Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

S. Josemaría Escrivá: “Tempus breve est” (legendado em inglês)

"A mobilização no País é enorme" – por Rita Carvalho


Já há 19 comités locais para garantir participação na manifestação de sábado contra lei do Governo

Em Mora, Dimas Galvão espalhou cartazes, enviou centenas de e-mails para amigos e conhecidos e bateu a todas as portas, desde a junta de freguesia à câmara, passando pela paróquia. A todos deixou uma dupla mensagem: de contestação à lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e de apelo à participação na manifestação nacional que decorrerá no sábado em Lisboa. Isto numa altura em que a lei já foi aprovada no Parlamento e aguarda a promulgação do Presidente da República, Cavaco Silva.

Com este responsável do comité de Mora, também pai de dois filhos, rumarão à Avenida da Liberdade várias centenas de pessoas para participar na manifestação organizada pela Plataforma Cidadania e Casamento, o movimento cívico que recolheu mais de 90 mil assinaturas a pedir um referendo. Bem como de todo os cantos do País, acrescenta Isilda Pegado, porta-voz deste grupo de cidadãos que ontem deu a conhecer o manifesto e a estrutura do evento.

A organização não arrisca números de participantes, mas explica que estão a ser organizados autocarros que saem de vários pontos do território e que se encontrarão ao início da tarde em Lisboa. "A mobilização é enorme. Continuamos a receber da parte da sociedade um apelo fortíssimo para que se dê a conhecer aos órgãos de soberania a insatisfação que o povo tem pela aprovação desta lei", afirmou Isilda Pegado.

A jurista esclarece que esta não é uma manifestação contra os casais homossexuais , mas pela "liberdade de o povo decidir quais os destinos do seu país". Com este sinal de protesto, acrescenta Isilda Pegado, a plataforma quer ainda "denunciar a imposição estrutural que o Estado pretende fazer, ao impor um modelo de sociedade com o qual esta não se conforma".

António Pinheiro Torres, outro porta-voz da Plataforma, acredita que a manifestação será expressiva. "Se corresponder à indignação nacional que sentimos durante a recolha de assinaturas, será uma grande manifestação", afirmou.

Além do comité de Mora, que contou com a mobilização de Dimas Galvão, nas últimas semanas foram criadas mais 18 unidades locais, um pouco por todo o País. Estes núcleos destinam-se a promover o debate sobre o tema e a mobilizar os cidadãos para as futuras iniciativas da Plataforma.

Os mandatários criticaram ainda o que dizem ser ideias erradas sobre a adopção veiculadas pelo PS, para "enganar a opinião pública". "A ideia de que os casais homossexuais vão fazer um trabalho meritório porque vão tirar crianças das instituições é errada. As listas para adopção estão cheias de pais à espera", disse Isilda Pegado.

(Fonte: DN online)

Patrícia Reis – ‘Arrisca-se e edita’ por António Pedro Pereira


É jornalista e dirige a revista 'Egoísta', mas publicou agora o seu quinto romance. O título escolhido foi 'Antes de Ser Feliz'.

Patrícia Reis edita. Edita a revista Egoísta, um "objecto de culto" que por o ser não lhe cultiva entre invejosos (leia-se de pessoas da área que admiram ou estimam a revista e por lá gostavam de andar) grandes elogios (irreproduzíveis, acrescente-se, de informais que foram descritos pela própria), edita obra literária - saiu agora o quinto romance, uma encomenda para celebrar um aniversário do Casino da Figueira. Chama-se Antes de Ser Feliz, e isto não é imagem que caiba a uma mulher que o sente ser "no ano quarenta" (nasceu em Lisboa, em 1970), tem 22 de jornalista, 10 de Egoísta, 14 de mãe (o mais velho dos dois filhos). Uma vida "com os dedos metidos na ficha".

