Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Ortodoxia

«A única desculpa possível para a existência deste livro é o facto de se tratar de uma resposta a um desafio.» Com efeito, às críticas que Chesterton fez a vários pensadores no seu livro Heretics, um deles objectou: ‘começarei a preocupar-me com a minha filosofia quando o Sr. Chesterton nos tiver apresentado a dele.' «Foi talvez incauto - reconhece Chesterton - fazer semelhante sugestão a uma pessoa que não hesita em escrever um livro à mais pequena provocação.»

A resposta da "Ortodoxia", escrita há precisamente cem anos, procura "apresentar - de um modo vago e pessoal, mais por meio de uma sucessão de imagens mentais, do que de uma sequência de deduções - a filosofia a que aderi."

É, portanto, o relato de uma aventura intelectual, que parte das suas "especulações solitárias e sinceras". Qualquer leitor poderá rever-se nalgumas das suas intuições, e talvez fique admirado por ser conduzido até realidades profundamente humanas pela mão tão graciosa e, por vezes, surpreendente, de Chesterton. As páginas de "Ortodoxia" são curtas para tanta ideia e tanto humor. É possível lê-las três, quatro e cinco vezes e continuar a ter surpresas.

Mas mais que o sumo de pensamento, o que melhor se descobre à medida que se avança é a personalidade do autor. É um perfil de uma transparência luminosa: um humor refinado, a inteligência aguda e insaciável, a estima pelos opositores, a cultura vasta, e um optimismo nada ingénuo, tornam-se crescentemente presentes.

Dale Ahlquist, presidente da "American Chesterton Society", considera que Chesterton abordou todas as ideologias do século XX: o materialismo, o determinismo científico, o darwinismo filosófico, relativismo moral e o agnosticismo. Combateu tanto o socialismo como o capitalismo, ambos inimigos da liberdade e da justiça na sociedade moderna. «Mas a que coisas ele era favorável? O que defendia? - pergunta Ahlquist. - Defendia o homem comum e o bom senso.»

Chesterton escreve a "Ortodoxia" quando tem 34 anos, de uma vida já muito cheia, e continuará a escrever abundantemente até à sua morte, aos 62 anos. Aprendeu a ler aos 8 anos e foi um aluno distraído. Não frequentou a universidade. Estudou na Escola de Artes. Ateu aos 12 anos e agnóstico aos 16, retornou para a Igreja Anglicana depois de casar com Frances Blogg, em 1901. Aos 48 anos converteu-se ao catolicismo.

Os dados que os seus biógrafos fornecem impressionam. Desde que em 1900 publica os primeiros textos numa revista de arte, Chesterton:
escreveu perto de cem livros, centenas de poemas, cinco peças de teatro, cinco romances e cerca de duzentos contos (incluindo a série de contos policiais do Padre Brown, o padre detective). Chesterton escreveu em vários jornais (e chegou a ser director) conhecendo-se perto de 4.000 artigos. A si mesmo definia-se como jornalista.

Chesterton era um polemista, apaixonado pelo debate de ideias. Participou em diversos debates públicos, divertindo as audiências como só ele era capaz. As suas intervenções eram particularmente notadas, e não só por medir mais de dois metros e pesar mais de cento e quarenta quilos. Discutiu com George Bernard Shaw, H.G. Wells, Bertrand Russell, Clarence Darrow, e outros pensadores contemporâneos. No final da sua vida, parte desses debates foram radiodifundidos. Se vivesse, Chesterton seria hoje, ao mesmo tempo, escritor, conferencista, bloguer, comentador televisivo, e talvez actor (de facto chegou a participar num dos primeiros "westerns" mudos).

Chesterton influenciou muitas pessoas. Ahlquist informa que o seu romance "O Napoleão de Nothing Hill" inspiraria Michael Collins a liderar o movimento pela independência da Irlanda, e que um artigo que escreveu no "Illustrated London News" motivaria Mahtma Gandhi a liderar o movimento que pôs fim ao domínio colonial inglês na Índia.

A força do pensamento de Chesterton parece não diminuir com o passar do tempo. Tem respostas para os problemas de hoje, escreve como se vivesse entre nós. Aí reside o valor de "Ortodoxia". Um valor que é muito enriquecido pela nova tradução para português feita nesta edição - muito melhorada face à anterior tradução de 1956.

Sinal do interesse crescente por Chesterton é que desde 2002, e só Espanha, se editaram 50 títulos. Em Portugal nos últimos cinquenta anos apenas foram traduzidos quinze livros (oito deles da série de contos do P. Brown). Talvez esta nova edição de uma das principais obras de Chesterton (ao lado de "Heretics" e de "The Everlasting Man") desperte o mundo editorial português.

