Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, Mestre e Bom Pastor, há dias rogávamos-Te que por intercessão da Virgem Maria protegesses o Teu amado Vigário Bento na sua visita ao Médio Oriente, hoje manifestamos-Te a nossa alegria e gratidão pelo sucesso da viagem pastoral e apostólica a terras do Líbano.

Amado Jesus, não que alguma vez duvidássemos da Tua infinita bondade e carinho especial pelo Teu Vigário na terra, mas louvar-Te e agradecer-Te é justo e necessário, pois Tu és o Supremo Pastor que cuidas sempre de uma forma inexcedível do rebanho que é a Tua Igreja.

Louvor e glória a Vós Jesus Cristo Senhor por seres a Luz da nossa vida!

JPR

Imitação de Cristo, 3, 12, 6 - Da escola da paciência e luta contra as concupiscências

Pois, se queres verdadeiras delícias e receber de mim consolação abundante, despreza todas as coisas mundanas e renuncia a todos os prazeres inferiores, e por recompensa terás copiosa consolação. Quanto mais te apartares do prazer que encontras nas criaturas, tanto mais suaves e eficazes consolações em mim acharás. Não o conseguirás, a princípio, sem alguma tristeza e trabalho na peleja, opor-se-á o costume inveterado, mas será vencido por outro melhor. Revoltar-se-á a carne, mas o fervor de espírito lhe porá freio. Perseguir-te-á a serpente antiga e te molestará, mas tu a afugentarás com a oração e, com o trabalho proveitoso, lhe trancarás a principal entrada.

O trabalho, um sinal do amor de Deus

Está a ajudar-te muito, dizes-me, este pensamento: desde os primeiros cristãos, quantos comerciantes terão sido santos? E queres demonstrar que também agora isso é possível... O Senhor não te abandonará nesse empenho. (Sulco, 490)

 O que sempre ensinei – desde há quarenta anos – é que todo o trabalho humano honesto, tanto intelectual como manual, deve ser realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e em serviço dos homens). Porque, feito assim, esse trabalho humano, por humilde e insignificante que pareça, contribui para a ordenação cristã das realidades temporais – a manifestação da sua dimensão divina – e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei.
 
Ao recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Génesis – que Deus criou o homem para que trabalhasse –, fixámo-nos no exemplo de Cristo, que passou a quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa aldeia como artesão. Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como condição de vida, e cultivou e santificou. Vemos no trabalho – na nobre e criadora fadiga dos homens – não só um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da sociedade e o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação. (Temas Actuais do Cristianismo, 10)
 

São Josemaría Escrivá

"Panis Angelicus" interpretado para Bento XVI em Beirute (veja e ouça a interpretação na integra)



Panis angelicus 
fit panis hominum; 
Dat panis caelicus 
figuris terminum: 
O res mirabilis! 
Manducat Dominum. 
Pauper, servus et humilis.

Uma velha história (excerto)

