Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 21 de março de 2020

Administração do Sacramento da Penitência

A Santa Sé, por Decreto da Sagrada Penitenciaria de 19-Março-2020, além de várias indicações destinadas sobretudo aos sacerdotes sobre a administração do Sacramento da Penitência, refere-se à situação particular de qualquer fiel que não possa ser atendido por um sacerdote:

«Quando um fiel se encontrar na dolorosa impossibilidade de receber a absolvição sacramental, recorda-se que a contrição perfeita, procedente do amor de Deus, amado sobre todas as coisas, expressa por um sincero pedido de perdão (o pedido que, nesse momento, o penitente é capaz de exprimir) e acompanhado pelo votum confessionis, ou seja, o propósito firme de recorrer, logo que possível, à confissão sacramental, obtém o perdão dos pecados, também dos mortais (cf. Cat. Ig. Cat., n. 1452)».

Como, nas actuais circunstâncias, será frequente o completo isolamento dos afectados pelo Covid-19, convém ter presente esta doutrina de sempre, para evitar angústias escusadas aos próprios e aos seus parentes. Notem-se duas condições de validade: o sincero arrependimento dos pecados e o sincero propósito de recorrer à Confissão pessoal, uma vez ultrapassada a situação.

Além disso, usando do poder conferido por Cristo à Igreja, o Santo Padre, por outro decreto da mesma data (solenidade de S. José), concede «Indulgência Plenária aos fiéis infetados com Coronavírus, submetidos a regime de quarentena por disposição da autoridade sanitária nos hospitais ou nas próprias casas, se, com ânimo desprendido de qualquer pecado, se unirem espiritualmente através dos meios de comunicação à celebração da Santa Missa, à recitação do Santo Rosário, à prática de piedade da Via Sacra ou a outras formas de devoção, ou se, pelo menos, recitarem o Credo, o Pai Nosso e uma piedosa invocação à Bem-Aventurada Virgem Maria, oferecendo esta provação em espírito de fé em Deus e de caridade para com os irmãos, com a vontade de cumprir as usuais condições (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração de acordo com as intenções do Santo Padre), mal lhes seja possível.

Os profissionais de saúde, os familiares e todos os que, a exemplo do Bom Samaritano, expostos ao risco de contágio, assistem os doentes de Coronavírus de acordo com as palavras do Divino Redentor: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos» (Jo 15,13), obterão o mesmo dom da Indulgência Plenária nas mesmas condições.

Além disso, esta Penitenciaria Apostólica concede de bom grado, nas mesmas condições, a Indulgência Plenária por ocasião da atual epidemia mundial, também àqueles fiéis que oferecerem a visita ao Santíssimo Sacramento, ou a adoração eucarística, ou a leitura das Sagradas Escrituras durante pelo menos meia hora, ou a recitação do Santo Rosário, ou o exercício de piedade da Via Sacra, ou a recitação do Terço da Divina Misericórdia, para implorar da parte de Deus Omnipotente a cessação da epidemia, o conforto para aqueles que ela aflige e a salvação eterna daqueles que o Senhor chamou a Si.

A Igreja reza por quem estiver impossibilitado de receber o sacramento da Unção dos Enfermos e do Viático, confiando à Misericórdia Divina todos e cada um em virtude da comunhão dos santos e concede ao fiel a Indulgência Plenária em ponto de morte, desde que esteja com a disposição devida e que, durante a vida, tenha recitado habitualmente alguma oração (neste caso, a Igreja supre as três condições habitualmente requeridas). Para obter esta indulgência, recomenda-se o uso do crucifixo ou da cruz.

(Copiado da página no Facebook do Mons. Hugo de Azevedo)

Sejamos sempre selvaticamente sinceros

Se o demónio mudo – de que nos fala o Evangelho – se meter na alma, deita tudo a perder. Mas, se o expulsarmos imediatamente, tudo sai bem, anda-se feliz, tudo corre bem. Propósito firme: "sinceridade selvagem" na direcção espiritual, com educação delicada..., e que essa sinceridade seja imediata. (Forja, 127)

Volto a afirmar que todos temos misérias. Isso, porém, não é razão para nos afastarmos do Amor de Deus. É, sim, estímulo para nos acolhermos a esse Amor, para nos acolhermos à protecção da bondade divina, como os antigos guerreiros se metiam dentro da sua armadura. Esse ecce ego, quia vocasti me, conta comigo porque me chamaste, é a nossa defesa. Não devemos fugir de Deus quando descobrimos as nossas fraquezas, mas devemos combatê-las, precisamente porque Deus confia em nós.

Como é que conseguiremos superar estas coisas mesquinhas? Insisto neste ponto, porque ele se reveste de importância capital: com humildade e sinceridade na direcção espiritual e no sacramento da Penitência. Ide aos que vos dirigem espiritualmente, com o coração aberto. Não o fecheis porque, se se mete o demónio mudo pelo meio, depois é difícil lançá-lo fora.

