Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 10 de abril de 2022

Meditações de D. Javier Echevarría sobre a Semana Santa


Domingo de Ramos: "Bendito seja o Rei"

Com obras de serviço, podemos preparar a Nosso Senhor um triunfo maior que o da sua entrada em Jerusalém... Porque não se repetirão as cenas de Judas, nem a do Jardim das Oliveiras, nem aquela noite cerrada... Conseguiremos que o mundo arda nas chamas do fogo que veio trazer à terra!... E a luz da verdade - o nosso Jesus - iluminará as inteligências num dia sem fim (Forja, 947).

Lemos no dia de hoje estas palavras de profunda alegria: os filhos dos hebreus, levando ramos de oliveira, saíram ao encontro do Senhor, aclamando e dizendo: glória nas alturas (Antífona na distribuição dos ramos).

A aclamação a Jesus Cristo une-se, na nossa alma, com aquela que saudou o seu nascimento em Belém. E, à sua passagem, conta-nos S. Lucas, as multidões estendiam os seus mantos no caminho. E, quando já ia chegando à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos seus discípulos começou alegremente a louvar a Deus em altas vozes por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor. Paz no Céu e glória nas alturas (Lc 19, 36-38). (...)

Neste Domingo de Ramos, quando Nosso Senhor começa a semana decisiva para a nossa salvação, deixemo-nos de considerações superficiais e vamos ao que é central, ao que verdadeiramente é importante. Pensai no seguinte: aquilo que devemos pretender é ir para o Céu. Se não, nada vale a pena. Para ir para o Céu é indispensável a fidelidade à doutrina de Cristo. Para ser fiel é indispensável porfiar com constância no nosso combate contra os obstáculos que se opõem à nossa eterna felicidade. (...)

O cristão pode viver com a segurança de que, se quiser lutar, Deus o acolherá na sua mão direita, como se lê na Missa desta festa. Jesus, que entra em Jerusalém montado num pobre burrico, Rei da paz, é quem diz: o, reino dos céus alcança-se com violência, e os violentos arrebatam-no (Mt 11, 12). Essa força não se manifesta na violência contra os outros; é fortaleza para combater as próprias debilidades e misérias, valentia para não mascarar as nossas infidelidades, audácia para confessar a fé, mesmo quando o ambiente é contrário (Cristo que passa, 73-82).

São Josemaria Escrivá

Viver a Semana Santa

A participação ativa, consciente e cheia de amor, nos ofícios litúrgicos destes dias é-nos oferecida como a melhor maneira de estarmos com Jesus nos Seus densos momentos de angústia e de sofrimento. Assim, a Semana Santa não se reduzirá a uma mera recordação, pois nela se considera o mistério de Jesus Cristo, que se prolonga nas nossas almas [S. Josemaria, Cristo que passa, n. 96].

Sintamo-nos em profunda comunhão com toda a Igreja que, de um lado ao outro da Terra, celebra com amor e recolhimento estes divinos mistérios. Rezemos especialmente pelos que vão receber o Batismo na Vigília Pascal, e por todos os outros, para que, conduzidos pela graça do Espírito Santo, nos aproximemos cada vez mais de Deus nestes dias, com a decisão de seguir Cristo com plenitude de entrega.

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

(D. Javier Echevarría na sua carta de Abril de 2012)

DOMINGO DE RAMOS, ONTEM E HOJE

Entras em Jerusalém e recebem-Te como um Rei, porque pensam em Ti como um rei mundano que vem satisfazer as suas reclamações de liberdade política.

Não entendem, como tantos ainda não entendem hoje, (como eu tantas vezes com eles), que a liberdade que nos queres dar não é uma liberdade política e do mundo, mas é antes uma liberdade no/do mundo, vivendo nele e nele caminhando.

Viver no mundo, nele caminhar, nele testemunhar, mas nele pertencer a Ti, que és a única liberdade, porque só Tu amas com verdadeiro Amor.

O amor de quem tudo dá pelos outros, pelos amigos!

E por não entenderem a Tua liberdade, o Teu amor, aqueles que Te recebem como Rei em Jerusalém, vão, passadas escassas horas, perante a Tua entrega, perante a Tua humildade e humilhação, perante a Tua “derrota”, aos seus olhos, gritar de ódio para que Te crucifiquem, para que Te matem, trocando mesmo a Tua Pessoa pela pessoa de um simples bandido.

E nós, tantas vezes agora, Te trocamos também por algo “politicamente correcto”, não lutando contra leis que atacam a vida, que atacam o homem, que atacam e destroem a família. Não são estas atitudes também trocar-Te por Barrabás?

E nós, agora, quantas vezes Te pedimos, (e exigimos), que nos “concedas o mundo”, o mundo que é efémero, e Tu com o Teu infinito amor, “apenas” nos queres conceder a eternidade, a vida verdadeira no/do Teu amor.

E, por isso nos revoltamos, e gritamos também: Que Deus és Tu, que não nos concedes o que Te pedimos?

E Tu, cheio da Tua divina paciência, vais repetindo sem cessar: Perdoa-lhes Pai, que não sabem o que pedem, que não sabem o que dizem, que não sabem o que fazem!

Oh Senhor, quantas vezes na minha vida, com as minhas atitudes, com os meus gestos, com os meus pensamentos, eu gritei também com outros a ouvirem: Crucifica-O, crucifica-O!

Oh Senhor, mas por Tua graça, ouço sempre a Tua voz que pede ao Pai por mim, vejo o Teu Corpo que se entrega por mim, sinto a Tua vida que se dá inteiramente por mim, e por Tua graça, sempre, sempre, acredito na Tua misericórdia, que é a misericórdia do Pai e do Espírito Santo, que contigo, unidos num só, me dizem ao coração: Arrepende-te, converte-te, acredita no Evangelho e serás salvo!

Obrigado Senhor!
Seja eu a Jerusalém do fim da Tua “viagem”, que se faz Calvário para Te receber, e se faz alegria perene na Tua Ressurreição!

Amen, Senhor, amen para sempre pelos séculos sem fim!

Marinha Grande, 23 de Março de 2013

Joaquim Mexia Alves AQUI

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)