Obrigado, Perdão Ajuda-me
sábado, 21 de março de 2009
O Papa com os jovens angolanos
“Deus é o futuro da humanidade nova”. “A renovação começa por dentro” e implica “dar a vida por amor, morrer por amor”. Como uma semente, que dará o seu fruto. Estas algumas das linhas fundamentais da vibrante alocução que Bento XVI dirigiu aos jovens angolanos congregados neste sábado à tarde no estádio dos Coqueiros, em Luanda. O Papa exortou também à “coragem da aventura”, ousando “tomar decisões definitivas”; sob pena de se “ficar uma eterna criança”.
Bento XVI começou por agradecer aos jovens a sua presença neste encontro, “para encontrar o Sucessor de Pedro” e com ele “proclamar a todos a alegria de acreditar em Jesus Cristo e renovar o compromisso de ser seus discípulos fiéis”.
“Encontrar os jovens faz bem a todos! Talvez tenham tantas dificuldades, mas trazem consigo tanta esperança, tanto entusiasmo e tanta vontade de recomeçar. Jovens amigos, guardais dentro de vós próprios a dinâmica do futuro”.
O Papa lembrou “Deus faz-nos diferentes, faz-nos novos. Tal é a promessa que Ele mesmo nos faz: «Vou renovar todas as coisas». E é verdade! Diz-no-lo o apóstolo São Paulo: «Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo. Tudo isto vem de Deus, que por meio de Jesus Cristo nos reconciliou consigo».”
“O futuro da humanidade nova é Deus; antecipação inicial disso mesmo é a sua Igreja. Quando puderdes, lede com atenção a sua história: dar-vos-eis conta que a Igreja, com o passar dos anos, não envelhece; antes, torna-se cada vez mais jovem, porque caminha ao encontro do Senhor, aproximando-se cada vez mais da única e verdadeira fonte donde brota a juventude, a novidade, a regeneração, a força da vida. / Amigos que me escutais, o futuro é Deus.”
Bento XVI evocou a presença, neste encontro, no estádio dos Coqueiros, de “alguns dos milhares de jovens angolanos mutilados em consequência da guerra e das minas”: “penso nas lágrimas sem conta que muitos de vós verteram pela perda dos familiares, e não é difícil imaginar as nuvens cinzentas que ainda cobrem o céu dos vossos sonhos melhores…” – admitiu o pontífice. Perante estes sofrimentos e perplexidades, que dizer? O Papa cita as palavras de Jesus: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar».
“Jesus não nos deixa sem resposta; diz-nos claramente uma coisa: a renovação começa dentro; sereis dotados de uma força do Alto. A força dinâmica do futuro está dentro de vós.Está dentro… como? Como a vida está dentro de uma semente: assim o explicou Jesus, numa hora crítica do seu ministério.”
O entusiasmo inicial suscitado pelo Evangelho anunciado, os doentes curados e os demónios expulsos, dá lugar a uma nova fase de desânimo e descrença, ao ponto de muitos discípulos abandonarem o Mestre. E todos se interrogavam: Afinal que vale esta mensagem? Foi então que Jesus falou de um semeador que semeia no campo do mundo, explicando que a semente é a sua Palavra:
“E todavia na semente está presente o futuro, porque a semente traz em si o pão de amanhã, a vida de amanhã. A semente parece quase nada, mas é a presença do futuro, é promessa já presente hoje; quando cai em terra boa, frutifica trinta, sessenta e até cem vezes mais.
Meus amigos, vós sois uma semente lançada por Deus à terra, que traz no coração uma força do Alto, a força do Espírito Santo. Mas, para passar da promessa de vida ao fruto, o único caminho possível é dar a vida por amor, é morrer por amor.”
Foi o próprio Jesus que o disse: «Se a semente, caindo na terra, não morrer fica ela só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo perde a sua vida conservá-la-á para a vida eterna».
“Jovens amigos, sementes dotadas com a força do mesmo Espírito eterno, desabrochai ao calor da Eucaristia, onde se realiza o testamento do Senhor: Ele dá-Se a nós, e nós respondemos dando-nos aos outros por amor d’Ele. Tal é o caminho da vida; mas só o podereis percorrer graças a um constante diálogo com o Senhor e um verdadeiro diálogo entre vós.”
