Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Amar a Cristo ...

Querido Jesus, uma vez mais vimos pedir-Te por nós, não Te pedimos bens materiais, mas físicos, pois como sabes estamos exaustos e necessitados de recuperar forças, saúde e ânimo.

É claro, Bom Jesus, que também Te rogamos por bens espirituais, aqueles que nos fortalecem na fé e no amor, sobretudo, que fruto do cansaço não descuremos o nosso diálogo conTigo em oração e meditação.

Perdoa-nos as nossas fraquezas e momentâneas debilidades e ajuda-nos a aceitá-las oferecendo-Te as como penhor da nossa salvação.

Obrigado por estares sempre aí escutando-nos e apoiando-nos!

JPR

ANO DA FÉ - algumas reflexões sobre a fé, as dúvidas e a formação

Qualquer pessoa necessita de uma formação integral e integradora – cultural, profissional, doutrinal, espiritual e apostólica – que a disponha a viver numa coerente unidade interior e lhe permita sempre dar razão da sua esperança a quem lha peça. A identidade cristã exige o esforço constante de formar-se cada vez mais, pois a ignorância é o pior inimigo da nossa fé. Quem pode dizer que ama de veras Cristo se não se empenha em O conhecer melhor?
Formação e espiritualidade! Um binómio inseparável para quem aspira a levar uma vida cristã verdadeiramente comprometida na edificação e na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Se quereis ser fiéis na vossa vida quotidiana às exigências de Deus e às expetativas dos homens e da história, tendes que vos alimentar constantemente com a palavra de Deus e com os sacramentos. (João Paulo II)
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Que nenhuma adversidade vos paralise. Não tenhais medo do mundo, nem do futuro, nem da vossa debilidade. O Senhor concedeu-vos viver neste momento da história, para que, graças à vossa fé, continue a ressoar o seu Nome em toda a terra. (Bento XVI)
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A ideia de viver 'como se Deus não existisse' demonstrou-se deletéria; o mundo necessita antes de viver 'como se Deus existisse', mesmo que não tenha a força de crer, senão produz apenas um 'humanismo desumano'. (Bento XVI)
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Deus Pai enviou Cristo para saciar a nossa sede de vida eterna, dando-nos o Seu amor, mas para conceder este dom, Jesus pede a nossa fé. A omnipotência do Amor respeita sempre a liberdade do homem: bate à porta do seu coração e espera com paciência a sua resposta.
Jesus espera-nos para falar com o nosso coração, com o meu coração. Detenhamo-nos um momento em silêncio, no nosso quarto, ou numa igreja, ou num lugar isolado. Escutemos a Sua voz que nos diz: ―se tu conhecesses o dom de Deus… (Bento XVI)
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É preciso ler a sagrada Escritura não como um qualquer livro histórico, como por exemplo lemos Homero, Ovídio ou Horácio. Há que lê-la realmente como palavra de Deus, quer dizer, entabulando uma conversa com Deus. Ao princípio há que pedir, falar com o Senhor: ―Abre-me a porta‖. É o que diz com frequência santo Agostinho nas suas homilias: ―Bati à porta da Palavra para encontrar finalmente o que o Senhor me quer dizer‖. Isto parece-me muito importante.
A Escritura não se lê num clima académico, mas orando e dizendo ao Senhor: ―Ajuda-me a entender a Tua palavra, o que me queres dizer nesta página‖. É sempre importante ler a Bíblia de um modo muito pessoal, numa conversa pessoal com Deus mas, ao mesmo tempo, é importante lê-la na companhia das pessoas com quem se caminha.
Há que deixar-se ajudar pelos grandes mestres. Em geral, convém lê-la também em companhia dos amigos que estão a caminho comigo e procuram, juntamente comigo, a maneira de viver com Cristo, a vida que nos vem da palavra de Deus. (Bento XVI)
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Seguir Jesus na fé é caminhar com Ele na comunhão da Igreja. Não se pode seguir Jesus sozinho. Quem cede à tentação de ir ´por sua conta´ ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar por seguir uma falsa imagem d’Ele. (Bento XVI)
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No fundo, o que o nosso coração deseja é o bom e belo da vida. Não permitais que os vossos desejos e anseios caiam no vazio, fazei antes com que ganhem força em Cristo. Ele é o cimento firme, o ponto de referência seguro para uma vida plena. (Bento XVI)
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Tens necessidade de vida interior e de formação doutrinal. Exige-te! — Tu, cavalheiro cristão, mulher cristã, tens de ser sal da terra e luz do mundo, porque estás obrigado a dar exemplo com um santo descaramento.
Há-de urgir-te a caridade de Cristo e, ao sentires-te e saberes-te outro Cristo a partir do momento em que Lhe tenhas dito que O seguias, não te separarás dos teus semelhantes — os teus parentes, os teus amigos, os teus colegas — da mesma forma que o sal não se separa do alimento que condimenta.
A tua vida interior e a tua formação abrangem a piedade e o critério que há-de ter um filho de Deus, para temperar tudo com a sua presença ativa.
Pede ao Senhor que sejas sempre esse bom condimento na vida dos outros. (Forja, n. 450, São Josemaria)
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"Influi tanto o ambiente!", disseste-me. — E tive que te responder: sem dúvida. Por isso é mister que seja tal a vossa formação, que saibais levar convosco, com naturalidade, o vosso próprio ambiente, para dar o "vosso tom" à sociedade com que conviveis.
— E, então, se aprendeste esse espírito, estou certo de que me dirás com o pasmo dos primeiros discípulos ao contemplar as primícias dos milagres que se operavam pelas suas mãos em nome de Cristo: "Influímos tanto no ambiente!" (Caminho, n. 376, São Josemaria)
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"E num ambiente paganizado ou pagão, esse ambiente ao chocar com a minha vida, não parecerá postiça a minha naturalidade?", perguntas-me.
— E respondo-te: sem dúvida, a tua vida chocará com a deles; e esse contraste, porque confirma com as tuas obras a tua fé, é precisamente a naturalidade que te peço. (Caminho, n. 380, São Josemaria)
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Assaltam-te dúvidas, tentações com aspecto elegante.
— Gosto de te ouvir: vê-se que o demónio te considera inimigo, e que a graça de Deus não te desampara.
Continua a lutar! (Forja, n. 309, São Josemaria)

