Discurso do Santo Padre na assembleia-geral da Conferência episcopal italiana
Não se pode pensar em contrastar a crise económica, ignorando a "crise cultural e espiritual" que hoje em dia aflige a Itália, disse o Papa encontrando-se na manhã de 27 de Maio com os bispos italianos congregados por ocasião da sexagésima primeira assembleia-geral da Conferência episcopal. No início do encontro, realizado na Sala do Sínodo, o Sumo Pontífice foi homenageado em nome de todos os presentes pelo presidente da mesma Conferência, cardeal Angelo Bagnasco, e em seguida proferiu o seguinte discurso.
Venerados e estimados Irmãos!
No Evangelho proclamado no domingo passado, solenidade de Pentecostes, Jesus prometeu-nos: "O Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14, 26). O Espírito Santo orienta a Igreja no mundo e na história. Graças a este dom do Ressuscitado, o Senhor permanece presente ao longo do transcorrer dos acontecimentos; é no Espírito que podemos reconhecer em Cristo o sentido das vicissitudes humanas. O Espírito Santo faz-nos Igreja, comunhão e comunidade incessantemente convocada, renovada e relançada rumo ao cumprimento do Reino de Deus. Na comunhão eclesial estão a raiz e a razão fundamental da vossa reunião e do meu renovado encontro convosco, com alegria, por ocasião desta assembleia anual; é a perspectiva com que vos exorto a enfrentar os temas do vosso trabalho, no qual sois chamados a reflectir acerca da vida e da renovação da acção pastoral da Igreja na Itália. Estou grato ao Cardeal Angelo Bagnasco pelas amáveis e intensas palavras que me dirigiu, fazendo-se intérprete dos vossos sentimentos: o Papa sabe que pode contar sempre com os Bispos italianos. Em vós, saúdo as comunidades diocesanas confiadas aos vossos cuidados, enquanto estendo o meu pensamento e a minha proximidade espiritual a todo o povo italiano.
Corroborados pelo Espírito, em continuidade com o caminho indicado pelo Concílio Vaticano II e, de maneira particular, com as orientações pastorais da década que acaba de terminar, preferistes assumir a educação como tema principal para os próximos dez anos. Tal horizonte temporal está proporcionado à radicalidade e à vastidão da exigência educativa. E parece-me necessário ir até às profundas raízes desta emergência para encontrar também as respostas adequadas a este desafio. Vejo sobretuto duas. Uma raiz essencial consiste parece-me num falso conceito de autonomia do homem: o homem deveria desenvolver-se unicamente por si mesmo, sem imposições da parte de terceiros, os quais poderiam contribuir para o seu autodesenvolvimento, mas sem entrar neste desenvolvimento. Na realidade, para a pessoa humana é essencial o facto de que só se torna ela mesma a partir do outro, o "eu" só se torna ele próprio a partir do "tu" e do "vós", é criado para o diálogo, para a comunhão sincrónica e diacrónica. E só o encontro com o "tu" e com o "nós" abre o "eu" a si mesmo. Por isso, a chamada educação antiautoritária não é educação, mas sim renúncia à educação: assim, não se compreende em que medida devemos dar aos outros, ou seja o "tu" e o "nós" em que o "eu" se abre a si mesmo. Por conseguinte, um primeiro ponto parece-me este: superar esta falsa ideia de autonomia do homem, como um "eu" completo em si próprio, enquanto se torna "eu" também no encontro colectivo com o "tu" e com o "nós".
Vejo a outra raiz da emergência educativa no cepticismo e no relativismo ou, com palavras mais simples e claras, na exclusão das duas fontes que orientam o caminho humano. A primeira fonte deveria ser a natureza segundo a Revelação. No entanto, hoje a natureza é considerada algo puramente mecânico, portanto que não contém em si qualquer imperativo moral, nem uma orientação como valor: é algo puramente mecânico, e portanto do próprio ser não promana qualquer orientação. A Revelação é considerada como um momento do desenvolvimento histórico, portanto relativo como todo o desenvolvimento histórico e cultural, ou afirma-se talvez haja a Revelação, mas não compreende conteúdos, apenas motivações. E se estas duas fontes, a natureza e a Revelação, se calarem, também a terceira fonte, a história, deixará de falar, porque inclusive a história se tornará apenas um aglomerado de decisões culturais, ocasionais e arbitrárias, que não valem para o presente e para o futuro. Por conseguinte, é fundamental voltar a encontrar um conceito verdadeiro da natureza, como criação de Deus que nos fala; através do livro da criação, o Criador fala-nos e indica-nos os valores autênticos. E depois, assim, encontrar de novo também a Revelação: reconhecer que o livro da criação, no qual Deus nos dá as orientações fundamentais, é decifrado na Revelação, é aplicado e feito próprio na história cultural e religiosa, não sem erros, mas de uma maneira substancialmente válida, a desenvolver e purificar sempre de novo. Deste modo, em tal "concerto" por assim dizer entre criação decifrada na Revelação, concretizada na história cultural que sempre progride e na qual nós encontramos cada vez mais a linguagem de Deus, apresentam-se também as indicações para uma educação que não é imposição, mas realmente abertura do "eu" ao "tu", ao "nós" e ao "Tu" de Deus.
Portanto, as dificuldades são enormes: encontrar as fontes, a linguagem das fontes mas, embora conscientes do peso destas dificuldades, não podemos ceder à desconfiança nem à resignação. Educar nunca foi fácil, mas não devemos render-nos: não cumpriríamos o mandato que o próprio Senhor nos confiou, chamando-nos a apascentar o seu rebanho com amor. Pelo contrário, despertemos nas nossas comunidades aquela paixão educativa, que é uma paixão do "eu" pelo "tu", pelo "nós", por Deus, e que não se resolve numa didáctica, num conjunto de técnicas e nem sequer na transmissão de princípios áridos. Educar é formar as novas gerações, para que saibam entrar em relacionamento com o mundo, fortalecidos por uma memória significativa que não é apenas ocasional, mas corroborada pela linguagem de Deus, que encontramos na natureza e na Revelação, de um património interior compartilhado, da verdadeira sabedoria que, enquanto reconhece o fim transcendente da vida, orienta o pensamento, os afectos e o juízo.
