Obrigado, Perdão Ajuda-me
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Via Sacra no Coliseu de Roma, esta noite: no centro das reflexões, as traições narradas nos Evangelhos
A Via Sacra desta Sexta-feira Santa, no Coliseu de Roma, não vai contar com qualquer alusão às polémicas recentes que estão a abalar a Igreja, mas lembrará as “traições” sofridas por Jesus na sua morte.
No texto assinado pelo Cardeal Camillo Ruini, antigo presidente da Conferencia Episcopal Italiana, são feitas referências “a quanto aconteceu efectivamente a Jesus nos dias da sua paixão”.
Em entrevista ao jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, o Cardeal Ruini adianta que no centro das reflexões estarão as traições narradas nos quatro Evangelhos, que se gravaram “nas costas e no coração de Cristo”.
D. Camillo Ruini assinala que não fará nenhuma referência ao tema dos abusos sexuais sobre menores porque a resposta aos casos já foi dado pelo próprio Bento XVI, “na recentíssima carta pastoral aos católicos da Irlanda”.
Na tradicional celebração de Sexta-feira Santa, presidida pelo Papa, os presentes serão confrontados com a traição de Judas, a fuga dos discípulos de Jesus e a tripla negação de Pedro.
A cerimónia será transmitida por canais de televisão do mundo inteiro a partir de Roma, às 21h15 (20h15 em Portugal Continental).
O Cardeal Camillo Ruini, de 79 anos, foi vigário do Papa para a diocese de Roma, de 1991 a 2008.
João Paulo II nomeou-o por 3 vezes como presidente da Conferência Episcopal Italiana (1991, 1996 e 2001), cargo em que foi confirmado por Bento XVI em 2006 e onde se manteve até à nomeação do Cardeal Angelo Bagnasco, em 2007.
O Papa pede a um autor diferente a redacção dos textos que servem de reflexão para cada uma das estações deste exercício de piedade cristã, que é seguido por dezenas de milhares de peregrinos com velas na mão.
Nos últimos anos, as meditações foram confiadas por Bento XVI a dois italianos e a dois arcebispos procedentes da Ásia: Cardeal Angelo Comastri (2006), arcipreste da Basílica de São Pedro; D. Gianfranco Ravasi (2007), presidente do Conselho Pontifício para a Cultura; o Arcebispo de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun (2008); D. Thomas Menamparampil, Arcebispo de Guwahati, Índia (2009).
O próprio Joseph Ratzinger, ainda Cardeal foi responsável pelas meditações, no ano de 2005, poucos dias antes da morte do seu predecessor. Este ano, a Sexta-feira Santa coincide com o dia da morte de João Paulo II, há cinco anos.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Doações Sexta-feira Santa
Como acontece há séculos, os católicos de todo o mundo são convidados nesta Sexta-feira Santa a ajudar as comunidades da terra natal de Jesus, contribuindo materialmente para o seu sustento.
Por disposição explícita dos Papas, a Igreja dedica este dia à oração e à "colecta" para a comunidade católica que vive na Terra Santa e para a manutenção dos Lugares Santos.
O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, solicita o apoio de toda a Igreja Católica para os fiéis da Terra Santa.
Na mensagem deste ano, o Cardeal argentino fala do problema da crescente emigração de cristãos, lembrando a visita de Bento XVI à região, em Maio de 2009. "Sublinhando fortemente o problema incessante da emigração, Sua Santidade recordou que «na Terra Santa há lugar para todos!». Exortou as autoridades a favorecer a presença cristã, mas ao mesmo tempo assegurou aos cristãos daquela Terra a solidariedade da Igreja", referiu.
"Os cristãos do Oriente têm, com efeito, uma responsabilidade que é da Igreja universal, a de custodiar as «origens cristãs», os lugares e as pessoas que deles são sinais, para que estas origens sejam sempre a referência da missão cristã, a medida do futuro eclesial e de sua segurança. Portanto, merecem o apoio de toda a Igreja", acrescenta o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Josemaría nesta data em 1927
Tem 25 anos e está em Fombuena, pequena aldeia de Saragoça (Espanha) substituindo o pároco, quando escreve: “Sempre procurei cumprir a Vontade de Deus. Mandaram-me de um lado para o outro, como se manda um burro, puxando-o pela a arreata, e muitas vezes à pancada”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Sexta-feira Santa
Ó que tempo de amor silencioso!
Ó que tempo de paz e tranquilidade!
Ó que tempo de tão humilde serenidade!
Ó que tempo de um esperar tão ditoso!
Repousa agora o Senhor,
E a vida deita-se com Ele!
Tudo se faz silêncio
Pois o Senhor de todas as coisas
Repousa o sono dos justos.
No Céu prepara-se a festa
Que se há-de derramar na terra
Como promessa cumprida
Da esperança já esperada!
Tudo está em silêncio!
Mas não é silêncio de morte,
É um silêncio de vida,
Porque a morte nada pode,
Contra o Senhor da vida.
A Semente desceu à terra,
Morre agora para dar vida.
Sente-se que a esperança cresce,
Toda no amor envolvida.
A terra abriu os braços
Àquele que é o seu Senhor,
Toda ela se faz prenhe
Da vida e do amor.
Agora já nada podem
Aqueles que O querem matar
Porque ao darem morte à Vida,
Fizeram-na renascer,
Agora para não morrer.
Rasguem-se as vestes,
Abram-se os corações,
Choremos as lágrimas todas,
Que os olhos possam conter!
Porque num instante,
Numa eternidade,
A vida irá romper!
Gloriosa, vitoriosa, deslumbrante,
Já nada haverá a temer.
Repousemos também com Ele,
N’Ele deixemo-nos morrer,
Porque no terceiro dia,
O mundo se espantará,
Com a glória do Senhor!
E então quem n’Ele estiver,
Quem n’Ele permanecer,
Será vida para sempre,
No gozo eterno de Deus,
Que por amor aos homens,
Se deixou assim morrer.
Repara na brisa suave
Que passa por toda a terra,
Agita as plantas e árvores,
Passa nos vales e nos montes,
Mergulha nos rios e mares,
Toca todos os animais,
Do ar, da terra e do mar,
E vem direita ao coração
Do homem que quer amar.
Faz-se silêncio na terra,
Tudo se prostra e recolhe.
Já quer explodir a alegria
Que no peito incontida,
Quer gritar ao mundo todo:
«Eu sou a Ressurreição e a Vida»!
Monte Real, 2 de Abril de 2010
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/04/sexta-feira-santa.html
Via Sacra
I E S T A Ç Ã O
J E S U S É C O N D E N A D O À M O R T E
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Há longo tempo que os príncipes dos sacerdotes e quase todos os membros do Sinédrio, buscavam a Tua morte.
Não podiam tolerar a Tua actividade em Israel.
As multidões que Te seguiam, ávidas das Tuas palavras de misericórdia e salvação, fugiam cada vez mais à sua influência, despótica.
Serviram-se, da perfídia e traição de um que tinhas por amigo, para o conseguir.
Sabiam perfeitamente que não poderiam atacar-Te ás claras.
Várias vezes Te propuseram questões dúbias, tentando apanhar-Te em contradição, mas sempre tinham ficado mais envergonhados e humilhados. FicasTe sozinho e abandonado de todos os Teus amigos.
Eu, também não intervenho, não quero envolver-me. Tantas vezes, estive naquele Sinédrio! «Não, não O conheço» , terei dito eu também quando, por conveniência ou respeito humano, me recusei conhecer-Te.
A minha alma atormentada por esta realidade, confrange-se de dor, e choro contritamente as minhas culpas. Vou seguir-Te, Senhor, no Teu caminho para o Calvário. Tentarei, com as minhas lágrimas, com as minhas penas, com os meus sacrifícios e mortificações, tornar mais leves os suplícios das Estações que ainda faltam da agonia que agora começa. Quero afirmar bem alto, sem rebuços, sem medos:
"Este é o meu Senhor, o meu Salvador, o meu Deus.
Por Ele dou a vida se for preciso, a Ele entrego a minha
vontade de ser filho fiel e cumpridor dos meus deveres."
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
II E S T A Ç Ã O
J E S U S T O M A A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Sobre os Teus ombros em chaga, descansa agora o madeiro infamante. Pesado para qualquer homem é para Ti, meu pobre Jesus, no estado em que Te encontras, esmagador. Enfraquecido pelas torturas, a que durante horas fosTe submetido, feridas por todo o corpo gotejando sangue, mal podes com o Teu próprio peso, quanto mais com essa pesadíssima Cruz que Te põem aos ombros.
Mas Tu, Senhor, não gemes, não Te queixas, não Te esquivas. Simplesmente, aceitas essa Cruz, pois foi para isso que viesTe ao mundo.
É uma Cruz terrível, essa; juntam-se nela todos os pecados de todos os homens de todos os tempos, dos que Te rodeiam, ululantes, troçando do Teu sofrimento; dos que Te olham, insensíveis a uma tragédia que pretendem não lhes dizer respeito; dos que com medo de participar no Teu suplicio, se escondem e desviam; e, também, daqueles que, chorando contritamente a triste agonia do seu Mestre e Senhor, tentam a todo o custo transpor a barreira dos soldados e acercar-se de Ti para Te consolar, ajudar se possível.
Eu, Senhor, pertenço a todos estes grupos, com os meus pecados, a minha indiferença e também com os meus arrependimentos, dor e remorso.
Ajuda-me Senhor, a ficar sempre no grupo dos que tentam ajudar-Te a suportar o peso da Tua Cruz, a pertencer aos que desejam participar dos sofrimentos do seu Senhor.
Que, desta forma, possa aliviar um pouco o peso terrível desse madeiro, pedindo perdão pelos pecados de todos os homens que constantemente aumentam o seu peso, desagravando o Teu Santíssimo Nome.
Deixo-Te aqui Senhor, nesta Segunda Estação da Tua Via Dolorosa. Vou ter presente, no meu coração, o Teu Santo Nome, pedindo o Teu Perdão, adorando a Tua Divindade e agradecendo comovido, o sacrifício enorme que resolvesTe levar a cabo por mim, pela humanidade inteira.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
III E S T A Ç Ã O
J E S U S C A I P E L A P R I M E I R A V E Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
É demais para as Tuas forças, o peso dessa Cruz que Te esmaga. Tu, o meu Senhor e o Meu Deus, que caminhasTe sobre as águas, que Te elevasTe ao Céu transfigurado, não podes mais e cais por terra!
