Prosseguindo
as nossas reflexões sobre o Credo, (...),
fixemo-nos hoje no seguinte artigo da fé: Professo um só Batismo para
remissão dos pecados [10]. A razão pela qual se nos propõe este artigo no
final do Credo não é irrelevante. «O Símbolo dos Apóstolos liga a fé no perdão
dos pecados à fé no Espírito Santo, mas também à fé na Igreja e na comunhão dos
santos. Foi quando deu o Espírito Santo aos Apóstolos que Cristo ressuscitado
lhes transmitiu o Seu próprio poder divino de perdoar os pecados: “Recebei o
Espírito Santo, àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e
àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23)» [11].
A Igreja guarda em plenitude os meios de santificação instituídos por Jesus
Cristo. As palavras e as ações de Nosso Senhor durante a Sua vida terrena
estavam impregnadas de conteúdo salvífico, e não nos surpreende, antes nos
parece lógico, que as multidões se aproximassem de Jesus, querendo ouvi-Lo e
tocá-Lo, porque saía d’Ele uma força que a todos curava [12]. Estas
palavras e estas ações anunciavam e antecipavam a eficácia do Seu mistério
pascal, com o qual iria vencer definitivamente o demónio, o pecado e a morte, e
preparavam o que Ele iria transmitir à Igreja quando tudo tivesse sido cumprido.
«Os mistérios da vida de Cristo são os fundamentos do que, daí em diante, pelos
ministros da Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos, porque “o que era visível
no nosso Salvador passou aos Seus mistérios”» [13].
[10]. Missal Romano, Credo
Niceno-Constantinopolitano.
[11]. Catecismo
da Igreja Católica, n. 976.
[12]. Lc 6, 19.
[13]. Catecismo da Igreja Católica, n. 1115. Cfr. S. Leão Magno, Sermão
74, 2 (PL 54, 398).
(D. Javier
Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de outubro de 2013)
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Sanctæ Crucis et Operis Dei