Os jovens têm sede no seu coração, e esta sede é uma exigência de significado e de relacionamentos humanos autênticos, que ajudem a não se sentir abandonados perante os desafios da vida. Trata-se do desejo de um futuro, tornado menos incerto por uma companhia segura e confiável, que se aproxima de cada um com delicadeza e respeito, propondo valores sólidos a partir dos quais crescer rumo a metas elevadas, mas alcançáveis. A nossa resposta é o anúncio do Deus amigo do homem, que em Jesus se fez próximo de cada um. A transmissão da fé faz parte irrenunciável da formação integral da pessoa, porque em Jesus Cristo se realiza o programa de uma vida bem sucedida: como ensina o Concílio Vaticano II, "aquele que segue Cristo, o Homem perfeito, torna-se também ele mais homem" (Gaudium et spes, 41). O encontro pessoal com Jesus é a chave para intuir a relevância de Deus na existência quotidiana, o segredo para a viver na caridade fraterna, que é a condição para se erguer sempre das quedas e para caminhar rumo à conversão constante.
A tarefa educativa, que assumistes como prioritária, valoriza sinais e tradições, das quais a Itália é muito rica. Ela tem necessidade de lugares credíveis: em primeiro lugar a família, com o seu papel peculiar e irrenunciável; a escola, horizonte comum para além das opções ideológicas, a paróquia, "chafariz da aldeia", lugar e experiência que introduz a fé no tecido dos relacionamentos quotidianos. Em cada um destes âmbitos, permanece decisiva a qualidade do testemunho, caminho privilegiado da missão eclesial. Com efeito, o acolhimento da proposta cristã passa através dos relacionamentos de proximidade, lealdade e confiança. Numa época em que a grande tradição do passado corre o risco de permanecer letra morta, somos chamados a aproximar-nos de cada um com disponibilidade sempre nova, acompanhando-o ao longo do caminho de descoberta e assimilação pessoal da verdade. E agindo assim, também nós podemos redescobrir de modo novo as realidades fundamentais.
A vontade de promover uma renovada estação de evangelização não esconde as feridas que têm marcado a comunidade eclesial, devido à debilidade e ao pecado de alguns dos seus membros. Porém, esta admissão humilde e dolorosa não deve fazer esquecer o serviço gratuito e apaixonado de numerosos fiéis, a começar pelos sacerdotes. O Ano especial que lhes foi dedicado quis constituir uma oportunidade para promover a sua renovação interior, como condição para um compromisso evangélico e ministerial mais incisivo. Ao mesmo tempo, ajuda-nos também a reconhecer o testemunho de santidade de quantos a exemplo do Cura d'Ars se prodigalizam sem reservas para educar na esperança, na fé e na caridade. Nesta luz, aquilo que é motivo de escândalo deve traduzir-se para nós em exortação a uma "profunda necessidade de reaprender a penitência, de aceitar a purificação e de aprender por um lado o perdão, mas também a necessidade da justiça" (Bento XVI, Entrevista aos jornalistas durante o voo rumo a Portugal, 11 de Maio de 2010).
Caros Irmãos, encorajo-vos a percorrer sem hesitações o caminho do compromisso educativo. O Espírito Santo vos ajude a nunca perder a confiança nos jovens, vos incentive a ir ao seu encontro, vos leve a frequentar os seus ambientes de vida, inclusive aquele constituído pelas novas tecnologias de comunicação, que já permeiam a cultura em todas as suas expressões. Não se trata de adaptar o Evangelho ao mundo, mas de haurir do Evangelho aquela novidade perene, que permite encontrar em todas as épocas as formas adequadas para anunciar a Palavra que não passa, fecundando e servindo a existência humana. Por conseguinte, voltemos a propor aos jovens a medida alta e transcendente da vida, entendida como vocação: chamados à vida consagrada, ao sacerdócio e ao matrimónio, que eles saibam responder com generosidade ao apelo do Senhor, porque somente assim poderão compreender aquilo que é essencial para cada um. A fronteira educativa constitui o lugar para uma ampla convergência de intenções: efectivamente, a formação das novas gerações não pode deixar de estar a peito de todos os homens de boa vontade, interpelando a capacidade da sociedade inteira de assegurar referências confiáveis para o desenvolvimento harmonioso das pessoas.
Também na Itália, a época presente está caracterizada por uma incerteza acerca dos valores, evidente na dificuldade com que muitos adultos conseguem cumprir os compromissos assumidos: isto é sinal de uma crise cultural e espiritual, tão grave quanto a económica. Seria ilusório gostaria de salientá-lo pensar em contrastar uma, ignorando a outra. Por este motivo, enquanto renovo o apelo aos responsáveis do Estado e aos empresários, a fazerem quanto estiver ao seu alcance das suas possibilidades para debelar os efeitos da crise de emprego, exorto todos a reflectirem sobre os pressupostos de uma vida recta e significativa, os quais fundamentam a única autoridade que educa e volta às verdadeiras nascentes dos valores. Com efeito, a Igreja tem a peito o bem comum, que nos compromete a partilhar recursos económicos e intelectuais, morais e espirituais, aprendendo a enfrentar em conjunto, num contexto de reciprocidade, os problemas e os desafios do país. Esta perspectiva, amplamente desenvolvida no vosso recente documento sobre Igreja e Sul, será ulteriormente aprofundada na próxima Semana social dos católicos italianos, prevista para o mês de Outubro em Régio da Calábria onde, juntamente com as melhores forças leigas católicas, vos comprometereis em definir uma agenda de esperança para a Itália, para que "as exigências da justiça se tornem compreensíveis e politicamente realizáveis" (Encíclica Deus caritas est, 28). Prezados coirmãos, o vosso ministério e a vivacidade das comunidades diocesanas por vós guiadas são a melhor garantia de que a Igreja continuará a oferecer responsavelmente a sua contribuição para a prosperidade social e moral da Itália.