Como pode tal coisa estar a acontecer?! Como é possível que ninguém se mova e Te ajude, Senhor meu, a levantares-Te?! Na curta caminhada que fizesTe, cada passo foi um tormento doloroso em extremo e quase se não acredita que fosTe capaz. Tantos pecados que fui e vou cometendo, vão aumentando o peso desse madeiro, a ponto de já o não suportares e caíres esgotado.E Tu, Senhor, apesar de tudo, perdoas-me e o Teu perdão permite aliviar um pouco o peso sobre os Teus ombros; consegues levantar-Te e, vacilando, seguir no Teu fantástico caminho para a Glória.
Percebo o Teu exemplo, Mestre adorado, também eu devo levantar-me; não importa o peso dos pecados que me atiram a terra, tenho de levantar-me e seguir em frente, levando a minha Cruz. Porem, fraco como sou, nada conseguirei sem a Tua ajuda.
Perdoa-me Senhor, pedir-Te ajuda quando estás aí, por terra, esmagado por essa Cruz tremenda, mas, eu sei que é isso mesmo que Tu esperas ansiosamente: que eu Te peça ajuda, conforto, ânimo, determinação para seguir em frente, arrependendo-me dos meus pecados.
Com a alegria que Te dará este meu comportamento, a Tua Cruz torna-se mais leve e não sofrerás tanto.
Faço o propósito de ter presente esta Tua queda que os meus pecados provocaram. Tenho a certeza que, esta lembrança, me ajudará a evitá-los. Ajuda-me Senhor, a conseguir esta disposição bem viva na minha alma, para Tua satisfação e minha salvação eterna.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
IV - E S T A Ç Ã O
J E S U S E N C O N T R A S U A M Ã E S A N T I S S I M A
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Ali, na curva do Caminho Doloroso, Tua Santa Mãe, espera por Ti.
Com o coração desfeito pela dor, a face branca como a cal, o olhar triste de morte.
O Teu olhar, repassado de amor e pena. fixa o belo rosto da querida Senhora. Amor por aquela pobre criatura que a dor esmaga. Pena pelo sofrimento que nela está patente.
Se ao menos pudesses poupá-la, a Ela!... O saber que uma espada haveria de atravessar o seu peito, não faz diminuir o sofrimento atroz. És, Senhor, o seu Filho! Então o Teu olhar transmite também gratidão profunda; manifestando assim, com esse olhar que só as mães sabem ler, o Teu agradecimento pela sua presença. O estar ela ali, dá-Te alento, conforta-Te e, por momentos, esqueces as Tuas dores, as Tuas chagas, até o peso da Cruz.
No meu caminho, a cada passo, a minha Mãe do Céu, espera por mim. Para me ver passar, gemendo sob o peso dos meus pecados, lutando com a minha pequena cruz. A sua presença conforta-me, arrependo-me das minhas faltas e agarro-me à cruz com mais força, com mais determinação. A minha cruz de todos os dias há-de ser levada com amor e até alegria, se o teu olhar se cruzar com o meu, dando-me força, alento, perseverança.
Mãe Santíssima, pudesse eu aliviar um pouco a Cruz do teu extremoso Filho em vez de a carregar mais e mais com as minhas faltas.
«Recordare Virgo Mater Dei, dum steteris in conspectu Domini ut loquaris pro me Bona». Senhora minha, intercede por mim junto do Teu Amado Filho, limando as agudezas das minhas faltas, realçando, as pequeníssimas branduras das minhas boas obras.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
V E S T A Ç Ã O
S I M Ã O DE C I R E N E A J U D A J E S U S A L E V A R A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Onde estava eu, Senhor, onde estava eu quando procuravam alguém para Te ajudar a levar a Cruz?
Deveria estar ali, na primeira fila, à espera de ser chamado. Mas não, estava muito atrás, disfarçado no meio da turba. Não quis envolver-me no Teu suplicio, tive medo de fazer-me notado. Porque Tu, Senhor, escolhes quem, quando e como queres. O Cireneu vinha de um campo, passava, portanto. Estivera a trabalhar e, agora, de regresso a casa, vê aquele ajuntamento e acerca-se curioso para ver o que se passa. E é logo "apanhado" por Ti:
- Tu, Simão, vem e ajuda-me a carregar esta Cruz!
Obedecendo, sem o saberem, a este convite Teu, os soldados descobrem o Cireneu e compelem-no a cumprir a tarefa que lhe estava destinada desde sempre.
Simão ainda não o sabe, mas Jesus dá-lhe a maior honra que poderia dar a qualquer homem: Ajudar o Senhor a carregar a Cruz da salvação da humanidade.
Tinha de ser um desconhecido... porque, os outros, os amigos, os discípulos, até os parentes,... não estava ali nenhum.
Eu, que não sou Simão nem estou nunca no momento preciso, na ocasião necessária, disponível para o que Deus quiser de mim; eu que estou apressado, ocupadíssimo com as minhas coisas, ás voltas e reviravoltas com a minha cruz, não tenho tempo para ajudar o meu Senhor.
E Ele precisa que O ajudem. Está cansado, ferido, triste e a Cruz cada vez pesa mais.
Deixa-me pedir-Te ajuda para me transformar em Simão de Cirene, disponível e solícito, desprendido de mim mesmo, atento às inspirações que constantemente insinuas na minha alma.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
VI E S T A Ç Ã O
A V E R Ó N I C A L I M P A A F A C E D E J E S U S
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O rosto adorado do Divino Mestre é a máscara do sofrimento; vincado pelo esforço, contraído pelas dores, cheio de sangue, lívido dos escarros e pisado dos bofetões. É o rosto de um homem martirizado em extremo. Com a coragem e compaixão das pessoas simples, que não medem o perigo, ou inconveniência dos seus gestos, quando se trata de ajudar os que sofrem, a Verónica vence a multidão, afasta os soldados e limpa aquele rosto.
É um pequeno alívio para o Senhor, mas Jesus premeia este gesto de coragem e desassombro deixando a Sua divina face impressa no pano. Atónita, a mulher, mostra a todos o que o Senhor fez. Muitos, naquele momento, se terão convertido, outros, caindo em si, pedem perdão, alguns haverá que têm inveja da Verónica, pois antevêem que será lembrada para todo o sempre.
A minha coragem perante a adversidade do ambiente, manifesta-se assim? Sou capaz de me afirmar Filho de Deus quando essa afirmação pode ser incómoda? Estou pronto a defender o meu Senhor e meu Deus, a Sua Igreja e os Seus ministros em quaisquer circunstâncias? Fico-me calado sem querer "meter-me nisso"? Tenho medo que trocem de mim? Tenho receio de ser ridículo?
Senhor, ajuda-me a ter a coragem da Verónica, a fazer aquilo que posso e devo fazer em cada momento. Seja eu merecedor, meu Jesus, das dádivas com que constantemente premeias os meus pequeníssimos e mal feitos actos de generosidade e compaixão. Possa eu ser capaz, Senhor, de estar sempre e em cada momento e em qualquer lugar, à Tua espera para, perante todos, afirmar corajosamente:
Este é o Senhor meu Deus a Quem adoro, a Quem amo e de Quem espero a salvação eterna.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
VII E S T A Ç Ã O
J E S U S C A I P E L A S E G U N D A V E Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Os joelhos em chaga, marcam uma vez mais com sangue as pedras da calçada do martírio. Se não fosse necessário subires até ao Calvário, morrerias ali mesmo. De dor, de exaustão. Mas é preciso que tudo se cumpra e Tu, levantas-Te outra vez.
Eu fico pasmado com a Tua determinação de quereres, custe o que custar, ir até ao fim. Percebo que pretendes demonstrar-me que não é irremediável cair, gravíssimo é não me levantar. Necessito de coragem, força, ânimo e determinação para seguir em frente, levantando-me sempre que cair. Se eu me esforçar verdadeiramente, se da minha parte houver esse firme propósito, então Tu Senhor, nunca me faltarás com o auxílio necessário e bastante para o conseguir, pois Tu bem sabes que, sozinho, nada posso. Esta a mensagem que os Teus olhos doridos me comunicam, enquanto estás por terra. Sabes bem que contribui para esta Tua queda, com as minhas faltas, as minhas omissões, as minhas cedências à concupiscência. Mesmo assim, Tu perdoas-me e esperas que também eu me levante, que, envergonhadíssimo e contrito, peça perdão, faça o propósito de não tornar a pecar e siga em frente.
Podes levantar-Te agora, Senhor. Estou disposto a seguir o Teu exemplo.
Sei que hei-de cair muitas vezes, mas tenho a firme disposição de me levantar sempre, para que o caminho não deixe de ser andado, em frente, como deve ser, para Teu contentamento e alegria e para salvação da minha alma.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
VIII E S T A Ç Ã O
J E S U S C O N S O L A A S F I L H A S D E J E R U S A L É M
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
«Não choreis por mim» diz o Divino Mestre.
Tu não precisas, não procuras as nossas lágrimas pelo Teu sofrimento. O que desejas, procuras ansiosamente, é o nosso arrependimento, a nossa dor pelos pecados, pelos meus e os de todos os homens. São esses pecados que Te trazem, Senhor, por esse caminho de dor e paixão.
Cada passo que dás é um manancial de graças e misericórdia para todos nós.
Mas, a mim, apesar de tudo, custa-me muito ver-Te, assim, sem chorar eu também. Este choro é uma manifestação de pesar, de contrição pelo mal que faço e pelo bem que deixo de fazer. Como posso ver o meu Senhor, tropeçando, esmagado sob o peso do madeiro, subindo a íngreme ladeira do Calvário da Sua Paixão? E, imaginando esta cena, não me comover até ás lágrimas, não me estalar o coração de dor contrita. Fico abismado como puderam os homens, como posso eu forçar-Te a tão tremendo meio de salvação. Como pude comportar-me de tal modo que o meu Senhor tivesse de chegar a tais extremos para me salvar?
A Tua misericórdia, não tem limites?
Sou eu assim tão importante para Ti que Te disponhas a tal sacrifício?
Antes me dedicarei de todo o coração, a tentar aliviar o peso da Tua Cruz, a atapetar o duro caminho do Gólgota com as minhas boas obras.