Deixem-me contar-vos uma história. É um caso interessante, sobretudo pelo moral que encerra, mas também por nestes anos passar o centenário. Portugal estava com um enorme défice orçamental. Aliás lutava com ele há décadas, sempre com sucessos esparsos, pontuais e efémeros. As medidas iam-se agravando e subia a indignação popular.
(…)
Debaixo do ataque cerrado o Governo caía, inevitavelmente embrulhado na sua inépcia. Era preciso encontrar um outro, que apresentasse medidas novas, que os tribunos iriam também julgar severamente. Entretanto o défice subia mais um pouco. Porque, é bom não esquecer, protestar não resolve nada. Descarrega os nervos, proclama verdades, defende a justiça, mas não contribui minimamente para tratar a dificuldade. Claro que quando as medidas são más é preciso protestar. Mas que fazer quando só há medidas más? Que fazer quando a situação é grave, as políticas são horríveis, mas o protesto só torna tudo pior?
Aqueles que protestavam sabiam bem de quem era a culpa. Havia muitos inimigos a denunciar. Alguns antigos: o reviralho, monárquicos, padres. Outros recentes: anarquistas, sabotadores, até os boches. Sabíamos bem que a culpa era deles. Mas de facto não era. Claro que existiam e estragavam, mas muito pouco. Nunca teriam força para criar um buraco daqueles. O problema estava nos cidadãos honestos, nos trabalhadores patriotas, que queriam mais do que havia. Se somássemos tudo o que as pessoas comuns achavam ter direito, e calculássemos o total daquilo que os contribuintes consideravam justo pagar, os valores não equilibravam. Mesmo eliminando todos os desperdícios, abusos e roubos, o buraco permanecia. Por isso é que só havia medidas más. Mas cada um defendia o seu interesse. Os governos, que defendiam o país, sucediam-se, como os protestos. E o défice.
Até que aconteceu uma coisa: o povo perdeu a paciência. O horror ao longo caos de tumultos fez com que o povo calasse. Pura e simplesmente deixou de ligar. Vieram os militares. Mas os militares já tinham vindo muitas vezes, sempre vencidos pelos protestos. Desta vez o povo deixou. Os militares, como sempre, fizeram asneira, até chamarem um professor que acertou as contas. Começou a ditadura das finanças.
Sucederam-se as medidas más, muito más. Mas desta vez os protestos foram silenciados e o buraco acabou. É verdade que, além da ditadura das finanças, houve também uma outra, essa geral, que dominou o país e amordaçou as liberdades por 50 anos. Portugal viveu décadas sem os direitos que antes não quis limitar em liberdade. Os tribunos foram expulsos ou viveram na clandestinidade. Não se sabe se vieram a arrepender-se dos ataques que tinham desferido, com tanto sucesso, contra os governos frágeis que tentavam resolver o défice em liberdade.
Esta é uma história muito instrutiva hoje para os países da Europa. Mostra como, ao defender o importante, podemos perder o essencial.
João César das Neves in DN online (artigo completo AQUI)

Ajoelhar-se na Missa ajuda a vencer idolatria, explica perito em liturgia

O perito em liturgia e arte sacra, Monsenhor Marco Agostini, assegurou que ajoelhar-se na Missa é uma boa maneira de vencer a idolatria pois é uma resposta do homem à "Epifania de Cristo".

Mons. Agostini, oficial da segunda secção da secretaria de Estado e um dos mestres de cerimónia pontifícios, escreveu no jornal L'Osservatore Romano em 2011, que os formosos pavimentos de muitas igrejas antigas foram "feitos para os joelhos dos fiéis" como um "tapete perene de pedras" para a oração e a humildade.

"Hoje os genuflexórios desapareceram em muitas igrejas e se tende a remover os balaustres diante dos quais alguém podia se aproximar da comunhão de joelhos", sustenta o perito segundo uma tradução do texto divulgada pelo vaticanista Sandro Magister.

"Entretanto no Novo Testamento o gesto de ajoelhar-se apresenta cada vez que se apresenta a divindade de Cristo a alguém: pense-se por exemplo nos Magos, o cego de nascimento, a unção de Betânia, a Madalena no jardim na manhã de Páscoa", acrescenta Mons. Agostini.

O perito recorda que "Jesus mesmo disse a Satanás, que queria impor-lhe uma genuflexão enganosa, pois só a Deus se deve dobrar o joelho. Satanás pede ainda hoje que se escolha entre Deus ou o poder, Deus ou a riqueza, e trata ainda mais profundamente. Mas assim não se dará glória a Deus de maneira nenhuma; os joelhos se dobrarão para aqueles que o poder lhes favoreceu, para aqueles aos quais se tem o coração unido através de um acto".

"Voltar a ajoelhar-se na Missa é um bom exercício de aprendizagem para vencer a idolatria na vida, além de ser um dos modos da ‘actuosa participatio’ dos que fala o último Concílio. A prática é útil também para perceber a beleza dos pavimentos (ao menos dos antigos) de nossas igrejas. Frente a alguns dá vontade de tirar os sapatos como fez Moisés diante de Deus que lhe falava da sarça ardente", assinala.

Para Magister, "ajoelhar-se hoje – especialmente sobre o piso – caiu em desuso. Tanto é assim que suscita surpresa o desejo de Bento XVI de dar a comunhão aos fiéis na boca e de joelhos".