Quase a concluir, o Papa encorajou os jovens à coragem de decisões definitivas, superando o medo de se comprometer para uma vida inteira quer no matrimónio quer numa vida de especial consagração. “Quando o jovem não se decide, corre o risco de ficar uma eterna criança!” – advertiu.
“Eu digo-vos: Coragem! Ousai decisões definitivas, porque na verdade são as únicas que não destroem a liberdade, mas lhe criam a justa direcção, possibilitando seguir em frente e alcançar algo de grande na vida. Sem dúvida, a vida só pode valer se tiverdes a coragem da aventura, a confiança de que o Senhor nunca vos deixará sozinhos. Juventude angolana, liberta dentro de ti o Espírito Santo, a força do Alto!”
O Bispo de Ndalatando D. Almeida Kanda, Presidente da Comissão Episcopal da Juventude, começara por saudar o Papa: “Cada jovem angolano é um aliado natural de Cristo”. “Espero de vossa santidade uma palavra orientadora que os confirme na sua vocação”, nesta hora de “reconstrução nacional”, acrescentou.
Depois, iniciou-se um momento cultural que representava o mosaico angolano, com diversas actuações ao som de apitos, tambores, danças cânticos tradicionais.
No final, foi lida a Mensagem dos jovens a Bento XVI, na qual estes afirmaram que "após os escombros da guerra" estão conscientes das dificuldades que "vão contra os valores evangélicos", como a SIDA/AIDS, o aborto ou a droga.
Alguns jovens casados, sacerdotes, religiosos(as) apresentaram-se diante do Papa, a quem oferecem alguns presentes do artesanato local: esculturas do mapa de Angola, da Palanca Negra e do Pensador.
No fim, alguns deles apresentaram o seu testemunho: um jovem padre sobre a história da sua vocação, outro que apresentou a sua recuperação de uma vida marcada pelos vícios, outro que falou do percurso que o levou até ao casamento.
O encontro concluiu-se com uma oração em que Bento XVI refere que “é difícil ser jovem hoje”. O Papa reza a Jesus pelos jovens: “Dá-lhes um coração bom e puro, manso e humilde como o Teu. Purifica os seus pensamentos e desejos, os seus olhares, palavras e acções”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Ainda as distorções em torno do preservativo, importantes declarações de D. António Vitalino – Bispo de Beja
D. António Vitalino, Bispo de Beja, diz na sua nota semanal para a “Rádio Pax” que “muitos responsáveis de governos, sobretudo europeus, incluídos alguns portugueses, resolveram pegar nessa notícia distorcida e incompleta para tecer duras críticas à Igreja e ao Papa, esquecendo toda a obra de evangelização e de promoção cultural, social e sanitária desenvolvida pela Igreja católica e suas instituições, sobretudo nos países pobres onde há liberdade religiosa e se permite às Igrejas desenvolver a sua actividade”.
“Talvez com essas reacções estes responsáveis queiram abafar o pouco que fazem pelo desenvolvimento deste continente, por vezes com métodos de nova colonização, explorando as suas matérias-primas, por um lado, e, por outro, inundando-os de subprodutos industriais e poluentes”, atira.
Segundo D. António Vitalino, “na sua resposta o Papa não disse que era contra o preservativo, mas sim que esta praga não se combate só com slogans publicitários do preservativo, pois é um problema de fundo da educação e da pessoa humana”.
“A humanização da sexualidade, o respeito pela dignidade das pessoas, a fidelidade conjugal, a ajuda aos doentes, a luta contra o comércio sexual e a escravidão da mulher, são remédios muito mais profundos que as técnicas da indústria dos países desenvolvidos, comercializadas e impostas aos pobres do terceiro mundo”, indica o Bispo de Beja.
Esta ideia de que o preservativo pode ser uma espécie de “violência cultural” imposta a uma África que nunca teve mentalidade contraceptiva está presente no pensamento do Papa.