É electricidade, adrenalina numa pessoa que não vai dizer "sutil" - será sempre subtil que dirá, mesmo quando troveja o que pensa e não há acordo ortográfico que a contrarie. Patrícia não se contraria - bem, um pouco, é empresária. Arrisca-se. E de portas abertas. É uma mulher disponível, empurrada para o negócio. "Eu, empresária?", ri-se. "Em 1997, abriu-se o desafio de criar uma empresa de conteúdos para aproveitar a oportunidade da Expo'98. Criou-se o Atelier 004, por sermos quatro sócios. Seis meses depois, estava sozinha [hoje tem um sócio]", lembra-se. E usa o episódio para falar de uma outra faceta cunhada na personalidade, como que sobreposta ao gosto, ao irreprimível apelo da edição: "Gosto muito de editar." Medita, as expressões a correrem pela face. Dispara. "Eu gosto muito é do risco." Pronto, parece dizer o cenho que dura um segundo. De seguida, já se ri. As contas da empresa atormentam-na. "Ponho uma folha ao lado da outra, numa a do deve, na outra a do haver; há meses muito difíceis." Arma no coldre. "Se sou uma mulher de bem comigo? Sou." O rosto já está outra vez aberto, como as portas da empresa.

"Tenho sempre as portas abertas para ver trabalho", diz já mais séria - não carregada - sobre o que faz no Atelier 004. "Já recebi de tudo, gente que me entra por aqui com fotografias ainda naqueles envelopes laranja [imagem afonsina, velha], com textos que, bem, não são propriamente para a Egoísta" - mas também já teve Eduardo Gageiro a pedir-lhe opinião sobre imagens para um livro, "isso sim, um grande elogio". Para não falar do resto. "Parece muito bonito sempre, mas aqui faz-se tudo, de relatórios de contas, que não são propriamente criativos, à revista". Patrícia está definitivamente resolvida. "Só tenho uma grande preocupação: não fazer nada que envergonhe os meus filhos", garante. Mas há outra: "Isto de ser empresária neste país é bizarro: se der com os burrinhos na água, há direito sequer ao subsídio de desemprego, apesar de fazer os descontos como qualquer outro trabalhador", relata, sem no entanto deixar a ideia de que no capítulo empresarial o que a assusta é poder deixar ficar mal a equipa - no atelier há um saco de boxe para baixar a adrenalina das divergências de opinião; exemplo de uma equipa que, jura, se estima para lá das adversidades que tomar decisões sempre transporta.

Sempre é melhor do que andar nas redacções dos jornais (Independente, Expresso, Público, Sábado, estágio na Time, em Nova Iorque...). "Se tivesse mesmo de ser, que remédio." Mas o atelier, para já, é que é o complemento da catarse da escrita. "Eu dizia alto e bom som aos seis anos que ia ser escritora." Lá vão cinco livros, a poesia enterrada na vergonha dos 12 anos. Só que escritor está-se, não se é. "Não é profissão, é condição". E para quem "mete os dedos na ficha todos os dias - se na altura houvesse o diagnóstico, eu era aquilo a que hoje chamam hiperactiva", tudo isto ajuda a manter um sorriso franco. Mesmo que às vezes os lábios tenham de se mexer harmoniosamente para o circo literário. Mas isso são outras acrobacias da jornalista, escritora e mulher que gosta de editar (ler: publicar romances e ajudar a encontrar caminhos nos textos e nas fotos dos outros).

(Fonte: DN online)

Nota de JPR: para quem possa parecer descontextualizado da linha deste blogue informo com muita ‘baba’ e orgulho que a Patrícia é minha filha, ou melhor dizendo, minha filhota. Obrigado!

Bento XVI: sacerdotes verdadeiros homens, Deus os ajuda


No Palácio Apostólico Vaticano, Bento XVI encontrou hoje os párocos e os sacerdotes da Diocese de Roma para o tradicional encontro de início de Quaresma. O evento realizou-se sob a forma de "Lectio divina".

O sacerdote, notou o Papa, comentando um trecho da Carta aos Hebreus, deve ser realmente homem para sua tarefa de fazer-se ponte entre a realidade humana e aquela divina. Ao mesmo tempo, necessita de uma instituição divina que o ajude. A Igreja introduz a estar com Cristo e com o Sacramento Sacerdotal se entra na comunidade dos discípulos, participando do mistério de Cristo. Além disso, Bento XVI destacou que o sacerdote deve ser autenticamente homem, com compaixão e atenção para com os outros e confiando na intervenção de Deus, que o ajude a superar as fraquezas humanas. A obediência a Deus – destacou o Papa – é um conformar-se à Sua vontade e não renunciar à nossa, mesmo que seja um conceito hoje difícil de se compreender plenamente.


