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segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Chimamanda Adichie: O perigo da história única
A romancista Chimamanda Adichie conta a história de como descobriu a sua voz cultural - e adverte que se ouvirmos apenas uma história sobre outra pessoa ou país, arriscamos um desentendimento crítico.
Falsificação da história
A tentativa de cortar as raízes da civilização europeia, que tem ocupado alguma intelectualidade nos últimos 250 anos, é um fenómeno único na história humana. Desde o Iluminismo que uma ingénua arrogância luta, em nome do mundo novo, para substituir as tradições cristã, judaica, muçulmana, celta, germânica, greco-romana por uma ficção pseudo-científica que alimenta o corrupio de ideologias. Em resultado, empirismo, utilitarismo, positivismo, marxismo, nazismo, existencialismo, pós-modernismo têm-se sucedido, degradando uma elevação cultural que modelou o mundo.
Peça central desse esforço é uma esmagadora falsificação histórica, indispensável na luta contra a tradição. Filósofos, propagandistas, pseudo-especialistas esforçam-se por manipular a verdade do passado, criando mitos oportunos para as suas doutrinas. Distorções dessas não são sustentáveis e foram há muito denunciadas pela historiografia séria. Mas vivemos a fase paradoxal em que, apesar disso, as tolices persistem nas vulgarizações mediáticas.
Exemplo gritante é o das Cruzadas, de que o grande sociólogo Rodney Stark acaba de publicar uma desmistificação. O caso é candente porque, além de servir há décadas para humilhar a Igreja, a ficção é hoje usada no suposto choque de civilizações entre Islão e Ocidente. O livro God's battalions; the case for the crusades (Harper One, New York, 2009), não traz dados novos. Limita-se a compilar resultados da vasta literatura científica que destroem por completo a visão popular vigente.
Os erros são múltiplos. Os inimigos dos cruzados não eram os muçulmanos, mas os turcos, recém-convertidos ao Islamismo e invasores recentes da Terra Santa. Muitos árabes, oprimidos pelos conquistadores, aplaudiram as expedições ocidentais. Assim as Cruzadas não foram um capricho irracional mas nasceram de "séculos de tentativas sangrentas de colonizar o Ocidente e súbitos novos ataques aos peregrinos cristãos e aos lugares santos" (p. 8).
Também a imagem comum de bárbaros ocidentais atacando os sofisticados e tolerantes muçulmanos é falsa. O preconceito anticristão pós-iluminista exaltou os feitos islâmicos e glorificou Saladino desprezando os soldados europeus. Pelo contrário, havendo atrocidades de parte a parte, regra na época, a superior técnica cruzada permitiu, face a enorme desvantagem numérica, manter um reino e rica cultura "que, pelo menos ao longo da costa, durou quase tanto quanto os EUA são uma nação" (p. 245).
É falso ainda que a motivação fosse o ganho, colonização ou conversão à fé cristã. "As Cruzadas não foram organizadas e dirigidas por filhos excedentários, mas pelas cabeças de grandes famílias que estavam perfeitamente conscientes que os custos de ir em cruzada excederiam largamente os muito modestos benefícios expectáveis: a maior parte partiu com imenso custo pessoal, alguns conscientemente arruinando-se para ir." (p. 8) A finalidade, incompreensível para os materialistas actuais, era espiritual: "Eles sinceramente acreditavam servir nos batalhões de Deus." (p. 248).
As manipulações são muitas mais, servindo os mais variados propósitos. Por exemplo, "as actuais memórias e fúria muçulmanas sobre as Cruzadas são uma criação do século XX." (p. 247).
Este é apenas um tema entre muitos. Apresentando como factos incontroversos os preconceitos mais boçais, historiadores de pacotilha têm-se esforçado por exaltar os seus heróis, denegrindo opositores. Isto leva o público informado a ter do passado uma caricatura grotesca.
