Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Viver o ecumenismo

Uma vez disse ao Santo Padre João XXIII, movido pelo encanto afável e paterno do seu trato: “Santo Padre, na nossa Obra, todos os homens, católicos ou não, encontraram sempre um ambiente acolhedor: não aprendi o ecumenismo de Vossa Santidade”. Ele riu-se emocionado, porque sabia que, já desde 1950, a Santa Sé tinha autorizado o Opus Dei a receber como associados Cooperadores os não católicos e até os não cristãos.

São muitos, efectivamente – e entre eles contam-se pastores e até bispos das suas respectivas confissões –, os irmãos separados que se sentem atraídos pelo espírito do Opus Dei e colaboram nos nossos apostolados. E são cada vez mais frequentes – à medida que os contactos se intensificam – as manifestações de simpatia e de cordial entendimento, resultantes de os sócios do Opus Dei centrarem a sua espiritualidade no simples propósito de viver com sentido de responsabilidade os compromissos e exigências baptismais do cristão. O desejo de procurar a plenitude da vida cristã e de fazer apostolado, procurando a santificação do trabalho profissional; a vida imersa nas realidades seculares, respeitando a sua própria autonomia, mas tratando-as com espírito e amor de almas contemplativas; a primazia que na organização dos nossos trabalhos concedemos à pessoa, à acção do Espírito nas almas, ao respeito da dignidade e da liberdade que provêm da filiação divina do cristão.


(Temas Actuais do Cristianismo, 22 – São Josemaría Escrivá)

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

No final do Angelus o Papa recordou o início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Começa hoje a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que se concluirá no próximo domingo, 25 de Janeiro. No hemisfério sul, no sulco do novenário proclamado pelo Papa Leão XIII no final do século XIX, a oração pela unidade dos cristãos será recitada entre a Ascensão e o Pentecostes. Contudo, o tema bíblico é comum para todos. No corrente ano, ele foi sugerido por um grupo ecuménico da Coreia e tirado do livro do profeta Ezequiel: "Que sejam um só na tua mão" (Ez 37, 17). Acolhamos também nós este convite e rezemos com maior intensidade para que os cristãos caminhem de modo resoluto para a plena comunhão entre si. Dirijo-me particularmente aos católicos espalhados pelo mundo a fim de que, unidos na oração, não se cansem de trabalhar para superar os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre todos os discípulos de Cristo. O compromisso ecuménico é ainda mais urgente hoje, para dar à nossa sociedade, marcada por conflitos trágicos e por divisões dilacerantes, um sinal e um impulso para a reconciliação e a paz. Concluiremos esta Semana de Oração na Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros, com a celebração das Vésperas no próximo domingo, memória da Conversão de São Paulo, que fez da unidade do corpo de Cristo um núcleo essencial da sua pregação.

Vídeo recorda ao Presidente Barack Obama as suas origens e a luta da sua mãe para o criar

“Santo Padre foi inspirado pelo desejo de que se chegue em breve à completa reconciliação e à plena comunhão"

O Santo Padre retirou a excomunhão aos quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X ordenados por D. Marcel Lefebrvre em 1988. O comunicado foi divulgado hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O pedido de remoção da excomunhão fora feito através de uma carta a 15 de Dezembro de 2008, escrita pelo superior-geral, D. Bernard Fellay, em nome dos outros três bispos da Fraternidade excomungados há 20 anos: D. Bernard Tissier de Mallerais, D. Richard Williamson e D. Alfonso del Gallareta.

Na carta de Dezembro passado, D. Bernard Fellay escrevia: "Estamos sempre firmemente determinados na vontade de permanecer católicos e de colocar todas as nossas forças ao serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Romana. Nós aceitamos os seus ensinamentos com espírito filial. Nós acreditamos firmemente no Primado de Pedro e nas suas prerrogativas e, por isso, a situação actual provoca em nós muita dor”.

Segundo o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgado neste sábado "Bento XVI procurou sempre recompor a ruptura com a Fraternidade, inclusive encontrando pessoalmente D. Bernard Fellay a 29 de Agosto de 2005. Naquela ocasião, o Sumo Pontífice manifestou a vontade de proceder gradualmente e em tempos razoáveis neste caminho e agora, benignamente, mediante Decreto da Congregação para os Bispos com data 21 de Janeiro de 2009, retira a excomunhão que pesava sobre os mencionados prelados. Nesta decisão, o Santo Padre foi inspirado pelo desejo de que se chegue em breve à completa reconciliação e à plena comunhão".

(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI exorta os jornalistas católicos a não cederem a compromissos mas a terem a coragem da coerência

A coragem da coerência com os próprios valores, também a custo de pagar pessoalmente, e dialogo com o mundo laico á procura de valores partilhados: são as indicações oferecidas por Bento XVI numa carta aos jornalistas da União católica da imprensa italiana que nestes dias celebrou em Roma o seu congresso nacional, por ocasião dos 50 anos de fundação.

