No meio da rua, num dia de muito sol, sofre uma tentativa de agressão que conta no dia seguinte: “Oitava da Imaculada Conceição, 1931: Na tarde de ontem, às três horas, quando me dirigia para o colégio de Santa Isabel para confessar as meninas, na Atocha no passeio de São Carlos, quase na esquina da rua de Santa Inês, três homens jovens, de mais de trinta anos, cruzaram-se comigo. Quando já estavam perto de mim um deles adiantou-se gritando: “vou-lhe bater!”, e ergueu o braço com tal ímpeto que eu considerei recebida a pancada. Mas, antes de pôr em prática os seus propósitos de agressão, um dos outros dois disse-lhe imperiosamente: “Não, não lhe batas”. E em seguida, em tom jocoso, inclinando-se para mim, acrescentou: “Burrinho, burrinho!”. Atribuiu o ataque a uma acção diabólica e a defesa ao seu Anjo da Guarda.
Obrigado, Perdão Ajuda-me
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Como são os olhos de um Pai?
Pergunta a um oftalmologista!
Não!
Pergunta a um filho!
Se lembro bem os olhos do meu Pai eram
transparentes, quero dizer, lia-se neles como num livro aberto.
Percebia perfeitamente quando estava
contente comigo ou, se o que eu fizera ou tinha dito, não eram do seu agrado.
Não usava lentes que aumentassem ou
diminuíssem o seu afecto por mim, eram sempre o mesmo… quer dizer… comprazido
ou algo decepcionado.
Os olhos do meu Pai eram, por assim
dizer, o meu espelho onde podia ver com meridiana clareza “como andava a minha
vida”.
Lembro-me que – deveria ter os meus
catorze anos que é uma idade importante num rapaz – ter chegado a casa por
altura das férias de Natal e de lhe ter oferecido com grande orgulho e
satisfação pessoais, a minha “caderneta” com as “notas” do período escolar.
Eram óptimas notas, a média de dezoito
valores atribuíra-me o terceiro lugar na minha classe.
Mas quando vi os olhos do meu Pai tive
uma surpresa enorme: não mostravam nenhuma satisfação especial, talvez até,
houvesse neles algum laivo de decepção.
Fiquei, penso eu com toda a justiça,
alterado, e perguntei:
‘Mas… Pai… média de dezoito… o
terceiro da aula!!!’
A resposta foi “demolidora”:
‘Bom… está bem! Mas houve pelo menos
dois colegas teus que tiveram médias de dezanove e vinte, um terá ficado em
segundo lugar e o outro terá sido o primeiro da classe!’
Fiquei sem palavras, sem explicação
nenhuma que pudesse aduzir: o que o meu Pai acabara de dizer era absolutamente
verdade!
Olhei os seus olhos de novo e então vi
neles uma centelha de incentivo, de desafio.
A verdade é que, no período seguinte,
pela Páscoa pude entregar-lhe a “caderneta” com média de vinte e classificação
de primeiro da classe.
Os seus olhos então, disseram-me
claramente:
‘Vês como eu tinha razão e tu podias…’
Os olhos de um Pai vêm muito…
muitíssimo mais longe que os olhos de um filho!
O Evangelho do dia 15 de dezembro de 2017
«A quem hei-de Eu comparar esta geração? É semelhante às crianças que estão sentados na praça, e que gritam aos seus companheiros, dizendo: Tocámos flauta e não bailastes; entoámos lamentações e não chorastes; veio João, que não comia nem bebia, e dizem: “Ele tem demónio”. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: “Eis um glutão e um bebedor de vinho, um amigo dos publicanos e pecadores”. Mas a sabedoria divina foi justificada por suas obras».
Mt 11, 16-19
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