Ajuda-me, Senhor, a merecer a Tua Paixão, aceita os meus propósitos de emenda e ajuda-me a cumpri-los escrupulosamente.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
IX E S T A Ç Ã O
J E S U S C A I P E L A T E R C E I R A V E Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Mais uma vez as Tuas forças cederam e Tu, o Rei dos Reis, cais por terra. Estás tão alquebrado, tão esgotado que os soldados temem que não consigas chegar ao local da Crucifixão. E ajudam-Te a levantar. Não por compaixão ou piedade mas porque têm pressa de acabar com tudo antes do entardecer. E Tu, num esforço tremendo, levantas-Te outra vez. Pouco falta agora. Em breve tudo se consumará. Estes últimos metros que Te separam ainda do local do supremo sacrifício, parecem desmedidos. Cada passo é um espasmo de dor; mas Tu, sempre sem um queixume, segues o Teu Caminho.
Também eu caí outra vez...e outra ainda. Não três vezes, como Tu, meu Deus, mas muitas vezes. Ah Senhor! Eu não quero cair mais nenhuma vez, mas conhecendo-me fraco e pusilânime, peço-Te o Teu auxílio para me levantar sempre, custe o que custar. A minha cruz também é pesada, mas com o peso das minhas próprias faltas, dos meus pecados, das minhas desistências, do meu orgulho, dos meus excessos, da minha concupiscência. A Tua Cruz pesa muitíssimo mais e, no entanto, não há nela nada que seja Teu, todo, mas todo o seu peso esmagador, é o resultado dos pecados de toda a humanidade. QuisesTe que Te visse cair sob o seu peso, para me ensinares que posso levar a minha cruz, não obstante as quedas frequentes, as dificuldades e o esforço que implica.
No fim, estarás Tu para me tomares a cruz definitivamente e acolheres-me junto de Ti para todo o sempre.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
X E S T A Ç Ã O
J E S U S É D E S P O J A D O D A S V E S T E S
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Oh meu Jesus!, Tu, a sublime pureza, ali, exposto em frente da multidão! Não bastava todo o martírio já sofrido, faltava ainda esta ignomínia! As feridas reabertas com o arrancar dos vestidos, sangram novamente. O Teu aspecto é pavoroso, como um destroço humano, Tu, O Homem Perfeito, estás exposto aos olhares impuros dos Teus algozes. Todo eu tremo com a lembrança dos meus pecados contra a santa pureza, pelas minhas faltas de pudor. O meu olhar, a minha imaginação, a minha voz, quantas vezes Te ofenderam gravemente com cenas impuras que contemplei, com pensamentos pouco castos que consenti, com palavras pouco limpas que pronunciei. Quantas vezes, Senhor, me deixei arrastar pela minha pobre carne e me esqueci que o meu corpo é sagrado.
Só pensar que poderei voltar a ofender-Te sendo impuro ou pouco casto me atormenta a alma. Com a certeza que, sempre, em qualquer lugar ou circunstância, Tu, estás presente, me vês, me ouves, hei-de comportar-me de tal forma que possa sempre adorar-Te com profunda reverência.
A minha carne é fraca, Senhor, a minha concupiscência é forte e actua quando menos espero. Ajuda-me a estar sempre vigilante. Quero ser, Senhor, um homem inteiro, livre de amarras a vícios escondidos ou delírios do pensamento. Quero ser, um esposo exemplar, respeitador e respeitado, amando profundamente com lhaneza de carácter são. Quero ser um Pai completo, em quem os filhos vejam um exemplo de temperança e moderação. Quero, enfim, ser um filho Teu, de amores limpos e sadios, espelho do Amor que me tens.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XI E S T A Ç Ã O
J E S U S É P R E G A D O N A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Finalmente chegou o momento para o qual nascesTe em Belém, naquela gruta.
O meu Senhor, é estendido sobre o madeiro que transportou sobre os ombros em chaga. As pancadas do martelo soam, cavas e terríveis, no coração de quantos as ouvem, diariamente, desde há dois mil anos.
Debruçam-se curiosos, alguns dos que, desde a casa de Pilatos, Te seguiram pela Via Dolorosa. Esperam em vão um queixume, um gesto de revolta, ou talvez, uma súbita reacção do homem que ainda ontem imperava aos ventos e ás tempestades ou alimentava multidões com uns poucos de pães e alguns peixes e imperava aos mares e ás tempestades.
O Senhor, abre gentilmente os braços ao madeiro que O espera. Todo o Seu corpo estremece quando os grossos pregos Lhe trespassam a carne, mas, da Sua boca, não sai um lamento.
E o meu Senhor ali fica; todo o Seu Corpo distendido, preso pelos cravos dos pulsos e dos pés, de braços abertos entre o Céu e a Terra. Todos têm de O ver, de todos atrai o olhar.
Aos Seus pés, Sua Mãe, esmagada pela dor; João o discípulo amado, as amigas de sempre: Marta, Madalena, Maria, olham sem acreditar, por entre as lágrimas, o seu doce Rabi, exangue e morrendo.
Oh Senhor! Como é possível que tal aconteça? Quem pôde fazer tal coisa?
Os meus pecados, as minhas faltas levaram-Te até aí, a esse lugar onde agora estás, a esse madeiro pregado.
Não mais, Senhor, não mais voltarei a ofender-Te não mais Te farei reviver tal sacrifício. Com o coração a sangrar de dor e profundamente agradecido aceito o Teu sublime sacrifício, beijo os Teus pés chagados e abraço-me a essa Cruz onde me redimes e me salvas.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XII E S T A Ç Ã O
J E S U S M O R R E N A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Hoje estarás comigo no Paraíso! Assim Jesus premeia o arrependido de última hora. Até ao último momento esperas por nós, pelo nosso arrependimento para nos dares o prémio da salvação eterna. Pudesse eu, Senhor, ter sido crucificado conTigo e ser eu o destinatário das Tuas palavras.
Arrependo-me dos meus pecados passados e faço o firme propósito de não voltar a pecar, para que, em qualquer momento que possas chamar-me, mereça encontrar-me conTigo, no Paraíso.
Está prestes o fim; o meu Jesus, salva-me definitivamente.
As minhas numerosas faltas passadas e futuras, de que me arrependo sinceramente e de que hei-de arrepender-me sempre, estão perdoadas e resgatadas. Sou, de pleno direito, um filho de Deus, candidato à vida eterna no seio da Santíssima Trindade, dos Seus Anjos e dos Seus Santos.
Tudo está consumado. O Senhor, entrega o espírito. Inclina a cabeça e morre.
Sim, tudo está consumado num sacrifício cruento, terrível, doloroso e ensanguentado. Não ficou gota de sangue no Teu corpo martirizado. E eu, meu Senhor, olho para essa Cruz donde pendes morto, e alegro-me na minha tristeza profunda porque fui objecto de tal sacrifício, de tamanha doação:
O meu Senhor, o meu Jesus, morreu por mim e, na Sua morte, eu alegro-me porque me salvou!
Peço-Te perdão por todos os que não acreditam ou não aceitam esta Tua morte, para os que repudiam o Teu amor. Também por eles morresTe pois foi toda a humanidade que esteve presente no Teu sacrifício.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XIII E S T A Ç Ã O
J E S U S É D E S C I D O D A C R U Z E EN T R E G U E A S U A M Ã E
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O teu rosto é uma máscara de dor e compunção; o teu Filho, o teu Jesus, jaz nos teus braços, inerte, sujo, lívido... morto! Tu sabes que Ele morreu porque quis, cumprindo os planos divinos de salvação da humanidade.
«Uma espada te há-de trespassar a tua própria alma...»
Nunca imaginaras que fosse necessária toda a tragédia do julgamento, a flagelação, a coroa de espinhos, a caminhada incrível de sofrimento e dor. As lágrimas escorrem da tua face adorada sobre o rosto lívido do Teu Filho morto e tu sabes que nada podes fazer, nada te compete fazer. Foste incumbida da sublime missão de O trazer ao mundo, dando-Lhe forma humana no teu seio, Carne da tua carne, Sangue do teu sangue. Por isso, é também o teu sangue que empapa aquele monte Calvário.
Virgem das Dores, deixa-me partilhar a tua mágoa e chorar conTigo a morte do nosso Jesus. Tu sabes que Ele morreu por mim, para me salvar, deixa-me, portanto, ocupar o meu lugar de filho teu, em que, Ele, na Sua agonia, teve a magnanimidade de me tornar.
«Mulher, heis aí o teu filho!» Sou eu, Senhora, um deles, dessa legião imensa de filhos teus, em que a bondade do Senhor nos converteu. Deixa-me que conTigo amortalhe o meu Jesus, lave as Suas feridas, componha os Seus cabelos e envolva o Seu Corpo no pano de linho mais puro.
O meu Senhor tem agora um ar mais digno, mais composto e, tu, minha Mãe, num último olhar, abre os teus braços e acolhe-me também no teu regaço.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XIV E S T A Ç Ã O
J E S U S É S E P U L T A D O
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Aí estás Senhor, descansando finalmente, nesse sepulcro emprestado. Nem local para dormir tivesTe em vida e também não tens sitio Teu para repousar o cadáver. Nada possuísTe, até a própria vida desTe por nós.
E, no entanto, Rei de Reis, desTe-me riquezas imensas: a filiação divina, o direito de chamar a Teu Pai, meu Pai, à Tua Mãe, minha Mãe e, finalmente, um caminho seguro e certo para a salvação eterna da minha alma. Tu, tão pobre, fizesTe-me a mim, imensamente rico. O caminho que me apontas é o que quero seguir. Com hesitações, com avanços e recuos, talvez com desvios, seguramente com incidentes, mas no qual, com a Tua ajuda, hei-de perseverar e andar até ao fim. Aí estarás Tu, Ressuscitado Gloriosamente pelo Teu próprio poder, à minha espera feliz e contente por eu ter sido capaz, ter ouvido o Teu convite e correspondido com entusiasmo e dedicação. Fraco, pusilânime e inconstante como sou, não posso, não quero contar só com as minhas forças. De pouco me servem as intenções, os bons propósitos e os desejos em que me arde a alma:
Sem a Tua ajuda permanente, Senhor, para que eu não me perca, me detenha ou afeiçoe a coisas que não são o essencial, tudo não passará disso: Desejos, intenções e propósitos.
