Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 2 de maio de 2020

Um casamento sem povo

A 1 de Maio (não no tempo da Covid mas em 1952), Brithe Bringsted e Jerôme Lejeune casaram-se. Ele era médico, de família burguesa, ela uma dinamarquesa sem fortuna nem pergaminhos, de educação protestante, órfã de pai. Demorou muitos anos a que a família de Jerôme a aceitasse e só um tio e a mulher compareceram na cerimónia do casamento, numa igreja católica de Anderson, na Dinamarca. O rapaz tinha nascido numa sexta-feira dia 13 e casava-se no dia 1 de Maio... não seria mau presságio?

As histórias deste amor arrebatado foram contadas em várias biografias, em particular na que foi escrita pela filha Clara Lejeune-Gaymard («La Vie est un Bonheur», Criterion). «Pai, o que é o amor à primeira vista?». Jerôme responde: «Não sei por que razão os joelhos tremem e a garganta fica seca quando a pessoa se enamora, mas sem dúvida o que se passou com a tua mãe e comigo foi um amor destes, como o fulgor de um relâmpago». Ao falar da extraordinária vida científica e intelectual de Jerôme Lejeune, convém recordar esta parte de poesia romântica e de alegria familiar prolongada e partilhada com os cinco filhos do casal.

Não cabe aqui a enumeração de todas as suas descobertas científicas, em campos diversificados da medicina. As mais conhecidas referem-se à trissomia 21, à trissomia 16 e ao efeito da radiação nuclear sobre a saúde. Foi um dos percursores mais notáveis da genética médica e, para cientistas de todo o mundo, parecia o candidato óbvio ao prémio Nobel.

Entretanto, mal começou a campanha mundial a favor do aborto, Jerôme Lejeune divulgou na opinião pública as suas observações, mostrando que o embrião tinha sensações, e pulmões, e mãos, e impressões digitais, e que, apesar da sua dimensão mínima, constituía um ser humano maravilhoso. Não era este o contributo que se esperava dele. Do dia para a noite, o entusiasmo dos poderes públicos transformou-se em oposição feroz. O Governo francês retirou-lhe o financiamento para a investigação e levantou-lhe todos os entraves possíveis. A partir de então, Lejeune teve de pagar a investigação com donativos privados e a nomeação para o prémio Nobel ficou fora de hipótese.

Em França e no estrangeiro, organizaram-se campanhas de ódio contra ele. Escreveram-se coisas que ainda hoje arrepiam. Foi atacado pela extrema-direita, que o acusou de ser uma víbora sexual, agente do KGB, assassino do Papa, etc., e, passando das palavras aos actos, esfaquearam-lhe os pneus do carro. Mais violentos foram os ambientes do capitalismo ateu e das ideologias marxistas, que jamais lhe perdoaram a sua defesa da vida humana. Houve ameaças sérias, além da perseguição administrativa verrinosa e da campanha persistente nos meios de comunicação. Felizmente, Jerôme Lejeune tinha um bom humor capaz de aguentar tudo e, principalmente, uma relação com Deus fortíssima e uma mulher excepcional.

Cruzou-se com gente extraordinária. Chegou a ser grande amigo de João Paulo II, que o nomeou membro da Academia Pontifícia das Ciências, Presidente da Academia Pontifícia para a Vida e o escolheu várias vezes como embaixador especial. É simbólico que o Papa tivesse almoçado com o casal Lejeune pouco antes de sofrer o atentado na praça de S. Pedro e que, Jerôme tivesse de ser hospitalizado com uma doença aguda no mesmo dia em que o Papa entrava no hospital.

A médica psiquiátrica Wanda Poltawska, sobrevivente do campo de prisoneiros de Ravensbrück, onde foi usada pelos nazis como cobaia em experiências médicas macabras, amiga dos Lejeune e muito próxima de Karol Wojtyla, conta que ela e o marido tomavam o pequeno-almoço com o Papa, no Vaticano, quando souberam da morte de Jerôme Lejeune: «foi um choque terrível para João Paulo II – “Meu Deus, eu tinha tanta necessidade dele...”». As longas páginas de condolências que João Paulo II escreveu, traduzem o que esta perda representou para ele. E o Papa voltou a comover-se quando, dias depois, Anouk, uma das filhas de Lejeune, lhe levou a dezena artesanal que o pai tinha feito para entregar ao Papa.