O Papa manifesta o seu apreço pelo serviço precioso que esta organização ofereceu ao longo dos seus 50 anos, á Igreja e ao país. Neste período – salienta - muitas coisas mudaram. De maneira mais visível em sectores como a ciência, a tecnologia, a economia e a geopolítica; de maneira menos visível, mas mais profunda e também mais preocupante - sublinha Bento XVI – no âmbito da cultura corrente, na qual parece estar notavelmente enfraquecido, juntamente com o respeito pela dignidade da pessoa, o sentido dos valores como a justiça, a liberdade, a solidariedade, que são essenciais para a sobrevivência da sociedade. Ancorado a um património de princípios enraizados no Evangelho, o trabalho dos jornalistas católicos – afirmou o Santo Padre – resulta hoje ainda mais árduo : ao sentido de responsabilidade e ao espírito de serviço devem de facto juntar-se uma cada vez mais acentuada capacidade profissional e juntamente uma grande capacidade de diálogo com o mundo laico á procura de valores que sejam partilhados. Os jornalistas católicos - acrescenta o Papa – encontrarão tanto mais facilmente escuta, em particular entre os laicos, quanto mais coerente for o seu testemunho, embora silencioso, sem rótulos, mas cheio de substancia e inspirado nos valores da fé. Trata-se de uma tarefa cada vez mais exigente, na qual os espaços de liberdade são muitas vezes ameaçados e os interesses económicos e políticos predominam não poucas vezes sobre o espírito de serviço e sobre o critério do bem comum.

Por isso Bento XVI exorta os jornalistas católicos a não cederem a compromissos mas a terem a coragem da coerência, também a custo de pagar pessoalmente: a serenidade da consciência – conclui o Santo Padre não tem preço.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Evangelho de Domingo dia 25 de Janeiro de 2009 - Festa da Conversão de S. Paulo


São Marcos 1, 14-20

Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo:

«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus.

«Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».

Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus.

Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os.

Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus.

Santo Padre: a Igreja tem uma face oriental e um importante papel no recordar ao catolicismo latino que vive de diferentes tradições


Antioquia, desde as origens do cristianismo, é uma sede muito ligada à Igreja e aos Apóstolos Pedro e Paulo. Foi o que reafirmou Bento XVI, no discurso dirigido ao novo Patriarca de Antioquia dos Sírios, Sua Beatitude Ignace Joseph III Younan.

À Igreja siro-católica, Bento XVI recordou como a comunhão eclesial seja parte integrante da ligação na unidade visível e na caridade entre o Papado e as Igrejas orientais católicas.
Além do mais o Papa notou que o mundo oriental, que muitas vezes vive no Ocidente, na diáspora, tem um importante papel no recordar ao catolicismo latino que a Igreja vive de diferentes tradições que devem convergir no anúncio de Cristo nos novos contextos do mundo contemporâneo.

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - VI

Os cristãos diante da doença e do sofrimento


2 Rs 20, 1-6: Ah, Senhor, digna-te lembrares de mim


Sl 22 (21), 1-11: Por que me abandonaste?


Tg 5, 13-15: A oração com fé salvará o enfermo


Mc 10, 46-52: Que queres que eu te faça?


Comentário

Quantas vezes Jesus encontrou os doentes e quis curá-los! Todas as nossas Igrejas, ainda que divididas, têm uma clara consciência da compaixão do Senhor pelos que sofrem. No que toca às doenças, os cristãos sempre procuraram seguir o exemplo do Mestre, cuidando dos enfermos, construindo hospitais e dispensários, não se preocupando apenas com “a alma”, mas também dos corpos dos pequeninos de Deus.

Contudo, isto nem sempre é tão evidente. As pessoas saudáveis tendem a considerar a saúde como uma conquista sua, e esquecem aqueles que não podem participar plenamente da comunidade por causa da sua enfermidade ou limitação. Quanto aos enfermos, muitos deles sentem-se esquecidos por Deus; distantes da sua presença, da sua graça e da sua força salvadora.

A profunda fé de Ezequiel sustenta-o na doença. Nos momentos de dor, ele encontra os termos certos para recordar a Deus a sua promessa misericordiosa. Sim, aqueles que sofrem às vezes tomam da Bíblia as palavras inspiradoras para clamar por suas dores e confrontar o desígnio de Deus: “Por que me abandonaste?” Se a nossa relação com Deus é sincera, profunda, e se diz com palavras de fé e reconhecimento, ela poderá também expressar na oração a nossa aflição, a nossa dor e até mesmo a nossa ira, quando esta última for necessária.