(Fonte: H2O News)

Bispo de Lamego pede aos padres que dediquem «particular solicitude pastoral» à celebração da Penitência

Mensagem quaresmal de D. Jacinto Botelho propõe trocar velho pelo novo

Inspirando-se no texto do Papa para o período de preparação da Páscoa, D. Jacinto Botelho assinala que a justiça é o resultado da permuta “consciente e exigente do meu, marcado pela limitação e pelo pecado do homem velho, expressão da minha indigência e auto-suficiência”, pela “riqueza da Graça que me regenera como nova criatura e me aproxima do projecto de Deus ao criar-me à Sua imagem e semelhança”.

Esta conversão realiza-se de modo privilegiado na Penitência e na Eucaristia, que deverão ser celebradas “com especial fervor e devoção” através da “prática das Quarenta Horas, tradicional em várias paróquias que a vivem com tanta intensidade”, e mediante os “tempos de Adoração ao Santíssimo Sacramento, por altura da celebração das Confissões Quaresmais nas comunidades”.

O bispo de Lamego pede aos padres que o sacramento da Penitência seja “séria e cuidadosamente” preparado, por constituir origem “determinante da conversão a que todos somos chamados e meio privilegiadíssimo da renovação espiritual das nossas comunidades”.

“Não esqueceremos a partilha fraterna, através duma caridade mais diligente (…) que autentica o nosso testemunho de cristãos”, refere o prelado. A renúncia quaresmal deste ano será destinada às vítimas do sismo no Haiti.

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Iniciada a Campanha da Fraternidade no Brasil; o mesmo espírito de reflexão e de solidariedade noutros países latino-americanos

“Colaborar na promoção de uma economia ao serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”.

Este é o objectivo da Campanha da Fraternidade iniciada no Brasil nesta quarta-feira de Cinzas.

Criada pela Igreja Católica em 1964, a Campanha da Fraternidade de 2010 será ecuménica ,como aconteceu em 2000 e 2005. Este ano as Igrejas do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) propõem uma reflexão sobre o sistema económico vigente no país, inspirada no versículo bíblico “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24).

A Campanha da Fraternidade é realizada durante toda a Quaresma e, no Domingo de Ramos, 28 de Março , será feita a Colecta da Solidariedade como gesto concreto da Campanha. Os valores arrecadados serão aplicados em projectos que visam a superação da exclusão social e económica no Brasil.

Além da tradicional Campanha da Fraternidade no Brasil, o tempo quaresmal é vivido noutros países latino-americanos com o mesmo espírito de reflexão e solidariedade.

Na Colômbia, o início da Quaresma é marcado pela abertura da campanha "Partilhar com alegria", promovida pelo Secretariado Nacional de Pastoral Social (SNPS) e pela Caritas Colombiana.

Este ano, o tema é inspirado na Encíclica de Bento XVI "Caritas in veritate": "Amar é doar, oferecer do meu ao outro", para aprofundar a co-responsabilidade com quem necessita de apoio. A finalidade da Campanha é arrecadar fundos que permitam atender prontamente a emergências, dentro e fora do país.

No Chile, a Igreja promove desde 1981 a campanha "Quaresma da Fraternidade", que consiste em partilhar nesses 40 dias uma parte da renda familiar para uma finalidade concreta. A Quaresma da Fraternidade permitiu à Igreja financiar 18 projectos, em 2009, que beneficiaram directamente as crianças mais necessitadas.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI - O rito das Cinzas é essencialmente um gesto de humildade que significa: reconheço-me como criatura frágil, pó, mas feita à imagem de Deus


Na tarde desta quarta feira o Papa Bento XVI deixou o Vaticano para se deslocar colina do Aventino onde presidiu a celebração da Missa com o rito da bênção e imposição das Cinzas. A cerimonia teve inicio na Basílica de Santo Anselmo com um momento de oração e a sucessiva procissão até à Basílica de Santa Sabina onde o Santo Padre presidiu a Celebração Eucarística Ponto de partida para a homilia do Papa foram as palavras da antífona de entrada, do Livro da Sabedoria: “Vós amais, Senhor, todas as criaturas e nada desprezais de quanto criastes; esqueceis os pecados de quantos se convertem e perdoais, porque sois o Senhor nosso Deus”.

“São palavras que, de algum modo, abrem todo o itinerário quaresmal, colocando como base a omnipotência do amor de Deus, o seu absoluto domínio sobre todas as criaturas, que se traduz em indulgência infinita, animada por uma constante e universal vontade de vida. De facto, perdoar alguém equivale a dizer-lhe: não quero que morras, mas que vivas; quero sempre e apenas o teu bem”.