(Fonte: Site Radio Vaticana)
“Talvez com essas reacções estes responsáveis queiram abafar o pouco que fazem pelo desenvolvimento deste continente, por vezes com métodos de nova colonização, explorando as suas matérias-primas, por um lado, e, por outro, inundando-os de subprodutos industriais e poluentes”, atira.
Segundo D. António Vitalino, “na sua resposta o Papa não disse que era contra o preservativo, mas sim que esta praga não se combate só com slogans publicitários do preservativo, pois é um problema de fundo da educação e da pessoa humana”.
“A humanização da sexualidade, o respeito pela dignidade das pessoas, a fidelidade conjugal, a ajuda aos doentes, a luta contra o comércio sexual e a escravidão da mulher, são remédios muito mais profundos que as técnicas da indústria dos países desenvolvidos, comercializadas e impostas aos pobres do terceiro mundo”, indica o Bispo de Beja.
Esta ideia de que o preservativo pode ser uma espécie de “violência cultural” imposta a uma África que nunca teve mentalidade contraceptiva está presente no pensamento do Papa.
(Fonte: Site Radio Vaticana)
Quando o Papa diz seja o que for
Quando o Papa diz seja o que for, a primeira coisa que se perfila é um vasto pelotão de flibusteiros e engraçadinhos que não ouve o que o Papa diz mas comenta o que gostaria que ele tivesse dito. Qualquer cronista avançado e com gosto pela heresia (que é hoje muito fácil e bem remunerada) diz duas alarvidades a jeito.
O mais preocupante é ver a insuspeita quantidade de especialistas em teologia e história eclesial que logo se ergue nas rádios e nos jornais, como se fossem católicos de ir à missa e se importassem muito com os pobres que morrem de sida. O ideal, para estes cavalheiros, seria um Papa que defendesse o aborto, o sexo com animais e a distribuição de preservativos nas escolas. Isso sim, seria moderno, fracturante e capaz de chamar fiéis. Fiéis – não se sabe a quê.
Francisco José Viegas
(Fonte: “Correio da Manhã” em http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=D6FAE7CF-582B-40A3-BF37-84DED5BC9CCB&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093 )
O mais preocupante é ver a insuspeita quantidade de especialistas em teologia e história eclesial que logo se ergue nas rádios e nos jornais, como se fossem católicos de ir à missa e se importassem muito com os pobres que morrem de sida. O ideal, para estes cavalheiros, seria um Papa que defendesse o aborto, o sexo com animais e a distribuição de preservativos nas escolas. Isso sim, seria moderno, fracturante e capaz de chamar fiéis. Fiéis – não se sabe a quê.
Francisco José Viegas
(Fonte: “Correio da Manhã” em http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=D6FAE7CF-582B-40A3-BF37-84DED5BC9CCB&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093 )
Visível e notória campanha contra o Santo Padre… é bom sinal, significa que ele é ouvido e respeitado
Nos últimos meses eu diria que era quase ‘non-stop’ a campanha que visa denegrir e difamar a figura de Bento XVI.
Ninguém esperava que um Pontífice com quase 82 anos, tivesse tamanha capacidade intelectual e de trabalho, que nos confronta quase diariamente com catequeses, seja nas Encíclicas, no Angelus, na Audiência das quartas-feiras, nas homílias, nos discursos, nas mensagens e nas cartas que nos dirige.
Eu diria, que ainda bem que assim é, porque o ataque significa desespero e incapacidade intelectual de o combater ao mesmo nível e então optam pela mentira, manipulação e deturpação.
Pena é, que quem mais obrigação tinha de serenidade e compreensão, leia-se membros do episcopado, muitas vezes estejam na primeira linha da maledicência, pondo-se em bicos dos pés para ocupar espaço naquela comunicação social sempre ávida de atacar o Papa, tendo a preocupação hipócrita de “dar uma o cravo e outra na ferradura”, seria melhor que estivessem calados.
Lá diz o povo, é duro, mas é o que penso e sinto, “os cães ladram e a caravana passa “.
