É tão fácil pensar que já estamos convertidos, que de um modo geral, as “coisas” do mundo já não nos afectam facilmente, que já não nos deixamos levar com facilidade por orgulhos, vaidades ou as nossas vontades.
E de repente, perante um texto, uma publicação, uma fotografia, uma opinião, um conselho, vem ao de cima tudo aquilo que afinal andamos há tanto tempo a combater e lá nos deixamos levar, dando respostas, fazendo comentários, opinando, afinal como se fossemos os donos do mundo, ou melhor, os donos da verdade, que afinal é sempre a “nossa verdade”.
Claro que me refiro a mim próprio, quando me dou conta, sobretudo nestas redes sociais, que às vezes comento, opino, respondo com o mesmo modo de proceder que antes tinha, sem pensar, ou melhor, sem perguntar primeiro a Deus, se é mesmo essa resposta, esse comentário ou essa opinião que é de Sua vontade eu dar.
Obviamente que, quando à posteriori faço a pergunta, a resposta que invariavelmente vem ao meu coração, é que me deixei levar pelas minhas certezas, pelos meus orgulhos, pelas minhas vaidades.
Já em tempos tinha prometido a mim mesmo não voltar a comentar, a responder, a opinar, sem antes rezar.
Infelizmente a memória é curta, sobretudo quando o inimigo espreita todas as oportunidades, e por isso, terei que recomeçar … todos os dias!
Isto faz-me lembrar um episódio passado comigo.
Um dia estava em oração e agradecia a Deus pela viagem feita e que estava a fazer, com Ele, por Ele e nEle.
E senti no meu coração esta resposta: «Viagem, meu filho? Tu ainda nem começaste a fazer as malas!»
Pois é, começar a fazer as malas para fazer a viagem com Deus e para Deus, demora muito tempo, exige muita dedicação e sobretudo muita entrega.
Obrigado, Senhor, por me mostrares as minhas fraquezas, mas sobretudo porque, mostrando-mas, me dás a mão para eu prosseguir no caminho da Tua vontade.
Marinha Grande, 27 de Abril de 2017
Joaquim Mexia Alves