Como imaginas tu o porte de Nosso Senhor? Já pensaste com que dignidade vestiria aquela túnica inconsútil, que provavelmente terá sido tecida pelas mãos de Santa Maria? Não te lembras de como em casa de Simão se lamenta por não lhe haverem oferecido água para se lavar, antes de se sentar à mesa?
Com certeza que o Senhor trouxe à baila essa falta de urbanidade, para realçar com tal facto o ensinamento de que é nos pormenores que se mostra o amor. Mas procura também deixar claro que se atém aos usos sociais do ambiente. Portanto, tu e eu esforçar-nos-emos por estar desapegados dos bens e das comodidades da terra, mas sem destoar e sem fazer coisas estranhas.
Para mim, uma manifestação de que nos sentimos senhores do mundo, administradores fiéis de Deus, é cuidar das coisas que usamos, com interesse em conservá-las, em fazê-las durar, em mantê-las impecáveis e em fazê-las servir o mais tempo possível para o seu fim, de maneira a não haver desperdício.
(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 122)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Padrinhos e Madrinhas - Joaquim Mexia Alves
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P.S. - Verdadeiramente interessante, sobretudo a partir do 3º parágrafo.
P.S. - Verdadeiramente interessante, sobretudo a partir do 3º parágrafo.
A mais um grupo de Bispos Brasileiros, Papa insiste na necessidade da acção missionária e aponta como modelo o Pe. José Anchieta
“Ai de mim, se não anunciar o Evangelho!”: a exclamação do Apóstolo Paulo foi evocada por Bento XVI ao receber nesta segunda-feira no Vaticano mais um grupo de Bispos brasileiros, dezoito, da região interior da Amazónia, uma extensíssima área de mais de dois milhões de Km2. O Santo Padre insistiu sobre a responsabilidade de dar cumprimento ao mandato de Jesus que nos mandou anunciar a sua Boa Nova.
Foi porque “Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” que Jesus veio a revelar-nos, por palavras e pela sua vida, os caminhos ordinários de salvação. É verdade que os homens se podem salvar por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se eu não lhes anunciar o Evangelho. Mas – objectou o Papa – “poderei eu salvar-me se por negligência, medo, vergonha ou por seguir ideias falsas, deixar de o anunciar?”
Ponderando também a objecção que por vezes surge de que “impor uma verdade… ou uma via, ainda que seja a salvação” constituiria uma violência à liberdade religiosa, Bento XVI respondeu citando textualmente uma passagem da Exortação “Evangelii nuntiandi”, de Paulo VI:
“É claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará – e isso, sem pressões coercitivas, sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos rectos – longe de ser um atentado à liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via que mesmo os não crentes reputam nobre e exaltante. (…) Esta maneira respeitosa de propor Cristo e o seu Reino, mais do que um direito, é um dever do evangelizador. E é também um direito dos homens seus irmãos receber dele o anúncio da Boa Nova da salvação”
No que diz respeito ao caso concreto do Brasil, e aos desafios com que ali se depara a renovação missionária, Bento XVI propôs o exemplo do jesuíta do século XVI José Anchieta:
“(…) vem-me a mente a figura do Beato José de Anchieta. Com efeito a sua incansável e generosíssima actividade apostólica, não isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os índios quanto entre os portugueses – razão pela qual desde o momento de sua morte recebeu o epíteto de Apóstolo do Brasil – pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a formação dos discípulos missionários no espírito da Conferência de Aparecida”.
Neste contexto, o Papa advertiu contra o risco de “uma visão reducionista do conceito de missão”:
“Esta não pode ser limitada a uma simples busca de novas técnicas e formas que tornem a Igreja mais atractiva e capaz de vencer a concorrência com outros grupos religiosos ou com ideologias relativistas. A Igreja não trabalha para si: está ao serviço de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acessível para todas as pessoas. A Igreja é católica justamente porque convida todo o ser humano a experimentar a nova existência em Cristo. A missão, portanto, nada mais é que a consequência natural da própria essência da Igreja, um serviço do ministério da união que Cristo quis operar no seu corpo crucificado”.
(Fonte: site Rádio Vaticano)
Foi porque “Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” que Jesus veio a revelar-nos, por palavras e pela sua vida, os caminhos ordinários de salvação. É verdade que os homens se podem salvar por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se eu não lhes anunciar o Evangelho. Mas – objectou o Papa – “poderei eu salvar-me se por negligência, medo, vergonha ou por seguir ideias falsas, deixar de o anunciar?”