Foi esta mesma certeza que sustentou Jesus nos quarenta dias passados no deserto, um longo tempo de silêncio e de jejum em que Ele se abandonou ao Pai e ao seu projecto de amor, em total “imersão” na sua vontade. “Entrar pelo deserto dentro e aí permanecer longamente, sozinho, significava expor-se aos assaltos do inimigo, o tentador”. “Significava travar com ele a batalha em campo aberto, desafiá-lo tendo como única arma a confiança ilimitada no amor omnipotente do Pai”.

“Basta-me o teu amor, nutro-me da tua vontade: esta a convicção que habitava a mente e o coração de Jesus durante aquela sua Quaresma. Não foi um acto de orgulho, uma empresa titânica, mas sim uma escolha de humildade, coerente com a Incarnação e o Baptismo no Jordão, na mesma linha de obediência ao amor misericordioso do Pai que tanto amou o mundo que lhe deu o Filho unigénito”.

Tudo isto, Jesus o fez por nós, para nos salvar, e ao mesmo tempo para nos mostrar o caminho para O seguir. Seguir Jesus no deserto quaresmal é condição necessária para participar na sua Páscoa. Há que atravessar o deserto, passar pela provação da fé, mas com Jesus, não sozinhos!

“Eis o sentido da Quaresma, tempo litúrgico que todos os anos nos convida a renovar a escolha de seguir Cristo no caminho da humildade para participar na sua vitória sobre o pecado e a morte”.

Foi nesta perspectiva que Bento XVI explicou o sinal penitencial das Cinzas:

“É essencialmente um gesto de humildade, que significa: reconheço-me tal como sou, criatura frágil, feita de terra e destinada à terra, mas também feita à imagem de Deus e a Ele destinada. Pó, sim, mas amado, plasmado pelo seu amor, animado pelo seu sopro vital, capaz de reconhecer a sua voz e de lhe responder; livre, e por isso capaz de lhe desobedecer, cedendo à tentação do orgulho e da auto-suficiência”.

Na parte final da homilia antes da imposição das Cinzas, Bento XVI recordou ainda a sua mensagem para esta Quaresma, sobre a justiça. Na raiz de toda e qualquer injustiça – observou – está aquilo que a Bíblia chama “iniquidade”, isto é, o pecado, fundamentalmente desobediência a Deus, falta de amor.

“O primeiro acto de justiça é portanto reconhecer a própria iniquidade, e reconhecer que esta se radica no coração, mesmo no centro da pessoa humana. Jejuns, lágrimas, lamentos e qualquer expressão penitencial só têm valor aos olhos de Deus se forem sinal de corações verdadeiramente arrependidos”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

"O teu bem faz-me tão mal"

As novas Luísas não têm dimensão romanesca nem dramática.

Dia de S. Valentim e dos Namorados, vá-se lá saber porquê. Uma homenagem ao consumo introduzida no nosso mercado pelas grandes cadeias e superfícies, feita de inutilidades em forma de coração. Mas também ofertas, como pequenos sinais de amor, que prevalecem, ainda, sobre uma outra realidade, oculta e emergente, um mau sinal dos tempos.

Sete das 26 mulheres assassinadas, vítimas de violência doméstica, tinham menos de 22 anos. Uma em cada quatro jovens é vítima de violência no namoro. O sexo forçado já não é considerado como uma violação. Ao fim de cinco anos de namoro, Daniel assassinou Joana. Na reportagem, ouvem-se as vozes femininas e infantis, descrevendo processos de dominação, insensibilidade, falta de respeito. A violência no namoro, um "desnamoro" no qual as subtilezas da sedução, o tempo doce do enamoramento, o enaltecimento, em crescendo, de sentimentos mútuos de atracção e amor se perdem, ou não chegam sequer a existir, ganha dimensão num quadro em que se jogam quase só relações de força e de domínio. Porquê?

Uma infantilidade promovida para além do razoável, o medo a crescer, a solidão, o primado da fantasia em vidas induzidas e virtuais, a liberdade sexual confundida com pura libertinagem aliadas a uma mão-cheia de estereótipos errados, explicam muito deste fenómeno.

Na relação do namoro, em regra, o rapaz é altamente idealizado pela rapariga. Essa idealização dá-lhe um poder que usa mal: humilhação verbal, pressão psicológica, manifestações de domínio que elas confundem com ciúmes, com paixão... As dificuldades no rompimento começam com a própria dificuldade em identificar a violência, aumentam com os riscos de perseguição, a vergonha, a relutância em aceitar o logro, em reagir, a falta de apoios.