Chamado pela graça a ser Pastor da Igreja universal e da esplêndida Cidade de Roma, trago constantemente comigo as vossas preocupações e as vossas expectativas, que nos dias passados depositei com aquelas da humanidade inteira aos pés de Nossa Senhora de Fátima. Dirijamos-lhe a nossa oração: "Virgem Mãe de Deus e nossa caríssima Mãe, que a vossa presença faça reflorescer o deserto das nossas solidões e brilhar o sol sobre as nossas trevas, faça voltar a calma depois da tempestade, para que todo o homem veja a salvação do Senhor, que tem o nome e o rosto de Jesus, reflectida nos nossos corações, para sempre unidos ao vosso. Assim seja!" (Fátima, 12 de Maio de 2010).
Agradeço-vos e abençoo-vos de coração.
(© L'Osservatore Romano - 5 de junho de 2010)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 6 de junho de 2010
A síntese do ‘Instrumentum laboris’ do Sínodo para o Médio Oriente
O instrumentum laboris do sínodo para o Médio Oriente, isto é o documento de trabalho da assembleia sinodal é publicado em 4 línguas : árabe, francês, inglês e italiano. Bento XVI entregou-o este Domingo aos representantes do episcopado do Médio Oriente, no final da Missa celebrada no Palácio dos Desportos Eleftherìa de Nicósia.
A assembleia sinodal terá lugar no Vaticano de 10 a 24 de Outubro sobre o tema: a Igreja Católica no Médio Oriente, comunhão e testemunho. "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma" (Act 4, 32)
O documento, de cerca de 40 paginas foi realizado com a colaboração das numerosas respostas ao questionário dos lineamenta, enviadas pelos sínodos dos bispos da Igrejas Orientais sui iuris, pelas conferencias episcopais, pelos dicastérios da Cúria Romana, pela União dos Superiores Gerais e por tantas pessoas singularmente e por grupos eclesiais.
Na introdução, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o arcebispo Nikola Eterovic sublinha que a situação actual no Médio Oriente é em muitos aspectos pouco diferente daquela vivida pela primitiva comunidade cristã na terra Santa, “ no meio de dificuldades e perseguições.”Os primeiros cristãos agiam em situações bastante adversas. Encontravam a oposição e a inimizade dos poderes religiosos do próprio povo, a sua pátria encontrava-se ocupada, inserida no interior do poderoso império romano. Não obstante esta situação proclamavam na íntegra a Palavra de Deus, inclusive o amor pelos inimigos, chegando a testemunhar com o martírio a fidelidade ao Senhor da vida”.
Na introdução recorda-se que Bento XVI quis anunciar pessoalmente tal acontecimento a 19 de Setembro de 2009, acolhendo assim o pedido de numerosos irmãos no episcopado que perante a actual delicada situação eclesial e social tinham proposto a convocação de uma assembleia sinodal. Dois os objectivos principais do Sínodo: antes de mais confirmar e reforçar os cristãos na sua identidade mediante a Palavra de Deus e os Sacramentos; em segundo lugar reavivar a comunhão eclesial entre as Igrejas sui iuris, para que possam dar um testemunho de vida cristã autêntica, alegre e atraente. Sublinhados com força também o empenho ecuménico e o diálogo com judeus e muçulmanos para o bem de toda a sociedade e para que a religião, sobretudo de todos aqueles que professam um único Deus se torne cada vez mais motivo de paz. O Sínodo deseja fornecer aos cristãos as razões da sua presença numa sociedade prevalentemente muçulmana, seja ela árabe, turca, iraniana ou judaica no estado de Israel. A reflexão é guiada pela Sagrada Escritura.
O primeiro capitulo fala da Igreja católica no Médio Oriente, recordando que todas igrejas do mundo remontam á Igreja de Jerusalém. Afirma-se que as divisões entre os cristãos (Concílios de Éfeso e de Calcedónia no século V, e separação de Roma e Constantinopla no século XI) foram devidas sobretudo a motivos políticos e culturais. Contudo o Espírito opera nas Igrejas para as aproximar e fazer cair os obstáculos á unidade visível desejada por Cristo.
No Médio Oriente a única Igreja Católica está presente em várias Tradições, em várias Igrejas Orientais Católicas sui iuris Além da Igreja de tradição latina existem 6 Igrejas patriarcais cada uma com o seu rico património espiritual, teológico e litúrgico. Estas tradições são, ao mesmo tempo, uma riqueza para a Igreja universal. Recorda-se que as Igrejas do Médio Oriente são de origem apostólica e que seria uma perda para a Igreja universal se o Cristianismo se enfraquece-se ou desaparecesse precisamente ali onde nasceu. Existe portanto a grave responsabilidade de manter a fé cristã nestas terras santas. Os católicos são chamados a promover o conceito de laicidade positiva do Estado para aliviar o carácter teocrático do governo, e permitir maior igualdade entre os cidadãos de religiões diferentes favorecendo assim a promoção de uma democracia sã, positivamente laica, que reconheça plenamente o papel da religião, e também na vida pública, no pleno respeito da distinção entre a ordem religiosa e temporal.