Ponderando também a objecção que por vezes surge de que “impor uma verdade… ou uma via, ainda que seja a salvação” constituiria uma violência à liberdade religiosa, Bento XVI respondeu citando textualmente uma passagem da Exortação “Evangelii nuntiandi”, de Paulo VI:
“É claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará – e isso, sem pressões coercitivas, sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos rectos – longe de ser um atentado à liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via que mesmo os não crentes reputam nobre e exaltante. (…) Esta maneira respeitosa de propor Cristo e o seu Reino, mais do que um direito, é um dever do evangelizador. E é também um direito dos homens seus irmãos receber dele o anúncio da Boa Nova da salvação”
No que diz respeito ao caso concreto do Brasil, e aos desafios com que ali se depara a renovação missionária, Bento XVI propôs o exemplo do jesuíta do século XVI José Anchieta:
“(…) vem-me a mente a figura do Beato José de Anchieta. Com efeito a sua incansável e generosíssima actividade apostólica, não isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os índios quanto entre os portugueses – razão pela qual desde o momento de sua morte recebeu o epíteto de Apóstolo do Brasil – pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a formação dos discípulos missionários no espírito da Conferência de Aparecida”.
Neste contexto, o Papa advertiu contra o risco de “uma visão reducionista do conceito de missão”:
“Esta não pode ser limitada a uma simples busca de novas técnicas e formas que tornem a Igreja mais atractiva e capaz de vencer a concorrência com outros grupos religiosos ou com ideologias relativistas. A Igreja não trabalha para si: está ao serviço de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acessível para todas as pessoas. A Igreja é católica justamente porque convida todo o ser humano a experimentar a nova existência em Cristo. A missão, portanto, nada mais é que a consequência natural da própria essência da Igreja, um serviço do ministério da união que Cristo quis operar no seu corpo crucificado”.
(Fonte: site Rádio Vaticano)
Aborto e internet superam ''bolso'' na hora da decisão
Em uma campanha despolitizada, na qual a maior parte dos eleitores votou com o bolso, um tema relacionado a valores morais e religiosos levou a eleição para o segundo turno. A internet foi vital para acelerar e multiplicar esse processo.
O migração de votos de Dilma Rousseff (PT) para Marina Silva (PV) na reta final da corrida presidencial se explica, principalmente, pela guinada de parte do eleitorado evangélico da petista para uma candidata que compartilha sua fé. Motivo: a descriminalização do aborto.
No momento seguinte, eleitores católicos, influenciados pela pregação de padres e bispos contra a legalização do aborto, também deixaram de votar em Dilma.
Enquanto Marina cresceu em praticamente todo o País, a reação do tucano foi concentrada em Estados como São Paulo. Serra conseguiu virar a eleição no Estado onde foi governador.
A polêmica em torno do aborto foi potencializada por uma campanha "viral" na internet. Vídeos de pastores evangélicos pregando contra o voto no PT por causa da posição do partido em favor da descriminalização viraram hits. Um deles foi visto mais de 3 milhões de vezes nas últimas semanas.
Outro vídeo muito propagado na internet mostra a contradição de Dilma sobre a legalização do aborto. Contém trecho dela defendendo a mudança da legislação em entrevista feita no fim de 2007, e depois exibia imagem recente da candidata dizendo ser contra a descriminalização.
As buscas pelo binômio "Dilma + aborto" no Google cresceram 1.500% em setembro - o que dá uma indicação de como o tema passou a ser uma preocupação dos eleitores.
A campanha de Dilma reagiu organizando uma reunião de última hora com líderes religiosos evangélicos e católicos. O movimento não foi suficiente para estancar a perda de votos, ao menos não na quantidade suficiente para garantir a vitória no primeiro turno.
Marina acabou sendo a maior depositária desses votos, chegando a quase 20% dos válidos. Essa votação da candidata do PV abriga dois tipos de eleitores, muito diferentes.
De um lado, votam nela jovens de alta escolaridade desencantados com PT e PSDB e que se identificam com a proposta ambientalista de Marina. De outro, mulheres de classe média baixa e pobres que votam na candidata verde porque ela é evangélica e contra a legalização do aborto.
O destino do voto desses dois contingentes em maior ou menor peso para Dilma ou para Serra determinará o resultado do segundo turno.
José Roberto de Toledo
(Fonte: ‘O Estado de S. Paulo’ online em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101004/not_imp619887,0.php)
Agradecimento: ‘É o Carteiro’
O migração de votos de Dilma Rousseff (PT) para Marina Silva (PV) na reta final da corrida presidencial se explica, principalmente, pela guinada de parte do eleitorado evangélico da petista para uma candidata que compartilha sua fé. Motivo: a descriminalização do aborto.
No momento seguinte, eleitores católicos, influenciados pela pregação de padres e bispos contra a legalização do aborto, também deixaram de votar em Dilma.
Enquanto Marina cresceu em praticamente todo o País, a reação do tucano foi concentrada em Estados como São Paulo. Serra conseguiu virar a eleição no Estado onde foi governador.
A polêmica em torno do aborto foi potencializada por uma campanha "viral" na internet. Vídeos de pastores evangélicos pregando contra o voto no PT por causa da posição do partido em favor da descriminalização viraram hits. Um deles foi visto mais de 3 milhões de vezes nas últimas semanas.