O formato do namoro alterou-se completamente. É, hoje, uma pré-conjugalidade em que os actores parecem não ter crescido e para que a sociedade olha com a maior ligeireza. Assume-se o facto de estes jovens, lançados em experiências afectivas quase de não retorno, têm afinal duas idades: a do seu bilhete de identidade, e uma outra, datada por um amadurecimento lento, em atraso permanente com a sua liberdade, uma escassa claridade de consciência que os leva a agir ao acaso. As famílias alargadas, os amigos e a vizinhança são supostos não intervir. Uma cultura de "vive e deixa viver" assente num pseudo-respeito pela individualidade e liberdade de cada um deixa esta miudagem ao abandono.

Um outro aspecto, mais vexatório, é o da passividade feminina. No século XXI, após tanta luta pela igualdade de estatuto, o que explica que raparigas informadas, em permanente ligação com o mundo exterior, postas em rede, por assim dizer, desfrutando de liberdades dantes inimagináveis e teoricamente aptas a alcançar uma autonomia plena, possam continuar a personificar a mulher refém de um contexto socioeconómico e cultural que encheu a literatura do século XIX e XX?

Reli recentemente O Primo Basílio e, semanas depois, por puro acaso, Madame Bovary. Romances que a minha geração leu muito cedo e cuja leitura renovada, anos mais tarde, permite uma percepção claríssima da condição humana, da sua imutabilidade, nesse universo dos sentimentos onde a modernidade penetra tão dificilmente. Duas mulheres do seu tempo cuja ascensão social, embora tímida, permitiu vidas de ócio senhorial; corações palpitantes e cabeças atreitas à constante fuga do real, alimentadas por romances de cordel e libretos de ópera, notícias vagas de um outro mundo, mais intenso e mais excitante, cuja entrada não podiam franquear. Duas mulheres que não cresceram, protegidas por maridos cumpridores e aborrecidos, lançadas na voragem de uma fantasia que as destrói até à morte.

Mas as novíssimas Luísas do nosso tempo não têm dimensão romanesca nem dramática. São apenas personagens pré-marcados, de uma tragédia que já nada parecia justificar.

Maria José Nogueira Pinto

(Fonte: DN online)

S. Josemaría nesta data em 1975





Benze uma imagem de pedra de Nossa Senhora do Carmo que preside numa ermida dedicada a esta invocação na casa de retiros Altavista, Guatemala. “Traz sobre o peito o santo escapulário do Carmo. – Poucas devoções (há muitas, e muito boas devoções marianas) estão tão arraigadas entre os fiéis e têm tantas bênçãos dos Pontífices. – Além disso, é tão maternal este privilégio sabatino!

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Vocação sacerdotal: Tema do retiro de Quaresma com o Papa no Vaticano

No próximo dia 21 de Fevereiro, primeiro Domingo da Quaresma, começam os exercícios espirituais da Cúria Vaticana, com a participação do Papa Bento XVI. Este retiro anual se realizará na Capela Redemptoris Mater. As meditações deste ano foram propostas pelo sacerdote salesiano Pe. Enrico dal Covolo, e terão como tema "’Lições’ de Deus e a Igreja sobre a vocação sacerdotal".

Os exercícios espirituais têm o seguinte horário: no Domingo 21 de Fevereiro às 6:00 p.m. adoração eucarística, celebração das vésperas, meditação, novamente adoração. Nos dias seguintes o horário estabelece a oração de laudes às 09:00 a.m., meditação, às 10:15 reza da hora média, meditação às 5:00 p.m., às 5:45 p.m. oração das vésperas, adoração e bênção eucarística.

Finalmente no Sábado 27 de Fevereiro rezar-se-á as laudes às 09:00 a.m. e ocorrerá a meditação conclusiva.

São no total 17 as meditações oferecidas. Do mesmo modo, informou-se que na segunda-feira 22 se rezará pelas vocações sacerdotais, na terça-feira pelos missionários, na quarta-feira será uma jornada penitencial, na quinta-feira jornada cristológica, na sexta-feira jornada Mariana, e no sábado as meditações estarão dedicadas ao chamamento dos primeiros "diáconos".

