Deus poderoso e criador. Deste-nos tudo – da nossa vida à Tua – e ainda mais: a Tua Mãe que passou a ser também nossa. Mostraste-nos como se deve viver e vivendo como nós provaste que é possível e desejável. Depois de passares pelo sofrimento da paixão, morreste para que pudéssemos viver plenamente e para todo o sempre e, para que não nos faltasse mesmo nada, criaste a Igreja, onde vives e permaneces vivo, onde nos salvas em cada Eucaristia que celebramos e onde Te encontramos na intimidade mesmo que estejas em todo o lado.
Tendo Tu todo o poder dás-nos todos os dias a maior das lições de humildade: Tu, Deus todo-poderoso, omnipotente e omnipresente precisas de nós para completar a Tua obra. E nós andamos a disfarçar. Vendo que tudo nos é dado e achamos que é mesmo assim e que podemos viver sem Ti.
Vemos Igrejas a serem construídas sem Sacrário, vemos sacristias pejadas de gente invejosa e preocupada apenas consigo própria. Vemos ministros da comunhão a abrir o Sacrário para verificar se há Deus para todos sem uma simples genuflexão. Vemos irmãos cansados e oprimidos que não se aproximam de Ti porque os que andam à Tua volta gritam bem alto o seu moralismo e não os ajudam a ouvir o Teu “Vinde a mim, que aliviarei o vosso jugo”.
E diante disso Senhor, só me ocorrem estas palavras: Minha querida, pobre Igreja! Que encerras a salvação do mundo e não consegues abrir esta verdade a todos.
Vejo o Papa a ensinar as questões essenciais e a maioria dos “Fiéis” a desdizê-lo. Vejo vozes que se levantam contra estes erros e injustiça e as hierarquias a minimizar, vejo tanta burrice Senhor, tão pouco jus ao que fazes de nós, que só me ocorrem estas palavras: minha querida, pobre Igreja!
Mas como Tu não Te enganas, Senhor, e continuas sempre pronto para nós, seja de braços abertos na cruz a pedir ao Pai que nos perdoe, seja no Sacrário à espera que te comamos e nos deixemos ser como Tu, o meu coração tem a certeza, Senhor que a minha querida, pobre Igreja é o caminho para a vida verdadeira. Pois a riqueza maior do mundo, maior que tudo o que se imagine, és Tu e haja o que houver, estarás sempre na Igreja, porque a Igreja és Tu em nós.
Rita Rego (texto de 2011 e que infelizmente se mantém atual)
(Agradecimento: ‘Infovitae’)