Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 9 de agosto de 2020

Aqui me tens, para o que quiseres

Como devo fazer para que o meu amor a Nosso Senhor continue, para que aumente? – perguntavas-me vibrante. – Filho, ir deixando o homem velho, também com a entrega alegre daquelas coisas, boas em si mesmas, mas que impedem o desprendimento do teu eu...; dizer a Nosso Senhor, com obras e continuamente: "aqui me tens, para o que quiseres". (Forja, 117)

Volto a levantar o meu coração em acção de graças ao meu Deus, ao meu Senhor, porque nada o impedia de nos criar impecáveis, com um impulso irresistível para o bem; mas julgou que seriam melhores os seus servidores se o servissem livremente . Que grande é o amor, a misericórdia do nosso Pai! Perante esta realidade das suas loucuras divinas pelos filhos, gostaria de ter mil bocas, mil corações mais, que me permitissem viver num contínuo louvor a Deus Pai, a Deus Filho, a Deus Espírito Santo. Reparem que o Todo-Poderoso, Aquele que governa o Universo com a sua Providência, não deseja servos forçados, prefere filhos livres. (…)

Responder negativamente a Deus, rejeitar esse princípio de felicidade nova e definitiva, ficou nas mãos da criatura. Mas, se agir assim, deixa de ser filho e torna-se escravo. (...)

Permitam-me que insista sobre este ponto; é muito claro e podemos comprová-lo com frequência à nossa volta ou no nosso próprio eu: nenhum homem escapa a algum tipo de servidão. Uns prostram-se diante do dinheiro; outros adoram o poder; outros a tranquilidade relativa do cepticismo; outros descobrem na sensualidade o seu bezerro de ouro. E acontece o mesmo com as coisas nobres. Empenhamo-nos num trabalho, numa actividade de maiores ou menores proporções, na realização de um trabalho científico, artístico, literário, espiritual. Se há empenho, se existe verdadeira paixão, quem a isso se entrega vive como escravo, dedica-se com prazer ao serviço da finalidade da sua tarefa. (Amigos de Deus, 33–34)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Procuremos ter a firmeza na fé que Pedro momentaneamente não teve como nos narra o Evangelho de hoje (Mt 14, 22-33) e seguros que o Senhor está sempre connosco não hesitemos perante as dificuldades e demos-Lhe graças pelo seu infinito amor.

Louvado seja o Pai pelo Filho que nos enviou e que é Deus com Ele na unidade do Espírito Santo!

Fé, esperança e amor

«Jesus trouxe Deus e, com Ele, a verdade sobre o nosso destino e a nossa origem; a fé, a esperança e o amor. Só a dureza do nosso coração nos leva a pensar que isto seja pouco».

(Joseph Ratzinger / Bento XVI - “Jesus de Nazaré”)

Sem filhos

A cultura laical está atenta. Na Suécia, em 2015, um documentário sobre a Teoria do Amor Sueco questionava o domínio da “independência” como ideal no país. Parece-se mais com uma maldição do que com uma bênção quando metade dos suecos vivem em agregados familiares de um. Como um relatório narrava retratava:

Um homem está sozinho no quarto. Jaz morto há três semanas – as pessoas só reparam quando um cheiro fétido surge nos corredores comunitários. À medida que as autoridades suecas investigam o caso descobrem que o homem não tem nem familiares próximos, nem amigos. É muito provável que tenha vivido só durante vários anos, sentado solitariamente em frente da sua televisão ou do seu computador. Ao fim de algum tempo, descobrem que tem uma filha, mas esta acaba por ser impossível de localizar… Aparentemente tinha muito dinheiro guardado no banco. Mas qual a sua utilidade se não tem niguém com quem partilhá-lo.

E depois temos a Alemanha. Num artigo, no Der Spiegel, intitulado “Alone by the Millions: Isolation Crisis Threatens German Seniors” o German Centre of Gerontology reportava:

Mais de 20 por cento dos Alemães com mais de 70 anos não tem contactos regulares ou apenas o estabelece com uma pessoa. Um em cada quatro recebe menos de uma visita por mês de amigos e conhecidos, e quase um em cada dez já não recebe qualquer tipo de visita. Muitos idosos já não têm quem lhes trate pelo primeiro nome ou que pergunte como têm passado.

Tamanha pobreza humana abunda numa sociedade inundada pela riqueza material. Isto, também, não foi previsto por aqueles discutiam a favor e contra a Humanae Vitae em 1968. Ainda assim, sem dúvida alguma, o que une estes tristes retratos é a revolução sexual que em meados de 1970 incendiava o Ocidente, levando a um aumento do número de divórcios, diminuindo o número de casamentos e esvaziando os berços. Não é necessário estudar demografia para fazer a ligação a evidência dos sentidos basta. Como uma vítima incisivamente sumarizava no Der Spiegel:

“ Para além dos pássaros quase ninguém visita as mulheres idosas. Erna J. tem cabelo branco e próteses ortopédicas pretas e como a maioria das pessoas da sua idade sofre de extrema solidão. Nasceu pouco depois da Primeira Guerra Mundial e mudou-se para este apartamento há 50 anos. Dez anos depois o seu marido faleceu. Viveu mais do que todos os seus irmãos e amigas. O seu marido não queria ter filhos. “Devia ter insistido” diz a antiga cozinheira, “ e talvez hoje não estivesse tão sozinha”.

Mary Eberstadt (excerto artigo sobre a encíclica Humanae Vitae publicado pela Aciprensa)

«Tu és, realmente, o Filho de Deus!»

Origines (c. 185-253), presbítero e teólogo 
Comentário ao Evangelho segundo Mateus, 11, 6; PG 13, 919

Quando nos tivermos mantido firmes durante as longas horas da noite escura que reina nos momentos de provação, quando tivermos dado o nosso melhor [...], estejamos certos de que, quando a noite for adiantada e o dia estiver próximo (Rom 13, 12), o Filho de Deus virá até junto de nós, caminhando sobre as ondas. Quando O virmos aparecer assim, sentiremos receio até ao momento em que compreendermos claramente que é o Salvador que veio para o meio de nós. Julgando ainda ver um fantasma, gritaremos assustados, mas Ele dir-nos-á imediatamente: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!»

Pode ser que estas palavras façam surgir em nós um Pedro em caminho para a perfeição, que descerá do barco, certo de ter escapado à prova que os agitava. Inicialmente, o seu desejo de ir para o pé de Jesus fá-lo caminhar sobre as águas. Mas sendo a sua fé ainda pouco segura e estando ele próprio com dúvidas, notará «a violência do vento», sentirá medo e começará a ir ao fundo. Contudo, escapará a este mal porque lançará a Jesus este grito: «Salva-me, Senhor!» E mal este outro Pedro acabe de dizer «Salva-me, Senhor!», o Verbo estenderá a mão para o socorrer, e segurá-lo-á no momento em que ele começava a afogar-se, repreendendo-o pela sua pouca fé e pelas suas dúvidas. Note-se contudo que Ele não disse: «Incrédulo», mas «homem de pouca fé», e que está escrito: «Porque duvidaste?», quer dizer: «Tu tinhas um pouco de fé, mas deixaste-te levar em sentido contrário». E Jesus e Pedro subirão para o barco, o vento acalmará e os ocupantes, compreendendo a que perigos tinham escapado, adorarão Jesus dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!», palavras que apenas os discípulos que estão próximo de Jesus no barco podem dizer.