(Fonte: site do OPUS DEI - Portugal AQUI)

Sobriedade e oração para viver o Advento

Sobriedade e oração: foi o que pediu Bento XVI durante a oração do Angelus este domingo, na Praça São Pedro, para viver o período do Advento.

Hoje a Igreja inicia um novo Ano litúrgico, um caminho que é enriquecido ainda mais pelo Ano da Fé, 50 anos depois da abertura do Concilio Ecuménico Vaticano II. A primeira etapa deste itinerário é o Advento, explicou o Papa, formado no Rito Romano pelas quatro semanas que precedem o Natal do Senhor, ou seja, o mistério da Encarnação.

A palavra «advento» significa «vinda» ou «presença». Na linguagem cristã, refere-se à vinda de Deus, à sua presença no mundo; um mistério que envolve inteiramente o cosmo e a história, mas que conhece dois momentos culminantes: a primeira e a segunda vinda de Jesus Cristo. A primeira é justamente a Encarnação; a segunda é o retorno glorioso no final dos tempos.

Esses dois momentos, que cronologicamente estão distantes – e não sabemos quanto –, em profundamente se tocam, porque com a sua morte e ressurreição Jesus já realizou aquela transformação do homem e do cosmo que é a meta final da criação. Mas antes do fim, o desígnio de salvação de Deus requer continuamente a livre adesão e colaboração do homem.

Nas leituras deste domingo, no Evangelho de Lucas Jesus traça a linha de conduta a seguir para estarmos prontos à vinda do Senhor: «Cuidado para que os vossos corações não fiquem pesados pela devassidão, pela embriaguez e pelas preocupações da vida … ficai acordados orando em todo momento» (Lc 21,34.36).