(JPR)
Ninguém esperava que um Pontífice com quase 82 anos, tivesse tamanha capacidade intelectual e de trabalho, que nos confronta quase diariamente com catequeses, seja nas Encíclicas, no Angelus, na Audiência das quartas-feiras, nas homílias, nos discursos, nas mensagens e nas cartas que nos dirige.
Eu diria, que ainda bem que assim é, porque o ataque significa desespero e incapacidade intelectual de o combater ao mesmo nível e então optam pela mentira, manipulação e deturpação.
Pena é, que quem mais obrigação tinha de serenidade e compreensão, leia-se membros do episcopado, muitas vezes estejam na primeira linha da maledicência, pondo-se em bicos dos pés para ocupar espaço naquela comunicação social sempre ávida de atacar o Papa, tendo a preocupação hipócrita de “dar uma o cravo e outra na ferradura”, seria melhor que estivessem calados.
Lá diz o povo, é duro, mas é o que penso e sinto, “os cães ladram e a caravana passa “.
(JPR)
Porta-voz do Vaticano esclarece dúvidas
O Padre Lombardi, em conferência de imprensa, esclareceu algumas dúvidas provocadas, pela imprensa francesa, a propósito das declarações do Papa sobre o aborto.
A notícia saiu dizendo que o Papa condenava o aborto terapêutico, mesmo em situações de risco.
O porta-voz do Vaticano disse hoje que o Papa condena o conceito de saúde reprodutiva como um meio para divulgar o aborto como forma de planeamento familiar.
É contra isso que o Papa se pronunciou, disse o Padre Lombardi. Bento XVI nunca falou no aborto terapêutico, já que a Igreja, nos casos de haver uma situação de grave risco para a mãe aceita o aborto terapêutico.
Esta conferência de imprensa, que incluiu ainda um bispo de língua inglesa e um bispo angolano que, na sua qualidade de antigo secretário para os serviços de informação da Conferência Episcopal de Angola, ajudou a esclarecer uma dúvida que surgiu hoje de manhã no discurso do Papa, na Igreja de São Paulo.
O Papa pediu aos cristãos angolanos para também evangelizar outros seus irmãos que crêem nas feitiçarias, que muitas vezes condenam meninos da rua e até mais velhos, chegando mesmo a matá-los.
Uma questão que está espalhada em algumas tribos no norte de Angola, explicou o Bispo angolano, acrescentando que foram importantes as palavras do Papa para os ajudar a confirmar na fé e a esclarecer que isso é uma crença que só traz sub-desenvolvimento, porque de um modo geral a população acredita facilmente nos espíritos malignos.
ML/Aura Miguel
(Fonte: site RR)
A notícia saiu dizendo que o Papa condenava o aborto terapêutico, mesmo em situações de risco.
O porta-voz do Vaticano disse hoje que o Papa condena o conceito de saúde reprodutiva como um meio para divulgar o aborto como forma de planeamento familiar.
É contra isso que o Papa se pronunciou, disse o Padre Lombardi. Bento XVI nunca falou no aborto terapêutico, já que a Igreja, nos casos de haver uma situação de grave risco para a mãe aceita o aborto terapêutico.
Esta conferência de imprensa, que incluiu ainda um bispo de língua inglesa e um bispo angolano que, na sua qualidade de antigo secretário para os serviços de informação da Conferência Episcopal de Angola, ajudou a esclarecer uma dúvida que surgiu hoje de manhã no discurso do Papa, na Igreja de São Paulo.
O Papa pediu aos cristãos angolanos para também evangelizar outros seus irmãos que crêem nas feitiçarias, que muitas vezes condenam meninos da rua e até mais velhos, chegando mesmo a matá-los.
Uma questão que está espalhada em algumas tribos no norte de Angola, explicou o Bispo angolano, acrescentando que foram importantes as palavras do Papa para os ajudar a confirmar na fé e a esclarecer que isso é uma crença que só traz sub-desenvolvimento, porque de um modo geral a população acredita facilmente nos espíritos malignos.
ML/Aura Miguel
(Fonte: site RR)
O Evangelho de Domingo dia 22 de Março de 2009
São João 3, 14-21
Naquele tempo,
disse Jesus a Nicodemos:
«Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado,
mas quem não acredita já está condenado,
porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus.
