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terça-feira, 21 de janeiro de 2014
O Senhor nunca fala connosco em massa
Na Missa desta terça-feira na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco, partindo da leitura do Livro de Samuel que nos relata a unção de David por Samuel, sublinhou que o Senhor escolhe sempre os pequenos desenvolvendo com o Seu povo uma relação pessoal:
“Nunca o Senhor fala connosco em massa, nunca. Fala sempre pessoalmente, com os nomes. E escolhe pessoalmente. O relato da criação faz-nos ver isto: é o próprio Senhor que com as suas mãos artesanalmente faz o homem e lhe dá um nome: ‘Tu chamas-te Adão’. E assim começa aquela relação entre Deus e a pessoa. E há uma outra coisa, há uma relação entre Deus e nós pequenos: Deus, o grande, e nós pequenos. Deus, quando deve escolher as pessoas, também o seu povo, sempre escolhe os pequenos.”
“Todos nós com o Batismo fomos eleitos. Todos somos eleitos. Escolheu-nos um por um. Deu-nos um nome e olha para nós. Há um diálogo, porque assim ama o Senhor. Também David depois se tornou rei e errou. Talvez tenha feito tantos, mas a Bíblia conta-nos dois erros fortes, dois erros daqueles pesados. O que é que fez David? Humilhou-se. Tornou à sua pequenez e disse: ‘Sou pecador’. E pediu perdão e fez tanta penitência.”
David pediu ao Senhor que o punisse a ele e não ao seu povo. Segundo o Papa Francisco, David guardou a sua pequenez com o pensamento, com o arrependimento, com a oração, com o choro. E pensando neste diálogo entre o Senhor e a nossa pequenez o Santo Padre perguntou-se onde está a fidelidade cristã:
“A fidelidade cristã, a nossa fidelidade, é simplesmente conservar a nossa pequenez, para que possa dialogar com o Senhor. Guardar a nossa pequenez. Por isto a humildade, a mansidão são tão importantes na vida do cristão, porque é a conservação da pequenez, a qual é do agrado do Senhor. E será sempre o diálogo entre a nossa pequenez e a grandeza do Senhor. Que o Senhor nos dê, por intercessão de S. David – também por intercessão de Nossa Senhora que cantava alegremente a Deus, porque tinha guardado a sua humildade – nos dê o Senhor a graça de guardar a nossa pequenez perante Ele.” (RS)
(Fonte: 'news.va' com adaptação)
Vídeo da ocasião em italiano
«UM CEGO PODE GUIAR OUTRO CEGO?»
«Um cego pode guiar outro cego? Não caíram os dois nalguma cova?» Lc 6, 39
Quando me fecho à tua presença, à tua luz, Senhor, fico cego, sem ver o caminho.
Como posso eu guiar-me, (eu que sou cego pelo pecado), se me deixo cegar porque me afasto de Ti?
Sim, Senhor, eu sei que sou um só, mas dentro de mim está o pecador e o que procura a santidade.
O pecador é cego por natureza, (porque o cega o pecado), mas o que procura a santidade vê, porque és Tu que o ilumina.
Assim o pecador em mim, é guiado pelo que em mim procura a santidade, porque esse recebe de Ti a luz e a força para vencer o pecado.
Mas se o que em mim procura a santidade se afasta de Ti, então fica cego também, e será «um cego a guiar outro cego».
Agora que “vejo”, porque estou a falar contigo, Senhor, peço-Te que nunca me deixes afastar de Ti, para que recebendo de Ti, veja, e vendo, possa guiar o pecador em mim, para que não caia «nalguma cova», de onde não consiga sair.
Obrigado, Senhor, pela luz que dás a este pobre cego que procura a santidade, para que afaste o cego pecador da “cova” do pecado.