“Sobriedade e oração”, resume o Papa. No meio das convulsões do mundo, ou aos desertos da indiferença e do materialismo, os cristãos acolhem de Deus a salvação e a testemunham com um modo diferente de viver. A comunidade dos fiéis é sinal do amor de Deus, da sua justiça que já está presente na história, mas ainda não foi plenamente realizada, e portanto deve ser sempre aguardada, invocada, buscada com paciência e coragem.

Nossa Senhora encarna perfeitamente o espírito do Advento, feito de escuta de Deus, de desejo profundo da fazer a sua vontade, de alegre serviço ao próximo. “Deixemo-nos guiar por Ela, para que o Deus que vem não nos encontre fechados ou distraídos, mas possa, em cada um de nós, estender um pouco o seu reino de amor, de justiça e de paz.”

Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil

Vídeo em italiano

Imitação de Cristo, 3, 32, 4 - Da abnegação de si mesmo e abdicação de toda cobiça

Eu disse que deves buscar, em lugar das coisas nobres e preciosas, aquilo que, aos olhos do mundo, é vil e desprezível. Porque mui vil e desprezível, até quase esquecida, parece a verdadeira e celestial sabedoria, que não se tem em grande conta, nem trata de se engrandecer na terra. Muitos a louvam com a boca, mas afastam-se dela na vida; contudo é esta a pérola preciosa, conhecida de poucos.

A vida matrimonial, um caminhar divino pela Terra

Vê quantos motivos para venerar S. José e para aprender da sua vida: foi um varão forte na fé...; sustentou a sua família – Jesus e Maria – com o seu trabalho esforçado...; guardou a pureza da Virgem, que era sua Esposa...; e respeitou – amou! – a liberdade de Deus que fez a escolha, não só da Virgem como Mãe, mas também dele como Esposo de Santa Maria. (Forja, 552)

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontadeQue a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S. José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.

Para o cristão o matrimónio não é uma simples instituição social e menos ainda um remédio para as fraquezas humanas: é uma autêntica vocação sobrenatural. Sacramento grande em Cristo e na Igreja, como diz S. Paulo, é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem e uma mulher fazem para sempre, pois, quer queiramos quer não, o matrimónio instituído por Jesus Cristo é indissolúvel, sinal sagrado que santifica, acção de Jesus, que invade a alma dos que se casam e os convida a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial num caminhar divino pela Terra. (Cristo que passa, 22–23)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Nunca descuremos a nossa vida espiritual e procuremos viver como bons filhos de Deus, estejamos sempre atentos e preparados para a Sua vinda conforme nos fala o Senhor no Evangelho de hoje (Lc 21, 25-28.34-36).

O Senhor é bom e misericordioso para com aqueles que O amam e seguem!

Novena da Imaculada Conceição com textos de São Josemaría Escrivá - 2 de Dezembro

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Preparemo-nos para o Natal com simplicidade, alegria e total entrega

Curiosamente, as primeiras pessoas a saber do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador prometido desde o pecado de Adão, foram uns simples pastores das imediações da pequena cidade de Belém. Tiveram a honra de ser avisados por um anjo do Céu, o que raramente acontece.

As autoridades civis e religiosas do tempo de nada souberam. E, no entanto, a mensagem que esse Menino judeu, igual a tantos outros, trazia conSigo, destinava-se a todos os homens, o que inclui aqueles que tinham na sua mão as rédeas do poder, quer civil, quer religioso.

Escolheu gente simples e despretensiosa. Seria possível proceder de outro modo? Acaso o Sumo-sacerdote do Templo de Jerusalém ou o rei Herodes teriam capacidade para entender que o Messias prometido por Deus, desde os tempos primitivos, tinha acabado de nascer, pauperrimamente, numa gruta de Belém, onde se costumavam guardar as ovelhas e o gado dos pastores das redondezas?