A aversão de alguns sectores a Lejeune, falecido em 1994 (há já mais de 25 anos), não esmoreceu e projecta-se hoje contra os membros da família e outras pessoas próximas. Mas uma multidão cada vez maior guarda no coração a sua memória. Aproveitando uma viagem a França, João Paulo II foi expressamente ao cemitério rezar diante do túmulo de Jerôme Lejeune. Bento XVI autorizou em 2007 que a diocese de Paris iniciasse o processo de canonização. Em 2013, ele foi um dos mais votados pela população francesa para ser colocado no Panteão nacional. Em 2016, o Papa Francisco nomeou Birthe Lejeune, mulher de Jerôme, membro «ad honorem» da Academia Pontifícia para a Vida e no ano seguinte o Vaticano recebeu a documentação recolhida em França (15 mil páginas), para estudar a sua beatificação.

Enfim, uma novela épica! E interruptamente romântica, desde aquele 1º de Maio de 1952.
José Maria C.S. André

Maria está ao pé de ti

Não estás só. – Aceita com alegria a tribulação. – É verdade, pobre menino, que não sentes na tua mão a mão de tua Mãe. – Mas... não tens visto as mães da terra, de braços estendidos, seguir os seus pequenos quando se aventuram, receosos, a dar os primeiros passos sem a ajuda de ninguém? – Não estás só; Maria está ao pé de ti. (Caminho, 900)

Dá alegria verificar que a devoção à Virgem está sempre viva, despertando nas almas cristãs um impulso sobrenatural para se comportarem como domestici Dei, como membros da família de Deus.

Nestes dias, vendo como tantos cristãos exprimem dos mais diversos modos o seu carinho à Virgem Santa Maria, também vós certamente vos sentis mais dentro da Igreja, mais irmãos de todos esses vossos irmãos.

É uma espécie de reunião de família, como quando os irmãos que a vida separou voltam a encontrar-se junto da Mãe, por ocasião de alguma festa. Ainda que alguma vez tenham discutido uns com os outros e se tenham tratado mal, naquele dia não; naquele dia sentem-se unidos, reencontram-se unidos, reencontram-se todos no afecto comum.

Maria, na verdade, edifica continuamente a Igreja, reúne-a, mantém-na coesa. É difícil ter autêntica devoção à Virgem sem nos sentirmos mais vinculados aos outros membros do Corpo Místico e também mais unidos à sua cabeça visível, o Papa. Por isso me agrada repetir: Omnes cum Petro ad Iesum per Mariam! – todos, com Pedro, a Jesus, por Maria! (Cristo que passa, 139)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 3 de maio de 2020

«Em verdade, em verdade vos digo que quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é pastor das ovelhas. A este o porteiro abre e as ovelhas ouvem a sua voz, ele as chama pelo seu nome e as tira para fora. Quando as tirou para fora, vai à frente delas e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Mas não seguem o estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos». Jesus disse-lhes esta alegoria, mas eles não compreenderam o que lhes dizia. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por Mim, será salvo, entrará e sairá e encontrará pastagens. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que elas tenham vida e a tenham abundantemente.

Jo 10, 1-10

Maio - Santo Rosário - Primeiro Mistério Gozoso

Anunciação  do  Anjo Nossa  Senhora


Salve, ó cheia de graça[1]

Foi com estas palavras que, Gabriel, o Anjo do Senhor se dirigiu a ti, Maria de Nazaré.

Tão longe estarias tu deste acontecimento.
Decerto que, desde pequenina, a oração constante, a simplicidade nos pensamentos e nos actos, sem a mais leve mancha de malícia ou impudor, deverias sentir Deus muito próximo, ao alcance da tua voz.
Certamente que sim, pois acreditavas firmemente que Ele te ouvia sempre e em cada momento.
Mas a tua modéstia, a tua simplicidade, a tua total e humilde submissão a teu Senhor, ao teu Deus, não permitiriam nunca que essa possibilidade te ocorresse sequer.
O Senhor Todo Poderoso, o Criador do Céu e da Terra e de tudo quanto existe, enviar a Nazaré, à tua casa humilde e simples, um Anjo Seu, para te saudar! Que coisa mais extraordinária.
Sabias que Deus não era um ser longínquo e distante, inacessível aos homens. Constantemente tinha intervindo junto do povo eleito para comunicar a Sua Vontade, os Seus desígnios.
Mas, os Seus interlocutores tinham sido sempre grandes personagens da História Humana: Abraão, Moisés, David, os Profetas.
E tu, pobre e humilde menina, recebias do Senhor uma graça semelhante!?

