Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

É sempre necessário passar pelo Sacrário

“Mesmo agora que sou Papa sinto-me ainda um sacerdote”. Esta é uma das passagens chaves do diálogo que o Papa Francisco teve, na manhã desta segunda-feira, com os sacerdotes da Diocese de Roma, a sua Diocese, reunidos na Basílica São João de Latrão. A acolher o Papa, 20 minutos antes do previsto, foi o Cardeal Vigário Agostino Vallini, que na sua saudação comentou como este encontro tenha sido programado pelo novo Bispo de Roma, logo após ter sido eleito.

“O que é o cansaço para um Sacerdote, para um Bispo e mesmo para o Bispo de Roma?” O Papa Francisco desenvolveu a sua intervenção introdutória, detendo-se nesta pergunta. Confidenciando que a inspiração lhe veio após ler a carta enviada por um sacerdote idoso, que justamente lhe falava sobre este cansaço, um “cansaço no coração”. “Existe – disse o Papa – um cansaço do trabalho e isto todos conhecemos. Chegamos de noite, cansados de trabalhar e passamos diante do Sacrário para saudar o Senhor. É sempre – advertiu – necessário passar pelo Sacrário”:
“Quando um sacerdote está em contacto com o seu povo, se cansa. Quando um padre não está em contacto com o seu povo, se cansa, mas mal e para dormir deve tomar um comprimido, não? Ao invés disso, aquele que está em contacto com o povo – que de facto o povo tem tantas exigências, tantas exigências! Mas são as exigências de Deus, não? – este cansa realmente e não tem necessidade de tomar comprimidos”.

Existe, porém, um “cansaço final” – prosseguiu Francisco – que se vê antes do “crepúsculo da vida” onde “existe a luz escura e o escuro um pouco luminoso”. É “um cansaço que vem no momento em que deveria existir o triunfo”, mas ao invés disto “vem este cansaço”. Isto – afirmou – acontece quando “o sacerdote se questiona sobre sua existência, olha para trás, para o caminho percorrido e pensa nas renúncias, aos filhos que não teve e se pergunta se não errou, se a sua vida “falhou”. É justamente sobre o “cansaço do coração” de que o sacerdote escrevia na carta.

O Papa citou então, o cansaço em tantas figuras bíblicas, de Elias a Moisés, de Jeremias até João Batista. Este último, afirmou, na “escuridão da prisão” vive o “escuro de sua alma” e manda os seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele é realmente aquele que estão esperando. O que pode fazer então um sacerdote que vive a experiência de João Batista? Rezar, “até dormir diante do Sacrário, mas estar ali”. E depois “procurar a proximidade com os outros padres, e sobretudo, com os bispos”:
“Nós, Bispos, devemos estar próximos aos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do Bispo são os sacerdotes. (aplausos). Vale também o contrário, eh! (risos e aplausos): o mais próximo dos padres deve ser o bispo, o mais próximo. A caridade para com o próximo, o mais próximo é o meu bispo. O Bispo diz: os mais próximos são os meus padres. É bonita esta troca, não? Isto, acredito, é o momento mais importante da proximidade,entre o bispo e os sacerdotes: este momento sem palavras, porque não existem palavras para este cansaço”.

A partir deste ponto, iniciou-se o diálogo do Papa Francisco com os sacerdotes, aos quais pediu para se sentirem livres para perguntar qualquer coisa. Respondendo à primeira pergunta, o Papa Francisco disse que no serviço pastoral, não se deve “confundir a criatividade com fazer alguma coisa nova”. A criatividade – afirmou – “é buscar o caminho para que o Evangelho seja anunciado” e isto “não é fácil”. Criatividade “não é somente mudar as coisas”. É uma outra coisa, vem do Espírito e se faz com a oração e se faz falando com os fiéis, com as pessoas. O Papa, então, recordou uma experiência vivida quando era Arcebispo de Buenos Aires. Com um sacerdote, disse, procurava entender como tornar a sua igreja mais acolhedora:
“Ah, se passa tanta gente aqui, talvez fosse bom que a igreja ficasse aberta durante todo o dia...Boa ideia. Também seria bonito que lá tivesse sempre um confessor à disposição, ...Boa ideia! E assim foi”.