Em particular, a Igreja tem sido alvo preferencial da falsificação histórica. Exagerando males, omitindo virtudes, generalizando aberrações, a Igreja é acusada de tudo. Cruzadas, Inquisição, heresias, Papado, Escolástica, mosteiros, relações com a ciência e democracia, como agora a dignidade dos sacerdotes, tudo tem sido infectado por esta magna falsificação. Nem se compreende como entidade tão perversa pôde sobreviver e prosperar. A ponto de muitos cristãos devotos caírem na esparrela, vivendo envergonhados da história da sua fé.
João César das Neves
(Fonte: DN online)
Peça central desse esforço é uma esmagadora falsificação histórica, indispensável na luta contra a tradição. Filósofos, propagandistas, pseudo-especialistas esforçam-se por manipular a verdade do passado, criando mitos oportunos para as suas doutrinas. Distorções dessas não são sustentáveis e foram há muito denunciadas pela historiografia séria. Mas vivemos a fase paradoxal em que, apesar disso, as tolices persistem nas vulgarizações mediáticas.
Exemplo gritante é o das Cruzadas, de que o grande sociólogo Rodney Stark acaba de publicar uma desmistificação. O caso é candente porque, além de servir há décadas para humilhar a Igreja, a ficção é hoje usada no suposto choque de civilizações entre Islão e Ocidente. O livro God's battalions; the case for the crusades (Harper One, New York, 2009), não traz dados novos. Limita-se a compilar resultados da vasta literatura científica que destroem por completo a visão popular vigente.
Os erros são múltiplos. Os inimigos dos cruzados não eram os muçulmanos, mas os turcos, recém-convertidos ao Islamismo e invasores recentes da Terra Santa. Muitos árabes, oprimidos pelos conquistadores, aplaudiram as expedições ocidentais. Assim as Cruzadas não foram um capricho irracional mas nasceram de "séculos de tentativas sangrentas de colonizar o Ocidente e súbitos novos ataques aos peregrinos cristãos e aos lugares santos" (p. 8).
Também a imagem comum de bárbaros ocidentais atacando os sofisticados e tolerantes muçulmanos é falsa. O preconceito anticristão pós-iluminista exaltou os feitos islâmicos e glorificou Saladino desprezando os soldados europeus. Pelo contrário, havendo atrocidades de parte a parte, regra na época, a superior técnica cruzada permitiu, face a enorme desvantagem numérica, manter um reino e rica cultura "que, pelo menos ao longo da costa, durou quase tanto quanto os EUA são uma nação" (p. 245).
É falso ainda que a motivação fosse o ganho, colonização ou conversão à fé cristã. "As Cruzadas não foram organizadas e dirigidas por filhos excedentários, mas pelas cabeças de grandes famílias que estavam perfeitamente conscientes que os custos de ir em cruzada excederiam largamente os muito modestos benefícios expectáveis: a maior parte partiu com imenso custo pessoal, alguns conscientemente arruinando-se para ir." (p. 8) A finalidade, incompreensível para os materialistas actuais, era espiritual: "Eles sinceramente acreditavam servir nos batalhões de Deus." (p. 248).
As manipulações são muitas mais, servindo os mais variados propósitos. Por exemplo, "as actuais memórias e fúria muçulmanas sobre as Cruzadas são uma criação do século XX." (p. 247).
Este é apenas um tema entre muitos. Apresentando como factos incontroversos os preconceitos mais boçais, historiadores de pacotilha têm-se esforçado por exaltar os seus heróis, denegrindo opositores. Isto leva o público informado a ter do passado uma caricatura grotesca.
Em particular, a Igreja tem sido alvo preferencial da falsificação histórica. Exagerando males, omitindo virtudes, generalizando aberrações, a Igreja é acusada de tudo. Cruzadas, Inquisição, heresias, Papado, Escolástica, mosteiros, relações com a ciência e democracia, como agora a dignidade dos sacerdotes, tudo tem sido infectado por esta magna falsificação. Nem se compreende como entidade tão perversa pôde sobreviver e prosperar. A ponto de muitos cristãos devotos caírem na esparrela, vivendo envergonhados da história da sua fé.