"Mas mais que de uma novidade, se trata de um retorno à tradição. As outras são o crucifixo ao centro do altar, ‘para que todos na missa olhem para Cristo e não para uns aos outros’, e o uso frequente do latim ‘para sublinhar a universalidade da fé e a continuidade da Igreja’", explica Magister.

O vaticanista sustenta que "perdeu-se de vista também o sentido da pavimentação das igrejas. Tradicionalmente muitas delas foram ornamentadas precisamente para servir de fundamento e guia à grandeza e profundidade dos mistérios celebrados".

"Hoje poucos são os que advertem que pavimentos tão formosos e preciosos são feitos também para os joelhos dos fiéis: um tapete de pedra sobre o qual prostrar-se diante do esplendor da epifania divina", acrescenta.

(Fonte: 'ACI Digital' em setembro de 2011)

'DEUS, PRINCIPIO E FIM DE TODAS AS COISAS'

Afirmo logo de início que nada tenho contra a ciência, antes pelo contrário, e também que reconheço a minha incapacidade de conhecimentos para discutir, sequer minimamente, conceitos científicos com quem quer que seja, e muito menos portanto, com cientistas de fama e proveito reconhecidos.

Afirmo ainda que admiro e respeito aqueles que vivem a Fé, não deixando de estudar e promover a ciência, num “casamento” que a meu ver, sempre deveria existir.

Vem este intróito a propósito do recente livro de Stephen Hawking, (que não li e não lerei, por manifesta falta de interesse e capacidade para tais “voos” científicos), em que este, ao que nos diz a comunicação social, afirma, mais coisa menos coisa, que Deus não é necessário para a criação do universo, daí inferindo, (parece-me que mais os jornais do que o próprio cientista), pela não existência de Deus.

Confesso, (sem medo de ser apelidado de obscurantista ou qualquer outro epíteto do género), que nem uma só fímbria do meu ser, que nem a mais leve beliscadura aconteceu na minha Fé, com tais declarações.

Outros ao longo da história deste mundo “decretaram” a “morte” de Deus, com argumentos pretensamente científicos, ou apenas por razões políticas, ou por simples e puro desprezo, e no entanto Deus sempre existiu, existe e continuará a existir por todo o sempre.

Que me interessa a mim que uma pessoa sem Fé, por muito inteligente e culta que seja, afirme que Deus não existe?

Deus, porque é Deus, não é “demonstrável”, pois se assim o fosse, deixaria de ser Deus.

No entanto Deus é “sentível”, é “reconhecível”, é “identificável”, pelo modo de Se revelar ao homem e com ele agir.
Aqueles que experimentam uma verdadeira vivência da Fé, aqueles que «entram no quarto mais secreto e, fechada a porta, rezam em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, os há-de recompensar» Mt 6,6, aqueles que se desprendem de si para se dar aos outros, aqueles que praticam o «amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos», esses todos sabem bem ao que me refiro, quando digo que Deus é “sentível”, é “reconhecível”, é “identificável”.

É “sentível” na paz que nos inunda, na serenidade que nos conduz, na paciência que nos enforma, na fortaleza perante as tentações, na confiança e na esperança perante as provações.

É “reconhecível” na nossa mudança de proceder, de encarar e viver a vida, no perdão que somos capazes de dar e receber, na capacidade de amar e pedir mesmo por aqueles que não nos amam, nem nos querem bem.

É “identificável” naqueles que nos procuram e que despertam em nós sentimentos de solidariedade, naqueles que nos ajudam e aconselham, naqueles que dão testemunho de vida e assim nos exortam a acreditar, a caminhar.

Pois, dirão, mas isso não é “demonstrável” com fórmulas científicas, com equações perfeitas, com pensamentos racionais!
Pois claro que não!
Porque estamos a falar de Deus, e quando falamos de Deus nem as palavras que o homem inventou, servem e chegam para minimamente expressarmos o que experimentamos, o que sentimos, o que vivemos.

Oh, mas que argumentos tão “simplórios”, tão desprovidos de razão, de argumentação científica, dirão aqueles que querem “demonstrar” a “não existência” de Deus!