Conto com essa ajuda para levar até ao fim a minha cruz, com alegria e determinação, abraçando-a amorosamente.
Minha Mãe Santíssima, ajuda-me a manter bem gravadas na minha mente estas cenas que acabo de viver da Paixão do teu Amabilíssimo Filho, para que, mantendo a minha alma limpa e o coração puro possa esperar o chamamento do meu Jesus para participar com Ele da Vida Eterna.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
P O S F Á C I O
Chegou ao fim a fantástica e sublime odisseia da Paixão e Morte de Jesus Cristo, meu Salvador.
Por momentos, aos meus olhos e coração humanos, parecem-me excessivos os desígnios de Deus: tanto sofrimento, tamanha dor! Porque me esqueço da suma gravidade e horrível falta que é o pecado dos homens. Que outra reparação seria possível ou completa senão a levada a cabo pelo próprio Ofendido?
Que és Deus fica abundantemente provado pelo Amor e Misericórdia infinitas que nesta Paixão se revelam.
Que tenhas querido, com esta Paixão, considerar-me Teu filho e devolvido a Eternidade é o que eu acredito firmemente.
Ajuda-me Senhor, a ter sempre presentes as cenas que acabo de meditar para que, a sua lembrança bem viva no meu coração me impeça de Te magoar e ofender.
(AMA, Porto, Quaresma de 1987)
Agradecimento: António Mexia Alves
J E S U S É C O N D E N A D O À M O R T E
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Há longo tempo que os príncipes dos sacerdotes e quase todos os membros do Sinédrio, buscavam a Tua morte.
Não podiam tolerar a Tua actividade em Israel.
As multidões que Te seguiam, ávidas das Tuas palavras de misericórdia e salvação, fugiam cada vez mais à sua influência, despótica.
Serviram-se, da perfídia e traição de um que tinhas por amigo, para o conseguir.
Sabiam perfeitamente que não poderiam atacar-Te ás claras.
Várias vezes Te propuseram questões dúbias, tentando apanhar-Te em contradição, mas sempre tinham ficado mais envergonhados e humilhados. FicasTe sozinho e abandonado de todos os Teus amigos.
Eu, também não intervenho, não quero envolver-me. Tantas vezes, estive naquele Sinédrio! «Não, não O conheço» , terei dito eu também quando, por conveniência ou respeito humano, me recusei conhecer-Te.
A minha alma atormentada por esta realidade, confrange-se de dor, e choro contritamente as minhas culpas. Vou seguir-Te, Senhor, no Teu caminho para o Calvário. Tentarei, com as minhas lágrimas, com as minhas penas, com os meus sacrifícios e mortificações, tornar mais leves os suplícios das Estações que ainda faltam da agonia que agora começa. Quero afirmar bem alto, sem rebuços, sem medos:
"Este é o meu Senhor, o meu Salvador, o meu Deus.
Por Ele dou a vida se for preciso, a Ele entrego a minha
vontade de ser filho fiel e cumpridor dos meus deveres."
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
II E S T A Ç Ã O
J E S U S T O M A A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Sobre os Teus ombros em chaga, descansa agora o madeiro infamante. Pesado para qualquer homem é para Ti, meu pobre Jesus, no estado em que Te encontras, esmagador. Enfraquecido pelas torturas, a que durante horas fosTe submetido, feridas por todo o corpo gotejando sangue, mal podes com o Teu próprio peso, quanto mais com essa pesadíssima Cruz que Te põem aos ombros.
Mas Tu, Senhor, não gemes, não Te queixas, não Te esquivas. Simplesmente, aceitas essa Cruz, pois foi para isso que viesTe ao mundo.
É uma Cruz terrível, essa; juntam-se nela todos os pecados de todos os homens de todos os tempos, dos que Te rodeiam, ululantes, troçando do Teu sofrimento; dos que Te olham, insensíveis a uma tragédia que pretendem não lhes dizer respeito; dos que com medo de participar no Teu suplicio, se escondem e desviam; e, também, daqueles que, chorando contritamente a triste agonia do seu Mestre e Senhor, tentam a todo o custo transpor a barreira dos soldados e acercar-se de Ti para Te consolar, ajudar se possível.
Eu, Senhor, pertenço a todos estes grupos, com os meus pecados, a minha indiferença e também com os meus arrependimentos, dor e remorso.
Ajuda-me Senhor, a ficar sempre no grupo dos que tentam ajudar-Te a suportar o peso da Tua Cruz, a pertencer aos que desejam participar dos sofrimentos do seu Senhor.
Que, desta forma, possa aliviar um pouco o peso terrível desse madeiro, pedindo perdão pelos pecados de todos os homens que constantemente aumentam o seu peso, desagravando o Teu Santíssimo Nome.
Deixo-Te aqui Senhor, nesta Segunda Estação da Tua Via Dolorosa. Vou ter presente, no meu coração, o Teu Santo Nome, pedindo o Teu Perdão, adorando a Tua Divindade e agradecendo comovido, o sacrifício enorme que resolvesTe levar a cabo por mim, pela humanidade inteira.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
III E S T A Ç Ã O
J E S U S C A I P E L A P R I M E I R A V E Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
É demais para as Tuas forças, o peso dessa Cruz que Te esmaga. Tu, o meu Senhor e o Meu Deus, que caminhasTe sobre as águas, que Te elevasTe ao Céu transfigurado, não podes mais e cais por terra!
Como pode tal coisa estar a acontecer?! Como é possível que ninguém se mova e Te ajude, Senhor meu, a levantares-Te?! Na curta caminhada que fizesTe, cada passo foi um tormento doloroso em extremo e quase se não acredita que fosTe capaz. Tantos pecados que fui e vou cometendo, vão aumentando o peso desse madeiro, a ponto de já o não suportares e caíres esgotado.E Tu, Senhor, apesar de tudo, perdoas-me e o Teu perdão permite aliviar um pouco o peso sobre os Teus ombros; consegues levantar-Te e, vacilando, seguir no Teu fantástico caminho para a Glória.
Percebo o Teu exemplo, Mestre adorado, também eu devo levantar-me; não importa o peso dos pecados que me atiram a terra, tenho de levantar-me e seguir em frente, levando a minha Cruz. Porem, fraco como sou, nada conseguirei sem a Tua ajuda.
Perdoa-me Senhor, pedir-Te ajuda quando estás aí, por terra, esmagado por essa Cruz tremenda, mas, eu sei que é isso mesmo que Tu esperas ansiosamente: que eu Te peça ajuda, conforto, ânimo, determinação para seguir em frente, arrependendo-me dos meus pecados.
Com a alegria que Te dará este meu comportamento, a Tua Cruz torna-se mais leve e não sofrerás tanto.
Faço o propósito de ter presente esta Tua queda que os meus pecados provocaram. Tenho a certeza que, esta lembrança, me ajudará a evitá-los. Ajuda-me Senhor, a conseguir esta disposição bem viva na minha alma, para Tua satisfação e minha salvação eterna.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
IV - E S T A Ç Ã O
J E S U S E N C O N T R A S U A M Ã E S A N T I S S I M A
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Ali, na curva do Caminho Doloroso, Tua Santa Mãe, espera por Ti.
Com o coração desfeito pela dor, a face branca como a cal, o olhar triste de morte.
O Teu olhar, repassado de amor e pena. fixa o belo rosto da querida Senhora. Amor por aquela pobre criatura que a dor esmaga. Pena pelo sofrimento que nela está patente.
Se ao menos pudesses poupá-la, a Ela!... O saber que uma espada haveria de atravessar o seu peito, não faz diminuir o sofrimento atroz. És, Senhor, o seu Filho! Então o Teu olhar transmite também gratidão profunda; manifestando assim, com esse olhar que só as mães sabem ler, o Teu agradecimento pela sua presença. O estar ela ali, dá-Te alento, conforta-Te e, por momentos, esqueces as Tuas dores, as Tuas chagas, até o peso da Cruz.
No meu caminho, a cada passo, a minha Mãe do Céu, espera por mim. Para me ver passar, gemendo sob o peso dos meus pecados, lutando com a minha pequena cruz. A sua presença conforta-me, arrependo-me das minhas faltas e agarro-me à cruz com mais força, com mais determinação. A minha cruz de todos os dias há-de ser levada com amor e até alegria, se o teu olhar se cruzar com o meu, dando-me força, alento, perseverança.
Mãe Santíssima, pudesse eu aliviar um pouco a Cruz do teu extremoso Filho em vez de a carregar mais e mais com as minhas faltas.
«Recordare Virgo Mater Dei, dum steteris in conspectu Domini ut loquaris pro me Bona». Senhora minha, intercede por mim junto do Teu Amado Filho, limando as agudezas das minhas faltas, realçando, as pequeníssimas branduras das minhas boas obras.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
V E S T A Ç Ã O
S I M Ã O DE C I R E N E A J U D A J E S U S A L E V A R A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Onde estava eu, Senhor, onde estava eu quando procuravam alguém para Te ajudar a levar a Cruz?
Deveria estar ali, na primeira fila, à espera de ser chamado. Mas não, estava muito atrás, disfarçado no meio da turba. Não quis envolver-me no Teu suplicio, tive medo de fazer-me notado. Porque Tu, Senhor, escolhes quem, quando e como queres. O Cireneu vinha de um campo, passava, portanto. Estivera a trabalhar e, agora, de regresso a casa, vê aquele ajuntamento e acerca-se curioso para ver o que se passa. E é logo "apanhado" por Ti:
- Tu, Simão, vem e ajuda-me a carregar esta Cruz!
Obedecendo, sem o saberem, a este convite Teu, os soldados descobrem o Cireneu e compelem-no a cumprir a tarefa que lhe estava destinada desde sempre.
Simão ainda não o sabe, mas Jesus dá-lhe a maior honra que poderia dar a qualquer homem: Ajudar o Senhor a carregar a Cruz da salvação da humanidade.
Tinha de ser um desconhecido... porque, os outros, os amigos, os discípulos, até os parentes,... não estava ali nenhum.
Eu, que não sou Simão nem estou nunca no momento preciso, na ocasião necessária, disponível para o que Deus quiser de mim; eu que estou apressado, ocupadíssimo com as minhas coisas, ás voltas e reviravoltas com a minha cruz, não tenho tempo para ajudar o meu Senhor.