Esta – acrescentou – é uma ‘corajosa criatividade’. Também em relação aos cursos em preparação ao Batismo “é necessário superar o obstáculo dos pais e das mães que trabalham toda a semana e no domingo gostariam de repousar”. Então, é necessário “buscar novos caminhos”, como uma “missão no bairro” promovida pelos leigos. E esta é a “conversão pastoral”. A Igreja, “também o Código de Direito canónico nos dá tantas, tantas possibilidades, tanta liberdade para buscarmos estas coisas”. É necessário – destacou – procurar os momentos de acolhimento, quando os fiéis devem ir à paróquia por um motivo ou outro. E criticou severamente quem, numa paróquia, está mais preocupado em pedir dinheiro por um certificado que pelo Sacramento e assim “afastam as pessoas”. É necessário, ao invés disto, “o acolhimento cordial”: “que aquele que venha à igreja se sinta como na sua casa. Se sinta bem. Que não se sinta explorado”:
“Um sacerdote, uma vez – não da minha Diocese, de uma outra -, me dizia: ‘Mas, eu não faço pagar nada, nem mesmo as intenções da Missa. Tenho ali uma caixa e eles deixam aquilo que querem. Mas Padre: tenho quase o dobro do que tinha anteriormente. Porque as pessoas são generosas, e Deus abençoa estas coisas’.

“Se, ao invés disto, a pessoa vê que existe um interesse económico  então se afasta”, observou Francisco. O Papa então, respondeu a quem lhe perguntava como ele se define agora, visto que, como Arcebispo de Buenos Aires, gostava definir-se simplesmente como ‘sacerdote’:
“Mas, eu me sinto padre, é sério. Eu me sinto padre, sacerdote, é verdade, bispo...Me sinto assim, não! E agradeço ao Senhor por isso. (aplausos) Teria medo de sentir-me um pouco mais importante, não! Isto sim, tenho medo disto, pois o diabo é esperto, eh!, é esperto e te faz sentir que agora tu tem poder, que tu pode fazer isto, que tu podes fazer quilo...mas sempre girando, girando em volta, como um leão – assim diz São Pedro, não! Mas graças a Deus, isto não perdi, ainda, não! E se vocês virem que eu perdi isto, por favor, digam-me e se não puderem me dizer privadamente, digam publicamente, mas digam: ‘Olha, converta-te!’, porque está claro, não?” (aplausos).

Após, o Santo Padre falou sobre os sacerdotes misericordiosos. Um padre enamorado – disse – deve sempre recordar-se do primeiro amor, de Jesus, “retornar àquela fidelidade que permanece sempre e nos espera”. Para mim, isto é “o ponto-chave de um sacerdote enamorado: que tenha a capacidade de voltar à recordação do primeiro amor”. E acrescentou: “uma Igreja que perde a memória, é uma Igreja eletrónica: não tem vida”. Assim, é necessário guardar-se dos padres rigorosos e negligentes. O sacerdote misericordioso – afirmou – é aquele que diz a verdade mas acrescenta: “Não te apavores, o Deus bom te espera, Caminhemos juntos”. A isto acrescentou: “devemos tê-lo sempre sob os olhos: acompanhar. Ser companheiros de caminho”. “A conversão sempre se faz assim – disse – a caminho e não no laboratório”.

“A verdade de Deus é esta verdade, digamos assim dogmática, para dizer uma palavra, ou moral, mas acompanhada do amor e da paciência de Deus, sempre assim”.