Outro vídeo muito propagado na internet mostra a contradição de Dilma sobre a legalização do aborto. Contém trecho dela defendendo a mudança da legislação em entrevista feita no fim de 2007, e depois exibia imagem recente da candidata dizendo ser contra a descriminalização.
As buscas pelo binômio "Dilma + aborto" no Google cresceram 1.500% em setembro - o que dá uma indicação de como o tema passou a ser uma preocupação dos eleitores.
A campanha de Dilma reagiu organizando uma reunião de última hora com líderes religiosos evangélicos e católicos. O movimento não foi suficiente para estancar a perda de votos, ao menos não na quantidade suficiente para garantir a vitória no primeiro turno.
Marina acabou sendo a maior depositária desses votos, chegando a quase 20% dos válidos. Essa votação da candidata do PV abriga dois tipos de eleitores, muito diferentes.
De um lado, votam nela jovens de alta escolaridade desencantados com PT e PSDB e que se identificam com a proposta ambientalista de Marina. De outro, mulheres de classe média baixa e pobres que votam na candidata verde porque ela é evangélica e contra a legalização do aborto.
O destino do voto desses dois contingentes em maior ou menor peso para Dilma ou para Serra determinará o resultado do segundo turno.
José Roberto de Toledo
(Fonte: ‘O Estado de S. Paulo’ online em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101004/not_imp619887,0.php)
Agradecimento: ‘É o Carteiro’
O triplo cânone da injúria
Há dias a imprensa trazia o título: "Banco do Vaticano sob investigação de 'lavagem de dinheiro'." Quem entende a lógica da perseguição religiosa deve sorrir: começou a segunda fase.
Durante milénios as lutas contra a religião nasciam de razões religiosas. A fé é central na vida e, embora inaceitável, é humano lutar pelo que se acha importante. Isso persiste nos combates entre confissões, como na Índia e Sudão, ou em países que exterminam crenças diferentes da oficial, como Arábia Saudita ou Coreia do Norte. Na nossa sociedade livre, tolerante e secular isto é impossível, mas a perseguição religiosa permanece, revestida de formas mais subtis.
Inicialmente as forças anticlericais justificaram os seus assaltos com acusações de violência. O mito da Igreja sangrenta na Inquisição e Cruzadas foi dominante no século XIX. Mas é ridículo atacar pessoas pacíficas e serenas por histórias de séculos antigos. Não só os católicos actuais não pretendem tribunais ou invasões mas até os velhos casos invocados foram bastante mais complexos e ambíguos que a vulgarização maçónica quis fazer crer. Também as calúnias de a religião ser contra a ciência ou o progresso não pegam.
Afastadas essas desculpas, as arremetidas anticatólicas reduzem-se ao triplo cânone da injúria, que já vem de Lutero: dinheiro, sexo e poder. É sempre disto que se acusam bispos, padres e fiéis. Omite-se Cristo e os santos, despreza-se a doutrina, ignora-se a vasta e diversa presença na comunidade, esquece-se a espantosa acção social. A atenção limita-se a um punhado de casos, dissecados à exaustão, sempre em questões financeiras, eróticas ou políticas.
A situação é irónica porque a Igreja sempre foi a principal promotora da virtude nesses campos. A "perfeição evangélica" - que todos os católicos devem respeitar, de forma conveniente ao seu estado, e os religiosos consagrados cumprem rigorosamente - baseia-se nos votos de pobreza, castidade e obediência. Estes são valores cristãos centrais, que as sociedades pagã e secular sempre criticaram como vícios, cobiçando riquezas, praticando a lascívia, cultivando a rebeldia. Na injúria, o Diabo cita a Escritura sem cumprir.
Mas não serão graves e reais as acusações, como no caso dos padres pedófilos ou agora no Banco do Vaticano? Isso é algo para polícia e tribunais determinarem. Mas os factos concretos têm pouco que ver com a campanha mediática que os acompanha, e que não visa a justiça particular. Estas manobras jornalísticas são clássicas e tradicionais, como nos lembra o centenário da República. E repetem-se em ciclos.
As acusações de pedofilia, tema dos anos 1990 em meados do pontificado de João Paulo II, ressurgem agora sem razão aparente, sempre citando factos antigos onde a morte ou prescrição tornam já impossível fazer justiça. Ninguém nega o horror dos crimes reais e a necessidade de acudir às vítimas e punir os culpados. Mas porquê falar agora? Porquê assim? Porque desaparece tudo debaixo da obsessão pelo tema?
A verdadeira questão é o sucesso do pontificado de Bento XVI. Morto João Paulo II, esperava-se que o Papado caísse numa apatia que dispensaria ataques. Nos primeiros anos as notícias apenas tentavam ridicularizar a figura de Ratzinger. Mas ele começou a marcar pontos. Viagens difíceis - Turquia, EUA, Terra Santa -, encíclicas e livros profundos, decisões sábias e serenas traziam nervosismo aos inimigos. Sobretudo o Ano Sacerdotal exigia uma resposta, e ressurgiu a pedofilia.