Perdoai-me a insistência, mas julgo imprescindível que fique gravado a fogo nas vossas inteligências que a humildade e a sua consequência imediata a sinceridade, se ligam com os outros meios de luta e fundamentam a eficácia da vitória. Se a tentação de esconder alguma coisa se infiltra na alma, deita tudo a perder; se, pelo contrário, é vencida imediatamente, tudo corre bem, somos felizes e a vida caminha rectamente. Sejamos sempre selvaticamente sinceros, embora com modos prudentemente educados.

Quero dizer-vos com toda a clareza que me preocupa muito mais a soberba do que o coração e a carne. Sede humildes! Sempre que estiverdes convencidos de que tendes toda a razão, é porque não tendes nenhuma. Ide à direcção espiritual com a alma aberta. Não a fecheis, porque então intromete-se o demónio mudo e é muito difícil expulsá-lo.

Lembrai-vos do pobre endemoninhado que os discípulos não conseguiram libertar. Só o Senhor o pôde fazer com oração e jejum. Naquela altura o Mestre realizou três milagres. O primeiro foi fazê-lo ouvir, porque quando o demónio mudo nos domina, a alma fica surda; o segundo foi fazê-lo falar; e o terceiro foi expulsar o diabo. (Amigos de Deus, 187–188)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 22 de março de 2020

Passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Os Seus discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem pecou, este ou os seus pais, para que nascesse cego?». Jesus respondeu: «Nem ele nem seus pais pecaram; mas foi para se manifestarem nele as obras de Deus. Importa que Eu faça as obras d'Aquele que Me enviou enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo». Dito isto, cuspiu no chão, fez lodo com a saliva, e ungiu com o lodo os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé!», que quer dizer “Enviado”. Foi, lavou-se e voltou com vista. Então os seus vizinhos e os que o tinham visto antes a mendigar diziam: «Não é este aquele que estava sentado e pedia esmola?». Uns diziam: «É este!». Outros, porém: «Não é, mas é outro, que se parece com ele!». Porém ele dizia: «Sou eu mesmo!». Perguntaram-lhe: «Como se abriram os teus olhos?». Ele respondeu: «Aquele homem, que se chama Jesus, fez lodo, ungiu os meus olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo». Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?». Respondeu: «Não sei». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Ora era dia de sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Perguntaram-lhe, pois, também os fariseus de que modo tinha adquirido a vista. Respondeu-lhes: «Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo». Então, alguns fariseus diziam: «Este homem, que não guarda o sábado, não é de Deus». Porém, outros diziam: «Como pode um homem pecador fazer tais prodígios?». E havia desacordo entre eles. Disseram, por isso, novamente ao cego: «Tu que dizes d'Aquele que te abriu os olhos?». Ele respondeu: «Que é um profeta!». Mas os judeus não acreditaram que ele tivesse sido cego e recuperado a vista, enquanto não chamaram os pais. Interrogaram-nos: «É este o vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como vê, pois, agora?». Seus pais responderam: «Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego; mas não sabemos como ele agora vê e também não sabemos quem lhe abriu os olhos; perguntai-o a ele mesmo. Tem idade; ele próprio fale de si!». Seus pais falaram assim porque tinham medo dos judeus; porque estes tinham combinado que, se alguém confessasse que Jesus era o Messias, fosse expulso da sinagoga. Por isso é que os pais disseram: «Ele tem idade, interrogai-o a ele!». Tornaram, pois, a chamar o homem que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador». Então disse-lhes ele: «Se é pecador, não sei; o que sei é que eu era cego, e agora vejo».2Disseram-lhe pois: «Que é que Ele te fez? Como te abriu os olhos?».2Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse e vós não me destes atenção; porque o quereis ouvir novamente? Quereis, porventura, fazer-vos também Seus discípulos?». Então, injuriaram-no e disseram: «Discípulo d'Ele sejas tu; nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés; mas Este não sabemos donde é». O homem respondeu-lhes: «É de admirar que vós não saibais donde Ele é, e que me tenha aberto os olhos. Nós sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas quem honra a Deus e faz a Sua vontade, esse é ouvido por Deus. Desde que existe o mundo, nunca se ouviu dizer que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se Este não fosse de Deus, não podia fazer nada». Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e queres ensinar-nos?». E lançaram-no fora. Jesus ouviu dizer que o tinham lançado fora e, tendo-o encontrado, disse-lhe: «Tu crês no Filho de Deus?». Ele respondeu: «Quem é, Senhor, para eu acreditar n'Ele?». Jesus disse-lhe: «Estás a vê-l'O; é Aquele mesmo que fala contigo». Então ele disse: «Creio, Senhor!». E O adorou. Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um justo juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos». Ouviram isto alguns dos fariseus que estavam com Ele, e disseram-Lhe: «Porventura também nós somos cegos?». Jesus disse-lhes: «Se vós fosseis cegos, não teríeis culpa; mas, pelo contrário, vós dizeis: Nós vemos! E permanece o vosso pecado».