E a causa da condenação é esta:
a luz veio ao mundo
e os homens amaram mais as trevas do que a luz,
porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más acções
odeia a luz e não se aproxima dela,
para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz,
para que as suas obras sejam manifestas,
pois são feitas em Deus.
Papa - Homilia da Missa em Luanda na Igreja de São Paulo desta manhã
Na manhã deste Sábado Bento XVI celebra a Santa Missa na igreja de São Paulo, com a participação em particular dos movimentos eclesiais e catequistas. Este o texto integral da homilia dedicada á evangelização: o Santo Padre salientou que para anunciar Cristo é necessário primeiro encontrá-lo, como foi fundamental na vida de Paulo o seu encontro com Jesus.
(Fonte: Radio Vaticana)
Queridos irmãos e irmãs,
Amados trabalhadores da vinha do Senhor!
Amados trabalhadores da vinha do Senhor!
Como ouvimos, os filhos de Israel diziam uns para os outros: «Procuremos conhecer o Senhor». Animavam-se com estas palavras, vendo-se submersos de tribulações. Estas caíram sobre eles – explica o profeta –, porque viviam na ignorância de Deus; o seu coração era pobre de amor. E o único médico capaz de o curar era o Senhor. Mais, foi Ele, como bom médico, que abriu a ferida, para a chaga sarar. E o povo decide-se: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará» (Os 6, 1). Assim puderam encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina, que nada mais deseja senão acolher os miseráveis.Vemo-lo na página do Evangelho proclamada: «Dois homens subiram ao templo para orar»; de lá, um «desceu justificado para sua casa e o outro não» (Lc 18, 10.14).
Este último expusera todos os seus méritos diante de Deus, quase fazendo d’Ele um seu devedor. No fundo, não sentia necessidade de Deus, embora Lhe dê graças porque lhe concedeu ser tão perfeito e «não como este publicano». Mas será precisamente o publicano a descer para casa justificado. Consciente dos seus pecados, que o fazem estar de cabeça baixa – na realidade, porém, todo voltado para o Céu –, tudo espera do Senhor: «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador» (Lc 18, 13). Bate à porta da Misericórdia, que se abre e o justifica, «porque – conclui Jesus – todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado» (Lc 18, 14).
De Deus, rico em Misericórdia, fala-nos por experiência própria São Paulo, patrono da cidade de Luanda e desta magnífica igreja, construída há quase cinquenta anos. Quis assinalar o bimilenário do nascimento de São Paulo com o Jubileu Paulino em curso, para dele aprendermos a conhecer melhor Jesus Cristo. Eis o testemunho que o apóstolo nos deixou: «É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, e eu sou o primeiro deles. Mas, se alcancei misericórdia, foi para que em mim, primeiramente, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência. Eu era um exemplo para os que viriam a acreditar n’Ele, a fim de alcançarem a vida eterna» (1 Tim 1, 15-16). E, com o passar dos séculos, o número de agraciados não parou de aumentar. Tu e eu, somos um deles. Dêmos graças a Deus porque nos chamou a entrar nesta procissão dos tempos para fazer-nos avançar para o futuro. Seguindo aqueles que seguiram Jesus, com eles seguimos o próprio Cristo e assim entramos na Luz.