O documento sublinha que os conflitos regionais tornam ainda mais frágil a situações dos cristãos, que se encontram entre as vitimas principais da guerra no Iraque. Ainda hoje a politica mundial não os tem na devida conta. No Líbano os cristãos estão divididos no plano politico e confessional. No Egipto, o crescimento do Islão politico, dum lado e o desempenho, em parte forçado, dos cristãos em relação á sociedade civil expõem as suas vidas a serias dificuldades. Noutros países, o autoritarismo, isto é a ditadura, leva a população, inclusive os cristãos, a suportar tudo em silencio para salvar o essencial. Na Turquia, o conceito actual de laicidade cria ainda problemas á plena liberdade religiosa no País. Os cristãos são exortados a não descurar os seus empenhos na sociedade não obstante as tentações do desalento. No Oriente – salienta o documento de trabalho do próximo sínodo – liberdade de religião geralmente quer dizer liberdade de culto, portanto não liberdade de consciência, isto é a liberdade de acreditar ou não acreditar, de praticar uma religião sozinhos ou em público sem nenhum impedimento, e portanto liberdade de mudar de religião. No Oriente, a religião é em geral uma opção social e até mesmo nacional, não individual. Mudar de religião é considerado uma traição em relação á sociedade, à cultura e á Nação construída principalmente sobre uma tradição religiosa. Por isso a conversão á fé cristã é vista como fruto de um proselitismo interessado não de uma convicção religiosa autentica. Para os muçulmanos, ela é muitas vezes proibida pelas leis do estado.
O Segundo capitulo é dedicado á comunhão eclesial. O documento salienta que os fiéis do Médio Oriente estão conscientes do facto de que a comunhão cristã tem como fundamento o modelo da vida divina no Mistério da Santíssima Trindade. Deus é amor e as relações entre as pessoas divinas são relações de amor. Assim é necessário que no seio de cada Igreja, cada um dos seus membros viva a mesma comunhão da Santíssima Trindade. A vida da Igreja e das Igrejas do Oriente deve ser comunhão de vida no amor.
Para promover a unidade na diversidade é necessário superar o confessionalismo naquilo que pode ter de limitado ou exagerado, encorajar o espírito de cooperação entre as várias comunidades, coordenar a actividade pastoral e estimular a emulação espiritual e não a rivalidade.
Os cristãos são convidados a sentirem-se membros da Igreja Católica no Médio Oriente e não apenas membros de uma Igreja particular. Os ministros de Cristo e os consagrados são chamados a serem modelo e exemplo para os outros…….muitos fiéis por seu lado desejam uma maior simplicidade de vida, um desapego real em relação ao dinheiro e ás comodidades do mundo, uma pratica edificante da castidade e uma pureza de costumes transparente.
O Sínodo deve encorajar os fiéis a assumirem mais o seu papel de baptizados promovendo iniciativas pastorais, especialmente pelo que diz respeito ao empenho social, em comunhão com os pastores da Igreja.
O Terceiro capítulo enfrenta o tema do testemunho cristão. Reafirma-se antes de mais a importância da catequese para conhecer e transmitir a fé eliminando a distância entre a verdade que se crê e a viva vivida. Pelo que diz respeito á liturgia o documento salienta os votos de muitos de que se faça um esforço de renovação, que embora permaneça profundamente arreigado na tradição, tenha na devida conta a sensibilidade moderna e as necessidades espirituais e pastorais actuais.
Reafirma-se a urgência do ecumenismo superando preconceitos e desconfianças através do diálogo e da colaboração. São passadas em resenha as relações com o judaísmo que encontram no Concilio Vaticano II um ponto de referência fundamental. O diálogo com os hebreus é definido essencial, embora não seja fácil, ressentindo o conflito entre Israel e palestinianos. A Santa Sé deseja que os dois povos possam viver em paz numa pátria que seja deles, no interior de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas. Reafirma-se a firme condenação do anti-semitismo sublinhando que as actuais atitudes negativas entre povos árabes e o povo judaico parecem ser sobretudo de carácter politico e portanto estranhos a qualquer discurso eclesial. Os cristãos são chamados s levar um espírito de reconciliação ao meio da realidade religiosa e política.
Também as relações da Igreja Católica com os muçulmanos têm fundamento no Concilio Vaticano II. São reafirmadas as palavras de Bento XVI:”o diálogo interreligioso e intercultural entre cristãos e muçulmanos não pode reduzir-se a uma opção ocasional. Ele é de facto uma necessidade vital, da qual depende em grande parte o nosso futuro. Salienta-se que é importante, por um lado manter diálogos bilaterais – com os judeus e com o Islão – e depois também o diálogo trilateral. As relações entre cristãos e muçulmanos são, não poucas vezes difíceis - salienta o documento de trabalho do Sínodo – sobretudo pelo facto de os muçulmanos não fazerem distinção entre religião e politica, facto que coloca os cristãos na situação delicada de não-cidadãos, quando eles são cidadãos destes países já muito antes da chegada do Islão.
A chave do sucesso da coexistência entre cristãos e muçulmanos depende do reconhecimento da liberdade religiosa e dos direitos do homem”…. Os cristãos são chamados a não se isolarem em ghetos, em atitudes defensivas, fechando-se em si mesmos, Muitos fiéis insistem no facto de que cristãos e muçulmanos são chamados a trabalhar juntos para promoverem a justiça social, a paz e a liberdade, e defender os direitos humanos e os valores da vida e da família .
Na situação conflitual da região os cristãos são exortados a promover a pedagogia da paz: trata-se de uma via realística embora corra o risco de ser recusada pela maioria.
O documento de trabalho do sínodo analisa também o forte impacto da modernidade que ao muçulmanos crente se apresenta com um rosto ateu e imoral. Ele vive-a como uma invasão cultural que o ameaça, perturbando o seu sistema de valores. A modernidade é contudo também luta pela justiça e a igualdade, defesa dos direitos.
O documento enfrenta depois o tema da evangelização numa sociedade muçulmana que pode verificar-se apenas através do testemunho; mas pede-se que ela seja garantida também por oportunas intervenções externas.
De qualquer maneira, a actividade caritativa das comunidades católicas em relação aos mais pobres e excluídos, sem descriminação, representa a maneira mais evidente, da difusão do ensinamento cristão. Tais serviços muitas vezes são assegurados apenas pelas instituições eclesiais.