E Ele precisa que O ajudem. Está cansado, ferido, triste e a Cruz cada vez pesa mais.
Deixa-me pedir-Te ajuda para me transformar em Simão de Cirene, disponível e solícito, desprendido de mim mesmo, atento às inspirações que constantemente insinuas na minha alma.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
VI E S T A Ç Ã O
A V E R Ó N I C A L I M P A A F A C E D E J E S U S
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O rosto adorado do Divino Mestre é a máscara do sofrimento; vincado pelo esforço, contraído pelas dores, cheio de sangue, lívido dos escarros e pisado dos bofetões. É o rosto de um homem martirizado em extremo. Com a coragem e compaixão das pessoas simples, que não medem o perigo, ou inconveniência dos seus gestos, quando se trata de ajudar os que sofrem, a Verónica vence a multidão, afasta os soldados e limpa aquele rosto.
É um pequeno alívio para o Senhor, mas Jesus premeia este gesto de coragem e desassombro deixando a Sua divina face impressa no pano. Atónita, a mulher, mostra a todos o que o Senhor fez. Muitos, naquele momento, se terão convertido, outros, caindo em si, pedem perdão, alguns haverá que têm inveja da Verónica, pois antevêem que será lembrada para todo o sempre.
A minha coragem perante a adversidade do ambiente, manifesta-se assim? Sou capaz de me afirmar Filho de Deus quando essa afirmação pode ser incómoda? Estou pronto a defender o meu Senhor e meu Deus, a Sua Igreja e os Seus ministros em quaisquer circunstâncias? Fico-me calado sem querer "meter-me nisso"? Tenho medo que trocem de mim? Tenho receio de ser ridículo?
Senhor, ajuda-me a ter a coragem da Verónica, a fazer aquilo que posso e devo fazer em cada momento. Seja eu merecedor, meu Jesus, das dádivas com que constantemente premeias os meus pequeníssimos e mal feitos actos de generosidade e compaixão. Possa eu ser capaz, Senhor, de estar sempre e em cada momento e em qualquer lugar, à Tua espera para, perante todos, afirmar corajosamente:
Este é o Senhor meu Deus a Quem adoro, a Quem amo e de Quem espero a salvação eterna.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
VII E S T A Ç Ã O
J E S U S C A I P E L A S E G U N D A V E Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Os joelhos em chaga, marcam uma vez mais com sangue as pedras da calçada do martírio. Se não fosse necessário subires até ao Calvário, morrerias ali mesmo. De dor, de exaustão. Mas é preciso que tudo se cumpra e Tu, levantas-Te outra vez.
Eu fico pasmado com a Tua determinação de quereres, custe o que custar, ir até ao fim. Percebo que pretendes demonstrar-me que não é irremediável cair, gravíssimo é não me levantar. Necessito de coragem, força, ânimo e determinação para seguir em frente, levantando-me sempre que cair. Se eu me esforçar verdadeiramente, se da minha parte houver esse firme propósito, então Tu Senhor, nunca me faltarás com o auxílio necessário e bastante para o conseguir, pois Tu bem sabes que, sozinho, nada posso. Esta a mensagem que os Teus olhos doridos me comunicam, enquanto estás por terra. Sabes bem que contribui para esta Tua queda, com as minhas faltas, as minhas omissões, as minhas cedências à concupiscência. Mesmo assim, Tu perdoas-me e esperas que também eu me levante, que, envergonhadíssimo e contrito, peça perdão, faça o propósito de não tornar a pecar e siga em frente.
Podes levantar-Te agora, Senhor. Estou disposto a seguir o Teu exemplo.
Sei que hei-de cair muitas vezes, mas tenho a firme disposição de me levantar sempre, para que o caminho não deixe de ser andado, em frente, como deve ser, para Teu contentamento e alegria e para salvação da minha alma.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
VIII E S T A Ç Ã O
J E S U S C O N S O L A A S F I L H A S D E J E R U S A L É M
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
«Não choreis por mim» diz o Divino Mestre.
Tu não precisas, não procuras as nossas lágrimas pelo Teu sofrimento. O que desejas, procuras ansiosamente, é o nosso arrependimento, a nossa dor pelos pecados, pelos meus e os de todos os homens. São esses pecados que Te trazem, Senhor, por esse caminho de dor e paixão.
Cada passo que dás é um manancial de graças e misericórdia para todos nós.
Mas, a mim, apesar de tudo, custa-me muito ver-Te, assim, sem chorar eu também. Este choro é uma manifestação de pesar, de contrição pelo mal que faço e pelo bem que deixo de fazer. Como posso ver o meu Senhor, tropeçando, esmagado sob o peso do madeiro, subindo a íngreme ladeira do Calvário da Sua Paixão? E, imaginando esta cena, não me comover até ás lágrimas, não me estalar o coração de dor contrita. Fico abismado como puderam os homens, como posso eu forçar-Te a tão tremendo meio de salvação. Como pude comportar-me de tal modo que o meu Senhor tivesse de chegar a tais extremos para me salvar?
A Tua misericórdia, não tem limites?
Sou eu assim tão importante para Ti que Te disponhas a tal sacrifício?
Antes me dedicarei de todo o coração, a tentar aliviar o peso da Tua Cruz, a atapetar o duro caminho do Gólgota com as minhas boas obras.
Ajuda-me, Senhor, a merecer a Tua Paixão, aceita os meus propósitos de emenda e ajuda-me a cumpri-los escrupulosamente.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
IX E S T A Ç Ã O
J E S U S C A I P E L A T E R C E I R A V E Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Mais uma vez as Tuas forças cederam e Tu, o Rei dos Reis, cais por terra. Estás tão alquebrado, tão esgotado que os soldados temem que não consigas chegar ao local da Crucifixão. E ajudam-Te a levantar. Não por compaixão ou piedade mas porque têm pressa de acabar com tudo antes do entardecer. E Tu, num esforço tremendo, levantas-Te outra vez. Pouco falta agora. Em breve tudo se consumará. Estes últimos metros que Te separam ainda do local do supremo sacrifício, parecem desmedidos. Cada passo é um espasmo de dor; mas Tu, sempre sem um queixume, segues o Teu Caminho.
Também eu caí outra vez...e outra ainda. Não três vezes, como Tu, meu Deus, mas muitas vezes. Ah Senhor! Eu não quero cair mais nenhuma vez, mas conhecendo-me fraco e pusilânime, peço-Te o Teu auxílio para me levantar sempre, custe o que custar. A minha cruz também é pesada, mas com o peso das minhas próprias faltas, dos meus pecados, das minhas desistências, do meu orgulho, dos meus excessos, da minha concupiscência. A Tua Cruz pesa muitíssimo mais e, no entanto, não há nela nada que seja Teu, todo, mas todo o seu peso esmagador, é o resultado dos pecados de toda a humanidade. QuisesTe que Te visse cair sob o seu peso, para me ensinares que posso levar a minha cruz, não obstante as quedas frequentes, as dificuldades e o esforço que implica.
No fim, estarás Tu para me tomares a cruz definitivamente e acolheres-me junto de Ti para todo o sempre.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
X E S T A Ç Ã O
J E S U S É D E S P O J A D O D A S V E S T E S
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Oh meu Jesus!, Tu, a sublime pureza, ali, exposto em frente da multidão! Não bastava todo o martírio já sofrido, faltava ainda esta ignomínia! As feridas reabertas com o arrancar dos vestidos, sangram novamente. O Teu aspecto é pavoroso, como um destroço humano, Tu, O Homem Perfeito, estás exposto aos olhares impuros dos Teus algozes. Todo eu tremo com a lembrança dos meus pecados contra a santa pureza, pelas minhas faltas de pudor. O meu olhar, a minha imaginação, a minha voz, quantas vezes Te ofenderam gravemente com cenas impuras que contemplei, com pensamentos pouco castos que consenti, com palavras pouco limpas que pronunciei. Quantas vezes, Senhor, me deixei arrastar pela minha pobre carne e me esqueci que o meu corpo é sagrado.
Só pensar que poderei voltar a ofender-Te sendo impuro ou pouco casto me atormenta a alma. Com a certeza que, sempre, em qualquer lugar ou circunstância, Tu, estás presente, me vês, me ouves, hei-de comportar-me de tal forma que possa sempre adorar-Te com profunda reverência.
A minha carne é fraca, Senhor, a minha concupiscência é forte e actua quando menos espero. Ajuda-me a estar sempre vigilante. Quero ser, Senhor, um homem inteiro, livre de amarras a vícios escondidos ou delírios do pensamento. Quero ser, um esposo exemplar, respeitador e respeitado, amando profundamente com lhaneza de carácter são. Quero ser um Pai completo, em quem os filhos vejam um exemplo de temperança e moderação. Quero, enfim, ser um filho Teu, de amores limpos e sadios, espelho do Amor que me tens.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XI E S T A Ç Ã O
J E S U S É P R E G A D O N A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Finalmente chegou o momento para o qual nascesTe em Belém, naquela gruta.
O meu Senhor, é estendido sobre o madeiro que transportou sobre os ombros em chaga. As pancadas do martelo soam, cavas e terríveis, no coração de quantos as ouvem, diariamente, desde há dois mil anos.
Debruçam-se curiosos, alguns dos que, desde a casa de Pilatos, Te seguiram pela Via Dolorosa. Esperam em vão um queixume, um gesto de revolta, ou talvez, uma súbita reacção do homem que ainda ontem imperava aos ventos e ás tempestades ou alimentava multidões com uns poucos de pães e alguns peixes e imperava aos mares e ás tempestades.
O Senhor, abre gentilmente os braços ao madeiro que O espera. Todo o Seu corpo estremece quando os grossos pregos Lhe trespassam a carne, mas, da Sua boca, não sai um lamento.
E o meu Senhor ali fica; todo o Seu Corpo distendido, preso pelos cravos dos pulsos e dos pés, de braços abertos entre o Céu e a Terra. Todos têm de O ver, de todos atrai o olhar.
Aos Seus pés, Sua Mãe, esmagada pela dor; João o discípulo amado, as amigas de sempre: Marta, Madalena, Maria, olham sem acreditar, por entre as lágrimas, o seu doce Rabi, exangue e morrendo.