Amados irmãos e irmãs, é uma grande alegria poder encontrar-me hoje no meio de vós, meus companheiros de jornada na vinha do Senhor; dela cuidais diariamente, preparando o vinho da Misericórdia divina e derramando-o nas feridas do vosso povo tão atribulado. O Senhor Dom Gabriel Mbilingi fez-se intérprete das vossas esperanças e fadigas nas amáveis palavras de boas-vindas que me dirigiu. Com ânimo grato e cheio de esperança, saúdo a todos vós – mulheres e homens dedicados à causa de Jesus Cristo – que aqui vos encontrais e quantos representais: bispos, presbíteros, consagradas e consagrados, seminaristas, catequistas, líderes dos mais variados movimentos e associações desta amada Igreja de Deus. Desejo aqui fazer menção das religiosas contemplativas, presença invisível mas extremamente fecunda para os passos de todos nós. Seja-me permitida enfim uma palavra particular de saudação aos Salesianos e aos fiéis desta paróquia de São Paulo que nos acolhem na sua igreja, não tendo para isso hesitado em ceder-nos o lugar que habitualmente lhes cabe na assembleia litúrgica. Soube que se reuniram no campo adjacente e espero, no fim desta Eucaristia, vê-los e abençoá-los, mas desde já lhes digo: «Muito obrigado! Deus suscite entre vós e por vós muitos apóstolos que sigam as pegadas do vosso Padroeiro».Fundamental na vida de Paulo foi o seu encontro com Jesus, quando ia a caminho de Damasco: Cristo aparece-lhe como luz deslumbrante, fala-lhe, conquista-o. O apóstolo viu Jesus ressuscitado, ou seja, o homem na sua estatura perfeita. Dá-se então nele uma inversão de perspectiva, passando a ver tudo a partir desta estatura final do homem em Jesus: o que antes lhe parecia essencial e fundamental, agora para ele não passa de «lixo»; já não é «lucro», mas perda, porque agora só conta a vida em Cristo (cf. Fil 3, 7-8). Não se trata simplesmente de uma maturação do «eu» de Paulo, mas de morte para si mesmo e de ressurreição em Cristo: morreu nele uma forma de existência; uma forma nova nasceu nele com Jesus ressuscitado.
Meus irmãos e amigos, «procuremos conhecer o Senhor» ressuscitado! Como sabeis, Jesus, homem perfeito, é também o nosso Deus verdadeiro. N’Ele, Deus tornou-Se-nos visível, para nos fazer participantes da sua vida divina. E assim, com Ele, inaugurou-se uma nova dimensão do ser, da vida, na qual se integrou também a matéria, e através da qual surge um mundo novo. Mas, este salto de qualidade da história universal que Jesus fez por nós e para nós, concretamente como chega ao ser humano, permeando a sua vida e arrebatando-a para o Alto? Chega a cada um de nós através da fé e do baptismo. De facto, este sacramento é morte e ressurreição, transformação numa vida nova, a ponto de a pessoa baptizada poder afirmar com Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Vivo, mas já não sou eu. De certo modo, é-me tirado o meu eu, para ser integrado num Eu maior; tenho ainda o meu eu, mas transformado e aberto aos outros por meio da minha inserção no Outro: em Cristo adquiro o meu novo espaço de vida. E o que é feito de nós? Responde Paulo: Vós tornastes-vos um em Cristo Jesus (cf. Gal 3, 28).E, mediante o nosso ser cristificado por obra e graça do Espírito de Deus, se vai completando a gestação do Corpo de Cristo na história. Neste momento, apraz-me recuar com o pensamento quinhentos anos atrás, ou seja, aos anos 1506 e sucessivos, quando nestas terras, então visitadas pelos portugueses, se levantou o primeiro reino cristão subsaariano, graças à fé e determinação do rei Dom Afonso I Mbemba-a-Nzinga, que reinou desde o referido ano de 1506 até 1543, ano em que faleceu; o reino permaneceu oficialmente católico nos séculos XVI a XVIII e com embaixador em Roma. Vedes como duas etnias muito diferentes – banta e lusíada – puderam encontrar na religião cristã uma plataforma de entendimento, esforçando-se por que esse entendimento perdurasse e as divergências – que as houve, e graves – não afastassem os dois reinos! De facto, o baptismo faz com que todos os crentes sejam um só em Cristo.