João César das Neves
(Fonte: DN online)
S. Josemaría nesta data em 1941
“Magnanimidade: ânimo grande, alma grande onde cabem muitos. É a força que nos dispõe a sairmos de nós mesmos, a fim de nos prepararmos para empreender obras valiosas, em benefício de todos. No homem magnânimo não tem lugar a mesquinhez: não entra a medida estreita, o cálculo egoísta ou a deslealdade interesseira. O magnânimo dedica sem reservas as suas forças ao que vale a pena. Por isso é capaz de se entregar a si mesmo. Não se conforma apenas com dar: dá-se. E então consegue compreender a maior prova de magnanimidade: dar-se a Deus”. Texto de uma homilia sobre virtudes humanas, que pregou hoje.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Theotokos
"0 Virgin Theotokos,rejoice; Mary full of Grace, the Lord is with thee.
Blessed art thou among women and blessed is the fruit of thy womb.
For thou hast given birth to the Saviour of our souls".
O síndroma de Peter Pan não era uma história
Há já vários anos que, alguns peritos vêm chamando a atenção para o síndroma dos jovens que não querem crescer: atrasam as decisões fundamentais, para fugir às responsabilidades de se tornarem adultos. Estudos recentes, realizados nos Estados Unidos, indicam que o auge desta tendência se situa entre os jovens de 20 a 34 anos, sobretudo rapazes, e explicam as suas causas.
Em 1983, o psicólogo norte-americano Dan Kiley aplicou a expressão "síndroma de Peter Pan" para se referir aos jovens "crescidotes"que se negam a dar o passo em frente para a idade adulta. Preferem continuar sonhando na Terra do Nunca , à espera que os outros - se possível, Wendy - cubram as suas necessidades
O que Kiley concluiu, através das suas horas de consulta, está agora a ser confirmado em vários estudos publicados nos Estados Unidos. Se, para os jovens de há 50 anos, o normal era traçar determinados objectivos e cumpri-los (abandonar o lar paterno, encontrar trabalho, casar e constituir família), os de agora movem-se com à vontade - e, sobretudo, sem pressas - num mundo sem responsabilidades. Uma fonte de dados interessante é a página Web da MacArthur Foundation Research Network on Transitions to Adulthood, onde uma equipa de investigadores vem, há anos, estudando esta tendência.
De acordo com os inquéritos efectuados, uma impressionante maioria de jovens norte-americanos (dos 18 aos 34 anos) considera que deveriam ter terminado os seus estudos, ter-se emancipado e estar a trabalhar aos 20 ou 22 anos. Na realidade, porém, muitos dos inquiridos só tomaram essas decisões depois de terem feito os 30 anos.
" Apareceu uma nova etapa da vida em que os jovens já não são adolescentes, mas também não são adultos" explica Frank F. Furstenberg, director da MacArthur Foundation, em declarações ao International Herald Tribune (14-06-2010).
O colunista David Brooks atreveu-se a baptizar esta etapa com o nome de "odisseia" num artigo publicado no The New York Times (9-10-07). Durante esse período, os jovens da casa dos vinte "estudam e interrompem os estudos, vivem com amigos ou em casa, namoram e deixam o namoro, aceitam um emprego e logo outro a seguir" (cfr.www.aceprensa.com, 24-10-2007).
Eternamente jovem
Uma das características que definem esta nova etapa é a tendência em permanecerem no ninho paterno. Nos Estados Unidos, em 2007, quase uma quarta parte dos jovens brancos, de 25 anos, viviam com os pais, quando apenas uma quinta parte o faziam em 2000 e ainda menos de uma oitava parte em 1970.
O prolongamento do período dedicado aos estudos alarga também a dependência económica relativamente aos pais. "No fim dos anos 90, os pais começaram a gastar mais com os filhos quando tinham mais de 20 anos, do que quando os mesmos eram adolescentes" explica Furstenberg.