Logo no início o salve do Mensageiro te perturba. Salve, isto é, alegra-te.

Mas, mais: Ó cheia de graça!

Que saudação estranha e desusada que manifesta uma dignidade e honra que julgas não merecer.

Alegra-te Filha... de Jerusalém... o Senhor está no meio de ti[2]

Estes altíssimos louvores ferem o teu espírito humilde e, por isso a estas palavras, ela perturbou-se e ficou a pensar que saudação seria aquela[3]

Mas, Gabriel é um Anjo do Senhor, e apercebe-se a tua confusão, talvez, o teu natural temor. E sossega-te: Não tenhas receio, Maria.

Conhecias bem pelas Escrituras que lias e meditavas, o que significava esta saudação e portanto, quando Gabriel evoca estas prerrogativas, entendeste claramente que te era anunciado que irias ser a Mãe do Messias Salvador.
Mas há ainda no teu espírito esclarecido, não obstante a tua juventude, uma dúvida séria: Como poderias tu, virgem humilde, teres sido escolhida para Mãe de Jesus Salvador pelo próprio Deus a quem tinhas dedicado a tua virgindade?!
E, não obstante a tua humildade de jovem simples não deixas de interrogar:

Como será isso, se eu não conheço homem?! [4]

Ah! ... mas o Anjo tranquiliza-te:

Virá sobre ti o Espírito Santo, e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra[5]

Esta resposta corresponde também ao que nas Escrituras se revelava sobre o aparecimento do Messias.

Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho a quem será dado o nome de Emanuel, que quer dizer Deus connosco[6]

Não tinhas mais dúvidas por isso nada mais perguntaste. Não quiseste saber como, quando, porquê.
Nada, nada absolutamente te interessava averiguar porque:

Heis aqui a escrava do Senhor: seja-me feito segundo a tua palavra! [7]

Assim, tal qual, tu, Senhora, a quem acabava de anunciado seres eleita por Deus a maior, a mais sublime de entre as mulheres da Terra, assim, com esta simplicidade que fere pela sua inteira singeleza, assim, tu defines um coração puro, uma alma de Deus, uma total entrega ao Senhor.
Por isso Deus te escolheu.
A Mãe do Salvador, do Deus feito homem, perfeito homem, que haveria de morrer na Cruz para salvar todos os homens, num sacrifício cruento, completo, total, não poderia senão expressar a aceitação pronta e total da Vontade Divina.
Faça-se a Tua Vontade de uma forma total e completa.
Não para meu bem, não para minha glória, não para benefício de quem quer que seja, não...só e unicamente porque é a Tua Vontade Senhor; o resto não me interessa...
E, no entanto esta jovem era já a Mãe do Salvador, escolhida desde o princípio dos tempos.

Poderei eu, algum dia, alguma vez, do fundo do coração, manifestar tal sentimento?
Decerto que não.
Quantas vezes que me proponho aceitar a Vontade de Deus, mas reservando no meu íntimo, que ela esteja de acordo com a minha vontade. Que se satisfaçam os meus desejos, que obtenha o que quero que o Senhor, actue assim, como uma espécie de Deus privado, ao meu serviço.
Ah! Senhora minha, que maravilha a tua resposta, que espantosa a tua entrega.
Ajuda-me, querida Mãe, a dizer a cada momento sim ao Senhor.
Instila no meu coração de filho, porque és minha Mãe, esses sentimentos puros e humildes, esse desprendimento das coisas, essa disponibilidade permanente para ouvir e, ouvindo, dizer que sim aos desejos do Senhor.
Desejo tanto ser honesto comigo mesmo para poder ser honesto para com os outros e para com Deus. Não me mentir, não me enganar, não me esconder atrás de falsas coisas, defeitos ou virtudes, para me esquivar constantemente ao que me é pedido.
E a Tua Vontade, o Teu mandato, claríssimo é que eu seja santo. [8]
Não um dia, não qualquer dia, agora - «nunc coepi - pois pode ser que o amanhã me falte.» [9]

"Ave Cheia de Graça, o Senhor está contigo".