O Papa visitou há dias a Grã-Bretanha, viagem cheia de significado histórico, manifestações espantosas, intervenções memoráveis. Os jornalistas devem ter-se sentido ridículos, omitindo tudo excepto as estafadas referências ao escândalo arcaico. Isso mostrou como o tema está a ficar esgotado. Era preciso passar à fase seguinte, e apareceu o caso do Banco, reposição de um enredo dos anos 1980. Se este não pegar, iremos ouvir críticas ao reconhecimento da Santa Sé pela ONU ou ao poder excessivo de cardeais. Começará a terceira fase do cânone da injúria.
João César das Neves
(Fonte: DN online)
Durante milénios as lutas contra a religião nasciam de razões religiosas. A fé é central na vida e, embora inaceitável, é humano lutar pelo que se acha importante. Isso persiste nos combates entre confissões, como na Índia e Sudão, ou em países que exterminam crenças diferentes da oficial, como Arábia Saudita ou Coreia do Norte. Na nossa sociedade livre, tolerante e secular isto é impossível, mas a perseguição religiosa permanece, revestida de formas mais subtis.
Inicialmente as forças anticlericais justificaram os seus assaltos com acusações de violência. O mito da Igreja sangrenta na Inquisição e Cruzadas foi dominante no século XIX. Mas é ridículo atacar pessoas pacíficas e serenas por histórias de séculos antigos. Não só os católicos actuais não pretendem tribunais ou invasões mas até os velhos casos invocados foram bastante mais complexos e ambíguos que a vulgarização maçónica quis fazer crer. Também as calúnias de a religião ser contra a ciência ou o progresso não pegam.
Afastadas essas desculpas, as arremetidas anticatólicas reduzem-se ao triplo cânone da injúria, que já vem de Lutero: dinheiro, sexo e poder. É sempre disto que se acusam bispos, padres e fiéis. Omite-se Cristo e os santos, despreza-se a doutrina, ignora-se a vasta e diversa presença na comunidade, esquece-se a espantosa acção social. A atenção limita-se a um punhado de casos, dissecados à exaustão, sempre em questões financeiras, eróticas ou políticas.
A situação é irónica porque a Igreja sempre foi a principal promotora da virtude nesses campos. A "perfeição evangélica" - que todos os católicos devem respeitar, de forma conveniente ao seu estado, e os religiosos consagrados cumprem rigorosamente - baseia-se nos votos de pobreza, castidade e obediência. Estes são valores cristãos centrais, que as sociedades pagã e secular sempre criticaram como vícios, cobiçando riquezas, praticando a lascívia, cultivando a rebeldia. Na injúria, o Diabo cita a Escritura sem cumprir.
Mas não serão graves e reais as acusações, como no caso dos padres pedófilos ou agora no Banco do Vaticano? Isso é algo para polícia e tribunais determinarem. Mas os factos concretos têm pouco que ver com a campanha mediática que os acompanha, e que não visa a justiça particular. Estas manobras jornalísticas são clássicas e tradicionais, como nos lembra o centenário da República. E repetem-se em ciclos.
As acusações de pedofilia, tema dos anos 1990 em meados do pontificado de João Paulo II, ressurgem agora sem razão aparente, sempre citando factos antigos onde a morte ou prescrição tornam já impossível fazer justiça. Ninguém nega o horror dos crimes reais e a necessidade de acudir às vítimas e punir os culpados. Mas porquê falar agora? Porquê assim? Porque desaparece tudo debaixo da obsessão pelo tema?
A verdadeira questão é o sucesso do pontificado de Bento XVI. Morto João Paulo II, esperava-se que o Papado caísse numa apatia que dispensaria ataques. Nos primeiros anos as notícias apenas tentavam ridicularizar a figura de Ratzinger. Mas ele começou a marcar pontos. Viagens difíceis - Turquia, EUA, Terra Santa -, encíclicas e livros profundos, decisões sábias e serenas traziam nervosismo aos inimigos. Sobretudo o Ano Sacerdotal exigia uma resposta, e ressurgiu a pedofilia.
O Papa visitou há dias a Grã-Bretanha, viagem cheia de significado histórico, manifestações espantosas, intervenções memoráveis. Os jornalistas devem ter-se sentido ridículos, omitindo tudo excepto as estafadas referências ao escândalo arcaico. Isso mostrou como o tema está a ficar esgotado. Era preciso passar à fase seguinte, e apareceu o caso do Banco, reposição de um enredo dos anos 1980. Se este não pegar, iremos ouvir críticas ao reconhecimento da Santa Sé pela ONU ou ao poder excessivo de cardeais. Começará a terceira fase do cânone da injúria.