Na conclusão, o documento de trabalho do próximo sínodo dos bispos sobre o Médio Oriente põe em realce a preocupação pelas dificuldades do momento presente, mas ao mesmo tempo a esperança fundada na fé cristã.
A história – lê-se – fez com que nos tornássemos um pequeno rebanho. Mas nós, com a nossa conduta, podemos voltar a ser uma presença que conta. Desde há decénios a não resolução do conflito, o não respeito do direito internacional e dos direitos humanos, e egoísmo das grandes potencias desestabilizaram o equilíbrio da região e impuseram ás populações uma violência que corre o risco de as lançar no desespero.
A consequência de tudo isto é a emigração, especialmente dos cristãos. Perante este desafio e sustentado pela comunidade cristã universal, o cristão do Médio Oriente é chamado a aceitar a própria vocação, ao serviço da sociedade. O convite aos crentes é que sejam testemunhas conscientes de que testemunhar a verdade pode levar a ser perseguidos.
Aos cristãos do Médio Oriente – conclui o documento de trabalho do Sínodo – pode-se repetir ainda hoje: “ não temeis, pequeno rebanho, tu tens uma missão, de ti dependerá o crescimento do teu País e a vitalidade da tua Igreja, e isto acontecerá somente com a paz, a justiça e a igualdade de todos os cidadãos”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
A assembleia sinodal terá lugar no Vaticano de 10 a 24 de Outubro sobre o tema: a Igreja Católica no Médio Oriente, comunhão e testemunho. "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma" (Act 4, 32)
O documento, de cerca de 40 paginas foi realizado com a colaboração das numerosas respostas ao questionário dos lineamenta, enviadas pelos sínodos dos bispos da Igrejas Orientais sui iuris, pelas conferencias episcopais, pelos dicastérios da Cúria Romana, pela União dos Superiores Gerais e por tantas pessoas singularmente e por grupos eclesiais.
Na introdução, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o arcebispo Nikola Eterovic sublinha que a situação actual no Médio Oriente é em muitos aspectos pouco diferente daquela vivida pela primitiva comunidade cristã na terra Santa, “ no meio de dificuldades e perseguições.”Os primeiros cristãos agiam em situações bastante adversas. Encontravam a oposição e a inimizade dos poderes religiosos do próprio povo, a sua pátria encontrava-se ocupada, inserida no interior do poderoso império romano. Não obstante esta situação proclamavam na íntegra a Palavra de Deus, inclusive o amor pelos inimigos, chegando a testemunhar com o martírio a fidelidade ao Senhor da vida”.
Na introdução recorda-se que Bento XVI quis anunciar pessoalmente tal acontecimento a 19 de Setembro de 2009, acolhendo assim o pedido de numerosos irmãos no episcopado que perante a actual delicada situação eclesial e social tinham proposto a convocação de uma assembleia sinodal. Dois os objectivos principais do Sínodo: antes de mais confirmar e reforçar os cristãos na sua identidade mediante a Palavra de Deus e os Sacramentos; em segundo lugar reavivar a comunhão eclesial entre as Igrejas sui iuris, para que possam dar um testemunho de vida cristã autêntica, alegre e atraente. Sublinhados com força também o empenho ecuménico e o diálogo com judeus e muçulmanos para o bem de toda a sociedade e para que a religião, sobretudo de todos aqueles que professam um único Deus se torne cada vez mais motivo de paz. O Sínodo deseja fornecer aos cristãos as razões da sua presença numa sociedade prevalentemente muçulmana, seja ela árabe, turca, iraniana ou judaica no estado de Israel. A reflexão é guiada pela Sagrada Escritura.
O primeiro capitulo fala da Igreja católica no Médio Oriente, recordando que todas igrejas do mundo remontam á Igreja de Jerusalém. Afirma-se que as divisões entre os cristãos (Concílios de Éfeso e de Calcedónia no século V, e separação de Roma e Constantinopla no século XI) foram devidas sobretudo a motivos políticos e culturais. Contudo o Espírito opera nas Igrejas para as aproximar e fazer cair os obstáculos á unidade visível desejada por Cristo.
No Médio Oriente a única Igreja Católica está presente em várias Tradições, em várias Igrejas Orientais Católicas sui iuris Além da Igreja de tradição latina existem 6 Igrejas patriarcais cada uma com o seu rico património espiritual, teológico e litúrgico. Estas tradições são, ao mesmo tempo, uma riqueza para a Igreja universal. Recorda-se que as Igrejas do Médio Oriente são de origem apostólica e que seria uma perda para a Igreja universal se o Cristianismo se enfraquece-se ou desaparecesse precisamente ali onde nasceu. Existe portanto a grave responsabilidade de manter a fé cristã nestas terras santas. Os católicos são chamados a promover o conceito de laicidade positiva do Estado para aliviar o carácter teocrático do governo, e permitir maior igualdade entre os cidadãos de religiões diferentes favorecendo assim a promoção de uma democracia sã, positivamente laica, que reconheça plenamente o papel da religião, e também na vida pública, no pleno respeito da distinção entre a ordem religiosa e temporal.
