Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A agradável surpresa de Angola

Nas últimas semanas o Facebook do ‘Spe Deus’ tem tido uma muito expressiva adesão de leitores em Angola que já ultrapassa as cinco centenas.

Procuramos encarar o ‘Spe Deus’ não como uma plataforma sujeita às estatísticas, mas sim como divulgadora de notícias da Igreja, do Papa e textos de reflexão que poderão ser simples ‘tweets’ com um máximo de 140 caracteres, além de procurarmos acompanhar tudo o que publicamos com imagens alusivas.

Como tudo o que fazemos não nos pertence por ser oferecido a Deus que nos concedeu as minas que procuramos aumentar para Lhe oferecer, estamos gratos aos nossos irmãos angolanos, mas a maior gratidão é hoje e sempre para com o Senhor.

Pedimos-Lhe que nestes tempos conturbados nos guie sempre na fé e no amor ao próximo para assim melhor O servir.

JPR

É a religião, estúpido!

Não se combate a agressividade do fundamentalismo religioso com o laicismo ou a abolição das crenças, mas com mais e melhor formação para a liberdade, também religiosa, e para a solidariedade social

No rescaldo dos terríveis atentados terroristas verificados na capital francesa na passada sexta-feira, 13 de Novembro, é de supor uma reacção anti-religiosa em França e em todo o mundo livre. Depois de ultrapassada a dor inicial e a profunda indignação por tão abjectos actos, de que há tantas vítimas a deplorar, é provável uma certa relutância pela religião professada pelos terroristas e, em geral, por todas as crenças, enquanto potenciais factores de desestabilização social.

Não seria muito de estranhar que, à pergunta sobre a razão destes atentados, haja quem responda, como se de uma evidência se tratasse:

– É a religião, estúpido!

Sim, há de facto um elemento religioso na génese destes crimes, mas seria superficial e injusto considerar que, em geral, todas as religiões ou, em particular, a islâmica, são de facto incompatíveis com a sociedade democrática e pluralista. As generalizações, que são tão redutoras como sedutoras, são também muito perigosas. Um judeu, que seja assassino, não faz criminoso todo o seu povo, como um árabe terrorista também não converte em homicidas os seus compatriotas.

Aliás, há muitos muçulmanos que não se revêem naquele extremismo, por muito que este se afirme devoto de Alá e do seu profeta. Por maioria de razão, as outras religiões não têm por que ser objecto de suspeição, por muito que nos doa, e certamente dói, que uns terroristas, invocando o santo nome de Deus, tenham morto dezenas de cidadãos franceses, como já antes acontecera em Londres, Madrid e Nova Iorque. Pior ainda foi a terrível matança de duzentas crianças sírias, agora noticiada, com imagens que não é possível ver sem um estremecimento de horror.

Há quem queira aproveitar-se destes gravíssimos acontecimentos para exigir uma sociedade laica e intolerante para com todas as religiões, na medida em que este tipo de agressões pode ocorrer em qualquer parte. É verdade que sempre houve grupos religiosos fundamentalistas, cujas práticas foram, ou são, profundamente perturbadoras da paz. Mas seria fazer o jogo dessas facções reconhecer como autêntica a sua religiosidade que, na realidade, mais não é do que um disfarce para o seu criminoso propósito.

Os movimentos terroristas dos anos 70 – recordem-se as Brigadas Vermelhas e o grupo Baader-Meinhof, por exemplo – também se apresentavam com a pretensa legitimidade de quem age em nome da justiça social, como exércitos revolucionários ao serviço do proletariado. Mas essa fachada mais não era do que o pretexto para uma prática assassina, responsável pela morte de inúmeras vítimas inocentes.

