Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 8 de novembro de 2015

Bom Domingo do Senhor!

Sejamos generosos como a viúva de que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 12, 38-44) e tentemos dar sempre algo de que abdicamos e não apenas o que não nos faz falta, algo tão simples como abdicar de um café ou de um bolo.


Senhor que o nosso coração saiba sempre amar-Te através do amor ao próximo e à Tua Igreja.

Os primeiros museus do mundo

Durante alguns séculos só houve museus em Roma. Conhece a história?

Desde que o papado começou a ter influência na administração civil da cidade de Roma, as grandes preocupações foram os pobres, a instrução e a cultura. Os Papas queriam que o povo convivesse com a arte, em praças belas, decoradas com esculturas e fontes, em edifícios públicos com pinturas e tapeçarias de qualidade. No século XV, esta preocupação adquiriu um matiz novo, quando foi necessário proteger as obras de arte que não podiam ficar à intempérie, ou eram substituídas por outras mais modernas. Para que a população tivesse livre acesso a esses objectos, tal como contemplava as obras de arte espalhadas pela cidade, surgiram os primeiros museus do mundo.

Museu Capitolino em Roma
Diana caça ao Javali de Calidão
Como é óbvio, foi preciso inventar o nome, porque a palavra «museu» não existia com este significado. Com sentido de humor, importou-se a palavra grega «muséon» (palácio das musas). Sem pruridos de linguagem sexista, o conjunto, incluindo os esplêndidos exemplares de Júpiters e de Apolos, ficou conhecido como «as musas», figuras femininas mitológicas inspiradoras das artes.

A arquitectura dos edifícios foi uma inovação, porque nunca se tinham construído edifícios para expor objectos de arte. Quando, mais tarde, apareceram outros museus na Europa, o modelo mais corrente foi aproveitar os palácios dos regime depostos, por exemplo o Hermitage em S. Petersburgo, ou os palácios de coleccionadores ricos, por exemplo o primeiro edifício da National Gallery em Londres, para mostrar os respectivos tesouros. O museu do Louvre também se instalou num palácio antigo, como tantos grandes museus. O museu Vaticano e os outros museus construídos pelos Papas foram diferentes, porque nunca foram palácios, nunca morou lá ninguém, mas foram projectados de raiz para serem visitados pelo povo. Só séculos mais tarde, no século XIX e sobretudo no século XX, se construíram outros museus de raiz: por exemplo, o museu Calouste Gulbenkian em Lisboa, ou os Guggenheim de Nova York ou de Bilbau.



Outra característica invulgar do museu Vaticano é que não tem peças roubadas. Pode dar vontade de rir constatar que esse sistema expedito (digamos assim) foi adoptado pelos principais museus. O museu do Louvre começou com uma colecção de pintura e escultura roubada às igrejas francesas; o museu nacional de Arte Antiga, em Lisboa, tem uma origem semelhante; outros grandes museus nasceram do saque dos tesouros do Egipto ou da Grécia. O próprio museu do Vaticano foi saqueado no princípio do século XIX por Napoleão Bonaparte. Fala-se em um milhão de caixas levadas para Paris, com peças de arte e arquivos. Com a queda do Imperador, aquilo que foi possível recuperar voltou para Roma.

O museu Vaticano e os outros museus que os Papas promoveram geraram polémica desde o início. Que desperdício oferecer arte ao povo! Os ateus de há uns séculos acusavam o Vaticano de hipocrisia, com o argumento de que expor divindades pagãs era fomentar a idolatria. Hoje em dia, diz-se que a arte é luxo e desafia-se o Vaticano a vender a arte aos ricos para dar o dinheiro aos pobres (os ateus da internet usam termos mais veementes, que me dispenso de reproduzir).

Está à vista que os católicos são tanto ou mais pecadores que as outras pessoas, contudo, também é verdade que a Igreja foi – e continua a ser – uma instituição muito especial.
José Maria C.S. André
Correio dos Açores, Verdadeiro Olhar, ABC Portuguese Canadian Newspaper, Spe Deus
08-XI-2015

«Ela, da sua penúria, deitou tudo quanto possuía»

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscrito autobiográfico B, 1

«Quero fazer-te ler no livro da vida, onde está contida a ciência do Amor». Oh, sim, a ciência do amor! Esta palavra soa-me docemente ao ouvido da alma, e eu não desejo outra coisa; por essa sabedoria, e mesmo tendo dado todas as minhas riquezas, parece-me, como a esposa [do Cântico] dos Cânticos, nada ter dado (Ct 8,7) afinal. Compreendo tão bem que só o amor nos pode tornar agradáveis ao Bom Deus, que este amor é o único bem que ambiciono.

Jesus compraz-Se em mostrar-me o único caminho que conduz a esta fornalha divina; esse caminho é o abandono da criança que adormece sem receio nos braços do seu Pai. «Quem for simples venha a Mim», disse o Espírito Santo pela boca de Salomão (Pr 9,4) e o mesmo Espírito de amor disse ainda que «o pequeno encontrará misericórdia» (Sb 6,6). Em seu nome, o profeta Isaías revelou-nos que, no último dia, o Senhor «é como um pastor que apascenta o rebanho, reúne-o com o cajado na mão, leva os cordeiros ao colo e faz repousar as ovelhas que têm crias» (Is 40,11). [...]

Ah, se todas as almas fracas e imperfeitas sentissem o que sente a mais pequena de todas, a alma da vossa Teresinha, nem uma desesperaria por chegar ao cimo da montanha do amor, pois Jesus não pede grandes ações, pede só abandono e reconhecimento. Ele disse no salmo 49: «Não reivindico os novilhos da tua casa, nem os cabritos dos teus currais; pois são Meus todos os animais dos bosques, e os que se encontram nos altos montes. [...] Honra-Me quem oferece o sacrifício do louvor.» Eis portanto tudo o que Jesus nos exige: Ele não precisa das nossas obras, apenas do nosso amor. Porque este mesmo Deus, que declara não precisar já de nos dizer se tem fome (Sl 49), não temeu em mendigar um pouco de água à Samaritana (Jo 4,7). Ele tinha sede, [...] tinha sede de amor. Ah, sinto-o como nunca, Jesus está sedento, só encontra ingratos e indiferentes entre os discípulos do mundo. E entre os Seus próprios discípulos, são poucos, ai!, os corações que encontra capazes de a Si se entregarem sem reserva, capazes de compreenderem toda a ternura do Seu amor infinito.