Oh Senhor! Como é possível que tal aconteça? Quem pôde fazer tal coisa?
Os meus pecados, as minhas faltas levaram-Te até aí, a esse lugar onde agora estás, a esse madeiro pregado.
Não mais, Senhor, não mais voltarei a ofender-Te não mais Te farei reviver tal sacrifício. Com o coração a sangrar de dor e profundamente agradecido aceito o Teu sublime sacrifício, beijo os Teus pés chagados e abraço-me a essa Cruz onde me redimes e me salvas.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XII E S T A Ç Ã O
J E S U S M O R R E N A C R U Z
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Hoje estarás comigo no Paraíso! Assim Jesus premeia o arrependido de última hora. Até ao último momento esperas por nós, pelo nosso arrependimento para nos dares o prémio da salvação eterna. Pudesse eu, Senhor, ter sido crucificado conTigo e ser eu o destinatário das Tuas palavras.
Arrependo-me dos meus pecados passados e faço o firme propósito de não voltar a pecar, para que, em qualquer momento que possas chamar-me, mereça encontrar-me conTigo, no Paraíso.
Está prestes o fim; o meu Jesus, salva-me definitivamente.
As minhas numerosas faltas passadas e futuras, de que me arrependo sinceramente e de que hei-de arrepender-me sempre, estão perdoadas e resgatadas. Sou, de pleno direito, um filho de Deus, candidato à vida eterna no seio da Santíssima Trindade, dos Seus Anjos e dos Seus Santos.
Tudo está consumado. O Senhor, entrega o espírito. Inclina a cabeça e morre.
Sim, tudo está consumado num sacrifício cruento, terrível, doloroso e ensanguentado. Não ficou gota de sangue no Teu corpo martirizado. E eu, meu Senhor, olho para essa Cruz donde pendes morto, e alegro-me na minha tristeza profunda porque fui objecto de tal sacrifício, de tamanha doação:
O meu Senhor, o meu Jesus, morreu por mim e, na Sua morte, eu alegro-me porque me salvou!
Peço-Te perdão por todos os que não acreditam ou não aceitam esta Tua morte, para os que repudiam o Teu amor. Também por eles morresTe pois foi toda a humanidade que esteve presente no Teu sacrifício.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XIII E S T A Ç Ã O
J E S U S É D E S C I D O D A C R U Z E EN T R E G U E A S U A M Ã E
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O teu rosto é uma máscara de dor e compunção; o teu Filho, o teu Jesus, jaz nos teus braços, inerte, sujo, lívido... morto! Tu sabes que Ele morreu porque quis, cumprindo os planos divinos de salvação da humanidade.
«Uma espada te há-de trespassar a tua própria alma...»
Nunca imaginaras que fosse necessária toda a tragédia do julgamento, a flagelação, a coroa de espinhos, a caminhada incrível de sofrimento e dor. As lágrimas escorrem da tua face adorada sobre o rosto lívido do Teu Filho morto e tu sabes que nada podes fazer, nada te compete fazer. Foste incumbida da sublime missão de O trazer ao mundo, dando-Lhe forma humana no teu seio, Carne da tua carne, Sangue do teu sangue. Por isso, é também o teu sangue que empapa aquele monte Calvário.
Virgem das Dores, deixa-me partilhar a tua mágoa e chorar conTigo a morte do nosso Jesus. Tu sabes que Ele morreu por mim, para me salvar, deixa-me, portanto, ocupar o meu lugar de filho teu, em que, Ele, na Sua agonia, teve a magnanimidade de me tornar.
«Mulher, heis aí o teu filho!» Sou eu, Senhora, um deles, dessa legião imensa de filhos teus, em que a bondade do Senhor nos converteu. Deixa-me que conTigo amortalhe o meu Jesus, lave as Suas feridas, componha os Seus cabelos e envolva o Seu Corpo no pano de linho mais puro.
O meu Senhor tem agora um ar mais digno, mais composto e, tu, minha Mãe, num último olhar, abre os teus braços e acolhe-me também no teu regaço.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
XIV E S T A Ç Ã O
J E S U S É S E P U L T A D O
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Aí estás Senhor, descansando finalmente, nesse sepulcro emprestado. Nem local para dormir tivesTe em vida e também não tens sitio Teu para repousar o cadáver. Nada possuísTe, até a própria vida desTe por nós.
E, no entanto, Rei de Reis, desTe-me riquezas imensas: a filiação divina, o direito de chamar a Teu Pai, meu Pai, à Tua Mãe, minha Mãe e, finalmente, um caminho seguro e certo para a salvação eterna da minha alma. Tu, tão pobre, fizesTe-me a mim, imensamente rico. O caminho que me apontas é o que quero seguir. Com hesitações, com avanços e recuos, talvez com desvios, seguramente com incidentes, mas no qual, com a Tua ajuda, hei-de perseverar e andar até ao fim. Aí estarás Tu, Ressuscitado Gloriosamente pelo Teu próprio poder, à minha espera feliz e contente por eu ter sido capaz, ter ouvido o Teu convite e correspondido com entusiasmo e dedicação. Fraco, pusilânime e inconstante como sou, não posso, não quero contar só com as minhas forças. De pouco me servem as intenções, os bons propósitos e os desejos em que me arde a alma:
Sem a Tua ajuda permanente, Senhor, para que eu não me perca, me detenha ou afeiçoe a coisas que não são o essencial, tudo não passará disso: Desejos, intenções e propósitos.
Conto com essa ajuda para levar até ao fim a minha cruz, com alegria e determinação, abraçando-a amorosamente.
Minha Mãe Santíssima, ajuda-me a manter bem gravadas na minha mente estas cenas que acabo de viver da Paixão do teu Amabilíssimo Filho, para que, mantendo a minha alma limpa e o coração puro possa esperar o chamamento do meu Jesus para participar com Ele da Vida Eterna.
PN, AM, GP.
Senhor: Tem piedade de nós
P O S F Á C I O
Chegou ao fim a fantástica e sublime odisseia da Paixão e Morte de Jesus Cristo, meu Salvador.
Por momentos, aos meus olhos e coração humanos, parecem-me excessivos os desígnios de Deus: tanto sofrimento, tamanha dor! Porque me esqueço da suma gravidade e horrível falta que é o pecado dos homens. Que outra reparação seria possível ou completa senão a levada a cabo pelo próprio Ofendido?
Que és Deus fica abundantemente provado pelo Amor e Misericórdia infinitas que nesta Paixão se revelam.
Que tenhas querido, com esta Paixão, considerar-me Teu filho e devolvido a Eternidade é o que eu acredito firmemente.
Ajuda-me Senhor, a ter sempre presentes as cenas que acabo de meditar para que, a sua lembrança bem viva no meu coração me impeça de Te magoar e ofender.
(AMA, Porto, Quaresma de 1987)
Agradecimento: António Mexia Alves
Sexta-feira Santa, textos de S. Josemaría Escrivá - A Morte na Cruz
Levaram, pois, Jesus consigo. Este, carregando com a cruz, saiu para o chamado lugar do Crânio, que em hebraico se diz Gólgota. Lá O crucificaram e, com Ele, mais dois: um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um letreiro e colocou-o na cruz. Tinha escrito: “Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus” (Jo 19, 16-19).
Não sabem o que fazem
Agora crucificam o Senhor e, junto d’Ele, dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Entretanto, Jesus diz: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34).
Foi o Amor que levou Jesus ao Calvário. E já na Cruz, todos os Seus gestos e todas as Suas palavras são de amor, de amor sereno e forte.
Com gesto de Sacerdote Eterno, sem pai nem mãe, sem genealogia (cfr. Heb 7, 3), abre os Seus braços à humanidade inteira.
Juntamente com as marteladas que cravam Jesus, ressoam as palavras proféticas da Escritura Santa: trespassaram as Minhas mãos e os Meus pés, contaram todos os Meus ossos. E eles mesmos olham para Mim e contemplam (Ps 21, 17-18).
- Ó Meu Povo! Que te fiz Eu, ou em que te contristei? Responde-Me (Miq 6, 3).
E nós, desfeita a alma pela dor, dizemos sinceramente a Jesus: sou Teu e entrego-me a Ti, e cravo-me na Cruz gostosamente, sendo nas encruzilhadas do mundo uma alma entregue a Ti, à Tua glória, à Redenção, à co-redenção da humanidade inteira ».
Via Sacra, XI Estação
Injuriam-nO e troçam d’Ele
Na parte alta da Cruz, está escrita a causa da condenação: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (Jo 19, 19). E todos os que passam por ali O injuriam e se mofam d’Ele.
- Se é o rei de Israel, desça agora da cruz (Mt 27, 42).
Um dos ladrões vem em Sua defesa:
- Este não fez nenhum mal (Lc 23, 41).
Depois dirige a Jesus uma petição humilde, cheia de fé:
- Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino (Lc 23,42).
- Em verdade te digo que hoje mesmo estarás coMigo no paraíso (Lc 23, 43).
Junto da Cruz está Sua Mãe, Maria, com outras santas mulheres. Jesus olha-a e olha, depois, para o discípulo que ama, e diz a Sua Mãe:
- Mulher, aí tens o teu filho.
Depois, diz ao discípulo:
- Aí tens a tua Mãe (Jo 19, 26-27).
Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?
Apaga-se a luminária do céu e a terra fica mergulhada nas trevas. São cerca das três, quando Jesus exclama:
- Elí, Elí, lamma sabachtani?! Isto é: Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste (Mt 27, 46).
Depois, sabendo que todas as coisas estão prestes a ser consumadas, para que se cumpra a Escritura, diz:
- Tenho sede (Jo 19, 28).
Os soldados empapam uma esponja em vinagre e, atando-a a uma cana de hissope, aproximam-Lha da boca. Jesus sorve o vinagre e exclama:
- Tudo está consumado (Jo 19, 30)
O véu do templo rasga-se e treme a terra, quando brada o Senhor com grande voz:
- Pai, nas Tuas mãos encomendo o Meu espírito (Lc 23, 46).
E expira.
Fonte de vida interior
Ama o sacrifício que é fonte de vida interior. Ama a Cruz que é altar do sacrifício. Ama a dor até beber, como Cristo, as fezes do cálice ».
Via Sacra, XII Estação
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Não sabem o que fazem
Agora crucificam o Senhor e, junto d’Ele, dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Entretanto, Jesus diz: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34).