O documento sublinha que os conflitos regionais tornam ainda mais frágil a situações dos cristãos, que se encontram entre as vitimas principais da guerra no Iraque. Ainda hoje a politica mundial não os tem na devida conta. No Líbano os cristãos estão divididos no plano politico e confessional. No Egipto, o crescimento do Islão politico, dum lado e o desempenho, em parte forçado, dos cristãos em relação á sociedade civil expõem as suas vidas a serias dificuldades. Noutros países, o autoritarismo, isto é a ditadura, leva a população, inclusive os cristãos, a suportar tudo em silencio para salvar o essencial. Na Turquia, o conceito actual de laicidade cria ainda problemas á plena liberdade religiosa no País. Os cristãos são exortados a não descurar os seus empenhos na sociedade não obstante as tentações do desalento. No Oriente – salienta o documento de trabalho do próximo sínodo – liberdade de religião geralmente quer dizer liberdade de culto, portanto não liberdade de consciência, isto é a liberdade de acreditar ou não acreditar, de praticar uma religião sozinhos ou em público sem nenhum impedimento, e portanto liberdade de mudar de religião. No Oriente, a religião é em geral uma opção social e até mesmo nacional, não individual. Mudar de religião é considerado uma traição em relação á sociedade, à cultura e á Nação construída principalmente sobre uma tradição religiosa. Por isso a conversão á fé cristã é vista como fruto de um proselitismo interessado não de uma convicção religiosa autentica. Para os muçulmanos, ela é muitas vezes proibida pelas leis do estado.
O Segundo capitulo é dedicado á comunhão eclesial. O documento salienta que os fiéis do Médio Oriente estão conscientes do facto de que a comunhão cristã tem como fundamento o modelo da vida divina no Mistério da Santíssima Trindade. Deus é amor e as relações entre as pessoas divinas são relações de amor. Assim é necessário que no seio de cada Igreja, cada um dos seus membros viva a mesma comunhão da Santíssima Trindade. A vida da Igreja e das Igrejas do Oriente deve ser comunhão de vida no amor.
Para promover a unidade na diversidade é necessário superar o confessionalismo naquilo que pode ter de limitado ou exagerado, encorajar o espírito de cooperação entre as várias comunidades, coordenar a actividade pastoral e estimular a emulação espiritual e não a rivalidade.
Os cristãos são convidados a sentirem-se membros da Igreja Católica no Médio Oriente e não apenas membros de uma Igreja particular. Os ministros de Cristo e os consagrados são chamados a serem modelo e exemplo para os outros…….muitos fiéis por seu lado desejam uma maior simplicidade de vida, um desapego real em relação ao dinheiro e ás comodidades do mundo, uma pratica edificante da castidade e uma pureza de costumes transparente.
O Sínodo deve encorajar os fiéis a assumirem mais o seu papel de baptizados promovendo iniciativas pastorais, especialmente pelo que diz respeito ao empenho social, em comunhão com os pastores da Igreja.
O Terceiro capítulo enfrenta o tema do testemunho cristão. Reafirma-se antes de mais a importância da catequese para conhecer e transmitir a fé eliminando a distância entre a verdade que se crê e a viva vivida. Pelo que diz respeito á liturgia o documento salienta os votos de muitos de que se faça um esforço de renovação, que embora permaneça profundamente arreigado na tradição, tenha na devida conta a sensibilidade moderna e as necessidades espirituais e pastorais actuais.
Reafirma-se a urgência do ecumenismo superando preconceitos e desconfianças através do diálogo e da colaboração. São passadas em resenha as relações com o judaísmo que encontram no Concilio Vaticano II um ponto de referência fundamental. O diálogo com os hebreus é definido essencial, embora não seja fácil, ressentindo o conflito entre Israel e palestinianos. A Santa Sé deseja que os dois povos possam viver em paz numa pátria que seja deles, no interior de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas. Reafirma-se a firme condenação do anti-semitismo sublinhando que as actuais atitudes negativas entre povos árabes e o povo judaico parecem ser sobretudo de carácter politico e portanto estranhos a qualquer discurso eclesial. Os cristãos são chamados s levar um espírito de reconciliação ao meio da realidade religiosa e política.
Também as relações da Igreja Católica com os muçulmanos têm fundamento no Concilio Vaticano II. São reafirmadas as palavras de Bento XVI:”o diálogo interreligioso e intercultural entre cristãos e muçulmanos não pode reduzir-se a uma opção ocasional. Ele é de facto uma necessidade vital, da qual depende em grande parte o nosso futuro. Salienta-se que é importante, por um lado manter diálogos bilaterais – com os judeus e com o Islão – e depois também o diálogo trilateral. As relações entre cristãos e muçulmanos são, não poucas vezes difíceis - salienta o documento de trabalho do Sínodo – sobretudo pelo facto de os muçulmanos não fazerem distinção entre religião e politica, facto que coloca os cristãos na situação delicada de não-cidadãos, quando eles são cidadãos destes países já muito antes da chegada do Islão.
A chave do sucesso da coexistência entre cristãos e muçulmanos depende do reconhecimento da liberdade religiosa e dos direitos do homem”…. Os cristãos são chamados a não se isolarem em ghetos, em atitudes defensivas, fechando-se em si mesmos, Muitos fiéis insistem no facto de que cristãos e muçulmanos são chamados a trabalhar juntos para promoverem a justiça social, a paz e a liberdade, e defender os direitos humanos e os valores da vida e da família .
Na situação conflitual da região os cristãos são exortados a promover a pedagogia da paz: trata-se de uma via realística embora corra o risco de ser recusada pela maioria.
O documento de trabalho do sínodo analisa também o forte impacto da modernidade que ao muçulmanos crente se apresenta com um rosto ateu e imoral. Ele vive-a como uma invasão cultural que o ameaça, perturbando o seu sistema de valores. A modernidade é contudo também luta pela justiça e a igualdade, defesa dos direitos.
O documento enfrenta depois o tema da evangelização numa sociedade muçulmana que pode verificar-se apenas através do testemunho; mas pede-se que ela seja garantida também por oportunas intervenções externas.
De qualquer maneira, a actividade caritativa das comunidades católicas em relação aos mais pobres e excluídos, sem descriminação, representa a maneira mais evidente, da difusão do ensinamento cristão. Tais serviços muitas vezes são assegurados apenas pelas instituições eclesiais.
Na conclusão, o documento de trabalho do próximo sínodo dos bispos sobre o Médio Oriente põe em realce a preocupação pelas dificuldades do momento presente, mas ao mesmo tempo a esperança fundada na fé cristã.