Outro dado significativo é o facto dos jovens agora se casarem mais tarde. Segundo um relatório recente do Pew Research Center (1), nos Estados Unidos, a idade média para contrair matrimónio que, em 1980 se situava nos 23 anos, tinha passado agora para os 27, nos rapazes, e para 26, nas raparigas.
Em 2007, vários investigadores da MacArthur Foundation resolveram averiguar os motivos que levam os jovens a atrasar o casamento. Depois de realizadas, em quatro cidades, minuciosas entrevistas a 500 jovens com idades entre 20 e 30 anos, chegaram à conclusão de que os jovens encaram o matrimónio como a entrada na idade adulta (2).
"Para esta geração, o matrimónio representa a conclusão de um processo de crescimento onde os jovens foram adquirindo maturidade, segurança económica e, sobretudo, o convencimento de que encontraram a pessoa certa com quem vão compartilhar o resto da vida".
Esta concepção de casamento reflecte bem a tese defendida por Gary Cross, professor de história da Universidade Estatal da Pensilvânia, no seu livro Men to Boys: The Making of Modern Immaturity. Na sua opinião, "a cultura dos meninos-adultos corresponde mais a um estilo de vida do que a uma etapa de vida".
Assim entendida, a emancipação tardia dos jovens constitui, presentemente, uma característica cultural da nossa época. "Se quer saber onde se situa a masculinidade - diz Cross - compare as diferenças entre Gary Grant e Hugh Grant, o pulcro, elegante e sempre atarantado menino".
Também é convincente o que disse o representante de Tiger Woods quando a imprensa começou a agredi-lo por ocasião dos seus affaires: "Por favor, deixemos o miúdo em paz". Ao que o colunista George F. Will responde:"o miúdo tinha então 33 anos. (...) Não há dúvida que a canção escolhida, pela Pepsi, para um dos seus anúncios - Forever Young - está a ser profética" (Newsweek, 8-03-2010).
A influência do ambiente social
Se bem que o síndroma de Peter Pan projecte luz acerca dos motivos que levam alguns jovens a evitar a responsabilidade dos adultos, não é realista pensarmos que o fenómeno é apenas um problema de imaturidade. Está, também, dependente das mudanças sociais, culturais e económicas que se produziram nas últimas décadas.
Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Princeton e da Brookings Institution (3) compara os jovens norte-americanos de hoje com os de meados dos anos 50. Depois de constatar que os de agora levam mais tempo a emancipar-se, encontrar trabalho estável e constituir família, passa a averiguar as possíveis causas deste fenómeno.
Uma razão de peso é a democratização do ensino superior, que teve lugar em finais dos anos 60. "Cada vez mais, os empresários têm relutância em contratar jovens que não possuam uma boa preparação académica. Como alguns não chegam a completar os estudos universitários, acabam por ser relegados a uma vida de permanente penúria; o mesmo pode acontecer aos que obtêm um título universitário com baixas classificações".
Outro factor é o crescimento da esperança de vida. Muitos jovens adultos esperam chegar quase até aos 80 anos, uma década mais do que se previa meio século atrás. Vistas as coisas por este prisma, é fácil compreender a razão porque alguns adiam os compromissos sérios até aos 30, ou mesmo até aos 40 anos.
Também influíram mudanças culturais de maior envergadura - fruto da revolução sexual dos anos 70 - como, por exemplo, o desaparecimento do estigma da mãe solteira ou o aumento de coabitação entre os jovens.
Juan Meseguer
________________________________________
NOTAS
(1) "Women, Men and the New Economics of Marriage", Richard Fry y D'Vera Cohn, Pew Research Center, 19 de Janeiro de 2010.
(2) "Does Marriage Still Matter?", The MacArthur Foundation Research Network on Transitions to Adulthood, Janeiro de 2007.