Foi o Amor que levou Jesus ao Calvário. E já na Cruz, todos os Seus gestos e todas as Suas palavras são de amor, de amor sereno e forte.
Com gesto de Sacerdote Eterno, sem pai nem mãe, sem genealogia (cfr. Heb 7, 3), abre os Seus braços à humanidade inteira.
Juntamente com as marteladas que cravam Jesus, ressoam as palavras proféticas da Escritura Santa: trespassaram as Minhas mãos e os Meus pés, contaram todos os Meus ossos. E eles mesmos olham para Mim e contemplam (Ps 21, 17-18).
- Ó Meu Povo! Que te fiz Eu, ou em que te contristei? Responde-Me (Miq 6, 3).
E nós, desfeita a alma pela dor, dizemos sinceramente a Jesus: sou Teu e entrego-me a Ti, e cravo-me na Cruz gostosamente, sendo nas encruzilhadas do mundo uma alma entregue a Ti, à Tua glória, à Redenção, à co-redenção da humanidade inteira ».
Via Sacra, XI Estação
Injuriam-nO e troçam d’Ele
Na parte alta da Cruz, está escrita a causa da condenação: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (Jo 19, 19). E todos os que passam por ali O injuriam e se mofam d’Ele.
- Se é o rei de Israel, desça agora da cruz (Mt 27, 42).
Um dos ladrões vem em Sua defesa:
- Este não fez nenhum mal (Lc 23, 41).
Depois dirige a Jesus uma petição humilde, cheia de fé:
- Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino (Lc 23,42).
- Em verdade te digo que hoje mesmo estarás coMigo no paraíso (Lc 23, 43).
Junto da Cruz está Sua Mãe, Maria, com outras santas mulheres. Jesus olha-a e olha, depois, para o discípulo que ama, e diz a Sua Mãe:
- Mulher, aí tens o teu filho.
Depois, diz ao discípulo:
- Aí tens a tua Mãe (Jo 19, 26-27).
Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?
Apaga-se a luminária do céu e a terra fica mergulhada nas trevas. São cerca das três, quando Jesus exclama:
- Elí, Elí, lamma sabachtani?! Isto é: Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste (Mt 27, 46).
Depois, sabendo que todas as coisas estão prestes a ser consumadas, para que se cumpra a Escritura, diz:
- Tenho sede (Jo 19, 28).
Os soldados empapam uma esponja em vinagre e, atando-a a uma cana de hissope, aproximam-Lha da boca. Jesus sorve o vinagre e exclama:
- Tudo está consumado (Jo 19, 30)
O véu do templo rasga-se e treme a terra, quando brada o Senhor com grande voz:
- Pai, nas Tuas mãos encomendo o Meu espírito (Lc 23, 46).
E expira.
Fonte de vida interior
Ama o sacrifício que é fonte de vida interior. Ama a Cruz que é altar do sacrifício. Ama a dor até beber, como Cristo, as fezes do cálice ».
Via Sacra, XII Estação
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, nº 2 (a partir da trad. cf E. de Solms, Christs romans, Zodiaque 1966, p. 72ss.)
«O centurião que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!"»
«No princípio era o Verbo» (Jo 1, 1), a Palavra de Deus. Ele é idêntico a Si próprio; o que Ele é, é-o sempre; Ele não pode mudar, Ele é o que é. Foi esse o nome com que Se deu a conhecer ao Seu servo Moisés: «Eu sou Aquele que sou» e «Tu dirás: Aquele que é enviou-me» (Ex 3,14). [...] Quem pode compreendê-Lo? Ou quem poderá chegar a Ele – supondo que emprega todas as forças do seu espírito para atingir, melhor ou pior, Aquele que é? Compará-lo-ei a um exilado, que de longe vê a sua pátria: o mar separa-os; vê para onde deve ir, mas não tem meios de lá chegar. Também nós queremos chegar a esse porto definitivo que será nosso, onde está Aquele que é, porque só Ele é sempre o mesmo, mas o oceano que é este mundo corta-nos o caminho. [...]
Para nos dar um meio para irmos até lá, Aquele que nos chama veio de lá e escolheu uma madeira para nos fazer atravessar o mar: sim, ninguém pode atravessar o oceano deste mundo sem ser levado pela cruz de Cristo. Até um cego pode abraçar esta cruz; se não vês bem para onde vais, não a soltes: ela te conduzirá por si própria. Eis, meus irmãos, o que eu gostaria de fazer entrar nos vossos corações: se quereis viver no espírito de piedade, no espírito cristão, uni-vos a Cristo como Ele tem feito por nós, a fim de vos juntardes a Ele tal como Ele é, e tal como sempre foi. Foi por isso que Ele desceu até nós, porque fez-Se homem a fim de levar os inválidos, de os fazer atravessar o mar e de os fazer abordar na pátria, onde já não há necessidade de navios porque não há mais oceanos para atravessar. Se necessário, seria melhor não ver com o espírito Aquele que é mas abraçar a cruz de Cristo, do que vê-Lo com o espírito e desprezar a cruz. Possamos nós, para nosso bem, ao mesmo tempo ver para onde vamos e fixar-nos com grampos ao navio que nos leva! [...] Alguns conseguiram-no, e viram Aquele que é. Foi porque O viu que João disse: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» Eles viram-no; e, para chegarem junto Daquele que viam de longe, uniram-se à cruz de Cristo, não desprezaram a humildade de Cristo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sermões sobre o Evangelho de São João, nº 2 (a partir da trad. cf E. de Solms, Christs romans, Zodiaque 1966, p. 72ss.)
«O centurião que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!"»
«No princípio era o Verbo» (Jo 1, 1), a Palavra de Deus. Ele é idêntico a Si próprio; o que Ele é, é-o sempre; Ele não pode mudar, Ele é o que é. Foi esse o nome com que Se deu a conhecer ao Seu servo Moisés: «Eu sou Aquele que sou» e «Tu dirás: Aquele que é enviou-me» (Ex 3,14). [...] Quem pode compreendê-Lo? Ou quem poderá chegar a Ele – supondo que emprega todas as forças do seu espírito para atingir, melhor ou pior, Aquele que é? Compará-lo-ei a um exilado, que de longe vê a sua pátria: o mar separa-os; vê para onde deve ir, mas não tem meios de lá chegar. Também nós queremos chegar a esse porto definitivo que será nosso, onde está Aquele que é, porque só Ele é sempre o mesmo, mas o oceano que é este mundo corta-nos o caminho. [...]
Para nos dar um meio para irmos até lá, Aquele que nos chama veio de lá e escolheu uma madeira para nos fazer atravessar o mar: sim, ninguém pode atravessar o oceano deste mundo sem ser levado pela cruz de Cristo. Até um cego pode abraçar esta cruz; se não vês bem para onde vais, não a soltes: ela te conduzirá por si própria. Eis, meus irmãos, o que eu gostaria de fazer entrar nos vossos corações: se quereis viver no espírito de piedade, no espírito cristão, uni-vos a Cristo como Ele tem feito por nós, a fim de vos juntardes a Ele tal como Ele é, e tal como sempre foi. Foi por isso que Ele desceu até nós, porque fez-Se homem a fim de levar os inválidos, de os fazer atravessar o mar e de os fazer abordar na pátria, onde já não há necessidade de navios porque não há mais oceanos para atravessar. Se necessário, seria melhor não ver com o espírito Aquele que é mas abraçar a cruz de Cristo, do que vê-Lo com o espírito e desprezar a cruz. Possamos nós, para nosso bem, ao mesmo tempo ver para onde vamos e fixar-nos com grampos ao navio que nos leva! [...] Alguns conseguiram-no, e viram Aquele que é. Foi porque O viu que João disse: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» Eles viram-no; e, para chegarem junto Daquele que viam de longe, uniram-se à cruz de Cristo, não desprezaram a humildade de Cristo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 2 de Abril de 2010 - Sexta-feira da Paixão do Senhor
São João 18,1-40.19,1-42
1 Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os Seus discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, em que entrou com os Seus discípulos.2 Ora Judas, o traidor, conhecia bem este lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com os Seus discípulos.3 Tendo, pois, Judas tomado a coorte e guardas fornecidos pelos pontífices e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas.4 Jesus, que sabia tudo que estava para Lhe acontecer, adiantou-Se e disse-lhes: «A quem buscais?».5 Responderam-Lhe: «A Jesus de Nazaré». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O entregava, estava lá com eles.6 Quando, pois, Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra.7 Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles disseram: «A Jesus de Nazaré».8 Jesus respondeu: «Já vos disse que sou Eu; se é, pois, a Mim que buscais, deixai ir estes».9 Deste modo se cumpriu a palavra que tinha dito: «Não perdi nenhum dos que Me deste».10 Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do Sumo Sacerdote, tendo-lhe cortado a orelha direita. Este servo chamava-se Malco.11 Porém, Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que o Pai Me deu?». 12 Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e O manietaram.13 Primeiramente levaram-n'O a casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o Sumo Sacerdote daquele ano.14 Caifás era aquele que tinha dado aos judeus este conselho: «Convém que um só homem morra pelo povo». 15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo, que era conhecido do pontífice, entrou com Jesus no pátio do pontífice.16 Pedro ficou de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro.17 Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu também dos discípulos deste homem?». Ele respondeu: «Não sou».18 Os servos e os guardas acenderam uma fogueira e aqueciam-se ao lume, porque estava frio. Pedro encontrava-se também entre eles e aquecia-se. 19 Entretanto, o pontífice interrogou Jesus sobre os Seus discípulos e sobre a Sua doutrina.20 Jesus respondeu-lhe: «Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reunem; nada disse em segredo.21 Porque Me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que Eu falei; eles sabem o que disse».22 Tendo dito isto, um dos guardas que estavam presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: «Assim respondes ao Sumo Sacerdote?».23 Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra o que disse de mal; se falei bem, porque Me bates?».24 Anás enviou-O manietado ao Sumo Sacerdote Caifás. 25 Estava lá Simão Pedro aquecendo-se. Disseram-lhe: «Não és tu também dos Seus discípulos?». Ele negou e respondeu: «Não sou».26 Disse-lhe um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Não te vi eu com Ele no horto?».27 Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. 28 Levaram então Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã. Não entraram no Pretório para não se contaminarem, e poderem comer a Páscoa.29 Pilatos, pois, saiu fora para lhes falar, e disse: «Que acusação apresentais contra este homem?».30 Responderam: «Se não fosse um malfeitor não O entregaríamos nas tuas mãos».31 Pilatos disse-lhes então: «Tomai-O e julgai-O segundo a vossa Lei». Mas os judeus disseram-lhe: «Não nos é permitido matar ninguém».32 Para se cumprir a palavra que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer.33 Tornou, pois, Pilatos a entrar no Pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos judeus?».34 Jesus respondeu: «Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de Mim?».35 Pilatos respondeu: «Porventura sou judeu? A Tua nação e os pontífices é que Te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste Tu?».36 Jesus respondeu: «O Meu reino não é deste mundo; se o Meu reino fosse deste mundo, certamente os Meus ministros se haviam de esforçar para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas o Meu reino não é daqui».37 Pilatos disse-Lhe então: «Portanto, Tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu o dizes, sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade; todo aquele que está na verdade ouve a Minha voz».38 Pilatos disse-Lhe: «O que é a verdade?». Dito isto, tornou a sair para ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não encontro n'Ele motivo algum de condenação.39 Ora é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?».40 Então gritaram todos novamente: «Este não, mas Barrabás!». Ora Barrabás era um assassino.