E qual seria a sua reacção? Talvez de riso ou de chacota. Ou, atormentado com o receio de perder o poder despótico que exercia, tentar liquidá-lo sem complacência, como sabemos da triste atitude do rei Herodes, quando se convenceu de que esse Menino era um concorrente sério ao seu trono, após a visita daqueles sábios estrangeiros, os reis Magos.

É-nos fácil atribuir aos outros comportamentos incorrectos ou aberrantes. Com as proximidades do Natal, devemos colocar-nos como um personagem entre outros dos Evangelhos, e pensar seriamente qual seria a nossa reacção, se ouvíssemos dizer que o Salvador do mundo acabava de nascer num sítio insuspeitado, discreto e chocante: um curral de animais.

Oxalá que a nossa simplicidade não fosse superada pela lógica das opiniões correntes, das ideias mais defendidas pelos intelectuais bem pensantes, ou pelo que talvez pudéssemos chamar "a lógica do politicamente correcto".

Ponhamo-nos a nós mesmos a questão que levantámos há pouco: O Filho de Deus, criador de todas as coisas, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, acaba de nascer como homem num presépio, ou, mais significativamente, num curral de gado. É uma criança inerme, filho de um casal humilde, não se diferencia das outras... Se os seus pais não cuidam d’Ele, não poderá subsistir. As autoridades deste mundo, civis e religiosas, de nada sabem. Só uns pastores foram lá e levaram-Lhe alguns presentes pobres. Tudo isto é razoável?

A nossa resposta dependerá, no seu teor, da simplicidade com que encaremos a questão. Seremos como os pastores, ou não daremos importância aos ditos que ouvimos. Talvez que, se alguém estrangeiro, com prestígio científico, como os Magos, nos viesse perguntar onde se encontrava esse Menino, ficássemos um bocado aturdidos. E, com hipocrisia, respondêssemos como o fez o déspota do tempo: ocultando habilmente a nossa ignorância e mostrando vivo interesse por saber do lugar que ele procurava. Daríamos algumas indicações vagas. Sempre é bom colaborar com quem nos procura. Ao despedi-lo, talvez não sentíssemos a ansiedade de Herodes. Limitar-nos-íamos a rir da credulidade daquele personagem e voltaríamos às preocupações do dia a dia, cheios da nossa sabedoria e das nossas convicções.

Mas foi efectivamente num curral de gado que o Salvador do mundo nasceu. Criou todas as coisas e não dispôs dum quarto decente para vir à nossa terra. Precisamos de ser humildes para reconhecer esta realidade, talvez por que a rejeitámos por ter sido assim ou não lhe demos a atenção que merecia. Aproximemo-nos do Presépio como os pastores. Talvez nem sequer possamos oferecer-Lhe algum presente discreto e pobre, do qual nos envergonharíamos se disséssemos a um amigo: "Ofereci isto a Jesus. Não fui capaz de mais". Se nada temos para Lhe dar, deixemos no seu berço – a manjedoura – tudo o que nos afasta d’Ele: soberba, vaidade, sensualidade, hipocrisia, preguiça, tibieza! Tenhamos a certeza de que será o lugar próprio para que o Salvador do mundo comece, em nós, a sua obra redentora. E a sua Mãe e o carpinteiro José, o nosso muito amado S. José, marido de Maria, sorrirão de satisfação ao verem o trajecto da nossa conversão.

(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de dezembro de 2011, selecção do título da responsabilidade do autor do blogue)

'Presépio anuncia que uma nova humanidade é possível' - Aura Miguel

Machado de Castro
A ideia surgiu pela primeira vez em 1223. Nesse ano, Francisco de Assis, em vez de festejar o Natal dentro da Igreja, resolveu fazê-lo num ermitério da floresta de Greccio: levou para lá uma vaca, um burro e uma manjedoura… para assim explicar melhor o mistério do Natal às pessoas comuns.