João César das Neves
(Fonte: DN online)
S. Josemaría nesta data em 1972
Começa uma viagem por Espanha e Portugal onde, durante dois meses, faz uma intensa catequese, reunindo-se com milhares de pessoas para lhes falar de Deus. Num encontro com estudantes, no Colégio Universitário da Moncloa, diz: “Ser um bom cristão quer dizer ser um bom estudante, alegre, com as qualidades dos jovens, que são muitas. Quando ouço falar mal da juventude actual, zango-me: porque fazeis o mesmo que todos nós fizemos, os que já não somos tão jovens, quando o éramos. De modo que não há razão para vos preocupardes. As virtudes dos jovens são muitas e, além disso, tendes ânimo, entusiasmo. Estudai, não percais o bom humor, e empregai a vossa simpatia para levar a todos os ambientes a doutrina de Cristo”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Recomeçar com a alegria confiante no Senhor e na Virgem Maria
Com o mês de Outubro, recomeça a nossa vida laboral em pleno e o dia a dia corrente, que nos vai preencher a vida até que, no próximo verão, gozemos as férias habituais desta época do ano.
Tudo parece igual e tudo parece diferente. A vida tem contrastes. Graças a Deus que há muitas realidades diversas, que nos fazem reflectir sobre a beleza das coisas, dos acontecimentos e das pessoas que vamos conhecendo. E um rol de realidades sempre iguais: atravessamos habitualmente as mesmas ruas, passamos pelas mesmas casas, os mesmos monumentos, convivemos com as mesmas pessoas, levantamo-nos a uma hora mais ou menos certa, deitamo-nos quando o sono nos ataca, de uma forma geral em momentos que já previmos.
É possível que nos lamentemos, de vez em quando, da lenga-lenga do dia a dia, dos horários que temos de cumprir, da falta de variedade de ideias e de gostos daqueles que partilham connosco o quotidiano. Lamentamo-nos de ser tudo tão semelhante e pouco original, mas enfurecemo-nos quando há um atraso num comboio ou em algum outro meio de transporte público. Sejamos cordatos: já pensámos o que seria ter de apanhar um autocarro, cujo horário de partida dependesse da boa disposição do motorista?
A nossa Mãe Igreja, a mais profunda conhecedora do homem através dos ensinamentos que Cristo lhe confiou, deste mês até às próximas férias estivais apresenta-nos uma série muito polifacetada de festas e de situações, mas convida-nos a uma constância de ânimo e de atitude, que sempre está determinada pelo 1º Mandamento da Lei de Deus: “Adorar a Deus e amá-Lo sobre todas as coisas”. Sendo este o ponto de referência que deve condicionar – no bom sentido – a orientação da nossa vida em relação a Deus e aos nossos semelhantes, propõe-nos já neste mês de Outubro, que renovemos o nosso amor à Nossa Mãe do Céu e Mãe de Deus, rezando-lhe com mais amor e devoção a oração sua preferida, própria de uma mãe que tem muitos filhos em todos os escalões da sociedade, desde as elites intelectuais ao mais terra a terra trabalhador rural: o Terço.
Com Novembro, recorda-nos primeiramente que o nosso destino eterno é o Céu, na Solenidade de Todos os Santos, e também que a vida dos nossos parentes e amigos – e a nossa própria - não acaba aqui na terra, pelo que devemos continuar a lembrá-los sempre com a nossa oração e os nossos sufrágios, mas especialmente no Dia de Fiéis Defuntos.
Depois, surge o Advento, tempo de espera da vinda do Salvador, que vai encarnar no seio de Maria Santíssima. Nossa Senhora, para tanto, foi isenta do pecado original, como celebramos no dia 8 de Dezembro, com a Solenidade da Imaculada Conceição. Algum tempo mais tarde, revemos o nascimento de Jesus no Presépio de Belém. É o seu Natal e devemos dar-Lhe a boa prenda de olhar para a sua humildade, pobreza e disponibilidade, para que o nosso coração, com luta contínua e a pouco e pouco, se vá tornando manso e humilde como o do próprio Jesus. Ao seu nascimento associam-se tantas recordações familiares nossas e tantas festas litúrgicas singelas, como a vinda dos Magos, de longes terras, para O adorar. No entanto, se a hora da Cruz ainda não chegou para o Menino, vemo-la preconizada na tragédia dos Santos Inocentes.
Começa o novo ano sob a égide de Maria: Nossa Senhora Rainha do Mundo (1 de Janeiro). Semanas depois, a Igreja convida-nos à oração e à penitência mais intensa, na Quaresma, a fim de prepararmos adequadamente a Páscoa da Ressurreição. Antes, contemplamos a dor de Cristo na Paixão e o oferecimento incondicional de Si mesmo ao Pai, na Sua Morte, que seria um fracasso se não tivesse havido a Ressurreição gloriosa, onde Ele Se apresenta como Senhor da Vida e da Morte.
Cristo sobe aos Céus na Ascensão, mas envia o dador da Graça, que é o Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Se Jesus foi para o seu Reino e não O vemos entre nós sensivelmente, sabemos que a Solenidade do Corpo de Cristo nos fala do seu desejo de estar próximo e acessível a todos os homens, mantendo-Se, dia e noite, nos Sacrários de toda a terra para que O procuremos, com Ele dialoguemos e Lhe peçamos tudo aquilo de que necessitamos.
