Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 12 de janeiro de 2020

Nunca amarás bastante

Por muito que ames, nunca amarás bastante. O coração humano tem um coeficiente de dilatação enorme. Quando ama, dilata-se num crescendo de carinho que supera todas as barreiras. Se amas o Senhor, não haverá criatura que não encontre lugar no teu coração. (Via Sacra, 8ª Estação, n. 5)

Vede agora o mestre reunido com os seus discípulos na intimidade do Cenáculo. Ao aproximar-se o momento da sua Paixão, o Coração de Cristo, rodeado por aqueles que ama, abre-se em inefáveis labaredas: dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros e que, do mesmo modo que eu vos amei, vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. (Ioh XIII, 34–35.) (...).

Senhor, porque chamas novo a este mandamento? Como acabamos de ouvir, o amor ao próximo estava prescrito no Antigo Testamento e recordareis também que Jesus, mal começa a sua vida pública, amplia essa exigência com divina generosidade: ouvistes que foi dito: amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu peço-vos mais: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem e caluniam.

Senhor, deixa-nos insistir: porque continuas a chamar novo a este preceito? Naquela noite, poucas horas antes de te imolares na Cruz, durante aquela conversa íntima com os que - apesar das suas fraquezas e misérias pessoais, como as nossas - te acompanharam até Jerusalém. Tu revelaste-nos a medida insuspeitada da caridade: como eu vos amei. Como não haviam de te entender os Apóstolos, se tinham sido testemunhas do teu amor insondável!

Se professamos essa mesma fé, se ambicionamos verdadeiramente seguir as pegadas, tão nítidas, que os passos de Cristo deixaram na terra, não podemos conformar-nos com evitar aos outros os males que não desejamos para nós mesmos. Isto é muito, mas é muito pouco, quando compreendemos que a medida do nosso amor é definida pelo comportamento de Jesus. Além disso, Ele não nos propõe essa norma de conduta como uma meta longínqua, como o coroamento de toda uma vida de luta. É – e insisto que deve sê-lo para que o traduzas em propósitos concretos – o ponto de partida, porque Nosso Senhor o indica como sinal prévio: nisto conhecerão que sois meus discípulos(Amigos de Deus, 222-223)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Imitemos João como nos narra o Evangelho de hoje (Mt 3, 13-17) e jamais tenhamos a tentação de discordar daquilo que o Senhor nos pede, pois mesmo quando não entendemos sabemos que provem do Filho de Deus Pai e que portanto só pode ser muito bom.

Senhor, que o Teu Anjo ilumine os nossos corações para assim Te seguirmos em liberdade e darmos sempre bom testemunho de Ti!

Festa do Batismo no Senhor

No Batismo cada criança é inserida numa companhia de amigos que nunca a abandonará na vida nem na morte, porque esta companhia de amigos é a família de Deus, que tem em si a promessa da eternidade. 

Bento XVI, 08.01.2006

Hino ao Batismo de Jesus (Breviário)

Nas margens do Jordão, junto ao deserto,
Bradou João e os homens se agitaram:
«Arrependei-vos, porque Se aproxima
Aquele que os Profetas anunciaram!».

Vinham de toda a parte da Judeia
E nas águas João os baptizava:
«Já no meio de vós está presente
Quem no fogo do Espírito vos lava!».

Vendo Jesus pedir o seu Baptismo,
Exclamou aos discípulos amados:
«Deus cumpriu a promessa: Eis o Cordeiro,
Que o mundo salvará dos seus pecados!».

«Eis o meu Filho, a minha complacência!».
Esta voz fez-se ouvir, vinda do Céu,
E sobre Cristo, como unção sagrada,
Visivelmente o Espírito desceu.

Louvemos a Santíssima Trindade,
Que junto do Jordão Se manifesta:
Baptiza-Se Jesus e a terra exulta,
A sua redenção cantando em festa.

Hino a Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus Pai

Pelo teu sangue marcados
Somos, Senhor, o teu povo;
No Espírito baptizados,
Recriaste-nos de novo.

Novo Moisés, entre as águas
O teu povo encaminhaste;
Das nossas penas e mágoas
No Fogo nos libertaste.

Eis o divino Cordeiro,
Que veio salvar o mundo
No pecado prisioneiro
Em sofrimento profundo.

És do Pai o eterno encanto,
És seu Filho bem-amado;
Cheio do Espírito Santo,
O vencedor do pecado!

Ó Santíssima Trindade,
Que Jesus Cristo revela,
Confirmai-nos na verdade,
Alimentai-nos com ela!