Hoje cabe a vós, irmãos e irmãs, na senda destes heróicos e santos mensageiros de Deus, oferecer Cristo ressuscitado aos vossos compatriotas. Muitos deles vivem no temor dos espíritos, dos poderes nefastos de que se crêem ameaçados; desnorteados, chegam a condenar meninos da rua e até os mais velhos, porque – dizem – são feiticeiros. Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros (cf. Ef 1, 19-23; 6, 10-12)? Objectam alguns: «Por que motivo não os deixamos em paz? Eles têm a sua verdade; nós, a nossa. Convivamos pacificamente, deixando cada um como é, realizando do melhor modo a sua autenticidade». Mas, se estamos convencidos e temos a experiência de que, sem Cristo, a vida é incompleta, falta uma realidade – e a realidade fundamental –, devemos também estar convencidos de que não fazemos injustiça a ninguém se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar, deste modo, também a sua verdadeira autenticidade, a alegria de ter encontrado a vida. Antes, devemos fazê-lo, é obrigação nossa oferecer a todos esta possibilidade de alcançarem a vida eterna.Venerados e amados irmãos e irmãs, digamos-lhes como o povo israelita: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará». Ajudemos a encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina. O Senhor faz-nos seus amigos, entrega-Se a nós, entrega-nos o seu Corpo na Eucaristia, entrega-nos a sua Igreja. E então devemos ser verdadeiramente seus amigos, ter com Ele um só sentir, querer aquilo que Ele quer e não querer aquilo que Ele não quer. O próprio Jesus disse: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando» (Jo 15, 14). Seja este o nosso propósito comum: fazermos, todos juntos, a sua santa vontade: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15). Abracemos a sua vontade, como fez São Paulo: «Anunciar o Evangelho (…) é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).
(Fonte: Radio Vaticana)
Esquecer o essencial
A Santa Sé tem acusado certas instâncias internacionais e governos de alinharem em lobbies que envolvem milhões de euros com o objectivo de invadirem a África de preservativos sem o mínimo respeito pelas populações.
A opinião pública dominante está furiosa com o Papa, por causa das suas declarações sobre a distribuição de preservativos em África. Disse Bento XVI que “o problema da SIDA/AIDS não se resolve apenas com dinheiro nem com distribuição de preservativos que, pelo contrário, só aumentam os problemas”.
A questão não é nova. A Santa Sé tem acusado certas instâncias internacionais e governos de alinharem em lobbies que envolvem milhões de euros com o objectivo de invadirem a África de preservativos sem o mínimo respeito pelas populações. Uma situação que convém à indústria farmacêutica e cujo negócio compromete grande parte dos governos do Ocidente, como agora se viu pela dimensão dos protestos oficiais.
Esta onda de revolta, alimentada pelos média e opinion-makers esquece, no entanto, a verdade essencial confirmada por quem está no terreno: o preservativo não é a solução para o flagelo da SIDA/AIDS e se o Ocidente quer, de facto, ajudar as populações africanas, que invista na educação para o desenvolvimento e a indústria farmacêutica que invista em novos remédios para a SIDA/AIDS e também para a malária que mata ainda mais do que a SIDA/AIDS.
Aura Miguel
(Fonte: site RR)
Nota:
A este excelente artigo, aliás, na linha do que Aura Miguel sempre nos habituou, apenas me permito acrescentar ao rol de doenças que dizimam milhões em África, a cólera, a tuberculose, o dengue, a raiva e a fome que é uma forma de doença de que somos todos co-responsáveis, porque é muito bonita deitar da boca para fora opiniões, mas parafraseando o Apóstolo das Gentes, falta na realidade a muitos dos “bem pensantes” «que pratiquem o bem, se enriqueçam de boas obras, sejam generosos, capazes de partilhar» (1Tm, 6,18), ou seja, a verdadeira caridade e renúncia.
(JPR)
A opinião pública dominante está furiosa com o Papa, por causa das suas declarações sobre a distribuição de preservativos em África. Disse Bento XVI que “o problema da SIDA/AIDS não se resolve apenas com dinheiro nem com distribuição de preservativos que, pelo contrário, só aumentam os problemas”.
A questão não é nova. A Santa Sé tem acusado certas instâncias internacionais e governos de alinharem em lobbies que envolvem milhões de euros com o objectivo de invadirem a África de preservativos sem o mínimo respeito pelas populações. Uma situação que convém à indústria farmacêutica e cujo negócio compromete grande parte dos governos do Ocidente, como agora se viu pela dimensão dos protestos oficiais.
