Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 30 de agosto de 2020

Que tal andas de presença de Deus?

Falta-te vida interior, porque não levas à oração as preocupações dos teus e o proselitismo; porque não te esforças por ver claro, por fazer propósitos concretos e por cumpri-los; porque não tens visão sobrenatural no estudo, no trabalho, nas tuas conversas, na tua relação com os outros... – Que tal andas de presença de Deus, consequência e manifestação da tua oração? (Sulco, 447)

Sempre que sentimos no nosso coração desejos de melhorar, de responder mais generosamente ao Senhor, e procuramos um guia, um norte claro para a nossa existência cristã, o Espírito Santo traz à nossa memória as palavras do Evangelho: importa orar sempre e não cessar de o fazer.

A oração é o fundamento de todo o trabalho sobrenatural; com a oração somos omnipotentes; se prescindíssemos deste recurso, nada conseguiríamos.

Eu gostaria que hoje, na nossa meditação, nos persuadíssemos definitivamente da necessidade de nos dispormos a ser almas contemplativas no meio do mundo e do trabalho, com uma conversa contínua com o nosso Deus, a qual não deve esmorecer ao longo do dia. Se pretendemos seguir lealmente os passos do Mestre, este é o único caminho

É muito importante – perdoai a minha insistência – observar os passos do Messias, porque Ele veio mostrar-nos o caminho que nos leva ao Pai: descobriremos, com Ele, como se pode dar relevo sobrenatural às actividades aparentemente mais pequenas; aprenderemos a viver cada instante com vibração de eternidade e compreenderemos com maior profundidade que a criatura precisa desses tempos de conversa íntima com Deus, para privar com Ele na sua intimidade, para invocá-lo, para ouvi-lo ou, simplesmente, para estar com Ele. (Amigos de Deus, 238–239)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Depositemos sempre uma total confiança no Senhor e mesmo quando nos pareça mau é certamente muito bom. Os apóstolos e Pedro em particular no Evangelho de hoje (Mt 16, 21-27) duvidaram da palavra do Senhor, por não quererem aceitar o que lhes parecia muito mau.

Senhor é Bom Pastor e nada nos faltará!

QUERER, VER, CRER

Tinham-lhe dito que Ele ia estar ali.
Não sabia muito bem como, mas no fundo do seu coração, queria acreditar que sim, que Ele estaria ali, naquele local e, sobretudo, que ele poderia falar com Ele e pedir-Lhe o que tanto necessitava.

Há muito que andava a pensar na sua vida, na vida que levava, e a conclusão a que chegava é que o abismo se abria inexorável no seu futuro, se não mudasse radicalmente de vida, iria acabar mal, muito mal, e muito, muito sozinho.

Sim, é verdade, que desde a mais tenra idade lhe diziam que Ele estava ali, aliás, que Ele estava em todo o lado, mas muito especialmente, naquele local e naquele preciso sítio.
E durante algum tempo também ele por ali andou, e até acreditou que sim, mas depois tudo se tinha “diluído” numa vida sem sentido, numa vida que, reconhecia agora, a nada levava, não tinha amor, (talvez amores fugazes), não tinha confiança, (embora ele parecesse cheio dela), não tinha esperança, (embora ele colocasse a sua vida numa espécie de sorte).

Entrou no edifício e ficou contente porque estava vazio, sem ninguém.
Já lá tinha entrado com gente, mas os olhares de reprovação que tinha sentido, as palavras murmuradas nas suas costas, pareciam querer impedi-lo de se aproximar dEle.
Curiosamente, tinha parecido ao seu coração, que Ele, lá no sítio onde estava, tinha dito àquela gente para o deixarem passar, para o deixarem chegar “à fala” com Ele, para o chamarem.

Entrou, sentou-se em frente daquela “caixa” resplandecente e reparou numa pequena luz que estava ao lado da “caixa”.
Tinham-lhe dito, quando era menino, que a luz significava que Ele estava ali!
Deixou-se ficar ali, a olhar, a olhar, sem saber o que fazer, sem saber o que dizer.

Ouviu então distintamente, (pelo menos assim lhe pareceu), uma voz que disse: «Que queres que te faça?» Lc 18, 41

Surpreendido, respondeu sem pensar: «Senhor, que eu veja!» Lc 18, 41
E insistiu: «Senhor, que eu Te possa ver!»

Uma calma, uma serenidade, um amor, tomou conta daquele lugar, daquele momento, tomou conta de si mesmo.
No fundo do seu coração nasceu uma certeza, ainda ténue, mas convicta, que tudo ia mudar, que a sua vida não seria mais a mesma, que encontraria sentido nAquele que com ele falava, sem palavras audíveis, mas com amor sensível, isto é, com amor que ele podia sentir verdadeiramente.