Nos finais de Junho, sublinhamos que a Igreja fundada por Cristo, além de ter em todos os Apóstolos os apoios firmes que o Senhor preparou, deve de sobremaneira a Pedro e a Paulo, o primeiro como Chefe de toda a cristandade, o segundo como o maior evangelizador dos primeiros tempos, a sua solidez fundamentada em Cristo Senhor.
Já entramos de novo nas férias estivais. Aproveitámos toda esta diversidade de eventos e situações para vivermos como bons filhos de Deus? Não esqueçamos ainda que no período mais agudo deste tempo de descanso, nos alegramos com Jesus no dia 15 de Agosto, para recordarmos que a Sua e a nossa Mãe Maria Santíssima, foi assumpta ao Céu em corpo e alma, graças à sua santidade exemplar e à vontade das Pessoas da Santíssima Trindade a terem junto de Si, tal como viveu na terra, a mais excelsa criatura que saiu do género humano.
Na diversidade das suas festas e celebrações, sejamos bons filhos da Igreja para sermos bons filhos de Deus. É isto que ela nos pede e Deus deseja.
(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Outubro, título da responsabilidade do autor do blogue)
Tudo parece igual e tudo parece diferente. A vida tem contrastes. Graças a Deus que há muitas realidades diversas, que nos fazem reflectir sobre a beleza das coisas, dos acontecimentos e das pessoas que vamos conhecendo. E um rol de realidades sempre iguais: atravessamos habitualmente as mesmas ruas, passamos pelas mesmas casas, os mesmos monumentos, convivemos com as mesmas pessoas, levantamo-nos a uma hora mais ou menos certa, deitamo-nos quando o sono nos ataca, de uma forma geral em momentos que já previmos.
É possível que nos lamentemos, de vez em quando, da lenga-lenga do dia a dia, dos horários que temos de cumprir, da falta de variedade de ideias e de gostos daqueles que partilham connosco o quotidiano. Lamentamo-nos de ser tudo tão semelhante e pouco original, mas enfurecemo-nos quando há um atraso num comboio ou em algum outro meio de transporte público. Sejamos cordatos: já pensámos o que seria ter de apanhar um autocarro, cujo horário de partida dependesse da boa disposição do motorista?
A nossa Mãe Igreja, a mais profunda conhecedora do homem através dos ensinamentos que Cristo lhe confiou, deste mês até às próximas férias estivais apresenta-nos uma série muito polifacetada de festas e de situações, mas convida-nos a uma constância de ânimo e de atitude, que sempre está determinada pelo 1º Mandamento da Lei de Deus: “Adorar a Deus e amá-Lo sobre todas as coisas”. Sendo este o ponto de referência que deve condicionar – no bom sentido – a orientação da nossa vida em relação a Deus e aos nossos semelhantes, propõe-nos já neste mês de Outubro, que renovemos o nosso amor à Nossa Mãe do Céu e Mãe de Deus, rezando-lhe com mais amor e devoção a oração sua preferida, própria de uma mãe que tem muitos filhos em todos os escalões da sociedade, desde as elites intelectuais ao mais terra a terra trabalhador rural: o Terço.
Com Novembro, recorda-nos primeiramente que o nosso destino eterno é o Céu, na Solenidade de Todos os Santos, e também que a vida dos nossos parentes e amigos – e a nossa própria - não acaba aqui na terra, pelo que devemos continuar a lembrá-los sempre com a nossa oração e os nossos sufrágios, mas especialmente no Dia de Fiéis Defuntos.
Depois, surge o Advento, tempo de espera da vinda do Salvador, que vai encarnar no seio de Maria Santíssima. Nossa Senhora, para tanto, foi isenta do pecado original, como celebramos no dia 8 de Dezembro, com a Solenidade da Imaculada Conceição. Algum tempo mais tarde, revemos o nascimento de Jesus no Presépio de Belém. É o seu Natal e devemos dar-Lhe a boa prenda de olhar para a sua humildade, pobreza e disponibilidade, para que o nosso coração, com luta contínua e a pouco e pouco, se vá tornando manso e humilde como o do próprio Jesus. Ao seu nascimento associam-se tantas recordações familiares nossas e tantas festas litúrgicas singelas, como a vinda dos Magos, de longes terras, para O adorar. No entanto, se a hora da Cruz ainda não chegou para o Menino, vemo-la preconizada na tragédia dos Santos Inocentes.
Começa o novo ano sob a égide de Maria: Nossa Senhora Rainha do Mundo (1 de Janeiro). Semanas depois, a Igreja convida-nos à oração e à penitência mais intensa, na Quaresma, a fim de prepararmos adequadamente a Páscoa da Ressurreição. Antes, contemplamos a dor de Cristo na Paixão e o oferecimento incondicional de Si mesmo ao Pai, na Sua Morte, que seria um fracasso se não tivesse havido a Ressurreição gloriosa, onde Ele Se apresenta como Senhor da Vida e da Morte.
