Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 14 de agosto de 2022

Maria foi elevada ao Céu: alegram-se os Anjos


Preparemo-nos para a Solenidade de amanhã

Assumpta est Maria in Caelum
Estimados irmãos e irmãs,

Todos os anos, no meio do Verão, se comemora a Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, a mais antiga festa mariana. É uma ocasião para nos elevarmos com Maria às alturas do espírito, onde se respira o ar puro da vida sobrenatural e se contempla a beleza mais autêntica, a da santidade. O clima da celebração hodierna está inteiramente impregnado de alegria pascal. "Hoje assim canta a antífona do Magnificat Maria subiu ao Céu: alegrai-vos, com Cristo Ela reina para sempre. Aleluia!". Este anúncio fala-nos de um acontecimento totalmente único e extraordinário, mas que está destinado a encher de esperança e de felicidade o coração de cada ser humano. Com efeito, Maria é a primícia da humanidade nova, a criatura em que o mistério de Cristo encarnação, morte, ressurreição e ascensão ao Céu já teve o seu pleno efeito, resgatando-a da morte e levando-a de corpo e alma ao reino da vida imortal. Por isso a Virgem Maria, como recorda o Concílio Vaticano II, constitui para nós um sinal de esperança segura e de consolação (cf. Lumen gentium, 68). A festa hodierna impele-nos a elevar o olhar ao céu. Não se trata de um céu feito de ideias abstractas, nem sequer de um céu imaginário criado pela arte, mas do céu da realidade autêntica, que é o próprio Deus: Deus é o céu. E Ele é a nossa meta, a meta e a morada eterna, de onde vimos e para a qual tendemos.

São Germano, Bispo de Constantinopla no século VIII, num discurso pronunciado na festa da Assunção, dirigindo-se à celeste Mãe de Deus, assim se expressava: "Tu és Aquela que, por meio da tua carne imaculada, uniste a Cristo o povo cristão... Como toda a pessoa sequiosa corre à fonte, assim também toda a alma corre a Ti, manancial de amor, e como todo o homem aspira a viver, a ver a luz que não conhece ocaso, assim também cada cristão aspira a entrar na luz da Santíssima Trindade, onde Tu já entraste". Estes são os sentimentos que nos animam no dia de hoje, enquanto contemplamos Maria na glória de Deus. Quando Ela adormeceu para este mundo, despertando no céu, na realidade simplesmente seguiu pela última vez o Filho Jesus na sua viagem mais longa e decisiva, na sua passagem "deste mundo para o Pai" (Jo 13, 1).

Como Ele, juntamente com Ele, partiu deste mundo voltando "para a casa do Pai" (cf. Jo 14, 2). E tudo isto não está distante de nós, como talvez pudesse parecer num primeiro momento, porque todos nós somos filhos do Pai, de Deus, todos nós somos irmãos de Jesus e todos nós somos também filhos de Maria, nossa Mãe. E todos nós estamos orientados para a felicidade. A felicidade para a qual todos nós tendemos é Deus, e assim todos nós estamos a caminho daquela felicidade, que chamamos Céu, que na realidade é Deus. E Maria nos ajude, nos encoraje a fazer com que cada momento da nossa existência seja um passo neste êxodo, neste caminho rumo a Deus. Assim, nos ajude a tornar presente também a realidade do céu, a grandeza de Deus, na vida do nosso mundo. No fundo não é este o dinamismo pascal do homem, de cada homem que deseja tornar-se celeste, totalmente feliz, em virtude da Ressurreição de Cristo? E não é porventura este o início e a antecipação de um movimento que diz respeito a cada ser humano e ao cosmos inteiro? Aquela de quem Deus tinha tomado a sua carne, e cujo coração fora trespassado por uma espada no Calvário, encontrava-se associada por primeiro e de modo singular ao mistério desta transformação, para a qual todos nós tendemos, muitas vezes também nós trespassados pela espada do sofrimento neste mundo.

A nova Eva seguiu o novo Adão no sofrimento, na Paixão e deste modo também na alegria definitiva. Cristo é a primícia, mas a sua carne ressuscitada é inseparável da carne da sua Mãe terrena, Maria, e nela toda a humanidade está envolvida na Assunção a Deus, e com Ela toda a criação, cujos gemidos e sofrimentos são como diz São Paulo as dores do parto da nova humanidade. Nascem assim os novos céus e a nova terra, onde já não haverá pranto, nem lamentações, porque não haverá mais morte (cf. Ap 21, 1-4).