Monte Real, 21 de Janeiro de 2014
Joaquim Mexia Alves
"Evangelii Gaudium" (56)
O diálogo entre a fé, a razão e as ciências
242. O diálogo entre ciência e fé também faz parte da acção evangelizadora que favorece a paz. O cientificismo e o positivismo recusam-se a «admitir, como válidas, formas de conhecimento distintas daquelas que são próprias das ciências positivas». A Igreja propõe outro caminho, que exige uma síntese entre um uso responsável das metodologias próprias das ciências empíricas e os outros saberes como a filosofia, a teologia, e a própria fé que eleva o ser humano até ao mistério que transcende a natureza e a inteligência humana. A fé não tem medo da razão; pelo contrário, procura-a e tem confiança nela, porque «a luz da razão e a luz da fé provêm ambas de Deus», e não se podem contradizer entre si. A evangelização está atenta aos progressos científicos para os iluminar com a luz da fé e da lei natural, tendo em vista procurar que sempre respeitem a centralidade e o valor supremo da pessoa humana em todas as fases da sua existência. Toda a sociedade pode ser enriquecida através deste diálogo que abre novos horizontes ao pensamento e amplia as possibilidades da razão. Também este é um caminho de harmonia e pacificação.
243. A Igreja não pretende deter o progresso admirável das ciências. Pelo contrário, alegra-se e inclusivamente desfruta reconhecendo o enorme potencial que Deus deu à mente humana. Quando o progresso das ciências, mantendo-se com rigor académico no campo do seu objecto específico, torna evidente uma determinada conclusão que a razão não pode negar, a fé não a contradiz. Nem os crentes podem pretender que uma opinião científica que lhes agrada – e que nem sequer foi suficientemente comprovada – adquira o peso dum dogma de fé. Em certas ocasiões, porém, alguns cientistas vão mais além do objecto formal da sua disciplina e exageram com afirmações ou conclusões que extravasam o campo da própria ciência. Neste caso, não é a razão que se propõe, mas uma determinada ideologia que fecha o caminho a um diálogo autêntico, pacífico e frutuoso.
Co-adopção e adopção: alguns pontos
Sobre o tema da co-adopção e da adopção por pares do mesmo sexo está em curso uma grande campanha de desinformação. Os defensores destas ideias tem recorrido a todo o tipo de expedientes para as defenderem, incluído a mentira, o insulto e a vitimização.
Decidi por isso escrever aqui alguns pontos, na tentativa de ajudar a não cair nesses esquemas.
1. Direitos Fundamentais.
O primeiro ponto é que a adopção não é uma questão de direito fundamentais. O instituto da adopção não foi criado para satisfazer o desejo de paternidade de ninguém. Não existe um direito a adoptar.
A adopção existe para responder ao drama das crianças que não podem ser criadas pelos pais. Este instituto tem por fim tentar criar às crianças um ambiente tão natural quanto possível.
Falar em direito a adoptar é transformar as crianças em coisas. Tenho direito à habitação, à educação a adoptar uma criança.
2. A co-adopção não muda nada.
Este é provavelmente o mais insidioso e mais convincente argumento a favor da co-adopção: a afirmação que no fundo este projecto de lei só vem reconhecer situações que já existem de facto e que passariam agora a ser reconhecidas pela lei.
É totalmente falso. Primeiro porque a co-adopção conduz, inevitavelmente, à adopção. Porque não se pode reconhecer um direito de alguns pares do mesmo sexo a adoptar e não de outros. Por isso discutir a co-adopção é discutir a adopção.
Para além disso o reconhecer que uma criança pode ter duas mães ou dois pais (ainda que apenas em certos casos) faz com que a lei transforme um facto natural numa criação artificial. Como se a fonte da paternidade fosse o Estado.
Porque e adopção tenta recriar esse facto natural. A adopção por duas pessoas do mesmo sexo visa substitui-lo.
Por fim, a co-adopção tem uma consequência muito prática. A adopção corta a relações de parentesco com a família biológica. Por isso uma criança órfã de pai cuja mãe tenha uma companheira que a co-adopte, deixa de legalmente ter qualquer relação com a família do pai.