(3) "Transition to Adulthood", The Future of Children, vol. 20, núm. 1, Primavera de 2010.
Aceprensa
Em 1983, o psicólogo norte-americano Dan Kiley aplicou a expressão "síndroma de Peter Pan" para se referir aos jovens "crescidotes"que se negam a dar o passo em frente para a idade adulta. Preferem continuar sonhando na Terra do Nunca , à espera que os outros - se possível, Wendy - cubram as suas necessidades
O que Kiley concluiu, através das suas horas de consulta, está agora a ser confirmado em vários estudos publicados nos Estados Unidos. Se, para os jovens de há 50 anos, o normal era traçar determinados objectivos e cumpri-los (abandonar o lar paterno, encontrar trabalho, casar e constituir família), os de agora movem-se com à vontade - e, sobretudo, sem pressas - num mundo sem responsabilidades. Uma fonte de dados interessante é a página Web da MacArthur Foundation Research Network on Transitions to Adulthood, onde uma equipa de investigadores vem, há anos, estudando esta tendência.
De acordo com os inquéritos efectuados, uma impressionante maioria de jovens norte-americanos (dos 18 aos 34 anos) considera que deveriam ter terminado os seus estudos, ter-se emancipado e estar a trabalhar aos 20 ou 22 anos. Na realidade, porém, muitos dos inquiridos só tomaram essas decisões depois de terem feito os 30 anos.
" Apareceu uma nova etapa da vida em que os jovens já não são adolescentes, mas também não são adultos" explica Frank F. Furstenberg, director da MacArthur Foundation, em declarações ao International Herald Tribune (14-06-2010).
O colunista David Brooks atreveu-se a baptizar esta etapa com o nome de "odisseia" num artigo publicado no The New York Times (9-10-07). Durante esse período, os jovens da casa dos vinte "estudam e interrompem os estudos, vivem com amigos ou em casa, namoram e deixam o namoro, aceitam um emprego e logo outro a seguir" (cfr.www.aceprensa.com, 24-10-2007).
Eternamente jovem
Uma das características que definem esta nova etapa é a tendência em permanecerem no ninho paterno. Nos Estados Unidos, em 2007, quase uma quarta parte dos jovens brancos, de 25 anos, viviam com os pais, quando apenas uma quinta parte o faziam em 2000 e ainda menos de uma oitava parte em 1970.
O prolongamento do período dedicado aos estudos alarga também a dependência económica relativamente aos pais. "No fim dos anos 90, os pais começaram a gastar mais com os filhos quando tinham mais de 20 anos, do que quando os mesmos eram adolescentes" explica Furstenberg.
Outro dado significativo é o facto dos jovens agora se casarem mais tarde. Segundo um relatório recente do Pew Research Center (1), nos Estados Unidos, a idade média para contrair matrimónio que, em 1980 se situava nos 23 anos, tinha passado agora para os 27, nos rapazes, e para 26, nas raparigas.
Em 2007, vários investigadores da MacArthur Foundation resolveram averiguar os motivos que levam os jovens a atrasar o casamento. Depois de realizadas, em quatro cidades, minuciosas entrevistas a 500 jovens com idades entre 20 e 30 anos, chegaram à conclusão de que os jovens encaram o matrimónio como a entrada na idade adulta (2).
"Para esta geração, o matrimónio representa a conclusão de um processo de crescimento onde os jovens foram adquirindo maturidade, segurança económica e, sobretudo, o convencimento de que encontraram a pessoa certa com quem vão compartilhar o resto da vida".
Esta concepção de casamento reflecte bem a tese defendida por Gary Cross, professor de história da Universidade Estatal da Pensilvânia, no seu livro Men to Boys: The Making of Modern Immaturity. Na sua opinião, "a cultura dos meninos-adultos corresponde mais a um estilo de vida do que a uma etapa de vida".
