Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 20 de junho de 2020

A única medida é amar sem medida

Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores "pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti. (Sulco, 739)

A todos os que estamos dispostos a abrir-lhe os ouvidos da alma, Jesus Cristo ensina no Sermão da Montanha o mandato divino da caridade. E, ao terminar, como resumo, explica: amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem esperardes nada em troca, e será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom, mesmo com os ingratos e os maus. Sede, pois, misericordiosos como também o vosso Pai é misericordioso.


A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. Assim glosa S. Paulo a caridade no seu canto a esta virtude: A caridade é paciente, é benéfica; a caridade não é invejosa, não actua precipitadamente; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não pensa mal dos outros, não folga com a injustiça, mas compraz-se na verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre(Amigos de Deus, 232)

São Josemaría Escrivá 

O Evangelho de Domingo dia 21 de junho de 2020

«Não os temais, pois, porque nada há encoberto que não se venha a descobrir, nem oculto que não venha a saber-se. O que Eu vos digo às escuras, dizei-o às claras e o que é dito ao ouvido, pregai-o sobre os telhados. «Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode lançar a alma e o corpo na Geena. Porventura não se vendem dois passarinhos por uns tostões? E, todavia, nem um só deles cairá no chão sem a permissão de vosso Pai. Até os próprios cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois: vós valeis mais que muitos passaritos. «Todo aquele, portanto, que Me confessar diante dos homens, também Eu o confessarei diante do Meu Pai que está nos céus. Porém, quem Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante do Meu Pai, que está nos céus.

Mt 10, 26-33

O Doce Coração de Maria

Acostuma-te a entregar o teu pobre coração ao Doce e Imaculado Coração de Maria, para que to purifique de tanta escória e te leve ao Coração Sacratíssimo e Misericordioso de Jesus. (Sulco, 830)

Segundo a Lei de Moisés, uma vez decorrido o tempo da purificação da Mãe, é preciso ir com o Menino a Jerusalém, para O apresentar ao Senhor (Lc II, 22).

E desta vez, meu amigo, hás-de ser tu a levar a gaiola das rolas. - Estás a ver? Ela – a Imaculada! - submete-se à Lei como se estivesse imunda.

Aprenderás com este exemplo, menino tonto, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais?

Purificação! Sim, tu e eu, é que precisamos de purificação! Expiação e, além da expiação, o Amor. - Um amor que seja cautério: que abrase a imundície da nossa alma, e fogo que incendeie, com chamas divinas, a miséria do nosso coração. (Santo Rosário. 4º Mistério gozoso)

São Josemaría Escrivá

O IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

«Dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: – Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Coração Imaculado de Maria» (terceira Aparição).
Dentro da riquíssima Mensagem de Fátima, que resume, de certo modo, todo o Evangelho e nos chama ao seu cumprimento, destaca-se, como especial fruto, a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
 
Será difícil extrair do mistério da Maternidade divina todas as consequências espirituais e teológicas, mas há realmente em Fátima luzes novas para a sua contemplação. Uma delas vem da queixa quanto aos «pecados cometidos contra o Imaculado Coração e Maria».
A expressão é impressionante, pois não é costume aplicá-la a criaturas no mesmo sentido em que a aplicamos ao Criador. Para com as criaturas usamos dizer «ofensas ao próximo», que constituem «pecados», isto é, ofensas ao próprio Deus, e que exigem «reparação»: reparação ao próximo do mal que lhe terá sido causado e reparação a Deus pelo pecado cometido.
Que diferença existe entre as ofensas feitas a Maria e a quaisquer outras pessoas? A sua imensa dignidade, sem dúvida, mas mais do que isso: a sua Imaculada Conceição. Maria foi sempre «gratia plena» e tão inocente como o próprio Jesus Cristo. Ela– como o seu divino Filho – não cometeu nenhum pecado; não tem nada a reparar; sofre exclusivamente por nossa culpa. 
Nossa Senhora das Dores - que assim se apresentou também na última Aparição - foi trespassada por nós. E a espada que lhe anunciara o velho Simeão continua nas nossas mãos. Conhecendo a fraqueza humana, Jesus apela ao nosso amor filial à Mãe de Deus.
No Centenário das Aparições, tomemos a decisão de não contribuir para a coroa de espinhos que ferem o seu Coração Imaculado. 
Hugo de Azevedo
(Em «Celebração Litúrgica», «A Abrir», n.º 3, 2017 - resumo)

Imaculado Coração de Maria

Esta memória ao Imaculado Coração de Maria não é nova na Igreja; tem as suas profundas raízes no Evangelho que repetidamente chama a nossa atenção para o Coração da Mãe de Deus. Por isto, na Tradição Viva da Igreja encontramos esta devoção confirmada pelos Santos Padres, Místicos da Idade Média, Santos, Teólogos e Papas como João Paulo II.