Pedro Gil

Orthodoxy
Autor: Gilbert K. ChestertonEd. Alethêia, Lisboa 2008, 200 Págs

(Fonte: Aceprensa.pt em http://www.aceprensa.pt/articulos/2008/dec/14/ortodoxia/)

“Finanças, Globalização e Moralidade” na Universidade Pontifícia Santa Cruz em Roma


Perante uma crise financeira global sem precedentes, o teólogo e filósofo católico Antonio Rosmini oferece desde do túmulo soluções ao século XXI.

É este o pensar do vencedor do prémio Novack de 2008, o Professor Carlos Hoevel do Instituto Acton, aquando da apresentação de um trabalho intitulado “Finanças, Globalização e Moralidade” na Universidade Pontifícia Santa Cruz em Roma.

Hoevel indicou as causas para crise financeira global: ganância, pobres sistemas jurídicos de mercado e laxismo moral. Muitos países tentam injectar dinheiro em firmas falidas ou a beira da falência mas ele tem algo a dizer:

“Desde a perspectiva de Rosmini, seria completamente equivocado culpar a economia de mercado em si mesma pela presente ou passada crise global. Seria igualmente equivocado implementar medidas colectivistas orientadas a redistribuir ou nacionalizar a propriedade privada, manipular os preços de mercado, subsidiar sistematicamente indústrias supostamente benéficas, um grande estado subsidiário com tendência a crescer, ou economias fechadas a outros estados. Este tipo de políticas “estadolatristas” seriam contra o crescimento económico como também contra a justiça social, o direito natural e a dignidade da pessoa humana, e consequentemente prejudicariam as possibilidades de construir uma sociedade mais humana e cristã.”

Utilizando a visão económica de Rosmini, Hoevel afirma que para além da crise económica existe uma crise cultural e comportamental. A solução requerida é uma mudança decisiva de coração.

“Quando as pessoas procuram a felicidade no consumismo, trabalho ou dinheiro, o resultado é uma corrida sem fim e em vão para alcançar a felicidade através de medidas inadequadas, o que termina numa multiplicação desordenada de expectativas inalcançáveis e numa abertura a necessidades fictícias, exageradas e auto-destrutivas.”


(Fonte: H2O News)

Risco de explosão!

A taxa oficial de desemprego rondava os 7,7 por cento no terceiro trimestre. É muito mas não reflecte a dimensão social do fenómeno.
Os que nas três semanas anteriores ao inquérito do INE não procuraram activamente emprego, mesmo desempregados, deixam de ser assim contados nas estatísticas.

Estes “inactivos disponíveis", como lhes chamam os dados oficiais, eram 72 mil. Mas a eles juntam-se 64 mil biscateiros. Os que trabalharam poucas horas nas últimas semanas mas gostariam de ter trabalhado mais.
Diz-nos o bom senso que há , assim, pelo menos 135 mil portugueses desempregados que escapam às estatísticas do INE. Fosse outra a metodologia e a taxa de desemprego de 7,7 subiria para 10,1 por cento da população.

O Governo não gosta destas contas porque não são comparáveis com as dos nossos parceiros europeus.

Mas para avaliar a dimensão social do fenómeno convêm contar todos os 536 mil trabalhadores sem emprego que o próprio inquérito regista (e eles representam mais de dez por cento da população!). Quando o ministro das Finanças nos diz que o Plano anti-crise quer ajudar a manter outros 500 mil postos de trabalho, o que nos está a dizer é que é preciso evitar que a taxa de desemprego em Portugal dispare para 20 por cento! Um número perigoso. Porque o risco de explosão social, seria então, bem mais difícil de evitar!

Graça Franco


(Fonte: site RR)

Corelli - "Concerto de Natal" in G Minor - Mov. 4-5/7

O Espírito Santo na Liturgia

A finalidade da missão do Espírito Santo em toda a acção litúrgica é pôr-nos em comunhão com Cristo, para formarmos o seu corpo. O Espírito Santo é como que a seiva da Videira do Pai, que dá fruto nos sarmentos. Na liturgia, realiza-se a mais íntima cooperação do Espírito Santo com a Igreja. Ele, Espírito de comunhão, permanece indefectivelmente na Igreja, e é por isso que a Igreja é o grande sacramento da comunhão divina que reúne os filhos de Deus dispersos. O fruto do Espírito na liturgia é, inseparavelmente, comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão fraterna.

(Catecismo da Igreja Católica § 1108)