Assim entendida, a emancipação tardia dos jovens constitui, presentemente, uma característica cultural da nossa época. "Se quer saber onde se situa a masculinidade - diz Cross - compare as diferenças entre Gary Grant e Hugh Grant, o pulcro, elegante e sempre atarantado menino".
Também é convincente o que disse o representante de Tiger Woods quando a imprensa começou a agredi-lo por ocasião dos seus affaires: "Por favor, deixemos o miúdo em paz". Ao que o colunista George F. Will responde:"o miúdo tinha então 33 anos. (...) Não há dúvida que a canção escolhida, pela Pepsi, para um dos seus anúncios - Forever Young - está a ser profética" (Newsweek, 8-03-2010).
A influência do ambiente social
Se bem que o síndroma de Peter Pan projecte luz acerca dos motivos que levam alguns jovens a evitar a responsabilidade dos adultos, não é realista pensarmos que o fenómeno é apenas um problema de imaturidade. Está, também, dependente das mudanças sociais, culturais e económicas que se produziram nas últimas décadas.
Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Princeton e da Brookings Institution (3) compara os jovens norte-americanos de hoje com os de meados dos anos 50. Depois de constatar que os de agora levam mais tempo a emancipar-se, encontrar trabalho estável e constituir família, passa a averiguar as possíveis causas deste fenómeno.
Uma razão de peso é a democratização do ensino superior, que teve lugar em finais dos anos 60. "Cada vez mais, os empresários têm relutância em contratar jovens que não possuam uma boa preparação académica. Como alguns não chegam a completar os estudos universitários, acabam por ser relegados a uma vida de permanente penúria; o mesmo pode acontecer aos que obtêm um título universitário com baixas classificações".
Outro factor é o crescimento da esperança de vida. Muitos jovens adultos esperam chegar quase até aos 80 anos, uma década mais do que se previa meio século atrás. Vistas as coisas por este prisma, é fácil compreender a razão porque alguns adiam os compromissos sérios até aos 30, ou mesmo até aos 40 anos.
Também influíram mudanças culturais de maior envergadura - fruto da revolução sexual dos anos 70 - como, por exemplo, o desaparecimento do estigma da mãe solteira ou o aumento de coabitação entre os jovens.
Juan Meseguer
________________________________________
NOTAS
(1) "Women, Men and the New Economics of Marriage", Richard Fry y D'Vera Cohn, Pew Research Center, 19 de Janeiro de 2010.
(2) "Does Marriage Still Matter?", The MacArthur Foundation Research Network on Transitions to Adulthood, Janeiro de 2007.
(3) "Transition to Adulthood", The Future of Children, vol. 20, núm. 1, Primavera de 2010.
Aceprensa
Apostolado
Cada pessoa com quem nos relacionamos, seja por que motivo for, há-de suscitar em nós verdadeiros desejos de apostolado, de ajudar a que se aproxime mais de Jesus Cristo. Sobre nós recai o dever de contagiar a todos o fogo do amor de Deus que nos há-de consumir. Por isso, ao entrar em contacto com alguém, imediatamente, temos que perguntar-nos: Como animá-lo a situar-se mais perto de Deus? Que lhe posso sugerir? Que tema de conversa sei procurar, que lhe sirva para conhecer melhor a doutrina cristã?
Este modo de proceder é lógico. O Papa Bento XVI explica que «quem descobriu Cristo deve levar outros até Ele. Uma grande alegria não pode guardar-se só para nós. É preciso transmiti-la» [15]. Assim se comportaram os seguidores fiéis do Senhor em todas as épocas. «Quando descobris que alguma coisa vos foi proveitosa – pregava S. Gregório Magno – procurais atrair os outros. Tendes, pois, que desejar que outros vos acompanhem pelos caminhos do Senhor. Se fordes ao foro ou aos banhos, e encontrais alguém que está desocupado, convidai-o a acompanhar-vos. Aplicai ao campo espiritual este costume terreno e, quando fordes até Deus, não o façais sós» [16].