“Na Igreja – acrescentou - existem certos escândalos mas também tanta santidade e esta é maior. E existe também esta “santidade quotidiana”, escondida, “aquela santidade de tantas mães e de tantas mulheres, de tantos homens que trabalham todo o dia pela família”. Palavras estas acompanhadas de um encorajadora convicção:
“Eu ouso dizer que a Igreja nunca esteve tão bem como hoje. A Igreja não cai: estou seguro disto, estou seguro!”
O Papa então, voltou ao tema das periferias existenciais, retomando as suas palavra sobre “conventos vazios” e a generosidade para com os mais necessitados. Por fim, refletiu sobre o tema da família, e em particular sobre a delicada questão da nulidade dos matrimónios e sobre as segundas uniões. Um problema – recordou – que Bento XVI tinha no seu coração. “O problema – disse – não pode ser reduzido à questão do fazer a comunhão ou não, porque quem coloca o problema somente nestes termos não entende qual é o verdadeiro problema”.

“É um problema grave” – observou - “de responsabilidade da Igreja em relação às famílias que vivem esta situação”. A Igreja – afirmou ainda – neste momento deve fazer alguma coisa para resolver os problemas das nulidades matrimoniais. Um tema sobre o qual falará com o grupo dos 8 Cardeais que se reunirão nos primeiros dias de outubro, no Vaticano. E será tratado também no próximo Sínodo dos Bispos, pois é uma verdadeira periferia existencial” Por fim, o Papa Francisco recordou que no próximo 21 de setembro recorre o 60º aniversário de sua vocação ao sacerdócio.

(Fonte: 'news.va' com adaptação

Vídeo da ocasião em espanhol

19 setembro - 18h00 - 'Paulus' lança "Concidadãos dos santos e membros da família de Deus" de Miguel de Salis Amaral

Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade!

O serviço da autoridade foi o tema da homilia pronunciada esta manhã pelo Papa Francisco na missa presidida na capela da Casa Santa Marta.

Comentando o trecho do Evangelho em que o centurião pede a Jesus que cure o seu servo e a carta de São Paulo a Timóteo, com o convite a rezar pelos governantes, o Papa falou das características indispensáveis que um político deve ter: humildade e amor pelo povo.

“Um político que não ama pode, no máximo, colocar um pouco de ordem, mas não governar”, disse Francisco, citando David, que amava seu povo a ponto de pedir que o Senhor o punisse depois do pecado de numerar o seu povo:
Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade! E todo homem e mulher que assume um cargo de governo, deve fazer duas perguntas: “Eu amo o meu povo para servi-lo melhor? Sou humilde e dou ouvidos a todos, ouço várias opiniões para escolher o melhor caminho?”. Se estas perguntas não são feitas, não será um bom governo. O governante homem ou mulher que ama seu povo é uma pessoa humilde.

Já São Paulo exorta todos os governados a rezarem por todos aqueles que estão no poder, para que possamos ter uma vida calma e tranquila. Os cidadãos, disse o Papa, não podem se desinteressar da política:
Nenhum de nós pode dizer “não tenho nada a ver com isso, eles governam...” Ao invés, eu sou responsável pelo seu governo e devo dar o melhor de mim para que eles governem bem e participar da política dentro das minhas possibilidades. A política – afirma a Doutrina Social da Igreja - é uma das formas mais altas de caridade, porque serve ao bem comum. Eu não posso lavar minhas mãos. Todos devemos oferecer algo!

Existe o hábito de somente falar mal dos governantes e criticar o que está errado. Assiste-se ao noticiário na televisão, lê-se o jornal, e as críticas são contínuas. Fala-se sempre mal e contra. Talvez, disse o Pontífice, o “governante seja sim um pecador, como David, mas eu devo colaborar com a minha opinião, com a minha palavra, e também com a minha correção”, porque todos “devemos participar do bem comum!”. E quando “muitas vezes ouvimos que um “bom católico não entra na política”, isso não é verdade:
Um bom católico empenha-se na política oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar. Mas qual a melhor coisa que podemos oferecer aos governantes? A oração! É aquilo que Paulo diz: “Oremos por todos os homens, pelo rei e por todos os que estão no poder”. “Mas, Padre, aquela é uma má pessoa, tem que ir para o inferno …”. Reza por ele, por ela, para que possa governar bem, para que ame o seu povo, para que sirva à população, para que seja humilde!