Assim te falou o Anjo do Senhor.
Ave minha Mãe Santíssima.
Ave, minha querida Mãe que estás no Céu, digo-te eu, com a esperança, que é certeza, que me ouves e atenderás as minhas súplicas.
Como tu, também eu quero dizer “fiat”, faça-se, «cumpra-se a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas.»
«Monstra te esse mater, mostra que és mãe, ajuda-me e guia-me todos os dias da minha vida para que eu seja um bom filho.


[1] Lc 1, 28
[2] So 3, 14. 17a
[3] Lc 1, 29
[4] Lc 1, 34
[5] Lc 1, 35
[6] Is 7, 14
[7] Lc 1, 38
[8] Pois n'Ele elegeu-nos antes da criação do mundo para que fôssemos santos Ef 1, 4-6

Vela, ó Maria ...

Vela, ó Maria, sobre as famílias e sobre o mundo do trabalho; vela sobre todos os que perderam a fé e a esperança; conforta os doentes, os encarcerados e todos os que sofrem; sustenta, ó Ajuda dos Cristãos, os jovens, os idosos e as pessoas em dificuldade. Vela, ó Mãe da Igreja, sobre os Pastores e sobre toda a comunidade dos fiéis, para serem sal e luz no meio da sociedade.

Foi a Virgem Maria quem, mais do que ninguém, contemplou Deus no rosto humano de Jesus.

No coração de Maria encontra-se conservado o mistério do rosto de Cristo, mistério de morte e de glória. Que dela possamos sempre aprender a contemplar Jesus com um olhar de amor e de fé, a reconhecer naquele rosto humano o Rosto de Deus.

(Bento XVI - Regina Coeli de 02.05.2010 em Turim)

Nossa Senhora dos Prazeres

A devoção a Nossa Senhora dos Prazeres teve início em Portugal por volta do ano de 1590. Conta-se que uma imagem da Virgem apareceu sobre uma fonte em Alcântara, na quinta dos condes da Ilha. Pessoas que iam à fonte para beber água conseguiram curas milagrosas, que logo passaram a ser conhecidas na região. Os condes proprietários da fonte decidiram, então, levar a imagem para dentro de casa, mas logo depois a imagem desapareceu até que foi encontrada sobre um poço. Uma menina que foi ao poço beber água aproximou-se da imagem e, então, Nossa Senhora se manifestou e pediu que os habitantes do local construíssem ali uma igreja e que ela devia ser invocada como Nossa Senhora dos Prazeres. A menina relatou o facto com tamanha seriedade que o povo não duvidou de seu depoimento. Então, foi construída a igreja que logo tornou-se um local de peregrinação e onde há o relato de muitas graças alcançadas.

Nossa Senhora dos Prazeres é a mesma Nossa Senhora das Sete Alegrias. A disseminação de sua devoção é de origem franciscana, isto porque os prazeres, ou alegrias, de Nossa Senhora foram escritos por um franciscano. São eles: a Anunciação, a saudação de Isabel, o Nascimento de Jesus, a visitação dos Reis Magos, o encontro com Jesus no Templo quando ele conversava com os doutores da Lei, a aparição de Jesus Ressuscitado e a coroação de Maria no céu.

Oração a Nossa Senhora dos Prazeres

Nossa Senhora dos Prazeres, nossa Mãe querida,
lembrando-me de vossas grandes alegrias:
a Anunciação do Senhor,
a visita à vossa prima Santa Isabel,
o Nascimento do Menino Deus,
a adoração dos Magos ao vosso Divino Filho,
o encontro de Jesus no templo,
a Ressurreição de Cristo e a vossa gloriosa Assunção,
queremos pedir a vossa intercessão por nós
e pelas nossas famílias junto a Deus.
Que Ele nos livre das doenças e dos perigos,
do desemprego e da desunião.
Nossa Senhora dos Prazeres,
ajudai-nos a sermos bons seguidores do vosso adorado Filho,
lendo e refletindo a Bíblia Sagrada,
alimentando-nos de Jesus na Eucaristia
e participando ativamente de nossa comunidade.
Queremos viver o mandamento do amor para com todos
e caminhar em nossa vida dentro da justiça,
colaborando para a construção da paz e da fraternidade.
Amém!

Fonte: FERRAZ, O. Maria, Mãe de Deus. Títulos que honram Nossa Senhora. Editora Novo Mundo. Curitiba. 2003. pg 128.