D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Deis na sua carta do mês de Setembro de 2010
[15] Bento XVI, Homilia, 21-VIII-2005.
[16] S. Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos 6, 6, (PL 76, 1098).
Este modo de proceder é lógico. O Papa Bento XVI explica que «quem descobriu Cristo deve levar outros até Ele. Uma grande alegria não pode guardar-se só para nós. É preciso transmiti-la» [15]. Assim se comportaram os seguidores fiéis do Senhor em todas as épocas. «Quando descobris que alguma coisa vos foi proveitosa – pregava S. Gregório Magno – procurais atrair os outros. Tendes, pois, que desejar que outros vos acompanhem pelos caminhos do Senhor. Se fordes ao foro ou aos banhos, e encontrais alguém que está desocupado, convidai-o a acompanhar-vos. Aplicai ao campo espiritual este costume terreno e, quando fordes até Deus, não o façais sós» [16].
D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Deis na sua carta do mês de Setembro de 2010
[15] Bento XVI, Homilia, 21-VIII-2005.
[16] S. Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos 6, 6, (PL 76, 1098).
Tema para reflexão - Eficácia do testemunho
Para a eficácia do testemunho cristão, especialmente em âmbitos delicados e controver¬sos, é importante fazer um grande esforço para explicar adequadamente os motivos da posição da Igreja, sublinhando sobretudo que não se trata de impor aos não crentes uma perspectiva de fé, mas de interpretar e defender valores radicados, na própria natureza do ser humano.
(JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, 2001.01.06, nr. 51)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
(JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, 2001.01.06, nr. 51)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
P. Julio César RAMOS González SDB (Salta, Argentina)
Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão
Hoje Jesus nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade, a de Jesus, é uma liberdade totalmente associada e aderida à acção do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.
O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida. Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende tua mão, (Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando, salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inactiva, inclusive, para fazer o bem ao irmão necessitado.
Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com Cristo Salvador.
(Fonte: Evangeli.net)
Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão
Hoje Jesus nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade, a de Jesus, é uma liberdade totalmente associada e aderida à acção do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.
O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida. Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende tua mão, (Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando, salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inactiva, inclusive, para fazer o bem ao irmão necessitado.
Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com Cristo Salvador.
(Fonte: Evangeli.net)
O Evangelho do dia 6 de Setembro de 2010
São Lucas 6,6-11
6 Aconteceu que, noutro sábado, entrou Jesus na sinagoga e ensinava. Estava ali um homem que tinha a mão direita atrofiada.7 Os escribas e os fariseus observavam-n'O para ver se curava ao sábado, a fim de terem de que O acusar.8 Mas Ele conhecia os seus pensamentos, e disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e põe-te em pé no meio». Ele, levantando-se, pôs-se de pé.9 Jesus disse-lhes: «Pergunto-vos se é lícito, aos sábados, fazer bem ou mal, salvar a vida ou tirá-la».10 Depois, percorrendo a todos com o olhar, disse ao homem: «Estende a tua mão». Ele estendeu-a, e a sua mão ficou curada.11 Eles encheram-se de furor e falavam uns com os outros para ver que fariam contra Jesus.
6 Aconteceu que, noutro sábado, entrou Jesus na sinagoga e ensinava. Estava ali um homem que tinha a mão direita atrofiada.7 Os escribas e os fariseus observavam-n'O para ver se curava ao sábado, a fim de terem de que O acusar.8 Mas Ele conhecia os seus pensamentos, e disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e põe-te em pé no meio». Ele, levantando-se, pôs-se de pé.9 Jesus disse-lhes: «Pergunto-vos se é lícito, aos sábados, fazer bem ou mal, salvar a vida ou tirá-la».10 Depois, percorrendo a todos com o olhar, disse ao homem: «Estende a tua mão». Ele estendeu-a, e a sua mão ficou curada.11 Eles encheram-se de furor e falavam uns com os outros para ver que fariam contra Jesus.
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