Um cristão que não reza por seus governantes, disse ainda Francisco, não é um bom cristão! Se uma pessoa é má, “reze para que se converta!”. “Rezemos pelos governantes para que governem bem, para que levem avante nossa pátria, nossa nação e também o mundo, que exista paz e o bem comum.”

(Fonte: 'news.va' com adaptação)

Vídeo da ocasião em italiano

O casamento deveria ser sobre admiração, amor, companhia, compreensão mesmo no pior cenário

Martha Gellhorn suicidou-se aos 89 anos. Foi a única mulher que pediu o divórcio a Hemingway, a única que fez a vida que quis, deixando cinco anos de casamento para trás (de 1940 a 1945) e fazendo uma vida de correspondente de guerra durante 60 anos. Depois de um diagnóstico de cancro e de estar quase cega, suicidou-se em 1998. Dizia ela que nada se comparava ao horror da guerra civil espanhol ou a Dachau, depois disso escreveu sobre muitos outros cenários de guerra. Sobre o amor, disse que o aborrecimento/tédio/rotina é o maior inimigo de todos. Poucos sabem quem ela é. Phillip Kaufmann fez um filme sobre esta mulher, com Nicole Kidman, Clive Owen a fazer do escritor excêntrico que escrevia de pé, bebia rum, achava que um grande escritor é sempre um mentiroso. É um filme que se vê quase como um documentário. Depois do filme, fiquei a pensar que o amor não morreu por monotonia da relação, morreu por causa da competição. Para o Senhor Hemingway era impossível ter uma mulher que fosse melhor que ele. E, tal como ele, muitos homens e mulheres vivem nesta fúria da competição, quando o casamento deveria ser sobre admiração, amor, companhia, compreensão mesmo no pior cenário. Eu nem sempre digo as coisas mais certas, já se sabe, portanto isto pode ser tudo uma grande tanga.

Patrícia Reis na sua página no Facebook

Fome: Passar das palavras aos actos – Graça Franco em 2010 e infelizmente profundamente atual

No último ano (2009), 98 milhões de pessoas saíram da pobreza, fruto dos progressos realizados na China e na Índia. Esta é a boa notícia, contida no relatório da FAO, ontem divulgado (setembro de 2010).

Segue-se a verdade inconveniente: permanecem, neste momento, em todo o mundo, mais de 950 milhões de famintos. Quase 100 vezes a população de Portugal. Homens, mulheres e crianças que acordam e adormecem, em pleno século XXI, sem terem o suficiente para comer, sem forças para trabalhar, incapazes de romper a armadilha de pobreza em que nasceram ou foram apanhados.

E o escândalo é tanto maior quanto a FAO denuncia: a fome não resulta da incapacidade de obter alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial. Os alimentos existem. Falta apenas a vontade política de os fazer chegar a quem deles precisa. Não há um problema de produção mas de simples distribuição de alimentos.

Ou seja, a fome no mundo só não acaba porque, resolvido o problema económico, as lideranças mundiais não conseguiram ainda resolver o problema político, passando das palavras aos actos.

Mesmo a meta modesta (acordada no seio da ONU no quadro dos Objectivos do Milénio) de redução da população pobre de 20 para 10% até 2015, nos países em desenvolvimento, corre o sério risco de não ser cumprida.

Tem razão D. Carlos Azevedo quando urge os católicos a romper com a cultura instalada de egoísmo e individualismo feroz. É urgente que se reforce o clamor contra um modelo político económico “injusto e desigual”, numa palavra: verdadeiramente “INDECENTE”!

Desde que comecei esta crónica já morreram de fome uma dúzia de crianças*.