Mas a esses todos apenas posso responder na simplicidade das palavras que não são minhas, mas do próprio Deus:
«Jesus voltou-se e, notando que eles o seguiam, perguntou-lhes: «Que pretendeis?» Eles disseram-lhe: «Rabi - que quer dizer Mestre - onde moras?» Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.» Foram, pois, e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia.» Jo 1, 38-39

É que, ao longo da história da humanidade, houve muitos homens e mulheres, inteligentes, cultos, cientistas, que tiveram a coragem de perguntar a Deus onde Ele morava, e fizeram-no de coração aberto, pretendendo sinceramente saber, e Ele respondeu-lhes isso mesmo: «Vinde e vereis.»
E eles foram, viram e também ficaram com Ele!

Deus é o princípio e o fim de todas as coisas e como tal da própria ciência.
Como poderia então a ciência “demonstrar” a existência de Deus?

Deus, sendo o principio e o fim de todas as coisas é sempre o Criador primeiro e último do Universo.

E com esta afirmação tenho eu muito menos medo de errar, (pois sei por convicção profunda da minha humanidade criada por Deus, que não erro), do que Stephen Hawking, que elaborou uma teoria, que última e verdadeiramente não consegue demonstrar e é passível de erros, como alguns artigos posteriores de outros cientistas mostraram aos nossos olhos.

Se abrirmos as nossas vidas, os nossos corações à procura, à presença de Deus em nós e em todas as coisas, deixará de constituir uma preocupação a “demonstração” da existência de Deus, porque ela será uma certeza profunda da nossa humanidade, e não seremos menos inteligentes, ou cultos, ou cientistas por isso, mas sim até o seremos mais, porque a nossa inteligência, a nossa cultura, a nossa ciência passarão a ser iluminadas por Aquele que é principio e fim de todas as coisas.

Monte Real, 16 de Setembro de 2010

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/09/deus-principio-e-fim-de-todas-as-coisas.html

Exprimir a visão antropológica cristã e a doutrina social da Igreja

É na diversidade essencial entre sacerdócio ministerial e sacerdócio comum que se entende a identidade específica dos fiéis ordenados e leigos. Por essa razão é necessário evitar a secularização dos sacerdotes e a clericalização dos leigos. Nessa perspectiva, portanto, os fiéis leigos devem empenhar-se em exprimir na realidade, inclusive através do empenho político, a visão antropológica cristã e a doutrina social da Igreja.

(Bento XVI na vista ad limina dos bispos brasileiro da região nordeste2 em setembro de 2009)

A liberdade humana só o é propriamente quando responde à sedução da técnica com decisões que sejam fruto de responsabilidade moral

De facto, o verdadeiro desenvolvimento não consiste primariamente no fazer; a chave do desenvolvimento é uma inteligência capaz de pensar a técnica e de individualizar o sentido plenamente humano do agir do homem, no horizonte de sentido da pessoa vista na globalidade do seu ser. Mesmo quando actua mediante um satélite ou um comando electrónico à distância, o seu agir continua sempre humano, expressão de uma liberdade responsável. A técnica seduz intensamente o homem, porque o livra das limitações físicas e alarga o seu horizonte. Mas a liberdade humana só o é propriamente quando responde à sedução da técnica com decisões que sejam fruto de responsabilidade moral. Daqui, a urgência de uma formação para a responsabilidade ética no uso da técnica. A partir do fascínio que a técnica exerce sobre o ser humano, deve-se recuperar o verdadeiro sentido da liberdade, que não consiste no inebriamento de uma autonomia total, mas na resposta ao apelo do ser, a começar pelo ser que somos nós mesmos.

Caritas in veritate [70] – Bento XVI

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1943


Assim relata uma viagem de comboio, numa carta escrita hoje de Monzón (Espanha): “Dediquei-me, desde que saí de Madrid, a um desporto divino: observar o horizonte, para dizer algo a Jesus nos Sacrários do caminho. Além disso esta manhã rezei o Breviário com mais solenidade que no coro de uma Catedral: convidei a cantar, comigo, os louvores do Senhor todos os Anjos da guarda que vinham na minha carruagem. Nunca percais de vista os Anjos, meus filhos!”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

«Senhor, eu não sou digno»

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermão 62

Na leitura do Evangelho, ouvimos Jesus louvar a nossa fé, associada à humildade. Quando prometeu ir a casa do centurião curar-lhe o servo, este respondeu: «Não sou digno de que entres debaixo do meu tecto, mas diz uma só palavra e o meu servo será curado». Ao considerar-se indigno, revela-se digno – digno não só de que Cristo entre em sua casa, mas também no seu coração. [...]