"Depois ele desceu com eles para Nazaré; era-lhes submisso; e a sua mãe guardava todos esses acontecimentos em seu coração". Este relato bíblico que se encontra no Evangelho segundo São Lucas, une-se ao canto de louvor entoado por Maria, o Magnificat; a compaixão e intercessão diante do vinho que havia acabado e a presença de Maria de pé junto a Cruz, revelam-nos a sintonia do Imaculado Coração de Maria para com o Sagrado Coração de Jesus.

Entre os santos, São João Eudes destacou-se como apóstolo desta devoção e, entre os Papas que propagaram esta devoção, destaca-se Pio XII que em 1942 consagrou o mundo inteiro ao Coração Imaculado de Maria.

As aparições de Nossa Senhora em Fátima no ano de 1917, de tal forma espalharam a devoção ao Coração de Maria que o Cardeal Cerejeira disse um dia: "Qual é precisamente a mensagem de Fátima? Creio que poderá resumir-se nestes termos: a manifestação do Coração Imaculado de Maria ao mundo actual, para o salvar". Desta forma, pudemos conhecer que o Pai e Jesus querem estabelecer no mundo inteiro a devoção ao Imaculado Coração, que se encontra fundamentada na Consagração e Reparação a este Coração que "no final triunfará".

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Orar diante da Eucaristia

"Também posso rezar no bosque, mergulhado na natureza". É claro que se pode. Mas se só se pudesse rezar assim, a iniciativa da oração estaria totalmente dentro de nós: Deus seria pouco mais do que um postulado do nosso pensamento. Que Ele responda ou queira responder, permaneceria uma questão em aberto. [...] Em contrapartida, a Eucaristia significa: Deus respondeu. A Eucaristia é Deus como resposta, como presença que responde. Agora, a iniciativa da relação divino-humana já não depende de nós, mas dEle, e assim se torna verdadeiramente séria.

Por isso, a oração atinge um nível inteiramente novo no âmbito da adoração eucarística; só agora envolve as duas partes, só agora é séria. Mais ainda, não envolve apenas as duas partes, mas só agora se torna plenamente universal: quando rezamos na presença da Eucaristia, nunca estamos sós. Connosco reza toda a Igreja que celebra a Eucaristia [...]. Nessa oração, já não estamos diante de um Deus pensado, mas diante de um Deus que verdadeiramente se entregou a nós; diante de um Deus que se fez comunhão connosco, e assim nos liberta dos nossos limites e nos conduz à Ressurreição. Esta é a oração que devemos voltar a buscar.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Il Dio Vicino’)

Namoro e fé

Qual é o sinal de que um namoro se vive de um modo cristão?

Talvez existam muitos sinais. No entanto, há um que me parece de especial importância: que o amor mútuo ajude cada um deles a estar mais perto de Deus. Que o namoro alimente de verdade a sua fé, por ser vivido de acordo com ela.

Hoje em dia, confunde-se com muita facilidade “ter fé” com “viver de fé”.

Para namorar de um modo cristão não basta encontrar uma pessoa que diga que tem fé. E ainda menos se essa pessoa afirma que tem fé, mas não a pratica. É uma “fé teórica” – o que na prática é o mesmo que dizer que ela ou não existe ou está morta.

É preciso encontrar alguém que “viva de fé”. Que a fé que diz ter influencie realmente o seu modo de actuar. Também, como é lógico, o seu modo de namorar e de entender o casamento – meta para a qual tende todo o namoro que se diz cristão.

Ora, o namoro é um momento crucial na vida de uma pessoa em que a sua fé é posta à prova.

Porque é que isto é assim?

Porque namorar de acordo com a verdade exige um esforço real para não se deixar arrastar pelas tendências desordenadas do coração humano.

Os cristãos genuínos vivem “na carne”, mas não vivem “segundo a carne”, como diz São Paulo. Viver um namoro de um modo cristão é viver um amor autêntico, verdadeiro, honrado e sincero. As palavras são bonitas, mas exigem um esforço real. Para quem ama de verdade, esse esforço vale sempre a pena.

Resumindo: o esforço por viver um namoro de um modo cristão põe à prova o peso real que a fé possui na vida de uma pessoa.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Poder e amor

A teologia do pequeno [dos humildes] é uma categoria fundamental do ser cristão. Segundo a nossa fé, a grandeza especial de Deus manifesta-se precisamente na ausência de poder. Isto pressupõe que, a longo prazo, a força da História se encontra precisamente nas pessoas que amam, numa força, portanto, que não se pode medir de acordo com categorias de poder. Assim, Deus revelou-se deliberadamente, para mostrar quem Ele é, na impotência de Nazaré e do Gólgota. O maior não é, pois, aquele que mais pode destruir - para o mundo, o potencial de destruição é ainda a verdadeira demonstração de poder -; pelo contrário, a menor força de amor já é maior do que o maior potencial de destruição.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘O sal da terra’ pag.18)

O egoísmo escondido

Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores "pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 739)
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