(Breviário)

Festa do Baptismo do Senhor

A liturgia desta festa tem como cenário de fundo o projecto salvador de Deus. No baptismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens. Cumprindo o projecto do Pai, Ele fez-se um de nós, partilhou a nossa fragilidade e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado e empenhou-Se em promover-nos, para que pudéssemos chegar à vida em plenitude.

A primeira leitura anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do Espírito de Deus, Ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus.

No Evangelho, aparece-nos a concretização da promessa profética: Jesus é o Filho/“Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito, e cuja missão é realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-se pessoa, identificou-se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de os promover e de os levar à reconciliação com Deus, à vida em plenitude.

A segunda leitura reafirma que Jesus é o Filho amado que o Pai enviou ao mundo para concretizar um projecto de salvação; por isso, Ele “passou pelo mundo fazendo o bem” e libertando todos os que eram oprimidos. É este o testemunho que os discípulos devem dar, para que a salvação que Deus oferece chegue a todos os povos da terra.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Olhos que vêem sem ver


Na quarta-feira passada (N. Spe Deus: 08.01.2014), de manhã cedo, fui interpelado por uma mensagem informática de um jovem universitário (NN), que conheço apenas do «chat» de uma rede social. O NN felicitava-me por um artigo nesse mesmo dia publicado. Agradeci-lhe a amabilidade e estranhei que já o conhecesse. Disse-me então que o texto lhe tinha sido reenviado por uns amigos cegos. Estranhei o facto, mas o NN confirmou-me que são mesmo cegos e que, graças a uma aplicação, conseguem converter à oralidade o texto escrito. Com bom humor, acrescentou depois que, embora não desse muito nas vistas, também ele é cego.

De imediato lhe pedi perdão pela minha eventual indelicadeza, mas a sua resposta, recusando as minhas desculpas, não se fez esperar: «Sabe que, para mim, a cegueira não é sinónimo de dificuldade ou de tristeza. É óbvio que gostava de voltar a ver, mas … aprendi a ver melhor as coisas. Por isso, todos os dias agradeço a Deus por me ter proporcionado esta experiência. Foi graças a isso que o conheci a Ele. Acho que só isso já justifica o não poder ver com os olhos …».

Desculpem-me a pieguice, mas estas palavras tiveram o condão de me comover, como há tempo não me acontecia. Também agora, sinto-me profundamente tocado pela grandeza daquela alma à qual foi pedido tamanho sacrifício e onde não há nenhum ressentimento ou revolta, mas apenas gratidão e, até, bom humor. O meu amigo NN, não vendo, vê muito mais do que eu e do que muitos outros, porque vê com o coração iluminado pelo dom da fé.

Não foi a única bênção desse dia, porque Deus me deu também a imensa alegria de, apesar da minha cegueira, entrevê-Lo nas celebrações eucarísticas e do sacramento do seu amor e perdão. Obrigado, Senhor!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

«Convém que cumpramos assim toda a justiça»

São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja 
Sermão 39, para a Festa das Luzes; PG 36, 359


João está a baptizar e Jesus vem até ele: vem santificar aquele que vai baptizá-Lo. Vem afogar nas águas por completo o velho Adão e, antes de o fazer e para o fazer, santifica as águas do Jordão. Ele, que é espírito e carne, quer completar o homem pela água e pelo Espírito (Jo 3,4).

O Baptista recusa e Jesus insiste. «Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por Ti», diz a lâmpada ao Sol, o amigo ao Esposo, o maior dos filhos de mulher ao Primogénito de toda a criação (Jo 5,35; 3,29; Mt 11,11; Col 1,15). Diz o que dera um salto no ventre de sua mãe a Este que fora adorado no ventre de sua mãe, diz o precursor Àquele que acaba de Se manifestar e que Se manifestará no fim dos tempos: «Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por Ti»; sabia, com efeito, que receberia o baptismo do martírio […].

Jesus levanta-Se das águas, arrastando nessa elevação todo o universo. Vê os céus rasgarem-se, esses céus que outrora Adão fechara para si mesmo e para a sua descendência, esse paraíso que estava como aferrolhado por uma espada flamejante (Gn 3,24). O Espírito testemunha a divindade de Cristo; vem unir-Se ao seu igual. E uma voz desce do céu, porque é do céu que vem Aquele de quem dá testemunho. E uma pomba torna-se visível aos olhos da carne, para honrar a nossa carne que se torna divina.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)