A história – lê-se – fez com que nos tornássemos um pequeno rebanho. Mas nós, com a nossa conduta, podemos voltar a ser uma presença que conta. Desde há decénios a não resolução do conflito, o não respeito do direito internacional e dos direitos humanos, e egoísmo das grandes potencias desestabilizaram o equilíbrio da região e impuseram ás populações uma violência que corre o risco de as lançar no desespero.
A consequência de tudo isto é a emigração, especialmente dos cristãos. Perante este desafio e sustentado pela comunidade cristã universal, o cristão do Médio Oriente é chamado a aceitar a própria vocação, ao serviço da sociedade. O convite aos crentes é que sejam testemunhas conscientes de que testemunhar a verdade pode levar a ser perseguidos.
Aos cristãos do Médio Oriente – conclui o documento de trabalho do Sínodo – pode-se repetir ainda hoje: “ não temeis, pequeno rebanho, tu tens uma missão, de ti dependerá o crescimento do teu País e a vitalidade da tua Igreja, e isto acontecerá somente com a paz, a justiça e a igualdade de todos os cidadãos”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
O Papa entregou o 'Instrumentum laboris' do próximo Sínodo dos Bispos
Antes de concluir a celebração eucarística, numa alocução pronunciada antes da entrega do “Instrumentum Laboris”, Bento XVI começou por evocar “a inesperada e trágica morte” de D. Luigi Padovese, que, como Presidente dos Bispos Católicos da Turquia, deu a sua colaboração à preparação deste documento.
“Confio a sua alma à misericórdia de Deus todo-poderoso, recordando o contributo que, especialmente como bispo, desenvolveu a bem da compreensão cultural e inter-religiosa, e para o diálogo entre as Igrejas. A sua morte recorda a vocação - de todos os cristãos – de serem, em todas as circunstâncias, testemunhas corajosas de tudo o que é bom, nobre e justo”.
Referindo-se então à Assembleia Especial para o Médio Oriente, do Sínodo dos Bispos, Bento XVI observou que se tentará assim “aprofundar os elos de comunhão entre os membros das Igrejas locais, assim como a comunhão dessas mesmas Igrejas entre si e com a Igreja universal”. Em todo o caso, esta assembleia sinodal há-de suscitar a atenção de toda a Igreja universal:
“A Assembleia Especial é uma oportunidade para os Cristãos do resto do mundo oferecerem um apoio espiritual e uma solidariedade aos seus irmãos e irmãs do Médio Oriente. É uma ocasião para pôr em destaque o importante valor da presença e do testemunho cristão nos países da Bíblia, não só para a comunidade cristã à escala mundial, mas igualmente para os vossos vizinhos e concidadãos”.
A concluir, Bento XVI exprimiu ainda a esperança e os votos de que com o empenho de toda a comunidade internacional se possam encontrar vias de solução estável para os conflitos que dilaceram o Médio Oriente, em especial a Terra Santa:
“Rezo para que o trabalho da Assembleia Especial ajude a centrar a atenção da comunidade internacional na difícil situação daqueles cristãos do Médio Oriente que sofrem por causa da sua fé, de tal modo que se encontrem soluções duradouras para os conflitos que causam um tão grande sofrimento. Nesta grave questão, renovo o meu apelo pessoal para um esforço internacional concertado para resolver as persistentes tensões no Médio Oriente, especialmente na Terra Santa, evitando que esses conflitos provoquem mais derramamento de sangue”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
“Confio a sua alma à misericórdia de Deus todo-poderoso, recordando o contributo que, especialmente como bispo, desenvolveu a bem da compreensão cultural e inter-religiosa, e para o diálogo entre as Igrejas. A sua morte recorda a vocação - de todos os cristãos – de serem, em todas as circunstâncias, testemunhas corajosas de tudo o que é bom, nobre e justo”.
Referindo-se então à Assembleia Especial para o Médio Oriente, do Sínodo dos Bispos, Bento XVI observou que se tentará assim “aprofundar os elos de comunhão entre os membros das Igrejas locais, assim como a comunhão dessas mesmas Igrejas entre si e com a Igreja universal”. Em todo o caso, esta assembleia sinodal há-de suscitar a atenção de toda a Igreja universal:
“A Assembleia Especial é uma oportunidade para os Cristãos do resto do mundo oferecerem um apoio espiritual e uma solidariedade aos seus irmãos e irmãs do Médio Oriente. É uma ocasião para pôr em destaque o importante valor da presença e do testemunho cristão nos países da Bíblia, não só para a comunidade cristã à escala mundial, mas igualmente para os vossos vizinhos e concidadãos”.
A concluir, Bento XVI exprimiu ainda a esperança e os votos de que com o empenho de toda a comunidade internacional se possam encontrar vias de solução estável para os conflitos que dilaceram o Médio Oriente, em especial a Terra Santa:
“Rezo para que o trabalho da Assembleia Especial ajude a centrar a atenção da comunidade internacional na difícil situação daqueles cristãos do Médio Oriente que sofrem por causa da sua fé, de tal modo que se encontrem soluções duradouras para os conflitos que causam um tão grande sofrimento. Nesta grave questão, renovo o meu apelo pessoal para um esforço internacional concertado para resolver as persistentes tensões no Médio Oriente, especialmente na Terra Santa, evitando que esses conflitos provoquem mais derramamento de sangue”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
“Estamos chamados a superar as nossas diferenças, a levar a paz e a reconciliação aonde existe o conflito, oferecer ao mundo uma mensagem de esperança
No terceiro e ultimo dia da sua viagem apostólica a Chipre, e por ocasião da publicação do documento de trabalho da assembleia especial do sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, Bento XVI celebrou a Missa no Palácio dos Desportos Eleftheria, em Nicósia, capital do país.