Esta onda de revolta, alimentada pelos média e opinion-makers esquece, no entanto, a verdade essencial confirmada por quem está no terreno: o preservativo não é a solução para o flagelo da SIDA/AIDS e se o Ocidente quer, de facto, ajudar as populações africanas, que invista na educação para o desenvolvimento e a indústria farmacêutica que invista em novos remédios para a SIDA/AIDS e também para a malária que mata ainda mais do que a SIDA/AIDS.
Aura Miguel
(Fonte: site RR)
Nota:
A este excelente artigo, aliás, na linha do que Aura Miguel sempre nos habituou, apenas me permito acrescentar ao rol de doenças que dizimam milhões em África, a cólera, a tuberculose, o dengue, a raiva e a fome que é uma forma de doença de que somos todos co-responsáveis, porque é muito bonita deitar da boca para fora opiniões, mas parafraseando o Apóstolo das Gentes, falta na realidade a muitos dos “bem pensantes” «que pratiquem o bem, se enriqueçam de boas obras, sejam generosos, capazes de partilhar» (1Tm, 6,18), ou seja, a verdadeira caridade e renúncia.
(JPR)
A castidade
«Eu pensava que a continência dependia das minhas próprias forças, forças que em mim não conhecia. E era suficientemente louco para não saber [...] que ninguém pode ser continente, se Tu lho não concederes. E de certo Tu o terias concedido, se com gemido interior eu chamasse aos teus ouvidos e se com fé sólida lançasse em Ti o meu cuidado»
(Confissões, 6, 11, 20 – Santo Agostinho)
Programa de Sábado dia 21 de Março da visita do Santo Padre a Angola
10.00 - Missa na igreja de São Paulo em Luanda. Homilia do Papa
16.30 - Encontro com os jovens no Estádio dos Coqueiros de Luanda. Discurso do Papa
(Fonte: site Agência Ecclesia)
16.30 - Encontro com os jovens no Estádio dos Coqueiros de Luanda. Discurso do Papa
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Bento XVI - Chegou para a África o tempo da esperança
Angola sabe que chegou para a África o tempo da esperança. Assim, Bento XVI dirigindo-se às autoridades políticas e diplomáticas, no seu primeiro dia da visita a Luanda, capital angolana, segunda e última etapa de sua viagem à África. O Papa afirmou que o desenvolvimento económico e social da África requer a coordenação do governo nacional com as iniciativas regionais e com as decisões internacionais. Todavia, recordou, os próprios africanos devem ser os agentes primários do seu desenvolvimento.
Bento XVI falou ainda da discriminação contra as mulheres, e condenou a "prática inqualificável" da violência e da exploração sexual que causa a elas tantas humilhações e traumas. A Igreja, concluiu, está ao lado dos mais pobres deste continente, e continuará a fazer todo o possível para apoiar as famílias feridas pelos trágicos efeitos da SIDA/AIDS, e promover a igual dignidade de homens e mulheres na base de uma harmoniosa complementaridade.
(Fonte: H2O News com edição de JPR)
O Evangelho do dia 21 de Março de 2009
São Lucas 18, 9-14
Naquele tempo,
Jesus disse a seguinte parábola
para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros:
«Dois homens subiram ao templo para orar;
um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim:
‘Meu Deus, dou-Vos graças
por não ser como os outros homens,
que são ladrões, injustos e adúlteros,
nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana
e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’.
O publicano ficou a distância
e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu;
mas batia no peito e dizia:
‘Meu Deus, tende compaixão de mim,
que sou pecador’.
Eu vos digo que este desceu jusficado para sua casa
e o outro não.
Porque todo aquele que se exalta será humilhado
e quem se humilha será exaltado».
Naquele tempo,
Jesus disse a seguinte parábola
para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros:
«Dois homens subiram ao templo para orar;
um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim:
‘Meu Deus, dou-Vos graças
por não ser como os outros homens,
que são ladrões, injustos e adúlteros,
nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana
e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’.
O publicano ficou a distância
e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu;
mas batia no peito e dizia:
‘Meu Deus, tende compaixão de mim,
que sou pecador’.
Eu vos digo que este desceu jusficado para sua casa
e o outro não.
Porque todo aquele que se exalta será humilhado
e quem se humilha será exaltado».
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