Cristo sobe aos Céus na Ascensão, mas envia o dador da Graça, que é o Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Se Jesus foi para o seu Reino e não O vemos entre nós sensivelmente, sabemos que a Solenidade do Corpo de Cristo nos fala do seu desejo de estar próximo e acessível a todos os homens, mantendo-Se, dia e noite, nos Sacrários de toda a terra para que O procuremos, com Ele dialoguemos e Lhe peçamos tudo aquilo de que necessitamos.
Nos finais de Junho, sublinhamos que a Igreja fundada por Cristo, além de ter em todos os Apóstolos os apoios firmes que o Senhor preparou, deve de sobremaneira a Pedro e a Paulo, o primeiro como Chefe de toda a cristandade, o segundo como o maior evangelizador dos primeiros tempos, a sua solidez fundamentada em Cristo Senhor.
Já entramos de novo nas férias estivais. Aproveitámos toda esta diversidade de eventos e situações para vivermos como bons filhos de Deus? Não esqueçamos ainda que no período mais agudo deste tempo de descanso, nos alegramos com Jesus no dia 15 de Agosto, para recordarmos que a Sua e a nossa Mãe Maria Santíssima, foi assumpta ao Céu em corpo e alma, graças à sua santidade exemplar e à vontade das Pessoas da Santíssima Trindade a terem junto de Si, tal como viveu na terra, a mais excelsa criatura que saiu do género humano.
Na diversidade das suas festas e celebrações, sejamos bons filhos da Igreja para sermos bons filhos de Deus. É isto que ela nos pede e Deus deseja.
(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Outubro, título da responsabilidade do autor do blogue)
S. Francisco de Assis
São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, no ano de 1182, de pai comerciante, o jovem rebento de Bernardone, gostava das alegres companhias e gastava com certa prodigalidade o dinheiro do pai. Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o "status" que sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, mas em Espoleto, teve um sonho revelador no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo, e em 1206 , aos 24 anos de idade para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa.
Já inteiramente mudado de coração, e a ponto de mudar de vida, passou um dia pela igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente diante do crucifixo. Tocado por uma sensação insólita, sentiu-se todo transformado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: "Francisco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruínas".
Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dilecta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de Setembro de 1224.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Já inteiramente mudado de coração, e a ponto de mudar de vida, passou um dia pela igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente diante do crucifixo. Tocado por uma sensação insólita, sentiu-se todo transformado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: "Francisco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruínas".
Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dilecta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de Setembro de 1224.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Tema para breve reflexão - Obediência (2)
A obediência torna meritórios os nossos actos e sofrimentos, de tal modo que, inúteis que estes últimos possam parecer, podem chegar a ser muito fecundos. Uma das maravilhas realizadas por Nosso Senhor é ter feito com que se tornasse proveitosa a coisa mais inútil, como é a dor. Ele glorificou-a mediante a obediência e o amor.
(R. GARRIGOU-LAGRANGE, Las três edades de la vida interior, vol. II, nr. 683, trad por AMA)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
(R. GARRIGOU-LAGRANGE, Las três edades de la vida interior, vol. II, nr. 683, trad por AMA)
Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Comentário sobre o Cântico dos cânticos, prólogo 2, 26-31 (a partir da trad. cf SC 375, pp. 111ss.)
«Vai e faz tu também o mesmo.»
Está escrito : «Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus» (1Jo 4, 7); e mais adiante: «Deus é amor» (8). Deste modo se diz, por um lado, que o próprio Deus é amor, e por outro, que aquele que é de Deus é amor. Ora, quem é de Deus senão aquele que diz: «Saí de Deus e vim a este mundo»? (Jo 16, 28). Se Deus Pai é amor, também o Filho é amor [...] ; o Pai e o Filho são um só e em nada diferem. Eis a razão por que Cristo é chamado, para além de Sabedoria, Poder, Justiça, Verbo e Verdade, também Amor. [...]
E, porque Deus é amor e o Filho que é de Deus é amor, exige em nós algo semelhante a Ele, de tal maneira que, por este amor, por esta caridade que está em Cristo Jesus [...], sejamos unidos a Ele por uma espécie de parentesco, graças a este nome. Como dizia São Paulo, que estava unido a Ele: «Quem nos separará do amor de Deus, que está em Cristo Jesus Nosso Senhor?» (Rom 8, 39).
Ora, este amor de caridade considera que todo o homem é o nosso próximo. Foi por essa razão que o Salvador repreendeu um homem que estava convencido de que a alma justa não estava obrigada a observar para com todos as leis do tratamento ao próximo. [...] E compôs a parábola segundo a qual «certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores». Depois censura o sacerdote e o levita que, vendo-o meio morto, passaram adiante, mas presta homenagem ao Samaritano, que teve misericórdia para com ele. E confirma que este último foi o próximo do homem ferido com a resposta daquele mesmo que tinha feito a pergunta, a quem diz: «Vai e faz tu também o mesmo». Com efeito, por natureza, nós somos todos o próximo uns dos outros, mas pelas obras de caridade, aquele que pode fazer bem torna-se próximo daquele que não pode. Foi por isso que o nosso Salvador Se fez nosso próximo, e não passou adiante quando estávamos «meio mortos» em consequência dos ferimentos infligidos pelos «salteadores».