*A FAO estima uma morte por desnutrição a cada seis segundos.

(N. Spe Deus: 5.256.000 desde que esta crónica foi escrita em 2010

Graça Franco setembro de 2010

(Fonte: site Rádio Renascença)

A ingenuidade aliada ao voluntarismo origina confusão, na fé e na Igreja os riscos são enormes. Peçamos ao Senhor que nos conceda bom senso

https://twitter.com/jppreis

Teologia do Papa Francisco não é a de Gutiérrez

Embora o encontro não estivesse na lista oficial de audiências privadas do Papa Francisco, o Vaticano confirmou que a pedido do Arcebispo Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Papa Francisco recebeu na quinta-feira passada o Padre Gustavo Gutiérrez, teólogo peruano considerado como um dos pais da controversa teologia da libertação.

A amizade pessoal do Arcebispo Müller com o teólogo de 85 anos, que entrou para a ordem dos dominicanos nos finais dos anos 90 para evitar estar sob a jurisdição do atual Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, gerou uma série de especulações sobre o suposto apoio "oficial" à teologia da libertação no Vaticano.

As especulações dos vaticanistas se geraram logo depois da difusão pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano (LOR), de um ensaio do Padre Gutiérrez originalmente publicado como parte de um livro escrito com o Arcebispo Müller, publicado em alemão há 9 anos e traduzido recentemente para italiano, tendo a sua apresentação em Roma sido feita pelo próprio.

Entretanto, há alguns meses o sacerdote jesuíta argentino Juan Carlos Scannone, um dos mais conhecidos representantes da teologia da libertação na América Latina, explicou que o Papa Francisco, como sacerdote e arcebispo, nunca apoiou os postulados polémicos do Padre Gutiérrez.

Numa extensa entrevista que aparece no livro publicado recentemente "Francis Our Brother Our Friend" (Francisco Nosso Irmão Nosso Amigo" (Ignatius Press, 2013) do diretor do Grupo ACI, Alejandro Bermúdez, o Padre Scannone, que foi um dos professores do Papa Francisco no seu processo de formação, explicou que "na teologia da libertação há distintas correntes, e há uma que é a corrente argentina".

No texto que dentro de pouco será publicado na sua versão original em espanhol, o Padre Scannone recorda que "o Cardeal Quarracino (antecessor do Cardeal Bergoglio como Arcebispo de Buenos Aires) apresentou ao L’Osservatore Romano o primeiro documento da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a teologia da libertação, e ele distinguiu quatro correntes, citando sem nomear um artigo que eu tinha escrito dois anos antes".

"E há uma corrente argentina, que o mesmo Gustavo Gutiérrez diz que é uma corrente com características próprias da teologia da libertação, que nunca usou categorias do tipo marxista ou a análise marxista da sociedade, mas sem desprezar a análise social privilegia uma análise histórica cultural", explicou.

O perito jesuíta adicionou que "na teologia argentina da libertação não se usa a análise social marxista, mas usa-se preferentemente uma análise histórica-cultural, sem desprezar o sócio-estrutural e sem ter como base a luta de classes como princípio determinante de interpretação da sociedade e da história".

Segundo Scannone, "a linha argentina da teologia da libertação, que alguns chamam ‘teologia do povo’, ajuda a compreender a pastoral de Bergoglio como bispo; assim como muitas de suas afirmações e ensinamentos".

Para o Padre Scannone, "há coisas que acredito que marcaram de maneira especial o Cardeal Bergoglio, sobretudo o tema da evangelização da cultura, o tema da piedade popular. Uma coisa muito de Bergoglio é falar do povo fiel. Quando saiu à sacada (de São Pedro, quando foi eleito Papa), o primeiro que fez foi pedir que o povo rezasse por ele para que Deus lhe abençoe, antes de abençoar o povo. Isso é muito dele".