1 Pilatos tomou então Jesus e mandou-O flagelar.2 Depois, os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha sobre a cabeça e revestiram-n'O com um manto de púrpura.3 Aproximavam-se d'Ele e diziam-Lhe: «Salve, rei dos judeus!», e davam-Lhe bofetadas.4 Saiu Pilatos ainda outra vez fora e disse-lhes: «Eis que vo-l'O trago fora, para que conheçais que não encontro n'Ele crime algum».5 Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis aqui o Homem!».6 Então os príncipes dos sacerdotes e os guardas, quando O viram, gritaram: «Crucifica-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Tomai-O e crucificai-O, porque eu não encontro n'Ele motivo algum de condenação».7 Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus».8 Pilatos, tendo ouvido estas palavras, temeu ainda mais.9 Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta.10 Então Pilatos disse-Lhe: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e também para Te crucificar?».11 Jesus respondeu: «Tu não terias poder algum sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». 12 Desde este momento, Pilatos procurava soltá-l'O. Porém, os judeus gritavam: «Se soltas Este, não és amigo de César!, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César».13 Pilatos, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, em hebraico Gábata.14 Era o dia da Preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei!».15 Mas eles gritaram: «Tira-O, tira-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Hei-de crucificar o vosso rei?». Os pontífices responderam: «Não temos outro rei senão César».16 Então entregou-Lho para que fosse crucificado. 17 Tomaram, pois, Jesus que, carregando com a Sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota,18 onde O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.19 Pilatos redigiu um título, que mandou colocar sobre a cruz. Nele estava escrito: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus».20 Muitos judeus leram este título, porque o lugar onde foi crucificado ficava perto da cidade. Estava redigido em hebraico, em latim e em grego.21 Os pontífices dos judeus diziam, porém, a Pilatos: «Não escrevas: Rei dos Judeus, mas: Este homem disse: Eu sou o Rei dos Judeus».22 Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito!».23 Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. Tomaram também a túnica. A túnica não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo.24 Disseram entre si: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará; para que se cumprisse deste modo a Escritura, que diz: “Repartiram entre si as Minhas vestes e lançaram sortes sobre a Minha túnica”. “Os soldados assim fizeram. 25 Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.26 Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho».27 Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa. 28 Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede».29 Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca.30 Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados.32 Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado.33 Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas,34 mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água.35 Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.36 Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”.37 E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”.38 Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-o. Foi, pois, e tomou o corpo de Jesus.39 Nicodemos, aquele que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e aloés.40 Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-n'O em lençóis com perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus.41 Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado, havia um horto e no horto um sepulcro novo, em que ninguém tinha ainda sido sepultado.42 Por ser o dia da Preparação dos judeus e o sepulcro estar perto, depositaram ali Jesus.
1 Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os Seus discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, em que entrou com os Seus discípulos.2 Ora Judas, o traidor, conhecia bem este lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com os Seus discípulos.3 Tendo, pois, Judas tomado a coorte e guardas fornecidos pelos pontífices e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas.4 Jesus, que sabia tudo que estava para Lhe acontecer, adiantou-Se e disse-lhes: «A quem buscais?».5 Responderam-Lhe: «A Jesus de Nazaré». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O entregava, estava lá com eles.6 Quando, pois, Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra.7 Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles disseram: «A Jesus de Nazaré».8 Jesus respondeu: «Já vos disse que sou Eu; se é, pois, a Mim que buscais, deixai ir estes».9 Deste modo se cumpriu a palavra que tinha dito: «Não perdi nenhum dos que Me deste».10 Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do Sumo Sacerdote, tendo-lhe cortado a orelha direita. Este servo chamava-se Malco.11 Porém, Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que o Pai Me deu?». 12 Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e O manietaram.13 Primeiramente levaram-n'O a casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o Sumo Sacerdote daquele ano.14 Caifás era aquele que tinha dado aos judeus este conselho: «Convém que um só homem morra pelo povo». 15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo, que era conhecido do pontífice, entrou com Jesus no pátio do pontífice.16 Pedro ficou de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro.17 Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu também dos discípulos deste homem?». Ele respondeu: «Não sou».18 Os servos e os guardas acenderam uma fogueira e aqueciam-se ao lume, porque estava frio. Pedro encontrava-se também entre eles e aquecia-se. 19 Entretanto, o pontífice interrogou Jesus sobre os Seus discípulos e sobre a Sua doutrina.20 Jesus respondeu-lhe: «Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reunem; nada disse em segredo.21 Porque Me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que Eu falei; eles sabem o que disse».22 Tendo dito isto, um dos guardas que estavam presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: «Assim respondes ao Sumo Sacerdote?».23 Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra o que disse de mal; se falei bem, porque Me bates?».24 Anás enviou-O manietado ao Sumo Sacerdote Caifás. 25 Estava lá Simão Pedro aquecendo-se. Disseram-lhe: «Não és tu também dos Seus discípulos?». Ele negou e respondeu: «Não sou».26 Disse-lhe um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Não te vi eu com Ele no horto?».27 Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. 28 Levaram então Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã. Não entraram no Pretório para não se contaminarem, e poderem comer a Páscoa.29 Pilatos, pois, saiu fora para lhes falar, e disse: «Que acusação apresentais contra este homem?».30 Responderam: «Se não fosse um malfeitor não O entregaríamos nas tuas mãos».31 Pilatos disse-lhes então: «Tomai-O e julgai-O segundo a vossa Lei». Mas os judeus disseram-lhe: «Não nos é permitido matar ninguém».32 Para se cumprir a palavra que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer.33 Tornou, pois, Pilatos a entrar no Pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos judeus?».34 Jesus respondeu: «Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de Mim?».35 Pilatos respondeu: «Porventura sou judeu? A Tua nação e os pontífices é que Te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste Tu?».36 Jesus respondeu: «O Meu reino não é deste mundo; se o Meu reino fosse deste mundo, certamente os Meus ministros se haviam de esforçar para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas o Meu reino não é daqui».37 Pilatos disse-Lhe então: «Portanto, Tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu o dizes, sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade; todo aquele que está na verdade ouve a Minha voz».38 Pilatos disse-Lhe: «O que é a verdade?». Dito isto, tornou a sair para ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não encontro n'Ele motivo algum de condenação.39 Ora é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?».40 Então gritaram todos novamente: «Este não, mas Barrabás!». Ora Barrabás era um assassino.
1 Pilatos tomou então Jesus e mandou-O flagelar.2 Depois, os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha sobre a cabeça e revestiram-n'O com um manto de púrpura.3 Aproximavam-se d'Ele e diziam-Lhe: «Salve, rei dos judeus!», e davam-Lhe bofetadas.4 Saiu Pilatos ainda outra vez fora e disse-lhes: «Eis que vo-l'O trago fora, para que conheçais que não encontro n'Ele crime algum».5 Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis aqui o Homem!».6 Então os príncipes dos sacerdotes e os guardas, quando O viram, gritaram: «Crucifica-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Tomai-O e crucificai-O, porque eu não encontro n'Ele motivo algum de condenação».7 Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus».8 Pilatos, tendo ouvido estas palavras, temeu ainda mais.9 Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta.10 Então Pilatos disse-Lhe: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e também para Te crucificar?».11 Jesus respondeu: «Tu não terias poder algum sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». 12 Desde este momento, Pilatos procurava soltá-l'O. Porém, os judeus gritavam: «Se soltas Este, não és amigo de César!, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César».13 Pilatos, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, em hebraico Gábata.14 Era o dia da Preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei!».15 Mas eles gritaram: «Tira-O, tira-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Hei-de crucificar o vosso rei?». Os pontífices responderam: «Não temos outro rei senão César».16 Então entregou-Lho para que fosse crucificado. 17 Tomaram, pois, Jesus que, carregando com a Sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota,18 onde O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.19 Pilatos redigiu um título, que mandou colocar sobre a cruz. Nele estava escrito: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus».20 Muitos judeus leram este título, porque o lugar onde foi crucificado ficava perto da cidade. Estava redigido em hebraico, em latim e em grego.21 Os pontífices dos judeus diziam, porém, a Pilatos: «Não escrevas: Rei dos Judeus, mas: Este homem disse: Eu sou o Rei dos Judeus».22 Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito!».23 Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. Tomaram também a túnica. A túnica não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo.24 Disseram entre si: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará; para que se cumprisse deste modo a Escritura, que diz: “Repartiram entre si as Minhas vestes e lançaram sortes sobre a Minha túnica”. “Os soldados assim fizeram. 25 Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.26 Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho».27 Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa. 28 Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede».29 Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca.30 Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados.32 Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado.33 Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas,34 mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água.35 Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.36 Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”.37 E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”.38 Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-o. Foi, pois, e tomou o corpo de Jesus.39 Nicodemos, aquele que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e aloés.40 Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-n'O em lençóis com perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus.41 Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado, havia um horto e no horto um sepulcro novo, em que ninguém tinha ainda sido sepultado.42 Por ser o dia da Preparação dos judeus e o sepulcro estar perto, depositaram ali Jesus.
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