Os doentes não são apenas objecto de cuidados. Ao contrário, são sujeitos de viva experiência de fé, como descobriram os discípulos de Jesus certa vez – no relato que lemos no Evangelho de Marcos. Aconteceu que os discípulos queriam fazer seu próprio caminho ao seguir Jesus, ignorando o homem doente marginalizado pela multidão. Quando Jesus os interpela, ele desvia-os de seus objectivos individualistas. Connosco pode acontecer algo parecido: estamos dispostos a cuidar dos doentes, desde que eles não reclamem e nos perturbem. Hoje, frequentemente, são os doentes dos países pobres que gritam para nós pedindo medicamentos; isto que nos leva a reflectir sobre a concessão de patentes e do lucro. Os discípulos que antes queriam impedir o cego de se aproximar de Jesus são interpelados pelo mesmo Jesus a levar-lhe a sua mensagem de cura; uma mensagem de amor que soa completamente nova: “Coragem! Levanta-te, ele chama por ti”.

Somente quando os discípulos conduzem o doente até Jesus é que eles finalmente entendem o que quer o Senhor: dedicar o tempo para se encontrar com o doente, para lhe falar e ouvir, perguntando-lhe o que deseja e do que necessita. Uma comunidade de reconciliação só pode florescer quando os enfermos experimentam a presença de Deus nas suas relações com os irmãos e as irmãs em Cristo.


Oração

Senhor, escuta o teu povo quando este grita por ti, aflito pela doença e pela dor. Que aqueles que são saudáveis se façam dom pelo bem-estar dos outros; que eles possam servir os que sofrem com coração generoso e mãos abertas. Senhor, dá-nos viver na tua graça e pela tua providência, tornando-nos uma comunidade de reconciliação onde todos te louvem unidos. Amém.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Mensagem para o 43º Dia Mundial das Comunicações Socais


Amados irmãos e irmãs,

Aproximando-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, é com alegria que me dirijo a vós para expor-vos algumas minhas reflexões sobre o tema escolhido para este ano: Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade. Com efeito, as novas tecnologias digitais estão a provocar mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Estas mudanças são particularmente evidentes entre os jovens que cresceram em estreito contacto com estas novas técnicas de comunicação e, consequentemente, sentem-se à vontade num mundo digital que entretanto para nós, adultos que tivemos de aprender a compreender e apreciar as oportunidades por ele oferecidas à comunicação, muitas vezes parece estranho. Por isso, na mensagem deste ano, o meu pensamento dirige-se de modo particular a quem faz parte da chamada geração digital: com eles quero partilhar algumas ideias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana. Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável.

A facilidade de acesso a telemóveis e computadores juntamente com o alcance global e a omnipresença da internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo: trata-se claramente duma possibilidade que era impensável para as gerações anteriores. De modo especial os jovens deram-se conta do enorme potencial que têm os novos «media» para favorecer a ligação, a comunicação e a compreensão entre indivíduos e comunidade, e usam-nos para comunicar com os seus amigos, encontrar novos, criar comunidades e redes, procurar informações e notícias, partilhar as próprias ideias e opiniões. Desta nova cultura da comunicação derivam muitos benefícios: as famílias podem permanecer em contacto apesar de separadas por enormes distâncias, os estudantes e os investigadores têm um acesso mais fácil e imediato aos documentos, às fontes e às descobertas científicas e podem por conseguinte trabalhar em equipa a partir de lugares diversos; além disso a natureza interactiva dos novos «media» facilita formas mais dinâmicas de aprendizagem e comunicação que contribuem para o progresso social.

Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os utentes porque elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionar umas com as outras. Este desejo de comunicação e amizade está radicado na nossa própria natureza de seres humanos, não se podendo compreender adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus - uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão.

O desejo de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos entrando em relação com os outros. Na realidade, quando nos abrimos aos outros, damos satisfação às nossas carências mais profundas e tornamo-nos de forma mais plena humanos. De facto amar é aquilo para que fomos projectados pelo Criador. Naturalmente não falo de relações passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que constitui o centro da doutrina moral de Jesus: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» e «amarás o teu próximo como a ti mesmo» (cf. Mc 12, 30-31). Reflectindo, à luz disto, sobre o significado das novas tecnologias, é importante considerar não só a sua indubitável capacidade de favorecer o contacto entre as pessoas, mas também a qualidade dos conteúdos que aquelas são chamadas a pôr em circulação. Desejo encorajar todas as pessoas de boa vontade, activas no mundo emergente da comunicação digital, a que se empenhem na promoção de uma cultura do respeito, do diálogo, da amizade.

Assim, aqueles que operam no sector da produção e difusão de conteúdos dos novos «media» não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana. Se as novas tecnologias devem servir o bem dos indivíduos e da sociedade, então aqueles que as usam devem evitar a partilha de palavras e imagens degradantes para o ser humano e, consequentemente, excluir aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, envilece a beleza e a intimidade da sexualidade humana, explora os débeis e os inermes.

