Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A VIDA CRISTÃ NÃO É UM COFRE!

Por vezes fazemos da nossa vida cristã um cofre!

Tanto a queremos proteger de influências exteriores, que a fechamos ao mundo, que a escondemos no nosso dia-a-dia, que fazemos dela uma relação quase exclusiva entre Deus e nós, onde outros não entram.

E, no entanto, a vida cristã é essencialmente comunitária, é Igreja, ou seja, assembleia de fiéis, pois se assim não fosse, como poderíamos dar testemunho cristão, como chamar outros a Deus, na certeza de que Ele se quer servir de nós para essa missão?

A nossa relação com Deus, a nossa vida cristã deve revestir-se da certeza de que Ele está sempre connosco, e assim, deve enformar de tal modo a nossa vida diária, que não devemos temer a influência do mundo, pois na comunhão com Cristo e com os irmãos, reside a nossa força para resistir ao pecado.

O mundo é bom, é belo, é uma criação de Deus e como tal o mal não está no mundo, mas sim naquilo que o homem pecador transforma no mundo, e o afasta de Deus.

A Confissão/Reconciliação é realmente uma relação inteiramente a dois, entre o pecador e Deus/sacerdote, mas é celebrada em Igreja e leva sempre à Eucaristia, à Comunhão de Cristo Sacramentado, e essa Comunhão só se torna completa verdadeiramente, quando se torna também comunhão com os outros, amando-nos uns aos outros como Ele nos ama.

Sim, a nossa vida cristã deve ser um cofre para proteger o tesouro mais sagrado da fé em Deus, mas deve ter como combinação de abertura a oração, a Confissão, a Eucaristia, a Comunhão, combinação essa que nos torna sempre abertos ao mundo, aos outros, precisamente porque estamos abertos a Deus.

Monte Real, 20 de Agosto de 2015

Joaquim Mexia Alves

Nota:

Não sei bem porque escrevi este texto, mas sem dúvida que alguma coisa o Senhor me quer dizer com ele.

Vestir o traje nupcial

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermão 90; PL 38, 559ss.


O que é o traje nupcial de que fala o Evangelho? Este traje é, certamente, algo que apenas os bons possuem, aqueles que vão participar no banquete. […] Serão os sacramentos? O baptismo? Sem o baptismo ninguém chega a Deus, mas há quem receba o baptismo e não chegue a Deus. […] Será talvez o altar ou o que se recebe no altar? Mas, ao receber o Corpo do Senhor, há quem coma e beba a sua própria condenação (1Cor 11,29). O que será, então? O jejum ? Os maus também jejuam. Frequentar a igreja ? Os maus vão à igreja como os outros. […]

O que é, então, este traje nupcial? O apóstolo Paulo diz-nos: «Esta recomendação só pretende estabelecer a caridade, nascida de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera» (1Tim 1,5). Eis aqui o traje nupcial: não se trata de um amor qualquer, porque muitas vezes vemos homens desonestos amar outros […]; mas não vemos neles esta caridade «nascida de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera»; ora, é essa caridade que é o traje nupcial.

«Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos», diz o apóstolo Paulo, «se não tiver caridade sou como bronze que ressoa, ou como címbalo que tine. […] Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que possua a fé em plenitude ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade nada sou» (1Cor 13,1-2). […] Ainda que tenha tudo isto, diz ele, sem Cristo «nada sou». […] Como são inúteis todos os bens, se um só deles vier a faltar! Se não tiver caridade, ainda que distribua todos os meus bens em esmola e entregue o meu corpo a fim de ser queimado (v.3), de nada me aproveita, uma vez que posso agir deste modo por amor da glória. […] «Se não tiver caridade, de nada me aproveita». Eis o traje nupcial. Examinai-vos e, se o tiverdes, aproximai-vos com confiança do banquete do Senhor.

O Evangelho do dia 20 de agosto de 2015

Jesus, tomando a palavra, voltou a falar-lhes em parábolas, dizendo: «O Reino dos Céus é semelhante a um rei, que preparou o banquete de bodas para seu filho. Mandou os seus servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram ir. Enviou de novo outros servos, dizendo: “Dizei aos convidados: Eis que preparei o meu banquete, os meus touros e animais cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às núpcias”. Mas eles desprezaram o convite e foram-se, um para a sua casa de campo e outro para o seu negócio. Outros lançaram mão dos servos que ele enviara, ultrajaram-nos e mataram-nos. «O rei, tendo ouvido isto, irou-se e, enviando os seus exércitos, exterminou aqueles homicidas, e incendiou-lhes a cidade. Então disse aos servos: “As bodas, com efeito, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e a quantos encontrardes convidai-os para as núpcias”. Tendo saído os seus servos pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala das bodas ficou cheia de convidados. «Entrando depois o rei para ver os que estavam à mesa, viu lá um homem que não estava vestido com o traje nupcial. E disse-lhe: “Amigo, como entraste aqui, não tendo o traje nupcial?”. Ele, porém, emudeceu. Então o rei disse aos seus servos: “Atai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas lá de fora, aí haverá choro e ranger de dentes. Porque são muitos os chamados mas poucos os escolhidos”».

Mt 22, 1-14