Nesta semana de exercícios espirituais, suspende-se todas as audiências privadas e especiais, incluindo a Audiência Geral da quarta-feira de 24 de Fevereiro.

(Fonte: ‘Acidigital’ com edição de JPR)

Bento XVI e Pio XII, vítimas de preconceitos segundo Bernard-Henry Lévy

Bernard-Henry Lévy escreve um interessante artigo em Le Point (também publicado pelo Corriere della Sera) em que diz claramente que Bento XVI e Pio XII são vítimas de preconceitos. Além disso, afirma que são bodes expiatórios. O filósofo francês diz que chegou o momento de "deixar de lado a má fé, o partidarismo e, para sermos francos, a desinformação cada vez que se fala de Bento XVI". Acrescenta que, desde a sua eleição, se tratou o Papa como "ultraconservador", com insinuações de mau gosto sobre o Papa alemão", e inclusivamente sobre o "pós nazi" de batina.

Lévy diz que, em algumas ocasiões, se chegou mesmo a falsificar os textos de Bento XVI para o fazer dizer o que não disse ou para o acusar de não ter dito o que efectivamente tinha dito. Os exemplos que apresenta, como o resto do artigo, referem-se às polémicas com os judeus, como voltou a acontecer por ocasião da recente visita do Papa à sinagoga de Roma. " O mesmo coro de desinformadores nem sequer esperou que o Papa atravessasse de novo o Tibre para anunciar urbi et orbi, que Bento XVI não tinha sabido encontrar as palavras que era necessário dizer nem realizar os gestos que eram necessários e que, portanto, tinha fracassado no seu objectivo..." O autor repassa criticamente alguns episódios que ajudaram a criar um clima de opinião à volta dos "silêncios de Bento XVI" sobre o holocausto (acção difamatória do dramaturgo Rolf Hotchhuth, que - ironias da vida - se converteu agora em defensor do negacionista David Irving) e recorda outros - em sentido contrário - que se costumam esquecer (colaboração do Cardeal Pacelli, futuro Pio XII na elaboração da encíclica anti-nazi; alocuções radiofónicas do Natal de 1941 e 42, que lhe valeram o reconhecimento de Golda Meir). Procura-se fazer cair - conclui - o peso do " ensurdecedor silêncio do mundo inteiro sobre a Shoah" em cima do único soberano do momento que não tinha canhões nem aviões e que não poupou esforços para compartilhar as informações de que dispunha com quem de facto tinha aviões e canhões, e que salvou um grande número de pessoas.

Pobreza informativa na imprensa israelita

Os preconceitos alimentam-se com a falta de informação. Por isso, ainda que se suponha que a visita do Papa à sinagoga de Roma seria um tema que poderia interessar aos israelitas, chama a atenção que a informação, que alguns meios significativos de Israel ofereceram, tenha sido muito pobre, para não dizer que foi decepcionante, do ponto de vista profissional (pelo menos na versão em inglês). Num artigo, que o Avvenire publica, comprova-se que, de facto, na sua maior parte trata-se de reciclagem de material de agências (Reuters e AP), que pretendem agradar a todos , centrando-se em elementos conflituosos que não foram, certamente, o mais importante do encontro. Sente-se falta duma visão mais ampla, que saiba ver para lá do guião já preparado que foi - em boa medida - o que publicaram.

Chama a atenção as poucas frases que se destacam do discurso do Papa. É como se tudo se centrasse na polémica sobre Pio XII que foi mencionada, mas muito brevemente e num contexto mais amplo e rico. O diário Haaretz, por exemplo, escolhe como título "O Papa defende na sinagoga de Roma o Vaticano da era nazi. Só menciona, transformando-a, a única referência de Bento XVI ao tema, que foi a seguinte frase: "A Sé Apostólica desenvolveu uma acção de socorro, com frequência escondida e discreta".

O título do diário mais difundido, Yediot Ahronot, é ainda mais directo e oferece uma visão objectivamente desfocada daquilo que foi o encontro. "O líder dos judeus romanos pressiona o Papa sobre o ‘silêncio' de Pio XII". E a agência Arutz Scheva acrescenta que "O Papa confronta-se com palavras ásperas na sua histórica visita (à sinagoga de Roma)". Por vezes, dá a impressão de que as notícias devem confirmar o que as pessoas esperam ouvir. É uma pena porque o Papa disse coisas que interessam aos judeus.