3. Imposição moral.
Outro dos argumentos constantemente usados é o de que ninguém tem nada a ver com o modo como as famílias se organizam. Ora, eu não podia estar mais de acordo com esta afirmação.
O problema é que eu não ter nada a ver com um facto de uma mulher querer obrigar os seus filhos a tratar outra mulher por mãe não quer dizer que essa mulher possa obrigar todo o país a fazer o mesmo.
Cada um é livre de ter as opiniões que quer. Cada pai é livre para educar os seus filhos da maneira que considera melhor para elas. Não tem é liberdade para impor essas ideias ao resto da sociedade.
A criança ter pai e mãe é um facto. Para se gerar vida é preciso homem e mulher, é assim que a natureza está feita. Dizer que uma criança pode ter duas mãe ou dois pais, ou seja dizer que aquela crianças não tem pai ou não tem mãe, nem nunca o teve, é uma convenção social que violenta a realidade.
Por isso, eu não quero impor nada a ninguém. Só não quer é que nos seja imposto a todos o ponto de vista de alguns.
4. Progresso.
Por fim vem sempre o argumento do progresso, da sociedade mais justa, mais democrática. Quem é contra é só pode ser uma pessoa inculta, que vive atrasada no tempo, cega à luz do progresso e da democracia. Aliás, é comum vermos, como resposta a uma objecção à adopção por pessoas do mesmo sexo, simples afirmações como “isso é ser intolerante” ou “já estamos no séc. XXI”.
Este argumento é absolutamente absurdo. É uma espécie de chantagem infantil, comparada ao “se não fumas ganza, não és fixe!”.
A questão não é de progresso ou não. Mas de saber se um criança tem direito a um pai e a uma mãe. Eu acredito que sim e tenciono defende-lo contra todos aqueles que querem impor a sua ideologia a todo o país e sobretudo, às crianças que não têm um pai e uma mãe que os defenda.
Conclusão
Se chegar a haver referendo este assunto será tema durante os próximos meses. Sobre ele os media tentarão fazer uma lavagem cerebral, demonstrando de uma lado “novos modelos de família” e do outro pessoas que querem destruir a sua felicidade.
Aquilo de que não será notícia será todas as crianças a quem será negado o direito a ter pai ou a ter mãe. Mas vão ser elas a pagar o preço de mais uma engenharia social.
Por isso, se formos chamados a votar, não é para votarmos contra ninguém. Mas para votar pelo direito dessas crianças a uma família e não a um projecto ideológico.
'O único que convence' pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Conta-se de um jovem que gostava muito de passear à beira mar. Certo dia, encontrou-se com um ancião que fazia um movimento repetitivo que lhe chamou à atenção. Abaixava-se, apanhava algo da areia e lançava-o ao mar. Fazia a mesma coisa várias vezes. Quando o jovem se aproximou, viu que aquilo que ele apanhava com tanto cuidado eram estrelas-do-mar.
O jovem tomou a iniciativa do diálogo: «Posso perguntar-lhe porque está a fazer isso?». O idoso respondeu: «Claro que sim. Estou a devolver estas estrelas marinhas ao oceano. A maré está baixa e elas ficaram aqui na margem. Se não as ajudo, elas morrerão». Gerou-se um momento de silêncio. Então o jovem voltou a falar: «Entendo a sua explicação. Mas não se dá conta de que são centenas as estrelas-do-mar desta praia? E que isto acontece em dezenas de praias ao longo da nossa costa? Não estará a fazer algo sem sentido?».
O ancião sorriu. Inclinou-se sem pressa, apanhou uma estrela marinha e enquanto a lançava ao mar, com uma cara de felicidade, respondeu ao jovem: «Para esta estrela, o que eu acabo de fazer está cheio de sentido».
Quantas vezes sofremos ao ver tantas pessoas necessitadas de ajuda. Sentimo-nos incapazes de socorrer a todos. Pensamos que a realidade não deveria ser assim. Revoltamo-nos com as estatísticas desanimadoras em relação ao futuro. E, no meio de tudo isto, achamos quixotesco ajudar aquele que temos ao nosso lado.