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Comentário sobre o Cântico dos cânticos, prólogo 2, 26-31 (a partir da trad. cf SC 375, pp. 111ss.)
«Vai e faz tu também o mesmo.»
Está escrito : «Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus» (1Jo 4, 7); e mais adiante: «Deus é amor» (8). Deste modo se diz, por um lado, que o próprio Deus é amor, e por outro, que aquele que é de Deus é amor. Ora, quem é de Deus senão aquele que diz: «Saí de Deus e vim a este mundo»? (Jo 16, 28). Se Deus Pai é amor, também o Filho é amor [...] ; o Pai e o Filho são um só e em nada diferem. Eis a razão por que Cristo é chamado, para além de Sabedoria, Poder, Justiça, Verbo e Verdade, também Amor. [...]
E, porque Deus é amor e o Filho que é de Deus é amor, exige em nós algo semelhante a Ele, de tal maneira que, por este amor, por esta caridade que está em Cristo Jesus [...], sejamos unidos a Ele por uma espécie de parentesco, graças a este nome. Como dizia São Paulo, que estava unido a Ele: «Quem nos separará do amor de Deus, que está em Cristo Jesus Nosso Senhor?» (Rom 8, 39).
Ora, este amor de caridade considera que todo o homem é o nosso próximo. Foi por essa razão que o Salvador repreendeu um homem que estava convencido de que a alma justa não estava obrigada a observar para com todos as leis do tratamento ao próximo. [...] E compôs a parábola segundo a qual «certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores». Depois censura o sacerdote e o levita que, vendo-o meio morto, passaram adiante, mas presta homenagem ao Samaritano, que teve misericórdia para com ele. E confirma que este último foi o próximo do homem ferido com a resposta daquele mesmo que tinha feito a pergunta, a quem diz: «Vai e faz tu também o mesmo». Com efeito, por natureza, nós somos todos o próximo uns dos outros, mas pelas obras de caridade, aquele que pode fazer bem torna-se próximo daquele que não pode. Foi por isso que o nosso Salvador Se fez nosso próximo, e não passou adiante quando estávamos «meio mortos» em consequência dos ferimentos infligidos pelos «salteadores».
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 4 de Outubro de 2010
São Lucas 10,25-37
25 Eis que se levantou um doutor da lei, e disse-Lhe para o experimentar: «Mestre, que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?».26 Jesus respondeu-lhe: «O que é que está escrito na Lei? Como lês tu?».27 Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e o teu próximo como a ti mesmo».28 Jesus disse-lhe: «Respondeste bem: faz isso e viverás».29 Mas ele, querendo justificar-se, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?».30 Jesus, retomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que o despojaram, o espancaram e retiraram-se, deixando-o meio morto.31 Ora aconteceu que descia pelo mesmo caminho um sacerdote que, quando o viu, passou de largo.32 Igualmente um levita, chegando perto daquele lugar e vendo-o, passou adiante.33 Um samaritano, porém, que ia de viagem, chegou perto dele e, quando o viu, encheu-se de compaixão.34 Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu jumento, levou-o a uma estalagem e cuidou dele.35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao estalajadeiro e disse-lhe: Cuida dele; quanto gastares a mais, eu to pagarei quando voltar.36 Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?».37 Ele respondeu: «O que usou de misericórdia com ele». Então Jesus disse-lhe: «Vai e faz tu o mesmo».
25 Eis que se levantou um doutor da lei, e disse-Lhe para o experimentar: «Mestre, que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?».26 Jesus respondeu-lhe: «O que é que está escrito na Lei? Como lês tu?».27 Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e o teu próximo como a ti mesmo».28 Jesus disse-lhe: «Respondeste bem: faz isso e viverás».29 Mas ele, querendo justificar-se, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?».30 Jesus, retomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que o despojaram, o espancaram e retiraram-se, deixando-o meio morto.31 Ora aconteceu que descia pelo mesmo caminho um sacerdote que, quando o viu, passou de largo.32 Igualmente um levita, chegando perto daquele lugar e vendo-o, passou adiante.33 Um samaritano, porém, que ia de viagem, chegou perto dele e, quando o viu, encheu-se de compaixão.34 Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu jumento, levou-o a uma estalagem e cuidou dele.35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao estalajadeiro e disse-lhe: Cuida dele; quanto gastares a mais, eu to pagarei quando voltar.36 Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?».37 Ele respondeu: «O que usou de misericórdia com ele». Então Jesus disse-lhe: «Vai e faz tu o mesmo».
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