Embaixador israelita pede para não se temer o diálogo com a Igreja

Também há vozes dentro do judaísmo que animam a superar receios e responder com mais interesse à mão estendida da Igreja Católica. Uma delas é a do embaixador de Israel perante a Santa Sé, Mordechay Lewy que, em dois artigos publicados na revista mensal judaica italiana, Pagine Ebraiche, pede aos seus compatriotas uma maior abertura ao diálogo com a Igreja Católica.

Nas duas intervenções, das quais se faz eco L'Osservatore Romano, o diplomata israelita lamenta que "sejam poucos os representantes do judaísmo realmente comprometidos no diálogo com os católicos" e reconhece que existe uma "assimetria" neste diálogo.

Adverte que, apesar do seu governo ser favorável "ao contínuo diálogo, aos mais altos níveis oficiais, entre o Rabinato Central de Israel e a Santa Sé, continua a haver cepticismo por parte da corrente principal dos ortodoxos".

Actualmente, explica, "o judaísmo reformado e o conservador estão mais abertos ao diálogo com os cristãos. Fazem-no do ponto de vista da sua experiência americana, onde a convivência entre grupos étnicos e religiosos é intrínseca à sociedade". E ainda que não se discuta sobre questões de fé, mantém-se um diálogo em temas de interesse social: a bioética, a ecologia, a violência....

Segundo Lévy, a dificuldade que muitos judeus têm no momento do diálogo com os cristãos faz parte de um mecanismo de auto-defesa que desenvolveram ao longo da sua história, ao viverem em ambientes hostis, embora nem sempre tenha sido assim a sua relação com os cristãos. "A maior parte dos judeus percebe a sua história durante a diáspora como uma batalha traumática pela sobrevivência contra os constantes esforços, por parte dos católicos, por os converterem amavelmente ou, na maioria dos casos, pela força.

Mas o embaixador israelita convida os judeus a superar esta ferida e a "conhecer melhor a outra parte para a compreender". Quarenta anos de diálogo judaico-católico até à nossa época foram um período de ensaio e erro pelas duas partes nos quais se desenvolveu um dinamismo próprio", acrescenta.

"Após a Shoah, a Igreja Católica pôs em andamento, nos anos 60, uma mudança radical em relação aos judeus", reconhece o diplomata. "Os católicos estendem-nos a mão. Seria insensato não pegar nela, a menos que queiramos hipotecar o nosso futuro com uma constante animosidade com o mundo católico", adverte.

Fontes: Le Point, Avvenire, Pagine Ebraiche

Aceprensa

Cântico romano antigo - Dominus dixit ad me

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia:

Liturgia oriental
Ofício da Exaltação da Santa Cruz (a partir da trad. Mercenier, La Prière de rite byzantin, rev.)

«Tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me»

Salvé, Cruz vivificadora, troféu invencível de piedade, porta do Paraíso, conforto dos crentes, muralha da Igreja. Foi por ti que a corrupção foi aniquilada, o poder da morte anulado e abolido, e que nós fomos elevados da terra às coisas celestes. Tu és a arma invencível, o adversário dos demónios, a glória dos mártires, o verdadeiro ornamento dos santos, a porta da salvação. [...]

Salvé, Cruz do Senhor, através da qual a humanidade foi liberta da maldição. Tu és o sinal da verdadeira alegria; quando és elevada, esmagas os nossos inimigos. Nós te veneramos, tu és o nosso socorro, a força dos reis, a firmeza dos justos, a dignidade dos pecadores. [...]

Salvé, cruz preciosa, guia dos cegos, remédio dos doentes, ressurreição de todos os mortos. Tu nos levantaste quando estávamos caídos no lodo. Foi por ti que se pôs fim à corrupção e que a imortalidade floresceu; foi por ti que nós, os mortais, fomos divinizados e o demónio foi completamente esmagado. [...]

Ó Cristo, nós veneramos a Tua cruz preciosa com os nossos lábios indignos, nós, que somos pecadores. Nós te cantamos, a Ti que quiseste deixar-Te pregar nela; e Te pedimos, como o bom ladrão: «Torna-nos dignos do Teu Reino!»

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 18 de Fevereiro de 2010

São Lucas 9,22-25

E acrescentou: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»
Depois, dirigindo-se a todos, disse: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me.
Pois, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há-de salvá-la.
Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, perdendo-se ou condenando-se a si mesmo?

(Fonte: Evangelho Quotidiano)