Pensamos que isso não resolverá nada. É verdade que não resolverá tudo. Mas é falso que não resolverá nada. É falso que não tenhamos capacidade para ajudar ninguém. Essa ideia só ajuda a nossa tendência para o conformismo e o comodismo.
Hoje em dia, o amor é a única realidade aceite pelas pessoas. Estão fartas de ideologias que prometeram a felicidade e geraram um enorme sofrimento. Não acreditam em nada. Têm medo. Medo do terrorismo. Medo da violência. Medo das guerras.
O Papa (Emérito) Bento XVI diz-nos que o único modo de tornar Deus presente neste mundo é viver a caridade. “Quem vê a caridade, vê a Trindade” repete-nos com uma frase de Santo Agostinho. A fé mostra-nos que Deus é Amor. Viver de acordo com esta verdade é o único modo de fazer entrar a luz de Deus neste mundo. E só essa luz pode fazer derreter o medo que tanto paralisa.
Surpreender os outros. O que melhor comunica a mensagem cristã não são as palavras, mas as obras. A actividade da Igreja é a manifestação de um Amor que é o único que convence. Por isso, pensemos que as pessoas com quem nos encontramos todos os dias podem perceber que temos pouco tempo, mas ninguém pode perceber que não temos coração. Porque quem caminha para Deus nunca se afasta dos outros.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
«O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, n° 39
Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, n° 39
«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» […] A lei do sábado era, no início, da maior importância, pois ensinava os judeus a serem pacíficos e cheios de humanidade para com o seu próximo; a crerem na sabedoria e na providência de Deus Criador. […] Quando Deus lhes deu a lei do sábado, fê-los compreender que apenas queria que eles se abstivessem de todo o mal: «No decurso desse dia, não realizareis trabalho algum, salvo a preparação do alimento para todos» (Ex 12,16 LXX). No Templo, havia mais trabalho nesse dia santo do que nos outros dias. […] Deste modo, a sombra da Lei preparava a luz da verdade plena (cf Col 2,17).
Cristo terá então abolido uma lei tão útil? De modo nenhum: levou-a ainda mais longe. […] Deixara de ser necessário ensinar deste modo que Deus era o Criador de tudo o que existe, e formá-los na amabilidade para com os outros, pois eram agora convidados a imitar o amor de Deus pelos homens segundo esta palavra: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6,36). Deixara de ser necessário fixar um dia de festa para aqueles que eram convidados a fazer da sua vida uma festa: «Celebremos a festa, escreve o apóstolo Paulo, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). […] Que necessidade havia de uma lei do sábado para o cristão, que passa a sua vida numa celebração contínua e sempre a pensar no céu ? Sim, irmãos, celebremos este sábado celeste e contínuo.
Cristo terá então abolido uma lei tão útil? De modo nenhum: levou-a ainda mais longe. […] Deixara de ser necessário ensinar deste modo que Deus era o Criador de tudo o que existe, e formá-los na amabilidade para com os outros, pois eram agora convidados a imitar o amor de Deus pelos homens segundo esta palavra: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6,36). Deixara de ser necessário fixar um dia de festa para aqueles que eram convidados a fazer da sua vida uma festa: «Celebremos a festa, escreve o apóstolo Paulo, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). […] Que necessidade havia de uma lei do sábado para o cristão, que passa a sua vida numa celebração contínua e sempre a pensar no céu ? Sim, irmãos, celebremos este sábado celeste e contínuo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 21 de janeiro de 2014
Sucedeu também que, caminhando Jesus em dia de sábado, por entre campos de trigo, os discípulos começaram a colher espigas, enquanto caminhavam. Os fariseus diziam-Lhe: «Como é que fazem ao sábado o que não é permitido?». Ele respondeu: «Nunca lestes o que fez David, quando se viu necessitado, e teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, sendo sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, dos quais não era permitido comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que o acompanhavam?». E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso o Filho do Homem é Senhor também do sábado».
Mc 2, 23-28
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