Scannone adiciona que "este tipo de teologia" sem categorias marxistas, fez parte "do ambiente no qual ele exerceu a sua pastoral. De facto, a problemática da piedade popular e da evangelização da cultura, e enculturação do Evangelho, é chave nesta linha teológica".

(Fonte: 'ACI Digital' com adaptação)

A fé é simples

Cremos em Deus, princípio e fim da vida humana.
Naquele Deus que entra em relação connosco, seres humanos, que é para nós origem e futuro.
Assim a fé, contemporaneamente, é sempre também esperança, é a certeza de que nós temos num futuro e não cairemos no vazio.

E a fé é amor, porque o amor de Deus nos quer «contagiar».

Esta é a primeira coisa:
nós simplesmente cremos em Deus, e isto traz consigo também a esperança e o amor.

('Creio em um só Deus' – comentado por Bento XVI)

Perante a “ditadura do relativismo” é da máxima importância evangelizar a cultura

“A evangelização da cultura é especialmente importante na nossa época, quando a ditadura do relativismo ameaça obscurecer a verdade imutável acerca da natureza do homem, do seu destino e do seu bem último. Há quem procure excluir a crença religiosa do discurso público, encerrando no domínio do privado ou, mais ainda, apresentando-a como uma ameaça à equidade e à liberdade.

Ora, na realidade, a religião é uma garantia de autêntica liberdade e respeito, levando-nos a encarar cada pessoa como um irmão ou irmã”.

(Bento XVI – homilia da Santa Missa em Glasgow na Escócia a 16.09.2010)

Só vídeo da ocasião porque é bom recordar

Jesus descobre a fé num centurião romano

Catecismo da Igreja Católica 
§§ 27-30


O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso […]. De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem enfermar, estas formas de expressão são tão universais, que bem podemos chamar ao homem um ser religioso […]. Mas esta «relação íntima e vital que une o homem a Deus» pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas: a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas (Mt 13,22), o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus (Gn 3,8ss) e foge quando Ele o chama (Jo 1,3).

«Exulte o coração dos que procuram o Senhor» (Sl 105,3). Se o homem pode esquecer ou rejeitar Deus, Deus é que nunca deixa de chamar todo o homem a que O procure, para que encontre a vida e a felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço da sua inteligência, a rectidão da sua vontade, «um coração recto» (Sl 96,11), e também o testemunho de outros que o ensinam a procurar Deus.

«És grande, Senhor, e altamente louvável; grande é o teu poder e a tua sabedoria é sem medida» (Sl 144,3; 146,5). E o homem, pequena parcela da tua criação, pretende louvar-Te – precisamente ele que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho do seu pecado, o testemunho de que Tu resistes aos soberbos (cf Tg 4,6). Apesar de tudo, o homem, pequena parcela da tua criação, quer louvar-Te. Tu próprio a isso o incitas, fazendo com que ele encontre as suas delícias no teu louvor, porque nos fizeste para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti (Santo Agostinho, Confissões 1,1,1).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 16 de setembro de 2013

Tendo terminado este discurso ao povo, entrou em Cafarnaum. Ora um centurião tinha doente, quase a morrer, um servo que lhe era muito querido. Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus a pedir-Lhe que viesse curar o seu servo. Eles, tendo ido ter com Jesus, pediam-Lhe instantemente, dizendo: «Ele merece que lhe faças esta graça, porque é amigo da nossa nação e até nos edificou a sinagoga». Jesus foi com eles. Quando estava já perto da casa, o centurião mandou uns amigos a dizer-Lhe: «Senhor, não Te incomodes, porque eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto. Por essa razão nem eu me achei digno de ir ter contigo; mas diz uma só palavra, e o meu servo será curado. Porque também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai! e ele vai; e a outro: Vem! e ele vem; e ao meu servo: Faz isto! e ele faz». Jesus, ao ouvir isto, ficou admirado e, voltando-Se para a multidão que O seguia, disse: «Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel». Voltando para casa os que tinham sido enviados, encontraram o servo curado.

Lc 7, 1-10