Francisco terá explicado aos seus amigos que ver “com os olhos do corpo” o Menino Jesus humildemente deitado numa manjedoura, ajuda a acreditar “com os olhos do espírito” na sua divindade. 

Desde então, o costume espalhou-se pelo mundo cristão e Portugal é dos países onde a tradição é mais antiga e popular. 

Aliás, a variedade dos presépios portugueses é de uma fascinante riqueza – de Estremoz a Braga; de Machado de Castro aos santeiros populares, presépios de bolso, e outros gigantes, com figuras e cenas da vida quotidiana - uns mais bonitos que outros, mas todos culminam na manjedoura, sinal maior da nossa esperança. E esperança que nunca desilude.

É que o presépio anuncia a todos que uma nova humanidade é possível, porque Deus se fez homem, entrou na história e habita entre nós, para estar connosco até ao fim dos tempos.

Aura Miguel in Rádio Renascença em 2011

Quem foi Caifás? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra

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S. Josemaría Escrivá nesta data em 1937

Depois de uma penosa marcha a pé para atravessar os Pirenéus, durante a guerra civil espanhola, chega a Andorra. Ao entrar em Sant Juliá de Loria vai a rezar o terço. Escuta o toque de uns sinos e repete de si para si: “Deo gratias!, Deo gratias!”


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

'Advento' por Pier Giordano Cabra

Eis que chegou novamente o Advento, o tempo da expectativa e do olhar projectado para o futuro. Advento: tempo dos desejos pequenos e desmedidos, dos desejos dramáticos de quem tem fome de pão e de justiça, de quem procura razões para viver, de quem, cansado da noite, gostaria de apressar o dia: "Despertai harpa e cítara, quero despertar a aurora!" (Sl 107, 3).

Advento, tempo do teu desejo mas também do desejo de Deus sobre ti.

Tu que desejas um futuro melhor para ti, e Deus que deseja dar o futuro melhor a todos. Tu não sabes o que pedir, Ele sabe o que te dar. Tu que desejas receber. Ele que vem ter contigo, propondo-te a construção de um futuro novo juntos.

Do encontro dos dois desejos nasce a esperança.

O Advento colora-se de esperança quando te apercebes de que o teu desejo não acabará no vazio, nem foge com o vento, como sonho ilusório e inconsistente, porque se encontra com o desejo de Deus que estende a sua mão para apertar a tua; monta a sua tenda entre nós para nos ajudar a mudar a nossa história e a do mundo. O Advento fala-te de uma expectativa que já se realizou no passado para te encorajar e te projectar no futuro. Fala-te de Deus que se fez Menino para te ensinar a tornar-te adulto no seu Reino.

Olha com admiração a humildade do teu Deus que retoma contigo, em Belém, a tua história, entrelaçando-a com a sua e com a dos teus irmãos.

O Advento revela-te a tua tarefa na aventura humana: ao lado de Deus podes fazer crescer a fraternidade dentro de ti, ao teu lado, no teu julgamento, em casa e na rua, no trabalho e no bar, na tua comunicação pelo telefone, na internet e nos blogs.

É uma tarefa sobre a qual se ouvem os anjos que garantem a "paz na terra aos homens amados por Deus". E se não é suficiente, eleva o teu olhar e observa a conclusão de tudo o que podes ver com os olhos e com a consciência: civilizações que se extinguem, estrelas que se apagam, sepulcros que se abrem, o universo que olha ansioso.

Vem o Senhor da vida sobre as nuvens do céu para dar vida a quem cuidou da vida, exaltar quem a tornou boa e bonita, quem se comprometeu em dar esperança, semeando fraternidade: "Tive fome e destes-me de comer".

PIER GIORDANO CABRA

(© L'Osservatore Romano - 4 de Dezembro de 2010)

Advento

O Advento significa a presença iniciada do próprio Deus. Por isso, recorda-nos duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que Ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda não é total, mas está em processo de crescimento e maturação.