Será que a motivação, essencialmente política, desses movimentos terroristas é suficiente para crer necessariamente conflituosa a intervenção pública dos cidadãos e portanto que, a bem da paz e da segurança dos povos, há que abolir essa participação, ou seja, a democracia?! Foi, de facto, assim que procederam os diversos totalitarismos, quer de direita, como o fascismo e o nazismo, quer de esquerda, como o comunismo. Mas esse seria um remédio pior do que a doença: não se vence o terrorismo com o totalitarismo, mas com mais e melhor democracia. É saudável a diversidade de pontos de vista políticos, desde que não afecte as liberdades, direitos e garantias fundamentais.

Não será exagerado afirmar que o regime democrático pluralista, tal como acontece na quase totalidade dos países europeus, é um legado da matriz cristã da sua cultura. Como disse Bento XVI, no Bundestag, “foi na base da convicção da existência de um Deus criador que se desenvolveu a ideia dos direitos humanos, a ideia da igualdade de todos os homens perante a lei, o conhecimento da inviolabilidade da dignidade humana de cada pessoa e a consciência da responsabilidade dos homens pelo seu agir”. Outros povos, que não tiveram este antecedente cristão, também não têm hoje uma tão arraigada prática democrática, nem uma tão consistente vivência dos direitos fundamentais. Não se combate a agressividade do fundamentalismo religioso com o laicismo, nem muito menos com a abolição das crenças, mas com mais e melhor formação para a liberdade, também religiosa, e para a solidariedade social.

Portanto, se é inegável que o factor religioso está relacionado com algumas manifestações espúrias de violência, também é verdade que, principalmente, inspira uma cultura da liberdade e da responsabilidade cívica, patente em inúmeras instituições de assistência social e de serviço aos mais desfavorecidos. À pergunta sobre a razão de tantos hospitais, tantos asilos e orfanatos, tantas creches, escolas e universidades, tantas leprosarias, dispensários médicos e lares de terceira idade cristãos, há que responder como dizia o outro:

– É a religião, estúpido!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in OBSERVADOR AQUI com seleção de imagem 'Spe Deus'

Papa Francisco na Audiência geral (resumo em português)

Locutor: Com esta catequese, chegamos ao limiar do Jubileu. Diante de nós, está a grande porta da Misericórdia de Deus, que acolhe o nosso arrependimento e nos oferece a graça do perdão. Do recente Sínodo dos Bispos, veio um grande encorajamento para todas as famílias e a Igreja inteira se encontrarem no limiar desta porta aberta. Existem lugares no mundo onde nunca se fecham as porta à chave, mas há tantos outros onde se tornou normal ter as portas blindadas. Embora compreensível, não deixa de ser um mau sinal! Não devemos render-nos à ideia de aplicar este sistema à vida da família, da cidade, da sociedade e, menos ainda, à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, tal como uma família fechada em si mesma, atraiçoa o Evangelho e desertifica o mundo. É que nós somos os guardiões e os servos da Porta de Deus que é Jesus. Se o guardião ouve a voz de Jesus, então abre e faz entrar as ovelhas todas que Ele traz, incluindo as que se extraviaram nos bosques e que o bom Pastor procurou até encontrar e trouxe aos ombros para o redil. Não é o guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom Pastor. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não a patroa. Assim deve ser reconhecida a Igreja por toda a terra: como a guardiã de um Deus que bata à porta, como a recepcionista de um Deus que não te fecha a porta com a desculpa de que não és de casa.

Santo Padre:
Carissimi pellegrini di lingua portoghese, in particolare brasiliani di Belém, João Pessoa, Olinda e Recife, di cuore vi saluto e vi auguro che la vostra visita a Roma si compia con lo spirito del vero pellegrino, che, sapendo di non possedere ancora il Bene più grande, si mette in viaggio deciso a cercarLo. Sappiate che Dio si lascia trovare da quanti Lo desiderano in questo modo. Su di voi e sulle vostre famiglie scendano abbondanti benedizioni del Signore!