Jo 9, 1-41

Estado de Emergência Cristã

3º Dia do Estado de Emergência Cristã: Sábado da III semana da Quaresma

Meditação:

O vício da virtude e a virtude do vício

“Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano” (Lc 18, 10). O Evangelho deste sábado da terceira semana da Quaresma, fala de dois homens que, na realidade são um só. A humanidade não está dividida em pessoas boas e más, porque todos os bons também têm alguma maldade, e até nos piores há alguma bondade.

“O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’” (Lc 18, 11-12). O fariseu era aquilo que se podia dizer um bom homem, senão mesmo um fiel piedoso. As coisas que fazia eram certamente boas, mas a sua vaidade espiritual e, sobretudo, a sua falta de caridade, eram, afinal, o vício que inquinava a sua aparente virtude. Tinha razão em dizer que não era como os outros homens porque, na realidade, era pior.

Pelo contrário, “o publicano ficou á distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador” (Lc 18, 13). Provavelmente, não era uma alma escrupulosa, aflita por faltas imaginárias, mas verdadeiros pecados. Mas, apesar dos seus vícios, tinha uma grande virtude: a de se saber pecador.

Quando olhamos para dentro de nós e só vemos motivos de satisfação, temos que reagir com contrição, fazendo nossa a humilde oração do publicano. Quando olharmos para os outros com ares de superioridade e desaprovação, temos que reconhecer o farisaísmo do nosso coração e lembrar-nos do ensinamento de Jesus: “todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 18,14).

Santo Rosário:

Intenções para os mistérios gozosos do Rosário de Nossa Senhora:

1º - A anunciação do Anjo a Nossa Senhora. Nossa Senhora responde afirmativamente, com prontidão e alegria, ao chamamento divino. Peçamos a Maria que nos ajude a reconhecer, nos apelos do nosso próximo, o chamamento de Deus.

2º - A visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Maria não ficou à espera de que Isabel a chamasse: foi, de imediato, servi-la. Saibamos ter iniciativa na prática da caridade, sobretudo com os mais velhos.

3º - O nascimento de Jesus em Belém. A confrangedora pobreza do estábulo não entristeceu Maria e José, felicíssimos pelo dom de Deus feito homem. Que a Sagrada Família nos ensine a viver este apego a Jesus, no desapego das coisas materiais.

4º - A apresentação de Jesus no templo e a purificação de Nossa Senhora. O verdadeiro templo, que Jesus quer habitar, é a nossa alma em graça. A Quaresma é um tempo de purificação, pela conversão do coração no sacramento da reconciliação e penitência.

5º - O Menino Jesus perdido e achado no templo. Jesus perdeu-se, mas não estava perdido, ao contrário de tantos jovens que não se perderam, mas andam perdidos porque ainda não encontraram o caminho. Que Maria os encontre e leve a Jesus!

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Aquele que acerta no casar

O namoro é, essencialmente, uma preparação para o casamento. É necessário conhecer-se a fundo — com objectividade — antes de responder à pergunta mais transcendente da vida: com quem é que me vou comprometer de verdade e para sempre?

Podem parecer óbvias estas afirmações. No entanto, encontram-se não poucas pessoas hoje em dia que negam a estreita relação entre o namoro e o casamento.

Se não se perde a perspectiva do casamento, entende-se com facilidade que o namoro não é nenhuma brincadeira sentimental. É um tempo de profundo e objectivo discernimento. Uma etapa na vida em que é necessário colocarmo-nos uma pergunta radical e responder-lhe sem superficialidades: esta pessoa é ou não é aquela com quem me vou comprometer para sempre?

Como um cristão sabe que o casamento é uma vocação divina, faz a mesma pergunta também com a perspectiva que lhe dá a fé: esta pessoa é ou não é aquela que foi criada por Deus para percorrer comigo o caminho que conduz ao Céu?

Porque não convém que nos enganemos: é mais fácil chegar ao Céu com alguém que nos ajude, do que com alguém que nos atrapalhe — por muito boa e prendada pessoa que ela seja.

Na decisão de casar-se, como em tudo na vida, existe um conhecimento — que significa para mim dar esse passo? — e um risco associado — não tenho a certeza absoluta de que o barco não possa vir ao fundo, por muito bem construído que ele esteja.

Quanto maior, mais profundo e objectivo for o conhecimento — o namoro — menor será o risco de que o casamento naufrague. E convém não esquecer que a pessoa com quem casarmos será de longe aquela que terá maior influência na nossa felicidade.

Atribui-se a D. Quixote uma sábia e encantadora afirmação: “Aquele que acerta no casar (no comprometer-se), já não lhe fica nada em que acertar”.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria