atitude cheia de fé, descrita pela Carta a Diogneto "não renegueis nada do Evangelho em que acreditais, mas estai no meio dos outros homens com simpatia, comunicando no vosso estilo de vida, aquele humanismo que afunda as suas raízes no Cristianismo, tendentes a construir juntamente com todos os homens de boa vontade uma cidade mais humana, mais justa e solidária.”
(Fonte: site Rádio Vaticano)