A sua presença já começou, e somos nós, os seus fiéis, que, por sua vontade, devemos torná-lo presente no mundo. É por meio da nossa fé, esperança e amor que Ele quer fazer brilhar a luz de forma contínua na noite do mundo. Assim, as luzes que acendermos nas noites escuras do inverno serão ao mesmo tempo consolo e advertência: certeza consoladora de que "a luz do mundo" já se acendeu na noite escura de Belém e transformou a noite do pecado humano na noite santa do perdão divino; e, por outro lado, a consciência de que essa luz só pode - e só quer - continuar a brilhar se for sustentada por aqueles que, por serem cristãos, continuam através dos tempos a obra de
Cristo.

A luz de Cristo quer iluminar a noite do mundo através da luz que somos nós; a sua presença já iniciada deve continuar a crescer por nosso intermédio. Quando, na Noite Santa, ressoar uma e outra vez o hino Hodie Christus natus est, devemos lembrar-nos de que o começo que se deu em Belém há-de ser em nós um começo permanente, que aquela noite santa volta a ser um "hoje" cada vez que um homem permite que a luz do bem faça desaparecer nele as trevas do egoísmo [...]. O Menino-Deus nasce onde se actua por inspiração do amor do Senhor, onde se faz algo mais do que trocar presentes.

Advento significa presença de Deus já começada, mas também apenas começada. Isto implica que o cristão não olha somente para o que já foi e já passou, mas também para o que está por vir. No meio de todas as desgraças do mundo, tem a certeza de que a semente da luz continua a crescer oculta, até que um dia o bem triunfará definitivamente e tudo lhe estará submetido: no dia em que Cristo voltar. O cristão sabe que a presença de Deus, que acaba de começar, um dia será presença total. E essa certeza torna-o livre, presta-lhe um apoio definitivo.

(Cardeal Joseph Ratzinger em Licht, das uns leuchtet. Besinnungen zu Advent und Weihnachten‘, 5a- ed., Herder, Friburgo, 1978)

«Então hão-de ver o Filho do Homem vir»

Bem-aventurado Jan van Ruusbroec (1293-1381), cónego regular
Les Noces spirituelles, 1 (a partir da trad. Louf, Bellefontaine 1993, p. 39 rev.)

«Aí vem o esposo» (Mt 25, 6). Cristo, o nosso esposo, pronuncia esta palavra. Em latim, o termo «venit» contém em si dois tempos do verbo: o passado e o presente, o que não impede de visar também o futuro. É por isso que vamos considerar três vindas do nosso esposo, Jesus Cristo.

Quando da primeira vinda, Ele fez-Se homem por causa do homem, por amor. A segunda vinda tem lugar todos os dias, frequentemente e em muitas ocasiões, em todos os corações que amam, acompanhada de novas graças e de novas dádivas, consoante a capacidade de cada um. A terceira vinda é aquela que terá lugar no dia do Juízo ou na hora da morte. [...]

O motivo por que Deus criou os anjos e os homens foi a Sua bondade infinita e a Sua nobreza, uma vez que Ele quis fazê-lo para que a beatitude e a riqueza que Ele próprio é sejam reveladas às criaturas dotadas de razão e para que estas possam saboreá-Lo no tempo e usufruí-Lo para lá do tempo, na eternidade.

O motivo por que Deus Se fez homem foi o seu amor imenso e o infortúnio dos homens, pois eles estavam alterados pela queda do pecado original e eram incapazes de se curarem dele. Mas o motivo por que Cristo realizou todas as Suas obras na terra não apenas segundo a Sua divindade mas também segundo a Sua humanidade é quádruplo, a saber: o Seu amor divino que não tem fim; o amor criado, ou caridade, que possuía na Sua alma graças à união com o Verbo eterno e graças à dádiva perfeita que Seu Pai Lhe fez; o grande infortúnio em que se encontrava a natureza humana; e, por fim, a honra de Seu Pai. Eis os motivos da vinda de Cristo, o nosso esposo, e de todas as Suas obras.