Locutor: Queridos peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros de Belém, João Pessoa, Olinda e Recife, de coração vos saúdo e desejo que a vossa vinda a Roma se cumpra com o espírito do verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir ainda o Bem maior, põe-se a caminho decidido a procurá-Lo! Sabei que Deus Se deixa encontrar por quantos assim O desejam. Sobre vós e vossas famílias desçam, em abundância, as bênçãos do Senhor.

«Fazei-a render»: o trabalho humano e o Reino de Deus

São João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Laborem Exercens», 26

O «evangelho do trabalho» encontra-se na vida de Cristo, nas Suas parábolas e em «tudo quanto Jesus foi fazendo e ensinando» (Act 1,1). Com base nestas luzes, que emanam da própria Fonte, a Igreja proclamou sempre o que segue e cuja expressão contemporânea encontramos nos ensinamentos do II Concílio do Vaticano: «A atividade humana, do mesmo modo que procede do homem, assim também a ele se ordena. De facto, quando trabalha, o homem não transforma apenas as coisas materiais e a sociedade, mas realiza-se a si mesmo. Aprende muitas coisas, desenvolve as próprias faculdades, sai de si e supera-se a si mesmo. Este desenvolvimento, se for bem compreendido, vale mais do que os bens exteriores que se possam acumular. [...] É a seguinte, pois, a norma para a atividade humana: segundo o plano e a vontade de Deus, ser conforme com o verdadeiro bem da humanidade e tornar possível ao homem, individualmente considerado ou como membro da sociedade, cultivar e realizar a sua vocação integral» (GS 35).

No contexto de tal visão dos valores do trabalho humano, ou seja, de uma tal espiritualidade do trabalho, explica-se perfeitamente aquilo que no mesmo ponto da Constituição pastoral do Concílio se lê sobre o justo significado do progresso: «O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem. Do mesmo modo, tudo o que o homem faz para conseguir mais justiça, uma fraternidade mais difundida e uma ordem mais humana nas relações sociais, excede em valor os progressos técnicos. Com efeito, tais progressos podem proporcionar a base material para a promoção humana mas, por si sós, de modo nenhum são capazes de a realizar.»

Esta doutrina sobre o problema do progresso e do desenvolvimento — tema tão dominante na mentalidade contemporânea — poderá ser entendida somente como fruto de uma espiritualidade do trabalho já provada, e somente sobre a base de uma tal espiritualidade é que ela pode ser realizada e posta em prática.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 18 de novembro de 2015

Estando eles a ouvir estas coisas, Jesus acrescentou uma parábola, por estar perto de Jerusalém e porque julgavam que o reino de Deus se havia de manifestar em breve. Disse pois: «Um homem nobre foi para um país distante tomar posse de um reino, para depois voltar. Chamando dez dos seus servos, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai com elas até eu voltar. Mas os seus concidadãos aborreciam-no e enviaram atrás dele deputados encarregados de dizer: Não queremos que este reine sobre nós. «Quando ele voltou, depois de ter tomado posse do reino, mandou chamar aqueles servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinha lucrado cada um. Veio o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. Ele disse-lhe: Está bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, serás governador de dez cidades. Veio o segundo e disse: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. Respondeu-lhe: Sê tu também governador de cinco cidades. Veio depois o outro e disse: Senhor, eis a tua mina que guardei embrulhada num lenço, porque tive medo de ti, que és um homem austero, que tiras donde não puseste e recolhes o que não semeaste. Disse-lhe o senhor: Servo mau, pela tua mesma boca te julgo. Sabias que eu sou um homem austero, que tiro donde não pus e recolho o que não semeei; então, porque não puseste o meu dinheiro num banco, para que, quando eu viesse, o recebesse com os juros? Depois disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez. Eles responderam-lhe: Senhor, ele já tem dez. Pois eu vos digo que àquele que tiver, se lhe dará; mas àquele que não tem, ainda mesmo o que tem lhe será tirado. Quanto, porém, àqueles meus inimigos, que não quiseram que eu fosse seu rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença!». Dito isto, ia Jesus adiante, subindo para Jerusalém.

Lc 19, 11-28