Apenas uma frase, tantas vezes ouvida e repetida, veio ao seu pensamento, ao seu coração, e disse-a baixinho, com medo de “estragar” aquele momento: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!» Mc 9, 24

Sentiu-se profundamente abraçado, num amor indescritível, e ouviu a voz dEle, repassada de ternura: «Vê. A tua fé te salvou.» Lc 18, 43

Monte Real, 30 de Agosto de 2017

Joaquim Mexia Alves

Nota: Esta é uma história que, sem dúvida, retrata a minha vida.

Cultivar a reflexão na era digital

Se até há uns anos atrás a dificuldade de muitas pessoas era a falta de informação, hoje em dia o problema é o seu excesso. Vivemos saturados de notícias por todos os lados.

Podemos ter oitenta canais de televisão, mas isso não nos dá a capacidade de ver de modo ponderado mais do que um por vez. Nem parece ser verdade que o zapping constante torne as pessoas mais bem informadas. A televisão é o reino dos sentimentos, não, em geral, do convite ao pensamento perspicaz.

A abundância de canais de informação também não nos permitem tirar a conclusão de que devemos dedicar mais tempo às novas tecnologias para estarmos verdadeiramente informados.

Isso significa que necessitamos cultivar com empenho uma atitude que, se sempre foi essencial, hoje em dia é imprescindível para não cair no perigo do pensamento único e politicamente correcto: a reflexão.

Foi o pensamento débil que deu à luz o pensamento único. E o pensamento débil germinou devido à falta de reflexão, regada por copiosas chuvas de superficialidade.

Como possuir, então, capacidade de reflexão?

Cultivando uns sábios hábitos que desde sempre facilitaram o seu exercício: a temperança e o estudo pessoal.

Sem temperança, uma pessoa deixa-se arrastar pelo mais prazenteiro e não consegue controlar a sua ânsia de estar informado. É a falta de temperança que explica fenómenos de anseio descontrolado e doentio por saber tudo, estar informado de tudo e não desconectar nunca.

O hábito do estudo possui uma estreita relação com a temperança. Uma pessoa não temperada não consegue estudar, ou seja, dirigir virtuosamente o afã de conhecer. Sem a superação da dispersão e da preguiça intelectual não é possível entender a realidade com um mínimo de profundidade.

Como alguém disse, não pensar torna a vida frívola. No entanto, pensar em tudo com profundidade torna-a completamente angustiante.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

As aparência e os «slogans» que desvirtuam a realidade

“Muitas vezes, deixamo-nos impressionar e condicionar pelas aparências e os ‘slogans’ que desnaturam as coisas. Procuremos ver, para lá do que parece, a centelha de bondade que ali está depositada e que poderá iluminar o nosso juízo

(Bento XVI – Angelus de 11.11.12)

«Siga-Me»

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Sermão 159; CCL 104, 650

Ao pecar, o homem enchera o seu caminho de obstáculos, mas este ficou facilitado quando Cristo o pisou com a Sua ressurreição e transformou um carreiro estreito numa avenida digna de um rei. A humildade e a caridade são os dois pés que permitem percorrê-la rapidamente. Todos são atraídos para as alturas da caridade, mas a humildade é o primeiro degrau que é preciso subir. Porque levantas o pé acima de ti? Afinal queres subir ou queres cair? Começa pelo primeiro degrau, ou seja, pela humildade, e ele te permitirá subir.

Eis porque o nosso Senhor e Salvador não Se limitou a dizer: «Renuncie a si mesmo», mas antes acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me». Que significa: tome a sua cruz? Suporte tudo o que lhe é penoso, pois é assim que caminhará atrás de Mim. Assim que tiver começado a seguir-Me, adaptando-se à Minha vida e aos Meus mandamentos, encontrará no seu caminho muitas pessoas que o contradirão, que procurarão desviá-lo, que não apenas troçarão dele mas o perseguirão. Essas pessoas não se encontram somente entre os pagãos que estão fora da Igreja; encontram-se até entre os que, vistos do exterior, parecem estar na Igreja. [...]

Portanto, se desejas seguir Cristo, toma a tua cruz sem mais demora e suporta os maus sem te deixares abater. [...] «Se alguém quiser vir Comigo, tome a sua cruz e siga-Me.» Se quisermos pôr isto em prática, esforcemo-nos, com a ajuda de Deus, por fazer nossas estas palavras do apóstolo Paulo: «Se tivermos de que nos alimentar e vestir, contentemo-nos com isso». Há o perigo de, ao procurarmos mais bens terrestres do que aqueles de que precisamos, «querendo enriquecer», virmos a «cair na armadilha da tentação, numa quantidade de desejos absurdos e perigosos, que precipitam as pessoas na ruína e na perdição» (1Tm 6,8-9). Que o Senhor Se digne tomar-nos sob a Sua protecção e livrar-nos desta tentação.