Na homilia – da solenidade do Corpo de Deus – Bento XVI insistiu na necessidade de superar posições individualistas, deixando que Cristo cresça de facto em nós, levando-nos a viver em unidade.
“Cada um de nós, que pertencemos à Igreja, tem necessidade de sair do mundo fechado da sua individualidade e de aceitar a companhia dos outros, que connosco partilham o pão. Já não devemos pensar em termos de eu mas sim de nós. É por isso que todos os dias rezamos ao Pai nosso, pedindo o nosso pão quotidiano. Abater as barreiras entre nós e os nossos vizinhos é o primeiro passo, prévio, para entrar na vida divina a que somos chamados.”
“Nós somos agora o seu corpo – o Corpo de Cristo - na terra” – recordou o Papa, que parafraseando uma célebre expressão atribuída a Teresa de Ávila, acrescentou. “nós somos os olhos com os quais a compaixão de Cristo vê os que estão em necessidade, somos as mãos que Ele eleva para abençoar e para curar, somos os pés de que Ele se serve para fazer o bem, somos os lábios através dos quais o seu Evangelho é proclamado”.
“Estamos chamados a superar as nossas diferenças, a levar a paz e a reconciliação aonde existe o conflito, a oferecer ao mundo uma mensagem de esperança. Somos chamados a abordar os que estão em necessidade, partilhando generosamente os bens da terra com os menos favorecidos de nós. Somos chamados a proclamar incessantemente a morte e ressurreição do Senhor, até que Ele venha!”.
No final da Eucaristia, o Papa pronunciou algumas palavras em polaco, a propósito da beatificação, sábado, de padre Popieluszko:
“Dirijo as minhas cordiais saudações à Igreja que está na Polónia e que se alegra hoje com a elevação à glória dos altares do Padre Jerzy Popieluskp. O seu zeloso ministério e o seu martírio são um sinal eloquente da vitória do bem sobre o mal. Possam o seu exemplo e a sua intercessão alimentar o zelo dos padres e fazer nascer a fé, no amor”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Na homilia – da solenidade do Corpo de Deus – Bento XVI insistiu na necessidade de superar posições individualistas, deixando que Cristo cresça de facto em nós, levando-nos a viver em unidade.
“Cada um de nós, que pertencemos à Igreja, tem necessidade de sair do mundo fechado da sua individualidade e de aceitar a companhia dos outros, que connosco partilham o pão. Já não devemos pensar em termos de eu mas sim de nós. É por isso que todos os dias rezamos ao Pai nosso, pedindo o nosso pão quotidiano. Abater as barreiras entre nós e os nossos vizinhos é o primeiro passo, prévio, para entrar na vida divina a que somos chamados.”
“Nós somos agora o seu corpo – o Corpo de Cristo - na terra” – recordou o Papa, que parafraseando uma célebre expressão atribuída a Teresa de Ávila, acrescentou. “nós somos os olhos com os quais a compaixão de Cristo vê os que estão em necessidade, somos as mãos que Ele eleva para abençoar e para curar, somos os pés de que Ele se serve para fazer o bem, somos os lábios através dos quais o seu Evangelho é proclamado”.
“Estamos chamados a superar as nossas diferenças, a levar a paz e a reconciliação aonde existe o conflito, a oferecer ao mundo uma mensagem de esperança. Somos chamados a abordar os que estão em necessidade, partilhando generosamente os bens da terra com os menos favorecidos de nós. Somos chamados a proclamar incessantemente a morte e ressurreição do Senhor, até que Ele venha!”.
No final da Eucaristia, o Papa pronunciou algumas palavras em polaco, a propósito da beatificação, sábado, de padre Popieluszko:
“Dirijo as minhas cordiais saudações à Igreja que está na Polónia e que se alegra hoje com a elevação à glória dos altares do Padre Jerzy Popieluskp. O seu zeloso ministério e o seu martírio são um sinal eloquente da vitória do bem sobre o mal. Possam o seu exemplo e a sua intercessão alimentar o zelo dos padres e fazer nascer a fé, no amor”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Josemaría nesta data em 1938
Anota: “Segunda-feira, 6 de Junho. a minha oração da manhã a caminho de Las Huelgas: guiado por São José, meti-me, com a luz do Espírito Santo, na Chaga da mão direita do meu Senhor”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Tema para reflexão
Alegria cristã
Alegria não porque o mundo possa preencher todas as nossas aspirações, mas sim ao contrário. Não estamos onde devemos permanecer: estamos em caminho. Tínhamos perdido a direcção e Alguém nos veio buscar e nos levou de volta ao lar paterno. É alegria não porque tudo o que nos sucede esteja bem - não é assim -, mas porque Alguém sabe aproveitá-lo para nosso bem. A alegria cristã é consequência de saber enfrentar-se com o único facto realmente triste da vida, que é o pecado: e de saber contrapô-lo com um facto gozoso ainda mais real e mais forte que o pecado: o amor e a misericórdia de Deus.
(C. BURKE, Autoridad y Libertad en La Iglesia, nr. 223) (citação e trad. AMA)
Agradecimento: António Mexia Alves
Alegria não porque o mundo possa preencher todas as nossas aspirações, mas sim ao contrário. Não estamos onde devemos permanecer: estamos em caminho. Tínhamos perdido a direcção e Alguém nos veio buscar e nos levou de volta ao lar paterno. É alegria não porque tudo o que nos sucede esteja bem - não é assim -, mas porque Alguém sabe aproveitá-lo para nosso bem. A alegria cristã é consequência de saber enfrentar-se com o único facto realmente triste da vida, que é o pecado: e de saber contrapô-lo com um facto gozoso ainda mais real e mais forte que o pecado: o amor e a misericórdia de Deus.
(C. BURKE, Autoridad y Libertad en La Iglesia, nr. 223) (citação e trad. AMA)
Agradecimento: António Mexia Alves
Subscrever:
Mensagens (Atom)