Como é grandioso o mistério de amor que hoje se repropõe à nossa contemplação! Cristo venceu a morte com a omnipotência do seu amor. Só o amor é omnipotente. Este amor impeliu Cristo a morrer por nós e assim a vencer a morte. Sim, unicamente o amor faz entrar no reino da vida! E Maria entrou após o Filho, associada à sua glória, depois que foi associada à sua paixão. Entrou com um ímpeto irrefreável, conservando depois de si mesma o caminho aberto para todos nós. É por isso que no dia de hoje a invocamos. "Porta do céu", "Rainha dos anjos" e "Refúgio dos pecadores". Sem dúvida, não são os raciocínios que nos fazem compreender estas realidades tão sublimes, mas sim a fé simples, pura, e o silêncio da oração que nos põe em contacto com o Mistério que nos ultrapassa infinitamente. A oração ajuda-nos a falar com Deus e a sentir como o Senhor fala ao nosso coração.

Peçamos a Maria que nos conceda hoje o dom da sua fé, a fé que nos faça viver já nesta dimensão entre o finito e o infinito, a fé que transforma também o sentimento do tempo e do transcorrer da nossa existência, aquela fé na qual sentimos intimamente que a nossa vida não se encontra encerrada no passado, mas orientada para o futuro, para Deus, aonde Cristo e, depois dele, Maria nos precederam.

Contemplando Nossa Senhora da Assunção no céu compreendemos melhor que a nossa vida de todos os dias, não obstante seja marcada por provações e dificuldades, corre como um rio rumo ao oceano divino, para a plenitude da alegria e da paz. Entendemos que o nosso morrer não é o fim, mas o ingresso na vida que não conhece a morte. O nosso crepúsculo no horizonte deste mundo é um ressurgir na aurora do mundo novo, do dia eterno.

"Maria, enquanto nos acompanhas nas dificuldades do nosso viver e morrer diários, conserva-nos constantemente orientados para a verdadeira pátria da bem-aventurança. Ajuda-nos a fazer como Tu fizeste".

Amados irmãos e irmãs, queridos amigos que na manhã de hoje participais nesta celebração, dirijamos em conjunto esta oração a Maria. Diante do triste espectáculo de tanta alegria falsa e, contemporaneamente, de tanta dor angustiada que se difunde pelo mundo, temos que aprender dela a tornar-nos sinais de esperança e de consolação, temos que anunciar com a nossa vida a Ressurreição de Cristo.

"Ajuda-nos Tu, ó Mãe, fúlgida Porta do céu, Mãe da Misericórdia, nascente através da qual brotou a nossa vida e a nossa alegria, Jesus Cristo.

Amém!".

BENTO XVI
Paróquia Pontifícia de S. Tomás de Vilanova, Castelgandolfo Sexta-feira, 15 de Agosto de 2008

Habitar na Palavra

«[Maria] vive na Palavra de Deus, vive no interior da Palavra toda a sua existência. Quase podemos dizer que ela está impregnada pela Palavra. Assim, é a Palavra que inunda o seu pensamento, toda a sua ação».

(Bento XVI - Discurso por ocasião da conclusão dos Exercícios Espirituais – 11/III/2006)

S. Maximiliano Maria Kolbe

Nasceu na Polónia, em 1894. Morreu num campo de concentração nazi, oferecendo a sua vida em favor de um pai de família condenado à morte. Era franciscano conventual. Ensinou teologia em Cracóvia. Devotadíssimo de Nossa Senhora, fundou, na Polónia, a Milícia da Imaculada. E para maior divulgação da devoção à Imaculada, criou a Revista Azul, destinada aos operários e camponeses, alcançando, em 1938, cerca de 1 milhão de exemplares. A "Cidade da Imaculada" abrigava 672 religiosos e um vasto parque gráfico. Foi precursor das comunicações. Perto de Nagasaki fundou uma segunda Cidade da Imaculada com o seu boletim mariano e missionário, impresso em japonês.

Regressado à Polónia, foi preso pelos nazistas devido à influência que a revista e publicações marianas exerciam. Foi dia 7 de Fevereiro de 1941, em Varsóvia. Dali foi levado para Auschwitz e condenado a trabalhos forçados. Exerceu um verdadeiro apostolado no meio dos companheiros de infortúnio, encorajando-os a resistir com firmeza de ânimo. Foi ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek. Único sobrevivente do grupo, no subterrâneo da morte, Maximiliano Kolbe resistiu por quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Confortava os companheiros, os quais, um após outro, aos poucos sucumbiam. Morreu com uma injeção de fenol que lhe administraram. Era o prisioneiro com o nº 16.670. Foi no dia 14 de Agosto de 1941. Beatificado por Paulo VI em 1971, foi canonizado por João Paulo II, em 1982.

Toda a razão de ser, de sofrer e de morrer do Padre Kolbe esteve em perscrutar - para dela viver e fazer que se vivesse - a resposta de Maria a Bernardette: "Sou a Imaculada Conceição".

(Fonte: Evangelho Quotidiano)