As novas tecnologias abriram também a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões. A nova arena digital, o chamado cyberspace, permite encontrar-se e conhecer os valores e as tradições alheias. Contudo, tais encontros, para ser fecundos, requerem formas honestas e correctas de expressão juntamente com uma escuta atenciosa e respeitadora. O diálogo deve estar radicado numa busca sincera e recíproca da verdade, para realizar a promoção do desenvolvimento na compreensão e na tolerância. A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências: é antes a busca da verdade, do bem e do belo. É precisamente com tal finalidade que realizamos as nossas opções, exercitamos a nossa liberdade e nisso - isto é, na verdade, no bem e no belo - encontramos felicidade e alegria. É preciso não se deixar enganar por aqueles que andam simplesmente à procura de consumidores num mercado de possibilidades indiscriminadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabandeia por beleza, a experiência subjectiva sobrepõem-se à verdade.

O conceito de amizade logrou um renovado lançamento no vocabulário das redes sociais digitais que surgiram nos últimos anos. Este conceito é uma das conquistas mais nobres da cultura humana. Nas nossas amizades e através delas crescemos e desenvolvemo-nos como seres humanos. Por isso mesmo, desde sempre a verdadeira amizade foi considerada uma das maiores riquezas de que pode dispor o ser humano. Por este motivo, é preciso prestar atenção a não banalizar o conceito e a experiência da amizade. Seria triste se o nosso desejo de sustentar e desenvolver on-line as amizades fosse realizado à custa da nossa disponibilidade para a família, para os vizinhos e para aqueles que encontramos na realidade do dia-a-dia, no lugar de trabalho, na escola, nos tempos livres. De facto, quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo, a consequência é que a pessoa se isola, interrompendo a interacção social real. Isto acaba por perturbar também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um são desenvolvimento humano.

A amizade é um grande bem humano, mas esvaziar-se-ia do seu valor, se fosse considerada fim em si mesma. Os amigos devem sustentar-se e encorajar-se reciprocamente no desenvolvimento dos seus dons e talentos e na sua colocação ao serviço da comunidade humana. Neste contexto, é gratificante ver a aparição de novas redes digitais que procuram promover a solidariedade humana, a paz e a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida e o bem da criação. Estas redes podem facilitar formas de cooperação entre povos de diversos contextos geográficos e culturais, consentindo-lhes de aprofundar a comum humanidade e o sentido de corresponsabilidade pelo bem de todos. Todavia devemo-nos preocupar por fazer com que o mundo digital, onde tais redes podem ser constituídas, seja um mundo verdadeiramente acessível a todos. Seria um grave dano para o futuro da humanidade, se os novos instrumentos da comunicação, que permitem partilhar saber e informações de maneira mais rápida e eficaz, não fossem tornados acessíveis àqueles que já são económica e socialmente marginalizados ou se contribuíssem apenas para incrementar o desnível que separa os pobres das novas redes que se estão a desenvolver ao serviço da informação e da socialização humana.

Quero concluir esta mensagem dirigindo-me especialmente aos jovens católicos, para os exortar a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida. Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização. A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste «continente digital». Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos vossos coetâneos! Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a «boa nova» de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos! Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção.


Vaticano, 24 de Janeiro - dia de São Francisco de Sales - de 2009.

BENEDICTUS PP. XVI

S. Francisco de Sales – Bispo e Doutor da Igreja – 1567-1622

"Nenhum dos Doutores da Igreja, mais do que São Francisco de Sales preparou as deliberações e decisões do Concílio Vaticano II com uma visão tão perspicaz e progressista. Oferece-nos a sua contribuição pelo exemplo da sua vida, pela riqueza da sua verdadeira e sólida doutrina, pelo facto que abriu e reforçou as veredas da perfeição cristã para todos os estados e condições de vida. Propomos que essas três coisas sejam imitadas, acolhidas e seguidas."

(Paulo VI – 1967)



Formado em Direito e, com todos os requisitos para ser um óptimo advogado, Francisco contrariou os pais ao entrar para o sacerdócio; porém acertou na vocação, porque assim passou a advogar espiritualmente pelo povo de Deus.

Depois de sua ordenação sacerdotal, foi, após algum tempo, ordenado bispo, cuja missão era lidar com os católicos convertidos ao Calvinismo.


Este grande servo de Deus usou de folhetos e de todos os meios possíveis, para, naquela época, consciencializar o povo sobre a doutrina cristã, promovendo encontros, diálogos, palestras e, acima de tudo, por meio do testemunho de vida.


Indo a Genebra, acabou nas mãos dos calvinistas, porém conseguiu ser um pastor sábio e prudente entre eles.

O Evangelho do dia 24 de Janeiro de 2009

São Marcos 3, 20-21

Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer.

Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si».