Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Abri a alma! Asseguro-vos a felicidade

Quem oculta ao seu director uma tentação, tem um segredo a meias com o demónio: fez-se amigo do inimigo. (Sulco, 323)

Começai por contar o que não quereríeis que se soubesse. Abaixo o demónio mudo! De uma coisa de nada, dando-lhe voltas e mais voltas, faz-se uma grande bola como com a neve, e acaba-se por ficar fechado lá dentro. Porquê?... Abri a alma! Asseguro-vos a felicidade, que é fidelidade à vocação cristã, se fordes sinceros. A clareza e a simplicidade são disposições absolutamente indispensáveis. Abramos pois, de par em par a nossa alma, de modo que o sol de Deus possa entrar e com ele a caridade do Amor.

Para se afastar da sinceridade total nem sempre é preciso má intenção; às vezes, basta um erro de consciência. Há pessoas que formaram (isto é, deformaram) de tal modo a consciência que o seu mutismo, a sua falta de simplicidade lhes parece bom; até pensam que é bom calar. Acontece que às vezes até receberam uma boa preparação e conhecem as coisas de Deus e talvez, por isso, se convençam de que é conveniente calar. Enganam-se, porém, porque a sinceridade é sempre necessária e não cabem desculpas, ainda que pareçam boas. (Amigos de Deus, 189)

São Josemaría Escrivá

Exercer a autoridade

«Uma senhora veio ao meu consultório com a sua filha de sete anos, que tinha uma irritação na garganta. Como a rapariga não abria a boca, fiz um sinal com a cabeça à senhora para que, com a sua autoridade materna, me facilitasse a minha missão médica.

- Querida, o doutor necessita ver a tua garganta. Não te importas de abrir a boca? Depois da consulta, prometo comprar-te um gelado.

A rapariga parou um momento a pensar. Depois, começou a clamar em altos brados:

- Não quero, não quero!

O que deveria ter sido um simples exame de poucos segundos converteu-se numa negociação materno-filial de vários minutos».

Ouvi esta narração há pouco tempo contada por um médico. Onde está o problema desta história? Na atitude mimada da rapariga?

Claro que não!

O único problema está na abdicação total da autoridade por parte da mãe.

Em vez de dizer à filha claramente o que devia fazer, a mãe da criança transformou a ordem que devia ter dado numa proposta negociável.

E, pior ainda, converteu a negociação numa espécie de suborno: se abres a boca agora, depois dou-te um gelado. Como se abrir a boca fosse uma acção de tão elevado mérito que “exigisse” uma generosa recompensa.

Quantos problemas na educação dos filhos procedem disto: da abdicação da autoridade dos pais. Com os filhos pequenos, não perguntes: ordena! (não significa que o faças como no serviço militar). Não negoceies: indica claramente o que devem fazer!

Porquê?

Porque possuis uma autoridade natural para indicar o bom caminho aos teus filhos. Porque se não exerces essa autoridade quando deves, eles, evidentemente, ficarão mal-educados. Não têm a capacidade, com essa idade, de se educarem a si mesmos.

Quando os filhos se tornam adolescentes, as explicações são mais apropriadas. No entanto, “explicar” não é sinónimo de “negociar”.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Nunca estamos sós

Ao ler as vossas cartas, ou nas conversas que tenho convosco, partilho de todo o coração as vossas alegrias e também as vossas penas e dores. Quantas famílias passam por um grande sofrimento, porque algum dos seus membros vive afastado do Senhor, ou porque veem um doente sofrer e se sentem impotentes para lhe aliviar a dor! Somos pessoas que vivem no meio do mundo, e é lógico que os dramas contemporâneos – o flagelo das drogas, a crise da união familiar, o gelo produzido pelo individualismo, a crise económica – nos toquem muito perto.
Verificar esta realidade não nos há de levar à tristeza. Contamos com a garantia de que – se permanecemos junto do Coração de Jesus – seremos consolados, e não só na vida eterna. Já aqui, nesta Terra, o Senhor nos oferece o conforto da Sua proximidade. Como um Pai amoroso, nunca nos deixa sozinhos. Como S. Josemaria sempre ensinou, a raiz da alegria sobrenatural dos cristãos brota da consciência da nossa filiação divina. A mim causa-me um imenso consolo a segurança, muito própria dos filhos de Deus, de que nunca estamos sós, porque Ele está sempre connosco. Não vos comove esta ternura da Santíssima Trindade, que nunca abandona as Suas criaturas? [3].
[3]. S. Josemaria, A sós com Deus, n. 143 (AGP, Biblioteca, P10).
(D. Javier Echevarría, excerto da carta do mês de julho de 2016)
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