Pois não teria sido para ele grande alegria se o Senhor Jesus tivesse entrado em sua casa sem estar no seu coração. Com efeito Cristo, Mestre em humildade pelo Seu exemplo e pelas Suas palavras, sentou-Se à mesa em casa de um fariseu orgulhoso chamado Simão (Lc 7, 36ss.). Embora Se sentasse à sua mesa, não entrou no seu coração: aí, «o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58). Pelo contrário, aqui não entra em casa do centurião, mas entra no seu coração. [...]

Por conseguinte, é a fé unida à humildade que o Senhor elogia neste centurião. Quando este diz: «Não sou digno de que entres debaixo do meu tecto», o Senhor responde: «Em verdade vos digo, nem em Israel encontrei tão grande fé». [...] O Senhor veio ao povo de Israel segundo a carne, para procurar primeiramente neste povo a Sua ovelha perdida (cf Lc 15, 4). [...] Nós, como homens, não podemos medir a fé dos homens. Foi Aquele que vê o fundo dos corações, Aquele a Quem ninguém engana, que testemunhou como era o coração deste homem; ao ouvir as suas palavras repletas de humildade, responde-lhe com uma palavra que cura.

«Não sou digno de que entres debaixo do meu tecto»

São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da Ordem dos Frades Menores 
Primeira Regra, 17


No amor que é Deus, suplico a todos os meus irmãos – aos que pregam, aos que oram, aos que trabalham manualmente, aos clérigos e leigos – que invistam na humildade em tudo: que não se ufanem, que não encontrem alegria ou se orgulhem interiormente com as boas palavras e as boas acções que Deus diz ou realiza por vezes neles ou através deles. Pois diz o Senhor: «não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem» (Lc 10,20). Convençamo-nos firmemente de que, por nós, só temos erros e pecados. Rejubilemos antes nas provações que temos de suportar na alma e no corpo, e em todo o tipo de angústias e de tribulações neste mundo, com vista à vida eterna.
 
Irmãos, evitemos o orgulho e a vã glória. Evitemos a sabedoria deste mundo e a prudência egoísta. Pois aquele que é escravo das suas tendências egoístas investe muito esforço e aplicação na formulação de discursos, mas muito menos na passagem aos actos; em lugar de procurar a religião e a santidade interiores do espírito, quer e deseja uma religião e uma santidade exteriores e visíveis aos olhos dos homens. É sobre eles que o Senhor diz: «Em verdade vos digo, receberam a sua recompensa» (Mt 6,5). Pelo contrário, aquele que é dócil ao Espírito do Senhor quer mortificar e humilhar aquilo que é egoísta, vil e abjecto na carne. Dedica-se à humildade e à paciência, à simplicidade pura e à verdadeira paz de espírito; aquilo que deseja sempre e acima de tudo é o temor de Deus, a sabedoria de Deus e o amor de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 17 de setembro de 2012

Tendo terminado este discurso ao povo, entrou em Cafarnaum. Ora um centurião tinha doente, quase a morrer, um servo que lhe era muito querido. Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus a pedir-Lhe que viesse curar o seu servo. Eles, tendo ido ter com Jesus, pediam-Lhe instantemente, dizendo: «Ele merece que lhe faças esta graça, porque é amigo da nossa nação e até nos edificou a sinagoga». Jesus foi com eles. Quando estava já perto da casa, o centurião mandou uns amigos a dizer-Lhe: «Senhor, não Te incomodes, porque eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto. Por essa razão nem eu me achei digno de ir ter contigo; mas diz uma só palavra, e o meu servo será curado. Porque também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai! e ele vai; e a outro: Vem! e ele vem; e ao meu servo: Faz isto! e ele faz». Jesus, ao ouvir isto, ficou admirado e, voltando-Se para a multidão que O seguia, disse: «Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel». Voltando para casa os que tinham sido enviados, encontraram o servo curado.

Lc 7, 1-10